quarta-feira, 6 de março de 2013

DEUS, ACIMA DE TUDO



A Terra já recebeu em seu seio almas generosas, Espíritos superiores, que trazem valiosas contribuições para o seu progresso.
 
Alguns desses Espíritos vêm com o objetivo de alavancar o progresso e fazer evoluir a Humanidade.
 
Suas vidas deixam marcas luminosas, que desafiam os tempos. Ludwig Van Beethoven foi uma dessas criaturas. Nasceu em Bonn, na Alemanha, no ano de 1770 e morreu em Viena, na Áustria, em 1827.
 
Seu viver foi uma vertente constante da música que sublima e enleva os sentimentos.
 
Foi o autêntico médium da arte refinada de compor. Para ele, a música era uma revelação divina, uma revelação mais sublime que toda a ciência e toda a filosofia.
 
Seu viver foi um calvário pontilhado por muitos sofrimentos físicos, destacando-se a surdez que o isolou do mundo. Ele nos deixou nove sinfonias, doze sonatas, concertos, quartetos e uma única ópera, Fidelio. Tudo de imensa beleza.
 
Seu psiquismo refinado lhe permitia constante permuta com os Espíritos superiores.
 
Diante dos muitos padecimentos que o acometiam, afirmava, sereno e confiante: Deus nunca me abandonou.
 
Perguntado, certa vez, se desejava receber determinado título honorífico, apontou para o Alto e respondeu: Meu reino não é deste mundo. Meu império está no ar.
 
A seguir, concluiu: Não conheço outro título de superioridade, senão o da bondade.
 
Bondade da qual ele deu mostras, mais de uma vez. Em certa oportunidade, um amigo estava em grandes dificuldades. Beethoven o presenteou com uma das suas criações, para que fosse vendida e o dinheiro usado na solução do problema que o afligia.
 
Era nos bosques que ele mantinha contato com as nobres entidades ligadas à música e à harmonia. Ali ele fazia suas orações e refazia suas energias.
 
Quando voltava desses encontros, com a fisionomia alterada, respondia a quem lhe perguntava: O meu anjo bom me visitou.
 
Em um desses momentos, transformou uma de suas orações, em uma peça musical de grande elevação e apurada sensibilidade: Hino à alegria.
 
É, ao mesmo tempo, uma exaltação à fé em Deus. Seus versos podem ser traduzidos da seguinte maneira:
 
Escuta irmão a canção da alegria, o canto alegre do que espera um novo dia.
 
Vem, canta, sonha cantando. Vive sonhando um novo sol
 
Em que os homens voltarão a ser irmãos.
 
Se em teu caminho só existe a tristeza, o pranto amargo da solidão completa,
 
Se é que não encontras alegria nesta Terra,
 
Busca-a, irmão, mais-além das estrelas.
 
Sempre enaltecia a Paternidade Divina, afirmando: Deus, acima de tudo.
 
O lema que norteou seus passos, entre nós, foi: Fazer o bem que possa. Amar, sobretudo, a liberdade. E, mesmo que seja por um trono, jamais renegar a verdade.
 
* * *
 
Beethoven encontrava conforto espiritual em um livro intitulado Imitação de Cristo. A obra é de autoria do filósofo e místico alemão, Thomas Von Kempis, que viveu entre os séculos XIV e XV.
 
Segundo o escritor francês Romain Rolland, durante toda a sua existência, Beethoven teve tal obra como seu livro de cabeceira. Isso fala da sua religiosidade e da fé em Deus. 
 
Redação do Momento Espírita com base em texto de Giovani Scognamillo, intitulado Beethoven: Deus, acima de tudo, publicado no jornal Tribuna Espírita de jan/fev. 2005 e versos do Hino à alegria, gentilmente traduzidos por Enrique Baldovino.