quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O BEM QUE SE FAZ

 

Quando a ingratidão te bater à porta, não digas: nunca mais ajudarei a ninguém!

Quando a impiedade daqueles a quem beneficiaste chegar ao teu lar, não exclames: para mim, chega!

Não sofras e nem te arrependas de ter ajudado.

Nem reclames: e eu que lhes dei tudo!

Não retribuas mal por mal, pois que assim, vitalizarás o próprio mal.

O bem que se faz a alguém é sempre luz que se acende na intimidade.

Naturalmente, gostarias de receber gratidão, amizade, compreensão. Todos apreciamos experimentar os frutos da gratidão.

Pensa que a árvore jamais pergunta a quem lhe colhe os frutos para onde os carregará ou o que pretende fazer deles.

Ela se felicita por poder dar. Por se multiplicar através da semente que, atirada ao solo, o abençoa com novas dádivas de alegria.

Segue-lhe o exemplo.

Teus frutos bons, que produzam bons frutos além...

Tuas nobres tarefas, que se desdobrem em tarefas superiores mais tarde.

Fica com a alegria de fazer, de doar. Nunca com a idéia de colher reconhecimento ou gratidão.

Porque esperar gratidão pode ser também uma espécie de pagamento.

Sê tu sempre grato, mas não esperes pelo reconhecimento de ninguém.

O bem que faças, viajando sem parar em muitos corações, espalhará luz no longo curso da tua vida.

Amanhã ou depois, nos caminhos sem fim do futuro, mesmo que não o saibas ou que o tenhas esquecido, esse bem te alcançará, mais formoso, mais fecundo.

Assim, prossegue ajudando sempre. Observa como age a natureza:

O rio não cogita de examinar as bênçãos que conduz em suas águas, nem interpela o solo por onde segue.

Deixa-se jorrar, beneficiando a terra, a agricultura, as gentes.

O perfume, bailando no ar, nada pede para se espalhar até onde possa.

O grão não espera nada, além de ser triturado, para se converter em alimento.

O sol não escolhe lugar para visitar com luz, calor e vida.

A chuva não tem preferência por onde espalhar vitalidade.

Todos cooperam em nome da divindade, sem exigências e sem reclamações.

São úteis e passam. Nada esperam, nada impõem.

Age desta forma, tu também, e transforma-te num cálice de bênçãos, servindo sempre.


* * *

Se a tristeza te visitar a alma, ante a ingratidão de tantos a quem doaste o que possuías de melhor, recorda o mestre de todos nós (Jesus).

Ele disse que estava no meio de nós, como aquele que serve.

E, tendo derramado o seu amor, plenificando de vida a todos os que dele se aproximaram, recebeu na hora extrema a ingratidão do abandono.

Mesmo assim, até hoje ele prossegue, convidando: Vinde a mim.

Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao pai senão por mim.


Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Benefício e gratidão, do livro Dimensões da verdade, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Esse incrível amor...

 

Dizem que é este arroubo que faz o coração disparar, o sangue fluir ao rosto, as pernas tremerem ante a visão do ser amado.

Afirmam que amar é abraçar forte e, abraçados, assistirem o sol se aconchegar no poente, para adormecer até ser despertado pela manhã.

Falam que o amor é este sentimento que emula o ser a escrever poemas, a declamar sonetos e compor serenatas...

Sim, tudo isto são expressões do amor. Do amor de um ser para o outro.

Mãos que se entrelaçam, corpos que se aproximam, que se movimentam ao som da música que os embala. Abraços, beijos.

Mas o amor verdadeiro é quando tudo isso persiste após anos de convivência.

Amar é sentir prazer de estar com o outro, ouvi-lo, acalentá-lo.

Nos dias tristes, o amor é a nota melódica que cantarola esperança em ouvidos atentos.

É fazer uma declaração de amor, cantando versos, depois que as rugas fizeram arabescos na face e os cabelos se tingiram de neve e prata, ao toque dos delicados dedos do tempo.

Amar é, depois de filhos crescidos, netos à vista, dançar à luz do luar, no jardim da casa, na varanda do apartamento, observados por um céu de estrelas.

Amar é surpreender o outro com uma flor, um mimo em data qualquer.

