segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A alegria dos outros

 

Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:

Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação.

Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo?

Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa.

O que me falta, Chico?

O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:

Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a “alegria dos outros”! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo...

A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui.

É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a “alegria dos outros”.

*   *   *

Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas, que transitam pela Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação?

Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta?

Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.

Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.

Não, essa alegria dos outros,mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele.

É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem.

Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida.

Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.

É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.

Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido:  É este o caminho... Continue...

*   *   *

Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes.

Sejamos os que carreguemos o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais.

E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.

Redação do Momento Espírita, com base em relato sobre episódio da vida de Francisco Cândido Xavier, de autor desconhecido, e que circula pela Internet.

domingo, 30 de outubro de 2011

GENEROSIDADE

 

Não raro, encontramos pessoas gentis no trato social. São aquelas que se preocupam em respeitar os direitos do próximo, em desenvolver seu espírito de cidadania, em buscar palavras e gestos amáveis para com os demais.

Também, com felicidade, encontramos pessoas educadas nas nossas relações sociais. São os companheiros que se fazem atenciosos, que se preocupam com pequenos gestos, como o saudar aos mais velhos, ceder o espaço para a senhora grávida ou apenas dar um telefonema para o conhecido para ter notícias.

Porém, quantas pessoas conseguem ser generosas? Se a gentileza e a educação nascem do respeito ao próximo, se desenvolvem no espírito de cidadania e convivência, a generosidade nasce no coração de quem está pronto para amar fraternalmente.

Vamos encontrar a generosidade no amigo que consegue compreender nossa falta quando esquecemos seu aniversário, e, ao encontrá-lo mais tarde, ao invés de nos cobrar o esquecimento, simplesmente nos oferece o coração aberto e espontâneo de sempre.

Será fruto da generosidade da alma quando não necessitamos, nem esperamos por um agradecimento, após ter feito um favor a alguém, pois o simples fato de poder ajudar a quem nos pediu nos é suficiente para preencher o coração com satisfação, sem aguardarmos nenhum tipo de reconhecimento.

E estaremos prontos para que a generosidade seja nossa companhia quando, tendo razão frente a uma contenda de grande importância ou a uma disputa por nonadas, sejamos capazes de abrir mão de reivindicar nossos direitos, em nome da paz e da boa convivência.

Jesus nos aconselha a cultivar a generosidade no coração quando afirma que se alguém nos convidar a dar mil passos, caminhemos dois mil se necessário. E, se outro nos pedir a capa, que também ofereçamos a túnica.

Muitas vezes, pensamos que generoso é aquele capaz de abrir os cofres e distribuir o muito que tem, quando, não raro, esse muito nem falta lhe fará.

A verdadeira generosidade nasce no coração que é capaz de olhar o próximo e o mundo com complacência e compreensão, sabendo que todos estamos sujeitos a erros, tropeços e enganos.

Seremos generosos quando estivermos despreocupados em conjugar o verbo ter... Ter algo, ter razão, ter alguém, pois nossas preocupações serão as de oferecer... a gentileza, a amizade, a companhia, a compreensão.

Claro que poderemos ensaiar os primeiros passos de generosidade tocando o bolso, para oferecer aquilo que nos sobra aos que têm tão pouco.

Porém, poderemos sempre investir mais e permitir que a generosidade ganhe espaço em nosso mundo íntimo, quando formos capazes de esquecer um tanto de nossas vontades, nossas razões, nossos anseios, para simplesmente semearmos, nos caminhos alheios, as flores perfumadas com a brisa da fraternidade.

* * *

Todos os que estendem mãos invisíveis para sustentar vidas, instituições nobres, são semeadores dos tempos novos.

Graças a eles muitos vivem, outros sobrevivem. Alguns despertam da tristeza, inúmeros os imitam, seguindo-lhes as pegadas.

Semeadores generosos, anônimos, perseverantes. Servidores de Jesus.

Que tal aderirmos à generosidade nós também?

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Entre a fé e a confiança

 

A confiança constitui uma virtude imprescindível à vida humana equilibrada e proveitosa. Ela possui vários desdobramentos. Aproxima-se da fé em Deus, em Sua sabedoria e em Sua justiça.

Alicerçado nesse sentimento, o homem encontra forças para vencer os desafios que se apresentam em seu caminho. Ele não se sente vítima de acasos ou azares.

Entende que sua vida segue uma fecunda programação de aprendizado e aperfeiçoamento.

