quarta-feira, 23 de março de 2011

ESPERANÇA DE CRIANÇA

 

Olá!

Você passa por mim muitas vezes, e quase nunca me vê.

Mas eu entendo e continuo sorrindo, em busca de alguém que me note...

Poucos me notam. Poucos mesmo!

Talvez seja porque quase sempre eu estou bem abaixo da linha dos olhares.

Ah! Mas como é bom quando meu olhar encontra outro olhar!

É tão bom quando sinto que alguém me notou. Isso é fantástico!...

Talvez você pense que eu não tenho nada a dizer, pois ainda não sei articular as palavras, mas eu falo com você, mesmo que você não me ouça...

Eu falo com o olhar, embora poucos atentem para os meus olhos brilhantes, e muitos não os entendam...

Também falo com o sorriso, que é minha marca registrada.

É claro que eu noto as nuvens carregadas que às vezes turvam o seu olhar e lhe impedem de sorrir...

Noto que você tem medos escondidos, e muitas preocupações.

Mas eu vejo o mundo pelos olhos da esperança... Pois eu sou a esperança e estou aqui justamente para lhe dizer que essas nuvens vão passar... Elas sempre passam. É só uma questão de tempo.

Ah, o tempo! Eu tenho muito tempo para observar o mundo deste ponto de vista em que me encontro, um pouco acima do chão...

Talvez quando meu olhar estiver à altura do seu, eu tenha outra visão do mundo, mas isso depende mais de você do que de mim...

Sim, depende muito mais de você!

E sabe por quê? Porque eu sou apenas um bebê.

Sou um bebê e hoje observo o mundo daqui de baixo, sentado no meu carrinho, que alguém empurra para mim.

Quando não estou no carrinho, estou no colo de meus pais, amigos ou familiares, e é então que tenho uma visão mais abrangente das coisas que me rodeiam.

Às vezes também sou carregado como um saco de batatas, pelos irmãos ou primos um pouco mais velhos que eu...

Ufa! Isso nem sempre é confortável...

Enfim, tudo faz parte dessa minha trajetória de bebê.

Bem, mas o que eu queria dizer, mesmo sem falar, é que preciso muito que você preste atenção nos meus apelos silenciosos...

Eu não desejo muito, apenas gostaria de poder viver num mundo justo, seguro, onde as pessoas se importassem umas com as outras...

Onde não houvesse violência, pois tenho medo de nunca chegar a ser grande e poder olhar o mundo daí de cima.

Queria que nunca me faltasse um lar, nem comida, nem escola, e nem remédio se eu ficar doente. E isso também quero para todos os outros bebês, meus contemporâneos.

Será que isso é possível?

Será que posso esperar que você ouça os meus apelos, e construa um mundo melhor, sem corrupção, sem desamor, sem essa indiferença que assusta?

E não assusta só os bebês, não. Tem muita gente grande assustada por aí. Eu noto isso nos olhares.

Você sabe que eu sou a esperança do amanhã?

Por isso eu vejo o mundo com esse olhar despreocupado, cabeça apoiada num ombro seguro, observando o mundo que fica para trás...

Sim, eu quero que todas as coisas ruins fiquem para trás. E que a roda do tempo gire devagar... Eu não tenho pressa.

Desejo que enquanto eu estiver crescendo você esteja construindo um mundo novo e bom para mim...

Enquanto isso, eu sigo em frente, com a cabeça apoiada no travesseiro macio do meu carrinho, ou no ombro seguro de um adulto...

Às vezes você vai notar meu rostinho miúdo, com ares de sono, e perceberá que essa é a tranqüilidade de um bebê que confia no amanhã...

Outras vezes notará que estou atento a tudo, principalmente quando passeio nos shoppings ou nas ruas movimentadas.

* * *

E agora que você já sabe que eu sou a esperança, quando me encontrar por aí preste atenção em mim...

E se notar que meu olhar está sem brilho, sorria.

Sorria para mim, e eu entenderei que você está dizendo sim. Sim para todos os meus apelos...

Porque eu, bebê, sou a esperança que começa a florir, desde agora, no seu caminho...

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

O AMOR EM AÇÃO

 

Você já pensou a respeito do amor ao próximo, recomendado por todas as grandes religiões do mundo?

Certamente quando pensamos no amor-sentimento, como uma forte afeição, confiança plena, deduzimos que é difícil amar os próprios amigos, e quase impossível amar os inimigos.

No entanto, vale a pena refletir sobre os vários significados da palavra amor.

Paulo de Tarso, quando escreveu aos Coríntios, no cap.  13, falou da caridade como sendo o amor em ação.

Disse o Apóstolo: “a caridade é paciente, é benéfica; não é invejosa nem temerária; não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não é injusta, apóia a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera.”

Interessante refletir sobre o amor por esse ângulo.

No dicionário encontramos mais uma definição de amor: “sentimento de caridade, de compaixão de uma criatura por outra, inspirada pelo sentido de sua relação comum com Deus.” Assim fica mais fácil compreender o amor e praticar o amor para com os semelhantes.

Pois se é verdade que nem sempre você consegue controlar o que sente por outra pessoa, pode perfeitamente escolher o seu comportamento com relação a ela.

Se uma pessoa age mal, se é agressiva, desonesta, você pode escolher agir com respeito, paciência, honestidade, mesmo que ela aja de maneira inversa.

Assim se expressa o amor-ação, o amor-atitude, o amor-comportamento.

Podemos deduzir, pelas palavras de Paulo de Tarso, que foi a esse amor que ele se referiu, em sua carta aos Coríntios.

E faz mais sentido se entendermos que foi esse amor-atitude que Jesus recomendou que praticássemos para com nossos inimigos.

Não podemos sentir ternura sincera por alguém que nos agride ou que fere um afeto nosso, mas podemos ter atitudes de tolerância, perdão, compaixão.

Como todos ainda somos imperfeitos e sujeitos a cometer equívocos, devemos ter, uns para com os outros, atitude de benevolência, que é uma faceta do amor-ação.

Assim sendo, sempre que se deparar com situações que lhe exijam fazer escolhas, você poderá escolher ter uma atitude amorosa, sem que para isso precise sentir amor pelo próximo.

Ter atitudes de paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, é escolha de quem deseja cultivar a paz.

Além disso, agir com serenidade diante das situações adversas, é uma escolha sábia, faz bem para a saúde física e mental e não tem contra-indicação.

Mas se reagimos com agressividade, ódio, descontrole, estaremos minando nossa saúde de maneira desastrosa.

Não é por outra razão que após uma crise dessas surgem as dores de cabeça, de estômago, de fígado, dores lombares, e outras mais.

Vale a pena refletir sobre tudo isso e procurar agir como quem sabe o que está fazendo, e não como quem aceita toda provocação e reage conforme as circunstâncias, infelicitando-se ainda mais.

Pense nisso!

A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.*

Agir com calma é atitude de quem tem controle sobre a própria vontade.

Lembre-se: agir com calma é agir com caridade.

E há a caridade em pensamentos, em palavras e em ações.

Ser caridoso em pensamentos é ser indulgente para com as faltas do próximo.

Ser caridoso em palavras, é não dizer nada que possa prejudicar seu próximo.

Ser caridoso em ações é assistir seu próximo na medida de suas forças.

Pense nisso, e coloque seu Amor em Ação.

 

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.  XIX, item 3