Um dia, verás a ti mesmo em
plano diferente.
Parecer-te-á, então, haver acordado de um sono profundo e, por isso mesmo, tudo te surpreenderá. Amigos que não vias, há muito tempo, se aproximarão de ti, estendendo-te as mãos.
Parecer-te-á, então, haver acordado de um sono profundo e, por isso mesmo, tudo te surpreenderá. Amigos que não vias, há muito tempo, se aproximarão de ti, estendendo-te as mãos.
Perguntarás a vários deles: onde estavas que não
mais te encontrei? Por que te distanciaste de mim?
Todos te abraçarão, com a alegria a lhes fulgurar
nos olhos, fitarás as árvores carinhosamente podadas, formando corações que
palpitarão de vida, plantas outras, mostrando as frondes entrelaçadas,
lembrando mãos que se tocam afetuosamente.
Respirarás profundamente, reconhecendo, assim, as
qualidades nutrientes do no ambiente em que te virás...
Naquela festa de almas, porém, um homem de olhar
manso desce de um torreão brilhante e caminha na direção dele.
Em vão, o recém-chegado tenta retirar dele os
olhos magnetizados pelo amor que o desconhecido irradia. Ele caminha
serenamente a fixá-lo com bondade, com a familiaridade de quem o conhecia.
- “Ah! – pensou o recém-vindo decerto que este amigo me conhece, de longo tempo”.
A custo venceu a própria indecisão, e indagou do companheiro mais próximo:
- “Quem é este homem que está chegando até nós”?.
- “É o Mensageiro da Vida”.
Não houve tempo para outras inquirições.
Efetivamente, aquela simpática e estranha
personagem lhe endereçou saudações fraternas e segurando-lhe a destra, qual se
nela conseguisse ler todas as minudências da sua vida, não lhe perguntou pelo
próprio nome, nada arguiu quanto à família a que pertencera ou à posição que
exercera...
Apenas pousou nele demoradamente os olhos azuis e
perguntou-lhe:
-“Amigo, o que fizeste?”
-“Amigo, o que fizeste?”
De “A Semente de Mostarda” –
Francisco Cândido Xavier / Emmanuel