É sair para tomar um suco, um só, no mesmo copo, com dois canudinhos. Só para poder encostar o nariz um no outro e os olhos sorrirem.

É repartir a pizza, para dividir as calorias. É tantas coisas pequenas, grandes, imensas...

É dizer: Deixe que eu faço.Você está tão cansada.

É buscar as crianças, banhá-las, dar-lhes o lanche e quando ele chegar, estar pronta para convidar: Vamos jantar só nós dois, em algum lugar?

É descobrir o que pode fazer o outro mais feliz. É preocupar-se com ele.

É comentar o novo penteado, elogiar a roupa nova.

É segurar a mão, no hospital, enquanto o ser amado convalesce.

É falar de esperança, acenando melhores dias, quando as sombras do desalento comparecem no céu familiar.

Amar é ter tempo para assistir juntos um filme, comentar depois e... assistir outra vez, para reviver as emoções positivas da primeira vez.

É lembrar do dia do aniversário, é surpreender.

Enfim, o amor verdadeiro é aquele que solidifica nos anos, amadurece no tempo e se perpetua pela vida afora.

Pense nisso e se pergunte se você ama de verdade.

Pense quando foi a última vez que fez uma declaração de amor, fez um elogio, deu um presente.

Quando foi a última vez que saiu para jantar, para dançar, para passear.

Quando foi a última vez que saíram de mãos dadas, que assistiram a um show de cabeças coladas uma à outra...

Pense.

E se descobrir que faz muito tempo, surpreenda seu amor ainda hoje.

Convide. Invente, mostre que em seu coração o sentimento sublime ainda vige, forte, rijo, maravilhosamente presente.

Mas, faça isso, hoje.

Não estanque o gesto, nem perca a chance.

O amanhã poderá ser o momento que não chegue.


 

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita v. 12, ed. Fep.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O VERDADEIRO LAR

 

O mundo daquela mãe havia desabado, com o divórcio. Herdou muitas contas atrasadas, incluindo as prestações da casa e o plano de saúde.

Seu emprego de meio expediente gerava uma renda muito pequena e poucos benefícios.

Sem nenhum apoio financeiro, ela perdeu a casa.

Para não ficarem ao relento, com muito sacrifício conseguiu alugar um trailer que ficava estacionado num acampamento local, para ela e seu filho de cinco anos.

Aquilo era só um pouco melhor do que morar em seu pequeno carro, mas ela desejava, de coração, poder proporcionar algo mais para sua criança.

Certa noite, depois de brincar um pouco com um jogo de tabuleiro e ler algumas estórias, a mãe mandou seu filho ir brincar do lado de fora até a hora de ir dormir.

Enquanto o garoto se distraía, ela sofria sobre o talão de cheques.

De repente, ouviu vozes e deu uma olhada pela janela. Lá estava o gerente do acampamento falando com seu filho:

Hei, garoto, você não gostaria de ter um lar de verdade?

A mãe ficou tensa, prendeu a respiração e chegou mais perto da janela para ouvir a resposta.

Uma emoção muito forte tomou conta daquele coração de mãe, tão sofrido e tão dedicado, quando ouviu a resposta de seu filho:

Mas nós já temos um lar de verdade. Só não temos, por enquanto, uma casa para colocá-lo.

Em sua inocência infantil, aquele garotinho de apenas cinco anos de idade, já sabia o que é um verdadeiro lar.

Há tantas construções luxuosas, tantos castelos imensos, que servem apenas para proteger seus habitantes das intempéries, mas não se prestam a oferecer o calor do afeto de um lar aconchegante.

O espaço físico pode ser amplo, mas se não houver os laços do amor, não será um lar de verdade.

Uma casa é fácil de construir, mas também é fácil de desmoronar, basta uma forte tempestade, um terremoto, um maremoto, ou outro fenômeno equivalente.

Mas a construção de um lar requer um investimento diferente. É preciso muita atenção, renúncia, entendimento, perdão, ternura, afeto, companheirismo e confiança.

Um lar assim jamais será destruído, porque seus alicerces são invisíveis e resistentes até mesmo às mais ameaçadoras catástrofes.

