sexta-feira, 30 de agosto de 2013

AS BARREIRAS QUE UNEM



A dificuldade de estabelecermos limites em nossos relacionamentos é seguramente um obstáculo à nossa felicidade.
Isso acontece até nas relações conjugais, quanto mais nas relações de amizade. Acontece com frequência nas relações de amizade, principalmente quando estamos fragilizados, de não delimitarmos o território que desejamos ver respeitado pelos outros.
Permitir que as pessoas penetrem em nossa vida de tal maneira que nos tornamos vulneráveis. Esquecemo-nos de que todas as pessoas tem dificuldades, e que imperfeitas como nós, também erram.
Nos relacionamentos conjugais, se os limites não forem estabelecidos, um dos dois se submeterá, muitas vezes por livre vontade, ao domínio e dependência psicológica do parceiro.
Nas relações de amizade ocorre o mesmo, é preciso estabelecer limites claros, para depois não acusarmos os outros de traição. A sabedoria popular afirma que “tudo que é demais, faz mal”.
O fato de gostarmos de alguém deve nos levar a preservar esse relacionamento através do estabelecimento de pontos de segurança. A falta de limites estabelecidos em qualquer relação, mais cedo ou mais tarde irá levar tal relacionamento à deterioração emocional.
As relações afetivas de qualquer natureza precisam ser cuidadas como joias preciosas. È necessário amadurecermos estes conceitos interiormente, estabelecer limites não significa que haja falta de confiança das partes, mas sim, uma independência necessária e salutar.
Os relacionamentos mais duradourosvencem o tempo justamente pelo respeito à individualidade inalienável de cada ser. Muitos não conseguem estabelecer saudáveis barreiras psicológicas em seus relacionamentos, com isso tem sua privacidade invadida nos momentos que menos desejam ou tornam-se reféns emocionais voluntariamente.
O casamento, por exemplo, passa por varias fases, mas a mais difícil delas é aquela em que o casal não consegue enxergar a individualidade de cada um como tempero diferente, que se aceito, irá contribuir para o amadurecimento e consequente crescimento da relação.
Casamento significa respeitar, combinar, casar as individualidades diferentes sem violenta-las.
O tempo vai passando e felizmente a cultura de que todo casal tem o cabeça, está sendo deixada de lado, pois todo casal deve ter duas cbeças, cabeças diferentes, para a equânime felicidade dos dois.
O tempo dos holocaustos domésticos está fadado a terminar um dia, as mártires do lar estão diminuindo, está crescendo o número de pessoas conscientes, aquelas que tem a coragem de dialogar, de lutar por sua opinião.
Quando não existe respeito nos relacionamentos, dia virá em que teremos no mundo, mais um infeliz.


Algemas Invisíveis – Adeilson Salles – Editora CEA