Nesse contexto, as dificuldades representam oportunidades benditas. Mediante elas, reajusta-se com o passado e habilita-se para o futuro.

A vida atual é uma ponte entre duas realidades. O ontem, com os equívocos próprios de uma época de aprendizado. O futuro, rico de promessas de alegria e sublimação.

Mas a confiança também se refere à ciência das próprias possibilidades. Ela deriva da fé na Sabedoria Divina.

Se Deus consentiu com dada experiência no viver de uma criatura, é porque ela pode dar conta.

Não se fala, obviamente, das desgraças que o homem semeia no próprio caminho.

Mas do que surge inelutável, malgrado a conduta reta e equilibrada. O homem, a par de uma forte fé em Deus, necessita confiar nas próprias forças.

Ciente de seu destino sublime, ele precisa acreditar que consegue lidar com seus problemas. Não é uma vítima indefesa ou um fraco. É um Espírito imortal, rico de experiências e de potenciais.

Ciente de que pode, incumbe-lhe encontrar os meios.

Diante de dificuldades, ao ser humano não é lícito assumir a postura de derrotado. Também não é digno transferir o peso do próprio fardo a terceiros.

Cada qual tem as suas tarefas. O amparo mútuo é possível e louvável. Mas jamais se pode impor ao semelhante que arque com o peso da vida alheia.

Urge estudar, trabalhar, refletir e orar.

Com a alma asserenada pela certeza de que pode vencer, agir com firmeza para isso. Quem não acredita em si mesmo é um derrotado de antemão.

Mesmo que lute um pouco, não logra superar eventuais derrotas.

Já o crente nas próprias forças, ainda que caia, logo se levanta. Assim, sem confiança, o homem nada faz de relevante. Porque tudo o que possui importância não surge e nem se realiza de forma rápida.

Sempre é necessário esforço, treino e paciência. Sem a certeza de que é possível, falta coragem para trilhar as etapas necessárias à realização final. Se o sucesso não se dá imediatamente, as forças falecem.

Ciente disso, desenvolva confiança em si mesmo. Analise detidamente seus recursos e invista neles. O resultado do esforço sério e metódico haverá de surpreendê-lo.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

DEUS EXISTE?

 

A pergunta ainda baila na mente de muitas pessoas. Criaturas que se dizem agnósticas, descrentes de Deus.

Pessoas que têm ideias muito próprias a respeito da Criação, como se a harmonia que a tudo rege não nos dissesse, em altos brados, que uma ideia diretriz comanda o Universo.

Mas, para quem tem olhos de ver, basta um perpassar de vistas pela natureza para concluir pela existência desse Criador incriado, perfeição inigualável.

Como se poderia, de outra forma, admirar os campos de lavanda, perfumados e coloridos?

Quando se admira o arco-íris, já nos indagamos quem o traça de forma tão perfeita, nos céus?

Quem dobra as pétalas dos botões, que se abrem em corolas brilhantes?

Quem coloca música tão diversa no cantar das águas do rio manso, da cachoeira altíssima, das cataratas volumosas?

Como admirar a pétala aveludada de uma rosa, sem se perguntar quem nela colocou tanta maciez?

Quem dispôs que, no mesmo canteiro de jardim, que recebe o mesmo sol, a mesma chuva, sementes minúsculas que, por vezes até se assemelham, confundindo o leigo, se tenha resultado tão diverso?

Aqui as rosas apresentam seu brilho nas pétalas, ali os cravos espalham perfume, logo além as margaridas se exibem, enquanto o vento as vai despetalando e murmurando: bem-me- quer, mal-me-quer, ela me ama, ela não me ama...

Quem estabelece a rota dos astros no infinito? Quem determina que a gravidade nos mantenha presos ao planeta, enquanto ele gira vertiginosamente no espaço, em dois movimentos constantes, de rotação e translação?

Quem explica isso? Leis. Leis universais. Mas quem as estatuiu? Quem estabeleceu a rota do sol, das estrelas, das galáxias que se movem no infinito?

Quem criou a lei que determina se perpetuem nossos traços em nossos descendentes? E que, ao demais, é regida por uma lei de amor em que, quando as etnias se mesclam, as raças se misturam, novos e belos espécimes aparecem?

Quem definiu que duas minúsculas gotículas originassem um novo ser?

A tudo isso, o vento responde, a cascata faz eco e os astros estribilham em coro: Deus! Senhor dos mundos! Senhor do Universo.

Foi Deus que tudo criou, concebeu e não cessa de criar, surpreendendo o homem a cada passo.

