sábado, 30 de junho de 2012

Eu, melhor

Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?

Esta foi a pergunta feita pela redação de uma revista de circulação nacional, aos seus leitores.

A questão gerou uma matéria muito inspirada, intitulada Eu, melhor, apresentando diversos relatos de pessoas e acontecimentos que as transformaram.

Encontros, desencontros, doenças, surpresas. Diversos tipos de experiências foram narradas e, ao final de cada relato havia uma pessoa agradecida e melhor.

Uma delas, ainda muito jovem, lembra o dia em que o pai recebeu o diagnóstico de câncer e veio contar à família.

Pediu que não ficassem tristes pois, caso não conseguisse a cura, aproveitaria mesmo assim a oportunidade para se transformar em alguém melhor.

O homem buscou perdão e reconciliação com familiares. Um dia, ao ouvir de alguém a expressãodoença maldita, rebateu dizendo: Para mim, ela é bendita!

Dois meses depois ele morreu. A filha, emocionada, afirma que não só ele se transformou em alguém melhor, mas mudou para melhor a vida de todos ao seu redor.

Seu exemplo é lembrado até hoje e sua conduta sempre será referência para aquele núcleo familiar.

* * *

A vida tem costume de surpreender. De repente, aparece alguém que, com um gesto, abre nossos olhos. Ou um acidente no percurso, apontando para novas direções.

Às vezes, é uma viagem ou um encontro programado que segue rumos inesperados e nos transforma.

É a soma de eventos assim, belos e gratuitos, que nos faz melhores, mais fortes, mais maduros.

Pode ser uma soneca no ônibus, um encontro com um desconhecido, um raio que clareia tudo ou a proximidade da morte.

O que importa é olhar para essas experiências e reconhecer que elas nos ensinaram e, do seu jeito, nos fizeram mais felizes.

Sem pedir nada em troca, são pequenas graças plantadas no cotidiano. Como se fossem sinais, apontando para lugares onde podemos ser mais leves e alegres.

Então, quando olhamos para trás e enxergamos o caminho percorrido, só nos resta agradecer, do fundo do coração, à vida, que nos faz uma versão melhor de nós mesmos.

* * *

Todas as forças da natureza nos impulsionam para frente, rumo ao progresso inevitável. Progresso da alma, que vai se tornando mais sensível, mais amorosa, mais madura.

Progresso também da mente, mais esclarecida, com capacidade de tomar decisões com mais segurança.

Aproveite esses momentos de reflexão, onde você estiver, para lembrar que experiências fizeram de você alguém melhor, e se você soube ou está sabendo aprender com os acontecimentos da vida.

Todos eles, julgados como bons ou maus por nós, trazem dentro de si o objetivo de depurar o Espírito aprendiz.

Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?

Redação do Momento Espírita com base em matéria da revista Sorria nº 23, de dezembro/janeiro 2012, de autoria de Jaqueline Li, Jéssica Martineli, Karina Sérgio Gomes, Rafaela Dias, Rita Loiola, Tissiane Vicentin e Valéria Mendonça.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Quando os bons desejam…

Você já se deu conta de como o mundo está mudando? E não é para pior, de forma alguma.

Embora as manchetes, todos os dias, nos cientifiquem da violência, da desonestidade de muitos, o mundo está caminhando para melhores dias.

Basta se atente para notícias não tão retumbantes mas que se encontram em jornais, revistas, na internet.

Como asseverou Jesus: Buscai e achareis.

Quem, portanto, deseja saber o todo que ocorre nesta aldeia global, procura e encontra verdadeiras pérolas.

Por exemplo, a informação de quem ganhou o Prêmio Nobel da Paz, no ano de 2011.

Nada menos de três mulheres. E não é o fato de serem mulheres que torna a nota importante. Mas o que elas promovem, realizam em seus países e no mundo.

Ellen Johnson Sirleaf, presidente liberiana, primeira da África, eleita em 2005. Tawakkul Karman, ativista iemenita e Leymah Gbowee, assistente social da Libéria.

Leymah, em nome da paz, combate a desumana situação das mulheres no seu país, no Oriente Médio ou onde quer que a opressão as violente.

Mãe de seis filhos, essa mulher corajosa iniciou um movimento de mulheres para exigir a paz na Libéria. Viajou de aldeia em aldeia, organizando as mulheres.

Contra todas as expectativas, convenceu cristãs e muçulmanas a se unir. Seu discurso era:

Aqui, no movimento, não somos advogadas, ativistas nem esposas. Não somos cristãs nem muçulmanas, não somos dessa ou daquela tribo. Não somos nem nativas nem da elite. Somos apenas mulheres.

