O indivíduo passa a
vida procurando o amor fora, e não olha para dentro de si, para se autoconhecer
e entender seus próprios sentimentos. Convive com sentimentos que desconhece,
trocando valores e fazendo cobranças.
O ser impõe, exige,
agride e vivencia brigas que o infelicitam, ferem causando dores profundas;
utiliza-se de fugas e dribles, fazendo da relação um mero jogo para satisfazer
seus interesses, colocando seu ego em primeiro lugar para atender seu orgulho e
ter a posse para manter tudo sob seu controle.
Desconhecendo a
necessidade do autoamor para amar o próximo, casais se digladiam e transformam
a relação em verdadeiras prisões, para ambas as partes.
Afinal, isso é o
amor?
Amor, sentimento
sublime que leva o ser ao devotamento extremo e à entrega absoluta, respeita os
seus próprios sentimentos. O amor não impõe barreiras, renuncia quando
necessário; não faz trocas, simplesmente se dá, sem colocar seus interesses
pessoais em primeiro lugar. Alimenta a alegria e não estimula a tristeza. O
amor não é uma algema, e sim um laço consentido de ambos os lados. O amor é
espontâneo, não é uma prisão sem grades.
Em nome do amor,
impõem-se condições e regras ao parceiro ou à parceira que, movido(a) pelo
total egoísmo, exige que outro faça somente aquilo que ele(a) julga ser melhor.
Só pode usar roupas
que o outro aprove; só corta os cabelos se o outro permitir; não pode ter tais
ou tais amizades; não permite que o outro siga e frequente tal instituição
religiosa ou tenha determinada filosofia de vida… Se violar as regras
estabelecidas pelo egoísmo, o indivíduo parte para a agressão verbal, passa a
fazer retaliações e forte pressão.
O indivíduo invadido
em seu espaço passa a submeter-se aos caprichos do outro para evitar as brigas,
e diz que é em nome do amor. Há indivíduos que, se pudessem, controlariam até
mesmo os pensamentos do seu parceiro, tornando-o sua própria sombra.
Isso não é amor!
Amar sem escravizar é
o desafio da relação a dois.
O amor não aprisiona,
e sim liberta. Vive em companhia do outro e não intimidado pelo outro;
compartilha sempre, respeitando a individualidade; é gentil e não exige nada em
troca; não busca recompensas e nem tirar vantagens.
O objetivo do amor é
a união de dois indivíduos, e não a fusão das individualidades. Amor é crescer
ao lado um do outro; e não anular o companheiro para crescer no seu egoísmo; é
apoiar, e não castrar.
O amor compreende,
respeita, perdoa sem esperar primeiro o arrependimento do ofensor; renuncia,
aceita, alimenta a alegria, propicia segurança; é agradável e sereno; edifica e
constrói. É consciente de que o outro é livre e não lhe pertence; respeita esse
espaço e tem desprendimento.
Relacionar-se com
alegria, sem algemas que escravizam e viver sem a expectativa de receber
retribuição é praticar o auto amor, não permitindo que a decepção encontre
aconchego nos refolhos da sua alma.
Ame-se, aprenda a
amar e a receber o amor.
O indivíduo nasceu
para amar e ser amado. Amar ao próximo como a si mesmo é dar-se à liberdade
para ser feliz!
Joanna de Ângelis.”
Mensagem da
Veneranda Joanna de Ângelis recebida por Iraci Campos, presidente do
CEJA-Barra, na tarde de 20 de março de 2015, no Rio de Janeiro – RJ