O homem que, estudando, observando, se dá conta de que quanto mais descobre, menos sabe e mais há por descobrir.

O infindável mundo de Deus, sem fronteiras, em constante expansão.

Um mundo que se agiganta no espaço e se esconde no microcosmo.

Um mundo a ser estudado para que se louve o seu Criador. Um Deus Pai que a cada dia engendra um espetáculo na aurora e outro no crepúsculo.

Um Deus de amor que compõe sinfonias nas águas que descem dos montes e nos filetes que escorrem quase ocultos por entre pequenos seixos.

Um Deus que dedilha sinfonias na cabeleira do arvoredo e murmura canções na pradaria...

Um Deus! Um Pai! Nosso Pai!

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Você é o que deseja ser

 

João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade.

Ao sair pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações.

Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas.

Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes.

Por isso, a primeira coisa que falou para sua secretária, foi: Calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress.

Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte.

Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo.

Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar.

Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação.

Enquanto isso, Mário, em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber.

Estava desempregado e, naquele dia, recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho.

Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil.

Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada.

Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim: Sou um desgraçado, falou. Meu pai era assim. Bebia, batia em minha mãe.

Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu. Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos: Por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?

Emocionado, João respondeu: Devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego algum.

Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

*    *    *

O que aconteceu com você até agora não é o que vai definir o seu futuro e, sim, a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu.

Não lamente o seu passado. Construa você mesmo o seu presente e o seu futuro.

Aprenda com seus erros e com os erros dos outros.

O que aconteceu é o que menos importa. Já passou.

O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer.

E esta é uma decisão somente sua. Você decide o seu dia de amanhã. De tristeza ou de felicidade. De coisas positivas ou de amargura, sem esperança.

Pense nisso! Mas pense agora!

 

Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada.

Disponível no cd Momento Espírita, v. 11, ed. Fep.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O PRAZER DA LEITURA

 

Uma das grandes queixas dos pais, no mundo atual, é a de que seus filhos não gostam de ler.

Algumas crianças afirmam que não precisam ler porque assistem televisão e ali aprendem tudo.

Mas quem não lê tem a capacidade de atenção limitada. Isso porque raras são as cenas que duram mais de dois minutos. Também ficam com dificuldade para ordenar o pensamento, quando necessitam escrever.

Nunca é cedo para ensinar às crianças que os livros são importantes e agradáveis. Antes dos dois anos, pode-se ler versos e histórias para as crianças.

A cadência dos versos infantis são confortantes, afirma Lívia de Almeida em seu artigo: Como escolher livros para as crianças. Também a repetição desenvolve a memória.

A partir de dois anos a criança pode ser levada a bibliotecas e a escolher livros. Descobrir o mundo encantado da imaginação é para elas algo surpreendente.

Dia desses observamos uma garota de não mais de três anos encantada com o colorido das prateleiras de livros infantis em um supermercado.

Ela passava as mãozinhas pelas capas e exclamava: Olha! - apontando com o dedinho as gravuras que mais lhe chamavam a atenção.

Então fixou de forma mais demorada um dos livros. Estava aberto e trazia figuras montadas de vários animais.

Embora não falando de forma totalmente correta, começou a nominar: rinoceronte, dinossauro, elefante.

Eu quero este! Falou entusiasmada. Os pais se aproximaram e consultaram o preço. Era proibitivo para os seus salários.

Eles se agacharam até ficarem à altura da pequena e lhe explicaram que o livro era muito lindo, mas muito caro. Eles não poderiam comprar.

Escolha outro. Disse o pai. Vou ajudar você.

Depois de um longo diálogo, saíram dali com a menina levando satisfeita debaixo do braço um livro com dinossauros, embora não tão sofisticado como o que vira antes.

E a mãe concluiu: Filha, amanhã vou levar você para a biblioteca. Nós não podemos comprar aquele livro caro mas você poderá olhar e folhear à vontade um igualzinho àquele que você queria. Está bem?

A resposta da pequena foi um largo sorriso. Chegou no caixa e exibiu, orgulhosa, para a atendente, o tesouro que acabara de ganhar e disse: Olha, é meu!

E, depois que passou no caixa, ficou sentada no chão, enquanto os pais colocavam as demais compras nas sacolas.

Ficou ali sentada, folheando o livro e citando os nomes dos animais, alegremente.

* * *

Quando as crianças começam a escolher livros por vontade própria, está iniciado o processo da autoeducação.