Levar as mulheres a lutar pela paz era o que ela desejava fazer na vida.

Quando as mulheres lhe perguntavam: Por que devemos fazer alguma coisa? –ela rebatia: Porque é da sua conta! Porque são vocês que têm sido violentadas pelos combatentes. Foi o seu marido que morreu. É o seu filho que está sendo alistado à força no exército.

Luta árdua, difícil.

Foi o grupo de Leymah que apressou a renúncia do presidente Charles Taylor em 2003 e o fim da guerra civil em seu país.

De onde tira a sua coragem? Da fé, diz ela. Tudo o que sou, tudo que aspiro ser, tudo o que fui, foi pela graça de Deus.

E assevera: Sempre há algo que uma pessoa sozinha pode fazer. Deus nos criou a todos com alguma contribuição inigualável a dar.

Alguns são chamados para ser o vizinho que vai juntar as crianças para cantar ou escutar.

Outros, para ser grandes oradores.

Quero acabar com o mito de que somos vítimas o tempo todo.

Somos mulheres fortes que passamos pelo inferno e ainda conseguimos nos manter de pé.

Onde quer que estejamos, podemos nos levantar.

Nada pode nos impedir de sermos o que quisermos.

Hoje, Leymah viaja pelo mundo como diretora-executiva da rede de mulheres pela paz e pela segurança na África, defendendo mulheres e meninas e tem assento junto a autoridades, que a ouvem.

Bem afirmaram os Espíritos Celestes, em O Livro dos Espíritos que, quando os bons o quiserem, eles predominarão sobre a Terra.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base em dados colhido na entrevista Ela sonhou com a paz, de Dawn Raffel, de Seleções Reader´s Digest, de novembro de 2011 e no item 932 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A culpa fica para sempre

Uma campanha de utilidade pública nacional trouxe o seguinte slogan: O efeito do álcool passa. A culpa fica para sempre.

O movimento busca uma vez mais a conscientização da população, a respeito dos efeitos terríveis do álcool associado à direção de motorizados.

Estima-se que morram mais de duzentas pessoas por dia em nosso país, por acidentes de trânsito. A grande maioria  associada ao consumo de alcoólicos e outras drogas.

Desejando alguns momentos de suposto prazer, por vezes arriscamos comprometer toda nossa encarnação e, ainda - tão grave quanto - a prejudicar a vida de outros, que sofrerão os efeitos de nossos atos impensados.

Será que vale a pena correr esses riscos? Será que não estamos subvalorizando a nossa e a vida dos outros, quando dizemos: Não vai dar em nada?

Quantas almas são, hoje, escravas de um sentimento de culpa destruidor, em função desse descaso, que normalmente não é um fato isolado, mas um costume constante em tantas pessoas.

A culpa nos faz adoecer, nos faz estagnar e, depois de muito tempo em sofrimento profundo, faz-nos enxergar por entre as inúmeras lágrimas, que não valeu a pena.

Não é possível voltar no tempo e desfazer o que fizemos.

A vida nos dará novas chances, sim, de curar o que dilaceramos no outro, mas serão caminhos longos e duros. Por que escolhê-los?

Será que esses prazeres momentâneos da vida valem todo o risco que corremos? Qualquer mente um pouco esclarecida dirá que não, não vale a pena.

Assim, por que não podemos nos tornar um pouco mais conscientes?

Por que se deixar levar com tanta facilidade por emoções frívolas, que passam tão rápido?

Alta velocidade, perigos, fortes emoções - será que valem a pena?

Não propomos uma vida sisuda,  sem cor, enfadonha - de forma alguma.

É possível ser alegre, vivaz, divertir-se, sem precisar correr riscos, sem prejudicar o corpo, sem ser uma ameaça constante à sociedade.

Por isso, pensemos muito antes de nos arriscarmos. Ouçamos outras opiniões. Não deixemos que a excitação nos conduza com tanta facilidade, anulando totalmente a razão.

Somos seres inteligentes, lembremos disso, antes de agirmos como completos celerados.

Pensemos nas consequências possíveis de cada um de nossos atos, evitando chorar as muitas lágrimas do arrependimento tardio.

* * *

A tendência para o bem é inata no ser humano, face à sua procedência Divina. O entorpecimento carnal, às vezes, bloqueia a faculdade de direcionamento que a consciência proporciona.