Dentro desses lares, dificilmente o vício terá acesso. Mas se por acaso penetrar sorrateiramente, logo será vencido pelo diálogo sóbrio que faz parte dessa construção.

As lutas podem ser difíceis, mas a união baseada no amor vencerá sempre porque suas estruturas são inabaláveis. 

Quantas famílias vivem sob o mesmo teto e não se conhecem... 

Quantos familiares se isolam nos vastos cômodos, carregando sozinhos seus dramas sem compartilhar com ninguém, pois são estranhos vivendo na mesma casa. 

Mas se há um lar verdadeiro, podem faltar recursos financeiros e até o necessário, mas os laços do afeto estarão sempre bem apertados, dando sustentação e esperança para aqueles que nele vivem.

                                 * * * 

O lar é um templo onde podemos cultivar e manter as mais puras afeições e os mais sagrados laços de amor.

Por isso, façamos do nosso lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz. 


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria desconhecida.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

MENSAGEM DE J. K.

Vejo, nos céus do futuro, o povo sentado às margens dos rios, nos dias de descanso, pescando em águas limpas, à sombra de árvores que se conservaram grandiosas através dos séculos.

Vejo os empresários, distribuindo o lucro do trabalho e investindo nos processos educativos modernos, preparando nossa gente espiritual, moral e culturalmente para a missão de liderar o planeta pelos caminhos da paz.

Vejo imensos laboratórios de pesquisa, com cientistas nossos procurando a perfeição na grandeza da vida.

Vejo a comunicação por meio do som e da imagem, difundindo o belo para estudantes cheios de amor pela pátria, crescendo moral, espiritual e intelectualmente no intercâmbio de idéias de respeito ao país que Deus nos deu.

Vejo a população toda lendo livros retirados de imensas bibliotecas mantidas pelos governos, espalhadas por todo o país.

Vejo os pátios das escolas de portões abertos, porque as crianças e os jovens aprenderam a respeitar a propriedade coletiva e pública.

Vejo as casas de leis, os congressos estaduais e federal cheios de homens idealistas que lutam para conservar a educação, com seu amor, para enriquecer o povo com a verdadeira riqueza – a cultura.

Vejo o Congresso Nacional como se fossem academias de paz e de dignidade, com missionários dedicados ao progresso da pátria e de seu povo.

Vejo as prisões apenas com alguns doentes da alma, distribuídos nos pátios floridos cheios de sombras das arvores, sendo tratados com carinho por missionários que se consideram pais e protetores dos criminosos, já que estes são apenas homens que estão na retaguarda do desenvolvimento espiritual e moral.

Vejo as florestas brasileiras conservadas, com caminhos e trilhas limpas, animais aparecendo entre a folhagem, correndo em disparada se medo da agressão, e os pássaros atodoando entre as flores, entre as folhas, entre as nuvens do céu.

Vejo as espécies que estava em extinção se multiplicando neste abençoado país.

Vejo os rios de água cristalina, imensos, atravessando a Amazônia, conservadas as cachoeiras, por métodos que não exijam a destruição das matas e agressão ao meio ambiente.

Vejo o meu povo educado e preservacionista, aprendendo com a sabedoria dos silvícolas, que freqüentam escolas próximas aos povoados, vacinados com eficiência, evitando as doenças que dizimaram suas populações no passado.

Vejo os céus do Brasil pontilhados de aviões cheios de alimentos, progresso, cultura e beleza.

Vejo centenas de aeroportos espalhados no país, muitos deles, nas nossas fronteiras.

Vejo as estações policiais dirigidas por homens cultos e fisicamente bem preparados, auxiliando crianças e velhos.

Vejo o Nordeste todo irrigado por poços feitos pelos próprios nordestinos, retirando a bendita água do maior depósito subterrâneo do planeta. O São Francisco fluindo sem ser molestado na sua grandeza, as suas águas democraticamente controladas sem a intervenção das garras do poder econômico e antidemocrático.

Vejo o Brasil exemplificando o amor para toda a Terra.

Vejo o sorriso de felicidade brotando dos corações dos velhos, jovens e crianças brasileiros.

Vejo a igualdade social se difundindo.

Vejo os brasileiros, afro-descendentes, nobres filhos, netos e bisnetos de antigos escravos injustiçados, abarrotando as grandes universidades brasileiras, colocando sua sensibilidade e inteligência nas artes, nas ciências, nos laboratórios, nos esportes e na música.