Lendo, a criança aprende mais do que a escola pode ensinar. O manancial de conhecimento e sabedoria que conquista lhe servirá por toda a vida.

Se já não começou, comece hoje a estimular seu filho a descobrir esse mundo encantado da leitura. Ensine-o a viajar pelo mundo, a realizar pesquisas no fundo do mar, a conquistar as estrelas e descobrir os segredos mais profundos da natureza.

Anime seu filho a amar os livros. A toda semana ler um novo título. Tenha bons livros em casa.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Como escolher livros para crianças, de Seleções Reader's Digest, de março de 2000.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FELICIDADE - AGORA OU DEPOIS?

 

Você costuma afirmar que a felicidade foge de você? Que sempre que você está para conquistá-la, ela se vai, como fumaça ao vento?

Você não será porventura daqueles, como muitos de nós, que coloca a sua felicidade no futuro? Algo que é projetado e que um dia, quem sabe, poderá ser alcançado?

Talvez justamente aí resida a grande dificuldade de ser feliz. Não sabemos apreciar o momento que passa, o que temos, o que somos, onde estamos.

Vejamos. Quando andamos a pé, nossa felicidade está em comprar um carrinho. Não importa o tamanho, a cor, o ano. Importante que rode, que nos leve de um lado a outro, sem longas esperas em terminais de ônibus.

Quando, afinal, conseguimos adquirir o carro e começamos a utilizar, passamos a desejar ter um maior, mais confortável, mais econômico, melhor, enfim. E nisso passa a residir a nossa felicidade.

Sequer nos damos tempo de ficar felizes por termos o primeiro carro. Termos alcançado uma meta.

Quando não temos casa própria, sonhamos com ela. Ficar livres do fantasma do aluguel, podermos, em nossa propriedade, fazer o que desejamos, sem precisar pedir autorização ao proprietário.

Um dia, então, alcançamos o nosso desejo. Eis-nos na casa própria. Em vez de ficarmos felizes, plantarmos um jardim, e ir colocando os pequenos mimos cá e lá, enfeitando nosso cantinho particular, começamos a sonhar com uma casa maior.

Ou, então, em um bairro melhor, com mais comodidades. Afinal, seria interessante que cada membro da família tivesse seu próprio quarto e seu banheiro.

E sonhamos, e sonhamos.

Ora, desejar progredir é próprio do ser humano. Desejar melhorar as condições de vida é natural. Contudo, o que não nos permite sermos felizes, em momento algum, é não valorizarmos a conquista realizada.

E aprendermos que a felicidade não está especialmente em ter coisas, mas em saber dar a elas o seu devido valor.

Mais precioso que o carro, é a possibilidade de andar com as próprias pernas. É ter braços para estreitar, apertar contra o peito quem se ama.

Melhor que a casa onde se reside é gozar da felicidade de um lar, que quer dizer família, lugar de morar, de se expandir, de crescer, de amar e ser feliz.

Eis o segredo da felicidade. Eis porque encontramos seres que nada ou quase nada possuem e sabem sorrir.

Eis porque as crianças, que ainda não entraram no esquema do consumismo, ficam felizes por poder brincar, correr com os amigos.

Elas esquecem se está frio ou calor, se é hora de comer ou de dormir. O importante é gozar até o último momento da brincadeira com os amigos. Por isso, todos os dias, elas nos dizem com seus sorrisos: É possível ser feliz na Terra.

* * *

Saúde o seu dia com a oração da gratidão a Deus.

Você está vivo.

Enquanto a vida se expressa, se multiplicam as oportunidades de crescer e ser feliz.

Cada dia é uma bênção nova que Deus lhe concede, dando-lhe prova de amor.

Acompanhe a sucessão das horas, cultivando otimismo e bem-estar.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 1,

do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

SOMOS COERENTES?

 

Qual o conceito que você tem de coerência? Afinal, o que é coerência? Para os melhores dicionários, a palavra remete à ligação, ao nexo, à harmonia entre fatos ou ideias.

Assim, será coerente aquele que agir, pensar, falar, de uma maneira em que haja nexo, harmonia entre suas ações.

Será isso que fazemos no nosso dia-a-dia? Conseguimos agir com coerência em todos os nossos dias, em todas as nossas ações?

Vejamos que, muitas vezes, discursamos para todos a respeito da sujeira das ruas, das calçadas sem limpeza em nossa cidade, dos detritos que se avolumam.

