Entendi que um dia
deveria fugir para onde meu coração quisesse que fosse… Onde os dias passassem
como o desabrochar do botão de uma rosa. E que lá a vida abundasse e, que lá os
sorrisos fossem sinceros, que lá um olhar fosse um raio de luz que parte do
coração de cada um de nós…
E quis que esse dia
chegasse sem demora, mas também sem que a brisa de cada dia meu perdesse o seu
aroma, a sua vida… Com isso, passei então a abrir as minhas mãos e observá-las
em seus pormenores: perfeitas as minhas mãos. Perfeitos também os meus olhos,
meus membros, minha mente articulava bem o meu raciocínio… E passei então a
viver esse meu mundo novo a cada passo, a cada instante, sem que qualquer traço
fosse abandonado pelo descuido.
Entendi assim que as
estrelas brilhavam sim na escuridão do firmamento dizendo: “Meu filho, jamais
te deixarei sozinho.” Percebi também que belíssimos raios solares brilhavam
tênues e confortáveis nas nuvens crepusculares de toda tarde, pude sentir o ar
fresco que jamais de mim ausentou-se… E tantas outras coisas pude perceber,
pude enxergar a partir daquele instante em que despertei para a vida.
Vi também que alguns
também possuíam aquele meu viver…
E num belo dia em que o
azul do céu parecia nos envolver no seu infinito azul, demos todos as mãos e,
pouco a pouco, fizemos nascer a chama desse mundo novo, a chama do viver em
nossos corações. E a chama desse viver brilha nos céus de cada alvorada
terrena, propagando-se infinitamente pelos corações de cada homem de boa
vontade.
Essa chama é Deus.