Vejo a aeronave em chamas em plena São Paulo (acidente aéreo em julho de 2007), terra do meu coração que me deu os méis para construir Brasília, eu chorei. Corando, orei pelo Brasil e por aqueles dirigentes que desviam nossa pátria do caminho da dignidade.

Que Deus tenha misericórdia deles e aplique-lhes, com todo rigor, sua justiça! Pois a Pátria é instituição sagrada que merece muito mais do que respeito – exige a veneração de seus filhos.

Termino minha respeitosa saudação às vítimas e aos familiares, neste acontecimento que nos faz chorar os corações.

Quero abraçá-los com todo respeito, carinho e profundo afeto patriótico, sem nunca esquecermos que estamos – todos os brasileiros – ligados pelos laços de amor a este país magnífico que haveremos de construir esplêndido para brilhar na sua grandeza, iluminando os caminhos da civilização humana.

Juscelino Kubitschek

Mensagem extraída do livro “O vôo da esperança” – Editora Lachãtre – pág. 185 a 187.

ELEGÂNCIA

 

A vida moderna caracteriza-se pela informalidade, pela pressa e pelas mudanças constantes.Hábitos até pouco tempo bastante difundidos, hoje são raros.

A carta escrita a mão foi substituída por mensagem via e-mail.

Poucos homens permanecem puxando a cadeira para suas companheiras ou abrindo a porta do carro para elas.

Malgrado todo o interesse por almas gêmeas e temas da espécie, o romantismo parece quase extinto.

Há muita afoiteza em começar, consumar e terminar os relacionamentos.

Prestar atenção no companheiro, identificar seus sonhos e os tesouros de seu mundo íntimo, tudo isso se afigura terrivelmente fora de moda.

Tal descuido com a essência do ser humano está presente em quase todas as espécies de relações.

Tem-se pressa para tudo.

Essa urgência desmedida faz com que regras básicas de educação sejam constantemente ignoradas.

Os cumprimentos, quando existem, são lacônicos e despidos de calor.

Uma palavra mal posta é de pronto devolvida.

Não se pára para pensar se o interlocutor enfrenta algum problema e por isso se manifesta com rudeza.

Afinal, tem-se pressa, embora raramente se tenha um objetivo nobre a embasar os atos que ela inspira.

Nesse contexto, desentendimentos surgem à toa e rápido degeneram em antipatias e inimizades.

É mais fácil julgar, responder e reagir de plano.

Refletir, compreender, preservar e aprofundar vínculos demanda tempo.

É difícil ignorar as pressões do mundo moderno.

Globalismo, competitividade, empregabilidade, há inúmeros conceitos que inspiram a pressa.

Às vezes até a explicam, mas não a justificam, no trato com o semelhante.

Afinal, a afoiteza não pode justificar converter-se o homem em um bruto insensível.

Para permanecer civilizado, é preciso preservar um pouco da tradicional e boa elegância.

Ao contrário do que talvez sugira, o termo elegância não implica forçosamente a adoção de vestuários requintados e gestos afetados.

Segundo o dicionário, um dos significados de elegância é distinção de maneiras.

Ser elegante é ser distinto, atencioso e polido.

É prestar atenção nas necessidades dos que o rodeiam e tratá-los como pessoas importantes.

Elegância implica abster-se de expressões rudes e não se envolver em discussões ácidas e ferinas.

Elegante é não falar dos ausentes, é não ser uma presença desagradável aos demais.

Para quem responde tudo ao pé da letra e não costuma “levar desaforo para casa”, ser elegante constitui um grande desafio.

Contudo, quem fala e age sem pensar, cedo ou tarde se arrepende e percebe que fez bobagem.

Atos impulsivos e grosseiros destroem oportunidades pessoais e profissionais.

Ninguém gosta de estar perto de um grosseirão.

Mas você jamais se arrependerá de ser elegante.

Talvez no princípio estranhe não responder quando provocado.

Ser gentil e obsequioso em face de ofensas e grosserias demanda uma boa dose de disciplina.

Mas você colherá os melhores frutos desse novo naipe de comportamento.