Porém, não nos damos conta que jogamos o papel de bala, o recibo do estacionamento, o bilhete do ônibus pela janela do veículo, assim que ele não nos sirva mais. Contribuímos com a sujeira que tanto criticamos.

Preocupamo-nos em ensinar a honestidade para nosso filho, discursando longamente a respeito. E, caso toque o telefone e não queiramos falar com a pessoa que nos demanda atenção, pedimos para que nosso filho vá ao telefone e diga que não estamos.

Usamos da mentira que tanto detestamos.

Reclamamos, e com razão, do administrador público, ou do político, quando esse se apropria do que não lhe pertence, prejudicando a nação e seus cidadãos. Taxamos de roubo, exigimos os rigores da lei, tudo plenamente justificado.

Mas, às vezes, somos nós mesmos a não devolver o troco a mais no supermercado e ficamos com o que não nos pertence. Ou ainda, quando a autoridade policial nos pune frente a uma infração, tentamos suborná-la, corrompê-la.

Para quem discursa sobre roubo, suborno, somos nós então a roubar ou subornar. Pura incoerência.

E por que temos dificuldade para sermos coerentes? Por que tantas vezes agimos de maneira diferente daquela que pensamos ou defendemos com nossas palavras?

Isso acontece porque, se já temos o conceito formulado na mente, ainda nos falta o valor instalado na consciência.

Essas incoerências são geradas no descompasso entre o que a mente pensa, os nossos conceitos, e o que o coração sente, os nossos valores.

Se já pensamos certo, se nossos conceitos estão adequados, se fez um grande passo. Porém, faz-se necessário ainda, conquistar os valores, fazer que a consciência aja dessa forma.

Assim é necessário que meditemos sobre nossos atos. Que pensemos longa e profundamente sobre como estamos agindo em nossas vidas, o que estamos a fazer das oportunidades que desfrutamos todos os dias.

E, em última instância, somos muito mais aquilo que agimos e sentimos do que aquilo que apenas discursamos.

Isso é de tal forma real e verdadeiro que, certa feita, um filósofo americano afirmou: O que você faz fala tão alto que não consigo escutar o que você está dizendo.

Assim se passa conosco. O que fazemos será nosso maior discurso sobre nós mesmos, a maior representação do que efetivamente trazemos na alma, muito acima e além do que qualquer preleção ou apresentação verbal.

Desta forma, depois de escolhermos os valores que irão pautar nossa vida, comecemos o esforço inadiável de fazer com que esses conceitos, com disciplina e persistência, transformem-se em valores reais, e a coerência seja a tônica do nosso agir.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Anjos de guarda

 

Quem cuida de seu filho quando ele não está sob seus olhos?

Você diz que, na escola, os professores são os responsáveis; que em seu lar, você tem uma babá igualmente responsável.

Enfim, você sempre acredita que alguém, quando você não estiver por perto, estará de olho nele.

Parentes, amigos, contratados à parte, há, também, uma proteção invisível que zela por seu filho.

Você pode dizer que é seu anjo de guarda, seu anjo bom. A denominação, em verdade, não importa.

O que realmente se faz de importância é esta certeza de que um ser invisível debruça sua atenção sobre seu filho, onde quer que ele esteja.

E também sobre você. Não se trata de uma teoria para consolar as mães que ficam distantes de seus filhos longas horas.

Ou para quem caminha só nas estradas do mundo. Refere-se a uma verdade que o homem desde muito tempo percebeu.

Basta que nos recordemos de gravuras antigas que mostram crianças atravessando uma ponte em mau estado, sob o olhar atento de um mensageiro celeste.

Ou que evoquemos o livro bíblico de Tobias, onde um anjo acompanha o jovem em seu longo itinerário, devolvendo-o ao pai zeloso, são e salvo.

É doce e encantador saber que cada um de nós tem seu anjo de guarda. Um ser que lhe é superior, que o ampara e aconselha.

É ele que nos sussurra aos ouvidos: Detenha o passo! Acalme-se! Espere para agir!

Ou nos incentiva: Vá em frente! Esforce-se! Estou com você!

É esse ser que nos ajuda na ascensão da montanha do bem. Um amigo sincero e dedicado, que permanece ao nosso lado por ordem de Deus.

Foi Deus quem aí o colocou. e ele permanece por amor a Deus, desempenhando o que lhe constitui bela, mas também penosa missão.

Isso porque em muitas ocasiões, ele nos aconselha, sugere e fazemos ouvidos surdos. Ele se entristece, nesses momentos, por saber que logo mais sofreremos pela nossa rebeldia.

