Já vai longe o tempo em que denominavam as mães como a
“rainha do lar”; nos tempos atuais podemos constatar que ser rainha do lar não
é muito significativo, é sinônimo de empregada, mal remunerada e vitima da
ingratidão. A mulher derrubou preconceitos, abriu espações e conquista cada vez
mais sua condição inalienável de igualdade com o homem.
Entretanto não podemos nos esquecer das heroínas
anônimas, vítimas do preconceito e da ignorância, pois pariam sem cessar,
acreditando que Deus é quem deveria determinar quantos filhos elas iriam ter.
Hoje com a informação e os métodos contraceptivos, a
mulher pode planejar e ter uma maternidade no mínimo mais responsável. Os
tempos mudaram, antigamente era: “vou ter quantos Deus mandar”; hoje:
“precisamos pensar na situação”. Essa mudança comportamental reflete o
amadurecimento da mulher e mãe moderna.
O que se verifica na prática é que a grande maioria das
mães de hoje. Não quer quantidade de filhos a ser mal cuidada, mas sim,
qualidade na educação dos filhos que ela planeja ter e na própria condição dela
como mulher. O tempo passou; não obstante, o amor de mãe é e sempre será a
manifestação do amor de Deus entre os homens.
As mães de antigamente, parideiras, abandonavam a si
mesmas para anualmente, inapelavelmente, dar à luz mais um rebento, “filho de
Deus”.
É interessante como nos dias atuais temos necessidade de
criar estatutos e leis para nos lembrar de condutas que o respeito humano
deveria manifestar em nossas relações. Por exemplo: criamos o estatuto da
criança, porque elas não são respeitadas. Criamos o estatuto do idoso, porque
eles são esquecidos. Criamos o código de defesa do consumidor, porque não
existia relação honesta entre lojas, fabricantes e consumidores. Brincamos de
modernidade, mas somos infantis no trato entre nós.
Você poderia me perguntar: “O que tem a ver tudo isso com
o dia das mães?”
Criamos o dia das mães para o comércio e para não nos
esquecermos do papel insubstituível que este ser tem em nossas vidas pelo menos
uma vez por ano. Infelizmente, muitas mães estarão abandonadas no próximo
domingo, algumas abandonadas, outras mais, os filhos estão de mal e não falam
com elas e já que criamos tantos estatutos e regulamentos para nos lembrar de
coisa que não deveríamos esquecer, por que não criarmos o estatuto das mães?
Em seu primeiro parágrafo deveria constar:
“Todas as mães, independente de raça, credo ou cor, devem
receber pela manhã, um muito obrigado de seus filhos. Fica assim, extinto o
segundo domingo de maio como dia das mães, pois dia das mães é todo dia”.
O que significa mais um estatuto para nos lembrar de
coisas que deveriam ter mais valor em nossas vidas?
Salve as mães, aquelas que vemos e as que não podem mais
ser vistas, mas estão sempre presentes em nossos corações, contempladas agora
com os olhos da saudade.
Algemas Invisíveis –
Adeilson Salles – Editora CEAC