Quem o maltratar fatalmente ficará constrangido, ao perceber o esmero de sua educação.

E gradualmente um novo padrão de conduta se estabelecerá em torno de você.

Pense nisso.

ELEGÂNCIA

 

A vida moderna caracteriza-se pela informalidade, pela pressa e pelas mudanças constantes.

Hábitos até pouco tempo bastante difundidos, hoje são raros.

A carta escrita a mão foi substituída por mensagem via e-mail.

Poucos homens permanecem puxando a cadeira para suas companheiras ou abrindo a porta do carro para elas.

Malgrado todo o interesse por almas gêmeas e temas da espécie, o romantismo parece quase extinto.

Há muita afoiteza em começar, consumar e terminar os relacionamentos.

Prestar atenção no companheiro, identificar seus sonhos e os tesouros de seu mundo íntimo, tudo isso se afigura terrivelmente fora de moda.

Tal descuido com a essência do ser humano está presente em quase todas as espécies de relações.

Tem-se pressa para tudo.

Essa urgência desmedida faz com que regras básicas de educação sejam constantemente ignoradas.

Os cumprimentos, quando existem, são lacônicos e despidos de calor.

Uma palavra mal posta é de pronto devolvida.

Não se pára para pensar se o interlocutor enfrenta algum problema e por isso se manifesta com rudeza.

Afinal, tem-se pressa, embora raramente se tenha um objetivo nobre a embasar os atos que ela inspira.

Nesse contexto, desentendimentos surgem à toa e rápido degeneram em antipatias e inimizades.

É mais fácil julgar, responder e reagir de plano.

Refletir, compreender, preservar e aprofundar vínculos demanda tempo.

É difícil ignorar as pressões do mundo moderno.

Globalismo, competitividade, empregabilidade, há inúmeros conceitos que inspiram a pressa.

Às vezes até a explicam, mas não a justificam, no trato com o semelhante.

Afinal, a afoiteza não pode justificar converter-se o homem em um bruto insensível.

Para permanecer civilizado, é preciso preservar um pouco da tradicional e boa elegância.

Ao contrário do que talvez sugira, o termo elegância não implica forçosamente a adoção de vestuários requintados e gestos afetados.

Segundo o dicionário, um dos significados de elegância é distinção de maneiras.

Ser elegante é ser distinto, atencioso e polido.

É prestar atenção nas necessidades dos que o rodeiam e tratá-los como pessoas importantes.

Elegância implica abster-se de expressões rudes e não se envolver em discussões ácidas e ferinas.

Elegante é não falar dos ausentes, é não ser uma presença desagradável aos demais.

Para quem responde tudo ao pé da letra e não costuma “levar desaforo para casa”, ser elegante constitui um grande desafio.

Contudo, quem fala e age sem pensar, cedo ou tarde se arrepende e percebe que fez bobagem.

Atos impulsivos e grosseiros destroem oportunidades pessoais e profissionais.

Ninguém gosta de estar perto de um grosseirão.

Mas você jamais se arrependerá de ser elegante.

Talvez no princípio estranhe não responder quando provocado.

Ser gentil e obsequioso em face de ofensas e grosserias demanda uma boa dose de disciplina.

Mas você colherá os melhores frutos desse novo naipe de comportamento.

Quem o maltratar fatalmente ficará constrangido, ao perceber o esmero de sua educação.

E gradualmente um novo padrão de conduta se estabelecerá em torno de você.

Pense nisso.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

TERAPIA DA SOLIDARIEDADE

 

A senhora, culta e nobre de sentimentos, dispondo de algum tempo livre, resolveu aplicá-lo de forma útil.

Como o índice de suicídios na cidade onde residia era elevado, dedicou-se ao edificante trabalho de atendimento do S.O.S-Vida, serviço telefônico para os candidatos ao autocídio.

Submeteu-se ao treinamento e, três vezes por semana, dedicava duas horas de seu dia, à relevante tarefa.

Em uma ocasião, foi surpreendida por uma voz feminina amargurada e nervosa, que dizia: “pretendo matar-me ainda hoje. Antes de fazê-lo, quis comunicar minha decisão a alguém. Por isso, estou telefonando.”