Mas não afronta nosso livre-arbítrio. Permanece à distância, para agir adiante, outra vez, em nova tentativa.

Sua ação é sempre regulada, porque se fôssemos simplesmente teleguiados por ele não seríamos responsáveis pelos nossos atos.

Também não progrediríamos se não tivéssemos que pensar, reflexionar e tomar decisões.

O fato de não o vermos também tem um fim providencial. Não vendo quem o ampara, o homem  confia em suas próprias forças.

E batalha. Executa. Combate para alcançar os objetivos que pretende.

Não importa onde estejamos: no cárcere, no hospital, nos lugares de viciação, na solidão, ele sempre estará presente.

Esse anjo silencioso e amigo nos acompanha desde o nascimento até a morte. E, muitas vezes, na vida espiritual.

E mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito.

*   *   *

Você pode ter se transviado no mundo. Quem sabe, perdido o rumo dos próprios passos.

Pense, no entanto, que um missionário do bem e da verdade, que é responsável por você, pela sua guarda, permanece vigilante.

Se você quiser, abra os ouvidos da alma e escute-o, retomando as trilhas luminosas.

Ninguém, nunca, está totalmente perdido neste imenso universo de almas e de homens.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita, com base nos itens 492, 495 e 501 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.

domingo, 9 de outubro de 2011

Oração atendida

 

Será que Deus atende mesmo a todas as orações? Jesus nos afirmou que tudo o que pedíssemos ao Pai em Seu nome, Ele nos concederia.

Mesmo assim, a debilidade da nossa fé, vez ou outra, faz com que nos perguntemos: Será que atende?

Afinal, quantos de nós já fizemos rogativas ao Criador, que jamais foram atendidas?

Será preciso algum detalhe que nos possibilite ser atendidos por Deus?

Os mais revoltados, ante seus problemas não solucionados pela Divindade, chegam a admitir a parcialidade Divina que atende a uns e não atende a outros.

Contudo, não é assim. Ocorre que, inúmeras vezes, não nos apercebemos que Deus nos responde, embora nem sempre da forma que desejamos.

Mas, com certeza, sempre é o melhor que o Pai dispõe.

Recordamo-nos de um soldado americano, ferido durante a Guerra Civil. Após o ferimento, seguiram-se meses e meses de sofrimentos. A sua dor atingiu o auge quando ele se deu conta de que havia se tornado um deficiente físico.

No entanto, a transformação radical em sua vida lhe abriu novos horizontes que ele sintetizou em uma oração.

Oração que talvez se constitua em uma das mais belas páginas escritas por um deficiente físico.

Conforme a tradução livre, do original inglês, diz ele:

Pedi a Deus que me desse forças, para tudo conseguir...

Fui feito fraco para aprender a obedecer.

Pedi a Deus a saúde para realizar coisas grandiosas...

Fui feito doente para realizar coisas difíceis.

Pedi a Deus por riquezas, para comprar felicidade...

Fui feito pobre, para vender sabedoria.

Pedi a Deus que me concedesse poder, para que os homens necessitassem de mim...

Fui feito insignificante, para sentir a necessidade de Deus ...

Pedi a Deus por tudo isso, para poder gozar a vida...

E Deus me deu a vida para poder avaliar seu gozo.

Não recebi nada do que pedi, mas obtive tudo aquilo que esperava ganhar.

A despeito dos meus erros, as preces que não fiz foram atendidas.

E, dentre todos os homens, eu me considero o mais ricamente abençoado.

*   *   *

O entendimento do soldado ferido que se tornou um paralítico anônimo nos dá a tônica de como Deus ouve nossas preces e as atende, sempre de acordo com o que seja melhor para nós.

Afinal, muitas vezes passamos a valorizar as pequeninas e preciosas coisas da vida, quando elas nos são retiradas.

*   *   *

O ano de 1981 foi o primeiro Ano Internacional da Pessoa Deficiente.

Ser deficiente não significa ser doente.

É simplesmente ser diferente. Diferente dos padrões considerados como normais.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, pt. 1 e cap. 5, pt. 2 do livro As aves feridas na Terra voam, de Nancy Puhlmann di Girolamo, ed. Inst. Beneficente Nosso Lar, SP.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Vontade de Deus

 

Em nossa caminhada na Terra, nos deparamos com dificuldades de diversas ordens. São as doenças que nos chegam inesperadamente, os reveses financeiros, os desentendimentos pessoais, perdas de parentes e amigos.

