quinta-feira, 5 de maio de 2011

FELICIDADE, ONDE ESTÁ?

 

Sá de Freitas

Como encontrar você, felicidade,

Se já andei inúmeras distâncias,

Se já corri sertões, sítios, estâncias,

Estados, vilas, capitais, cidades...

Se já adentrei mansões, ranchos, casebres;

Se já falei com com humildes, poderosos,

Analfabetos, doutos, sábios, tolos

E não achei você?

Será você apenas fantasia,

Lenda, folclore, sátira, utopia,

Que não consigo sentir, tão pouco ver?

Por que só enxergo marcas mal traçadas

Que você deixa, num passar de enganos,

Quando assume as mais variadas formas

No pensamento humano?

Por que chega, qual sombra, para aqueles

Que vêem você só no dinheiro ou fama,

No seguro de um emprego bem rentável, na farta mesa e na boa cama;

No poder, prestígio, autoridade, gozo,

Carros, jóias, iate, palacete,

Sexo, beleza, viagens festas

E outras tantas coisas transitórias

Que fazem parte da vida,

Mas não nos levam à vida?

Acontece que quando penso tê-la encontrado,

Você some quando vejo pedintes e desempregados;

Cegos, mudos e tantos sofredores

Ao relento, com frio, esfomeados;

Quando contemplo doentes, órfãos tristes,

Viciados, prostitutas, traficantes;

Quando sei de vítimas de assassinos, ladrões, degenerados;

De corruptos, de injustiça e podridões;

Quando vejo pais que se  expõem desesperados,

Por um litro de leite ou por um pão

E são presos, condenados, sem defesa.

Onde é que está então fugaz espectro?

Aqui, ali ou além do alcance meu?

Ou será que você, que tanto busco,

Está na dor que sinto em meu silêncio,

Ao sofrer com os que sofrem mais que eu?

Ah! Escutei você rindo agora no meu coração,

Porque estendi as mãos para aquele coitado,

Caído no chão.

Agora sei onde encontrar você...

* * *

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Felicidade é, que quando mesmo diante de todas as desgraças da vida, ainda assim, nos sentimos fortes e felizes em ajudar ao próximo.

E. M.

MEU COMPANHEIRO SOLIDÁRIO

 

Silvia Giovatto (faffi)

 

Meu diário, meu companheiro solidário, nas suas páginas eu me encontro em pedaços, e te lendo, me construo por inteira.

Das páginas folheadas, destaco a saudades, que foi por vezes minha fiel companheira.

Aqui edifiquei minhas andanças, e descobri agora entre as páginas lidas, que o amor nunca morre.

Tudo que escrevi no passado sobre o amor assumo hoje, do mesmo jeito, com o mesmo pensamento e diria com mais ênfase, que amor nunca morre...

As pessoas queridas se despedem de nós, deixando saudades, uma imensa saudades que com o tempo, novamente se transforma em amor.

Eu ainda amo minha vovozinha, meus pais, meu irmão e posso me comunicar com eles, através do meu pensamento, da minha imaginação.

Para mim, eles só mudaram de endereço.

O céu não é tão longe quanto parece, a prova disso é  que falo com Deus todos os dias.

Ah, meu companheiro solidário!

hoje escrevi mais uma página da minha história.

Eu escolhi falar sobre o amor, é com ele que estou conquistando o meu mundo, e com ele quero também, escrever o fim da minha história.

VOCÊ É O QUE DESEJA SER

 

 

João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade.

Ao sair pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações.

Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas.

Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes.

Por isso, a primeira coisa que falou para sua secretária, foi:

“Calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress.”

Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte.

Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo.

Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar.

Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação.

Enquanto isso, Mário em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber.

Estava desempregado e naquele dia recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho.

Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil.

Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada.

Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim:

“Sou um desgraçado”, falou. “Meu pai era assim. Bebia, batia em minha mãe. Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu.  Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.”

Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos:

“Por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?”

Emocionado, João respondeu:

“Devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego algum. Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.”

* * *

O que aconteceu com você até agora, não é o que vai definir o seu futuro, e sim a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu.

Nunca lamente o seu passado. Ele já passou, acabou.

Construa você mesmo o seu presente e mude o seu futuro.

Aprenda com seus erros e com os erros dos outros.

O que aconteceu é o que menos importa. Já passou.