Fiel ao compromisso de não interferir no drama do cliente, manteve-se serena, indagando: “acredita que eu possa lhe ser útil?”

Com azedume, a paciente reagiu: “ninguém pode ajudar-me, nem o desejo. Odeio o mundo e as pessoas. Sou uma infeliz e pretendo encerrar esta existência vazia.”

Como a senhora permanecesse em respeitoso silêncio a sofredora continuou sua narrativa.

“Sou rica. Resido em uma bela mansão, no melhor bairro da cidade. Tenho dois filhos: um homem e uma mulher, ambos casados e pais, que já me deram quatro netos. Sou membro da alta sociedade, freqüento ambientes luxuosos e requintados. Tenho tudo o que o dinheiro pode comprar. Mas sabe o que mais me irrita? Pois eu lhe digo: em minha casa disponho de duas linhas telefônicas. Sempre que a campainha soa e vou atender, trata-se de ligação errada. Ou seja, ninguém se preocupa comigo. Terminados os encontros formais, sociais, ninguém é meu amigo!”

“Então” – interferiu a senhora com habilidade – “permita-me telefonar-lhe uma vez ou outra.”

“Com qual interesse?” – perguntou a outra incrédula.

“Eu necessito de uma amiga.” – respondeu serenamente.

Fez-se silêncio por um instante.

“Mas você não me conhece.” – redargüiu, mais calma, a sofredora.

“Isso não é importante. Vou conhecê-la depois. Forneça-me o número de seu telefone, por favor.” – insistiu a senhora.

“Não tenho o hábito de dá-lo a estranhos.” – respondeu um tanto contrariada.

“E como deseja, então, que a procurem?”

Depois de um instante de hesitação, ela cedeu e informou seu nome e número telefônico.

Dois dias depois, a atendente telefonou para a desconhecida.

Conversaram sobre assuntos gerais.

A experiência repetiu-se muitas vezes.

Após alguns meses, resolveram conhecer-se pessoalmente em um café, e se tornaram amigas.

Hoje, ambas trabalham no S.O.S-VIDA e o telefone, quando toca, é alguém pedindo socorro, no que sempre é oferecido com carinho.

Aprendeu a amar.

Tornou-se útil e solidária.

Curou-se da solidão que a consumia e torturava.

                          * * *

Recebe amor aquele que o doa.

Muitas vezes não o recebe da pessoa a quem o oferta. Isso, porém, não é importante, desde que ame.

A solidão é doença que decorre do egoísmo.

Quando alguém se dispõe a sair da concha do “eu”, enriquece-se de amor e de solidariedade.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro “Sob a Proteção de Deus”, de Divaldo Pereira Franco, texto ditado pelo Espírito Ignotus, cap. “Terapia da Solidariedade”, pp. 23/25, ed. Leal, 1994.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A COMPAIXÃO INDISPENSÁVEL

 

A busca pelo bem-estar é inerente à natureza humana.

O desejo do homem de livrar-se do sofrimento propiciou notáveis descobertas em todos os setores do conhecimento.

Analgésicos e anestésicos podem ser citados como conquistas humanas na procura de bem-estar.

Ar condicionado, colchões ortopédicos e mesmo a singela água encanada também compõem o espectro de invenções destinadas a tornar a vida confortável.

Na busca de conforto e tranqüilidade, um dia o homem voltará sua atenção para os problemas morais que a sociedade enfrenta.

Então compreenderá que o egoísmo é a causa de todas as desgraças sociais.

Ele é que permite a um homem investir sobre o patrimônio, a honra e a vida de outro, qual uma fera selvagem.

O egoísmo é a matriz de todos os vícios.

Quando ele for combatido, todos os seus desdobramentos, como vaidade, ganância, maledicência e corrupção, perderão a força.

A disseminação das idéias espíritas é um poderoso elemento de combate ao egoísmo.

O Espiritismo deixa claro que todo vício gera dor e que a Lei de Causa e Efeito rege a vida.

Todo mal feito ao semelhante é uma semeadura de dor no próprio caminho.

Quem quer ser feliz deve tratar o próximo com todo o respeito e generosidade com que desejaria ser tratado.

A vinculação da própria felicidade à felicidade que se proporciona torna evidente o quanto é tolo ser egoísta.