Nesses momentos nossa fé é colocada à prova, pois muito do que nos acontece nos escapa à compreensão. Através de questionamentos íntimos, buscamos incessantemente a causa do que nos aflige e, por vezes, não a encontramos.

Perguntamo-nos qual a melhor conduta a adotar nessas situações. É certo que devemos buscar as providências práticas necessárias para tentar superar, na medida do possível, essas dificuldades.

Mas, quando carregamos em nosso íntimo a fé verdadeira, qualquer que seja o caminho escolhido para ser percorrido na busca das soluções, com certeza, se tornará menos árduo.

A fé nos ensina que Deus é Pai bondoso e misericordioso e que só deseja o nosso bem. Melhor do que nós, sabe o que nos convém.

Quando, na oração dominical, rogamos ao Pai que seja feita a vontade Dele, estamos nos submetendo aos Seus decretos.

Mas, somente nos submeteremos à vontade de Deus sem queixas e sem revoltas, quando compreendermos que Deus é fonte de toda sabedoria e que tudo que nos acontece tem um propósito.

A vontade Divina se manifesta em nosso favor, desde as pequenas contrariedades do dia-a-dia, até nos grandes problemas que, por vezes, julgamos sem solução.

A luta é necessária para nosso crescimento e a superação das dificuldades nos deixa mais fortalecidos.

Para transformar o barro em um perfeito vaso, o oleiro necessita do calor do fogo, usando a sua chama com todo cuidado e carinho.

O sofrimento e a luta são as chamas invisíveis que o nosso Pai Celestial criou para o embelezamento das nossas almas que, um dia, serão vasos sublimes e perfeitos para o serviço do céu.

* * *

Podemos discernir a vontade de Deus, em todas as situações:

No sofrimento, é a paciência.

Na perturbação, é a serenidade.

Diante da maldade, é o bem que auxilia sempre.

Perante as sombras, é a luz.

No trabalho, é o devotamento do dever.

Na amargura, é a esperança.

No erro, é a corrigenda.

Na queda, é o reerguimento.

Na luta, é o valor moral.

Na tentação, é a resistência.

Junto à discórdia, é a harmonia.

À frente do ódio, é o amor.

No ruído da maledicência, é o silêncio.

Na ofensa, é o perdão completo.

Na vida comum, é a bondade em favor de todos.

* * *

O objetivo da prece consiste em elevar a nossa alma a Deus. O importante é que ela seja sempre dita de coração e não somente dos lábios.

Quando utilizarmos a oração dominical, o Pai Nosso, que nos foi ensinada por Jesus, o façamos de todo o nosso coração. Que o sentido de cada palavra toque verdadeiramente a nossa alma.

Redação do Momento Espírita, com frases

da pt. 4, do livro Pai nosso, pelo Espírito Meimei,

psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

AS DORES DO MUNDO

 

Muitas vezes te encontras aturdido, com tantas dores que escutas a serem pranteadas pelas estradas da vida.

Aflige-te a alma as lágrimas que inundam tantos corações, afogados em atrozes compromissos emocionais.

Sentes a alma opressa frente a tantas aflições que grassam na sociedade, com uma frequência cada vez maior.

As inúmeras histórias que te relatam, vês ou mesmo vivencias no teu cotidiano, perturbam-te pela intensidade que carregam, deixando-te atônito, quando não, em desequilíbrio emocional.

As notícias que antes escutavas pelo noticiário, que ocorriam no país distante ou em uma realidade que não te pertencia, hoje visitam a tua realidade, tornando-se muito mais próximas do que desejavas.

O que outrora era apenas algo que não te dizia respeito, hoje faz parte da tua vida, pois que já visita teus familiares, amigos e a ti mesmo.

Percebes que as aflições e dores do mundo chegaram a ti, sem te dares conta ou te preparares para tanto.

É natural que seja assim. Jesus, ao alertar que no mundo só se teria aflições, lembra do caráter e propósito da  estada no planeta Terra, abençoada escola de redenção.

As dores e aflições que vivencias no mundo e, mais intensamente, na tua intimidade, são os propósitos da vida para teu aprendizado, para o aprendizado de todos nós.

Assim, é natural que cada um de nós vivencie o de que necessita para seu mundo íntimo, e para a aprendizagem dos valores de que ainda carece.

As aflições que te ocorrem são proporcionais à estrutura emocional que já desenvolveste. Por isso, Deus permite que essas te cheguem, visitando tua intimidade emocional.