O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer.

E esta é uma decisão somente sua, não é de amigos, parentes ou vizinhos.

Você decide o seu dia de amanhã. De tristeza ou de felicidade.

De coisas positivas ou de amargura, sem esperança. Não se preocupe com o que os outros pensam, preocupe-se com você.

Pense nisso! Mas pense agora!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada.

GESTOS QUE SALVAM VIDAS

 

A chuva caía fina e gélida na tarde quieta. Longe, na estrada, um carro parou. Era pequeno e meio velho.

Um rapaz saltou, levantou o capô e se pôs a mexer em tudo que viu.

O fazendeiro, de onde estava, pensou:

“Coitado. Pelo jeito, não entende de mecânica.”

Vestiu sua capa de chuva e caminhou até a estrada. O jovem estava muito nervoso, mexia no carro, voltava, tentava dar a partida, passava as mãos pelos cabelos.

“Quer ajuda?”

O rapaz parecia preste a chorar.

“É a bobina.” – diagnosticou o fazendeiro, depois de uma boa olhada.

Buscou seu cavalo, rebocou o carro até o seu celeiro e com seu próprio carro, foi à cidade comprar uma bobina nova.

Estranhou que, ao chegar à loja, o rapaz não quisesse entrar. Deu-lhe o dinheiro necessário e disse que tinha vergonha, por estar molhado.

Algum tempo depois com o carro funcionando, pronto para partir, a esposa do fazendeiro insiste para que fique para o jantar.

Não era hábito convidar estranhos para adentrar a casa. Contudo, aquele rapaz parecia aflito, meio perdido. Poderia, talvez ser seu filho.

Ele quase não comeu. Continuava preocupado, ansioso. A chuva se fez mais forte. O casal preparou o quarto de hóspedes e pediu que ficasse.

Na manhã seguinte, suas roupas estavam secas e passadas. Ele se mostrava menos inquieto. Alimentou-se bem e despediu-se.

Quando pegou a estrada, aconteceu uma coisa estranha. Ele tomou a direção oposta da que seguia na noite anterior. Isto é, voltou para a capital.

O casal concluiu que ele se confundira na estrada.

O tempo passou. Os dias se transformaram em semanas, meses e anos. Então, chegou uma carta endereçada ao fazendeiro:

“Sr. Mcdonald,

Não imagino que o senhor se lembre do jovem a quem ajudou, anos atrás, quando o carro dele quebrou.

Imagine que, naquela noite, eu estava fugindo. Eu tinha no carro uma grande soma de dinheiro que roubara de meu patrão.

Sabia que tinha cometido um erro terrível, esquecendo os bons ensinamentos de meus pais.

Mas o senhor e sua mulher foram muito bons para mim. Naquela noite, em sua casa, comecei a ver como estava errado.

Antes de amanhecer, tomei uma decisão. No dia seguinte, voltei ao meu emprego e confessei o que fizera.

Devolvi todo o dinheiro ao meu patrão e lhe implorei perdão.

Ele podia ter me mandado para a prisão. Mas, por ser um homem bom, me devolveu o emprego. Nunca mais me desviei do bom caminho.

Estou casado. Tenho uma esposa adorável e duas lindas crianças. Trabalhei bastante. Não sou rico, mas estou numa boa situação.

Poderia lhe recompensar generosamente pelo que o senhor fez por mim naquela noite.  Mas não acredito que o senhor queira isso.

Então resolvi criar um fundo para ajudar outras pessoas que cometeram o mesmo erro que eu. Desta forma, acredito poder pagar pelo meu erro.

Que Deus o abençoe, senhor, e a sua bondosa esposa, que me ajudou ainda mais do que o senhor sabia.”

Enquanto o casal lia, os olhos se encheram de lágrimas. Quando acabaram, a esposa colocou a carta sobre a mesa e citou versículos do capítulo 25 do Evangelho de Mateus:

“Era peregrino, e me recolheste. Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber.

Estava nu, e me vestistes. Estava enfermo e me visitastes. Estava no cárcere e me fostes ver.

Em verdade, todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.”

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. O visitante da noite, de Hartley F. Dailey, do livro Histórias para aquecer o coração dos pais, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jeff Aubery, Mark & Chrissy Donnely, Ed. Sextante e Evangelho de Mateus, cap. 25, vers.35, 36 e 40.