Se eu
morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o
quanto quiser, mas não brigue comigo.
Se não
quiser chorar, não chore.
Se não
conseguir chorar, não se preocupe.
Se
tiver vontade de rir, ria.
Se os
amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente a sua
versão.
Se me
elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me
criticarem demais, me defenda.
Se me
quiserem fazer um santo só porque morri, mostre que eu tinha
virtudes, mas estava longe de ser o santo que
imaginam.
Se lhe
disserem que cometi muitos erros, mostre que eu talvez tenha errado
muitas vezes, mas que passei a vida inteira tentando
acertar.
E se
tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma
frase:
“Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me
quis por perto.”
Se
então derramar uma lágrima, eu não estarei presente para enxugá-la,
mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu
lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe
que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver
direito.
Amizade
só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura
aqui mesmo o seu começo.
Mas, se
eu morrer antes de você, creio que não vou estranhar o céu, pois ser
seu amigo, já é um pedaço dele.
*
* *
Valorizemos
sempre os amigos que conquistamos durante a jornada terrestre. São
eles que perfumam e suavizam nossos dias e preenchem nossa vida com
as mais belas lembranças.
Alguns são
como verdadeiros irmãos. Caminham ao nosso lado nos dando a certeza
de que podemos buscá-los, a qualquer momento, porque sempre estarão
prontos a nos amparar.
Ofereçamos
também a nossa lealdade. Sejamos aquele que se preocupa
verdadeiramente com o outro, que doa seu tempo, que oferta
compreensão e acolhimento.
Por vezes
guardamos a impressão de que os encontros com essas pessoas
especiais são na verdade reencontros, que foram anteriormente
combinados entre as almas para acontecer no momento certo, superando
tempo e espaço.
Essa
sensação ocorre quando acabamos de conhecer alguém e logo detectamos
uma grande afinidade. Também uma intensa alegria em estar
próximo.
Mas, é
possível que nos decepcionemos com esses companheiros, em algum
momento. É compreensível, pois somos todos falíveis. Nesses casos,
procuremos não guardar rancor.
Recordemos
que foi um amigo que acusou Jesus e que outro o negou.
Alguns o abandonaram e atribuíram-lhe a responsabilidade pelas
dores que passaram a experimentar.
E, mesmo
assim, Jesus não os censurou e nem os abandonou. Por amá-los em
abundância, os buscou novamente e os conduziu de volta ao reino de
Deus.
Por fim,
não fiquemos tristes quando chegar a hora de nos despedirmos dessas
pessoas queridas.
A despedida
é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez. E, nos
encontrar de novo, depois de momentos ou de vidas, é certo para os
que são amigos.
Redação do
Momento Espírita, com texto inicial, de autoria
desconhecida.