As dores que vivencias são as lições preciosas, conforme virás a perceber logo mais, podendo aquilatar com mais tranquilidade da importância que elas carregam para teu aprendizado.

Jamais maldigas das aflições que te chegam, por mais intensas que hoje elas te pareçam.

É verdade que, muitas vezes, não consegues nem ao menos entender a razão e os porquês do que te sucede.

Porém, se questionas da Justiça de Deus para contigo, lembra que Ele era muito antes do que tu mesmo fosses e, por isso, sabe muito bem avaliar das tuas necessidades.

Em tempo propício, poderás entender melhor o que hoje te ocorre. Enquanto isso, guarda-te na certeza de que Deus cuida de ti, de cada um dos teus passos, velando para que tua felicidade se construa plena, logo mais.

Guarda-te na fé do entendimento que Deus é  Pai amoroso, resguarda-te na oração, que te fortalecerá e te encorajará para enfrentares o que deves.

Nenhuma aflição pela qual passes será injusta. E todas as dores que experimentes, poderás transformar em lições valiosas.

Dessa forma, esses dias de tribulação, pelos quais ora passa a Humanidade, logo mais serão sucedidos por dias de felicidade e paz, tal qual o sol que, inevitavelmente, raia após a tempestade, por mais intensa que essa se apresente.

Pensa nisso.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Necessidade de orar

 

A Sua voz, há pouco, terminara de envolver os homens nas esperanças e consolações do soberano código das Bem-aventuranças.

O odor de santidade e o vigor da sabedoria, decorrentes da Sua magistral lição, ainda envolviam os ouvintes, quando Seus discípulos Dele se acercaram e um deles, comovido, interessado em compreendê-lO, interrogou:

Senhor, por que orais tanto? Sempre quando terminadas as tarefas, por que buscais o silêncio e penetrais na oração?

Havia sadia curiosidade no questionamento do discípulo devotado.

Relanceando o olhar em torno, e aplaudido pela musicalidade da natureza em festa, Ele respondeu:

A alma tem necessidade da oração, mais do que o corpo tem necessidade de pão. Orar é buscar Deus, pedindo Seu auxílio, para absorver resistências nos Seus recursos divinos.

O diálogo salutar prosseguiu e, mais à frente, surgiu novo questionamento por parte dos discípulos:

Mesmo vós – perguntou novamente o amigo – que sois o caminho para o Pai e o Seu Messias para a humanidade, tendes necessidade de orar?

A resposta do Mestre foi doce e poética:

A chama que ilumina gasta o combustível que a sustenta, e a chuva que irriga o solo retorna à nuvem de onde provém.

*   *   *

Jesus, a chama maior que já esteve entre nós, compreendia com perfeição a necessidade da conversa com o Criador, a necessidade deste contato constante com as esferas superiores.

A prece é o alimento do Espírito, desse ser imortal criado por amor e para amar.

A sintonia com as regiões mais elevadas nos confere novas energias, novo combustível, envolvendo-nos em vibrações de ânimo, de consolo, fazendo-nos mais fortes para enfrentar os nossos dias.

No ato de louvor devemos expressar carinho e reconhecimento, fluindo de nosso ser, de modo a produzir uma sintonia, mediante a qual transmitimos os sentimentos de exaltação do bem.

Quando pedimos, devemos colocar a Deus as reais necessidades de nossa alma, de modo que as solicitações não constituam uma imposição apaixonada, ou um capricho que não merece consideração.

E, finalmente, quando confiamos e agradecemos, é necessário o nosso reconhecimento por tudo aquilo que recebemos, muitas vezes até sem perceber.

Confiar na sabedoria Divina, em Seus desígnios, faz com que tenhamos fé, esta certeza íntima de que tudo sempre acontecerá para o nosso bem e que, no comando das Leis, da justiça do Universo, está o Pai soberanamente justo e bom.

*   *   *

Quando feitas de coração, todas as nossas preces recebem resposta.

Raramente percebemos, mas a Providência Divina tem formas muito diversas de entrar em contato conosco.

A resposta que buscamos pode estar na conversa com um amigo, nas linhas de um livro que manuseamos por acaso, nas lições de uma palestra, nos relatos trazidos por um filme, nos sonhos à primeira vista incompreensíveis, nas coincidências da vida que nos fazem parar por alguns instantes para pensar.

Deus, como Pai amoroso, jamais deixaria Seus filhos sem

respostas.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17,

do livro Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.