Ao buscar seu interesse, em detrimento ao do próximo, o egoísta apenas se candidata a vivenciar grandes dores.

Ao se conscientizar da inexorabilidade da Lei de Causa e Efeito, a Humanidade reverá seus valores e prioridades.

Entretanto, é preciso reconhecer que uma idéia nem sempre é fácil de ser posta em prática.

Provavelmente você já se conscientizou de que a Justiça Divina é infalível.

Mas ainda titubeia em sua caminhada e por vezes comete leviandades em prejuízo do próximo.

Uma boa tática de renovação moral é parar de apenas pensar e começar a sentir.

Raciocinar é necessário, mas amar é imprescindível.

O melhor caminho para o genuíno amor fraterno é a compaixão.

Compaixão é a tristeza que se sente com a infelicidade alheia.

Mas também é o desejo de livrar o próximo do sofrimento.

Para desenvolver esse nobre sentimento, deixe de fugir ao espetáculo das misérias humanas.

Permita-se conviver com os doentes e os viciados do corpo e da alma, conforme fez o Cristo.

Faça-se companheiro e amigo de idosos e enfermos.

Visite asilos, orfanatos, hospitais e presídios.

A título de preservar sua paz, não cultive a indiferença.

Deixe que seu coração se enterneça com a dor alheia.

A compaixão impede que um homem siga satisfeito em meio à tragédia que devasta a vida do outro.

Ela possui um certo encanto melancólico, pois nasce ao lado da dor e da desolação.

Contudo, constitui a mais eficiente forma de cura das ilusões e paixões humanas.

A compaixão desperta as fibras mais íntimas da alma e a prepara para as experiências sublimes do devotamento e da caridade.

Não receie sofrer ao se tornar compassivo.

Ao avançar nesse caminho, você logo se tomará do ideal de aliviar a dor do semelhante e começará a agir.

Então, a tristeza inicial se converterá no júbilo de quem amorosamente socorre e ampara os desprotegidos do Mundo.

A alegria de ser útil e bondoso iluminará sua vida e o acompanhará pela eternidade.

Pense nisso.

Redação do Momento

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O feixe de lenha

 

Conta-se que um próspero fazendeiro, dono de muitas propriedades, estava gravemente enfermo.

Mas, muito mais que sua doença, o que mais o incomodava era o clima de desarmonia que reinava entre seus quatro filhos.

Pensando em dar uma lição importante, ele chamou os quatro para fazer uma revelação importante:

Como vocês sabem, eu estou velho, cansado e creio que não me resta muito tempo de vida.

Por isso, chamei-os aqui para avisá-los que vou deixar todos os meus bens para apenas um de vocês.

Os filhos, surpresos, se entreolharam e ouviram o restante que o pai tinha a lhes dizer:

Vocês estão vendo aquele feixe de gravetos ali, encostado naquela porta? Pois bem, aquele que conseguir partir ao meio, apenas com as mãos, este será o meu herdeiro.

De início acharam um tanto absurda a proposta, mas pensando no prêmio logo começaram a tentar quebrar o feixe.

Tentaram, tentaram, e por mais esforços que fizessem, nenhum foi bem sucedido no tentame.

Indignados com o pai, que lhes propusera algo impossível, começaram a reclamar.

Este então se colocou em pé, e disse que ele mesmo iria quebrá-lo. Os filhos o fitaram, incrédulos.

O velho homem começou a retirar, um a um, os gravetos do feixe, e foi quebrando-os separadamente, até não mais restar um único graveto inteiro.

Voltou o olhar para os filhos e concluiu:

Eu não tenho o menor interesse em deixar os meus bens para só um de vocês. Eu quero, na verdade, que vocês, juntos, sejam os sucessores do meu trabalho.

Sucessores que trabalhem com garra, dedicação, e acima de tudo, repletos de amor, uns pelos outros.

E disse ainda:

Enquanto vocês estiverem unidos, nada poderá pôr em risco tudo que construí para vocês.

Nada, nem ninguém, os quebrará. Mas, separadamente, vocês serão tão frágeis quanto cada um destes gravetos.

                                   *   *   *

Dois pedaços de madeira podem sustentar mais peso do que a soma que cada um pode aguentar separadamente.

