Benny tinha setenta
anos quando morreu, subitamente, de câncer, em Wilmette,
Illinois.
Nos últimos dez anos
de vida, havia recebido o amor de alguém muito especial: sua neta,
Rachel – e o amor de avô para neta, assim como o de neta para avô, é
desses sentimentos de que nunca se esquece, e que nunca
perece.
Infelizmente, Rachel
não teve a chance de dizer adeus ao seu avô e, por isso, chorou
durante vários dias.
Seu pranto apenas
cessou quando teve uma ideia, após receber um grande balão vermelho
numa festa de aniversário.
E a ideia era a de
escrever uma carta para o vovô Benny, e enviá-la ao céu em seu
balão.
A mãe de Rachel não
teve coragem de dizer não, e observou, com lágrimas nos olhos, o
frágil balão subir por entre as árvores que cercavam o jardim, e
desaparecer.
Dois meses depois,
Rachel recebeu esta carta, com carimbo do correio de uma cidade a
novecentos quilômetros de distância, na Pensilvânia:
Querida Rachel,
vovô Benny recebeu a sua carta. Ele realmente a
adorou.
Por favor, entenda
que coisas materiais não podem ficar no céu, por isso tiveram que
mandar o balão de volta para a Terra.
Lá eles só guardam
os pensamentos, as lembranças, o amor e coisas desse
tipo.
Rachel, sempre que
você pensar no vovô Benny ele saberá e estará muito perto, com um
amor enorme por você.
Sinceramente, Bob
Anderson (também um vovô).
* * *
A singeleza dessa
passagem nos traz muita emoção.
Faz-nos pensar sobre a
morte, sobre a separação, sobre o amor, de uma forma tão
sublime!
A resposta que Rachel
recebeu de um bondoso e inspirado avô, deve conduzir-nos a uma
reflexão profunda sobre a vida, sobre como continuamos a estar
próximos daqueles que partiram.
Eles só
guardam os pensamentos, as lembranças, o amor e coisas desse
tipo. Isto é, a maior homenagem que podemos fazer a eles estará
no que sentir nosso coração, e no que recitarem as nossas
preces.
Sigamos o exemplo
dessa neta, e enviemos constantemente balões vermelhos ao céu, com
nossas mensagens de amor e saudade a eles.
Os balões serão nossas
orações, que somente ganharão altura suficiente para serem ouvidas,
se guardarem em seu íntimo a simplicidade, a sinceridade e o
coração.
O som das palavras
voltará à Terra, pois, como disse o avô da história, coisas
materiais não podem ficar no céu, mas tenhamos plena certeza que os
sentimentos chegarão ao seu destino, e inundarão de alegria nossos
amores desencarnados.
Rachel, sempre que
você pensar no vovô Benny, ele saberá e estará muito perto, com um
amor enorme por você.
* * *
Ensinemos as nossas
crianças, desde cedo, a compreender a morte.
Mostremos a elas que
esse é um fenômeno natural, e que nos separa apenas fisicamente
daqueles que nos são caros.
Como se esses
estivessem numa viagem ao Exterior, vivos, felizes, trabalhando e
estudando. E apenas tivéssemos que desenvolver outras formas de
comunicação com eles, além de telefonemas, cartas e
e-mails.
Essas outras formas de
nos comunicarmos estão em nossas preces, em nossos sonhos, e nas
inspirações que nos enviam.
É muito importante que
as crianças entendam, desde cedo, que a morte não existe, e que
tornaremos a encontrar todos aqueles que não habitam mais a Terra.
Redação do Momento
Espírita, com base na história O balão de Benny, de Michael
Cody, do livro Histórias para aquecer o
coração, de Mark Victor Hansen, Jack Canfield, Heather
Mcnamara, ed. Sextante.