Da mesma forma, ajudando-nos uns aos outros, mantendo-nos unidos por bons sentimentos, suportaremos muito melhor os impactos que a vida nos apresentará.

A tão presente expressão: Cada um por si, e Deus por todos, precisa desaparecer de nossos valores, de nossa filosofia de vida.

O mundo individualista não tem futuro. O egoísmo cederá lugar à caridade, ao importar-se um com o outro, à vida em grupo.

As famílias estarão muito mais fortes, preparadas para enfrentar desafios, quando unidas.

As organizações terão mais êxito e sucesso, quando cultivarem o espírito de equipe em seu ambiente diário.

As comunidades farão mais conquistas, crescerão mais rápido, quando perceberem que as pessoas juntas têm mais voz, têm mais poder de atuação.

As nações, por sua vez, entenderão que estamos todos juntos, neste globo, por uma causa muito especial: juntos evoluirmos, juntos alcançarmos os novos patamares celestes de felicidade.

                              *   *   *

Um pensamento antigo diz que A união do rebanho obriga o leão a ir dormir com fome...

Tão frágil parece o rebanho, se observarmos as características individuais de cada um de seus membros. Mas tão forte se faz, quando unido, a ponto de escapar dos maiores predadores.

A força unida é mais forte.

 

Redação do Momento Espírita com base em conto apresentado no livro S.O.S. - dinâmica de grupo, de Albigenor e Rose Militão, ed. Qualitymark.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

EDUCAÇÃO E VIVÊNCIAS

 

Há pessoas que defendem a idéia de nivelar as condições de higiene de todos os seres em todos os quadrantes da Terra.

Todavia, vale considerar que, nem todos estão em condições de limpar e conservar limpa a sua casa, seja ela física ou a mental.

O que queremos dizer é que nenhuma modificação de vulto poderemos esperar nos cenários da vida física, antes que surjam profundas alterações no mundo moral dos homens, e isso é uma questão de educação.

Se colocarmos alguém deseducado para viver num palácio, logo este será convertido num pardieiro.

Levemos alguém sem educação para conviver num jardim e este será, em breve tempo, transformado num campo arruinado.

Entreguemos a alguém deseducado a guarda de crianças inexperientes e é possível que, dentro em pouco, deparemos com delinqüentes diversos, pelos exemplos degradantes com os quais convivem.

Coloquemos detritos nas mãos de uma pessoa deseducada e veremos como serão espalhados,  provocando enfermidades e outras moléstias.

Por outro lado, se algum indivíduo assinalado por feliz educação for constrangido a habitar um casebre, com certeza o transformará em ambiente limpo e agradável, ainda que pobre.

Perceberemos, desde logo, que naquela choupana humilde habita alguém higiênico. Veremos as latas velhas convertidas em vasos de flores, a roupa limpa estendida no varal singelo, a claridade do sol a inundar os cômodos pequenos e bem arejados.

A pessoa educada que possua um pequeno terreno árido e sem vida, em pouco tempo o converterá em pomar excelente.

E se colocarmos dejetos em mãos bem educadas, estes logo serão transformados em adubo útil a fomentar colheitas abundantes.

Por fim concluiremos que se o indivíduo é educado, haverá harmonia ao seu redor e a recíproca é verdadeira.

De nada vale buscarmos higienizar nosso planeta sem antes higienizar as mentes dos seus habitantes com a verdadeira educação, que é o conjunto dos hábitos adquiridos.

Desse modo, não nos esqueçamos jamais de que a melhoria da casa guarda relação direta com a melhoria moral do seu habitante.

Pense nisso!

Para que conheçamos a intimidade das criaturas, basta que observemos seus reflexos exteriores.

Se a pessoa está em paz, espalha uma aura de paz ao se redor.

Se está com a mente atribulada, reflete nos gestos as inquietações da intimidade.

Se ainda não conquistou os verdadeiros valores morais, anda a braços com a indignidade, apesar dos esforços empreendidos para que seja uma pessoa de bem.

 

Assim,

"Cada criatura traz na fronte, mas principalmente nos atos, o cunho da sua grandeza ou da sua inferioridade."

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro "Educação e Vivências", cap. 1.