A pessoa lúcida, como consequência, age com prudência, confiando nos resultados que advirão, sem preocupar-se com o imediatismo, sabendo que a semente de luz sempre se converte em claridade.

A responsabilidade, advinda da consciência, promove o ser ao estágio de lucidez, que o leva a aspirar pelas cumeadas da evolução que passa a buscar, com acendrado devotamento.

Redação do Momento Espírita com pensamentos do cap. 16, do livro Momentos de consciência, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Sementes eternas

O pai e o filho trabalhavam a terra na qual plantavam toda sorte de alimentos, que garantiam a subsistência do pequeno grupo familiar.

O menino contava apenas sete anos e sua responsabilidade era caminhar atrás do genitor, fechando os pequenos buracos que seu pai abria para depositar no solo fértil as sementes.

O pai, orgulhoso, observava o pequeno trabalhador quando esse o surpreendeu com uma pergunta cheia de avidez: Papai, o que eu vou ser quando crescer?

O genitor, recorrendo à sabedoria que a vida lhe havia dado, ajoelhou-se e trouxe a criança para perto de si, dizendo-lhe:

Vê, meu filho, estas sementes que trago comigo. São elas todas iguais?

Prontamente, o menino respondeu: Não, papai, o senhor tem aí sementes de feijão, de milho e de ervilha.

Muito bem! - Exclamou o pai, colocando algumas sementes nas mãos do menino. E, prosseguindo com o raciocínio, perguntou ainda à atenta criança:

O que acontece quando eu planto a semente de milho no chão? O filho respondeu: Ora, papai, vai nascer um pé de milho.

E quando planto a semente de feijão?

Vai nascer um pé de feijão, informou o menino, sorrindo para o pai.

Ficando de pé e erguendo a criança em seus braços, o sábio trabalhador explicou ao rebento:Para cada planta, há apenas uma espécie de semente.

Por isso, para colhermos milho, é necessário que primeiro plantemos a semente do milho. Para que colhamos feijão, é preciso plantar a semente do feijão e assim por diante.

Nossas vidas, prosseguiu o pai, são feitas de um eterno plantar e de um eterno colher: hoje, plantamos as sementes daquilo que vamos colher em nosso futuro. Da mesma forma, colhemos aquilo que plantamos em nosso passado.

Você pode ser tudo aquilo que quiser ser, meu filho, desde que procure plantar as sementes corretas no campo da vida.

Surpresa com a lição que acabara de receber, a criança fez ainda uma última pergunta ao amoroso instrutor: E quais são as sementes corretas, papai?

O pai, fitando o sol poente que, aos poucos, ia se despedindo no horizonte, respondeu ao pequeno:

A semente da caridade, pois que todos somos irmãos, responsáveis, portanto, uns pelos outros.

A semente do perdão que nos faz recordar que todos somos aprendizes, ora acertando, ora errando e, por isso, necessitados, na mesma medida, de perdoarmos e de sermos perdoados.

A semente da esperança que nos dá a certeza de que nossos esforços nunca são vãos.

A semente da fé que traz o Pai Criador para dentro de nossos corações, da mesma forma como todos nós estamos no coração dEle.

E, finalmente, a mais importante de todas: a semente do amor, que nos proporciona luz em nossa caminhada, ainda que, muitas vezes, a noite se adense e a jornada se torne difícil.

Encerrando o singelo, porém nobre ensinamento, ambos se abraçaram e foram em direção à modesta casa que servia de abrigo para a harmoniosa família.

No silêncio dos passos, o pai sabia que a criança que agora se distraía arremessando pedrinhas para longe não havia entendido de todo a profundidade das palavras que acabara de ouvir.

Faltava-lhe ainda a maturidade que só a vida é capaz de fornecer.

Entretanto, com toda simplicidade que lhe era peculiar, o pai estava feliz, pois sabia que ali, no entardecer daquele abençoado dia, uma semente havia sido plantada.

Uma semente capaz de gerar bons frutos por toda a eternidade.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Amor que não acaba mais

Até que ponto vai a capacidade de amar do ser humano? Quanto tempo dura o amor?

Um poeta da música disse, certa vez, que o amor é eterno enquanto dure.

E todos os desiludidos, os traídos e abandonados têm impressões muito próprias a respeito do amor, onde a tônica principal é de que amor eterno não existe.

Contradizendo tudo isso, alguns fatos, que a mídia televisiva ou impressa nos traz, afirmam que o amor verdadeiro é uma sinfonia inigualável.

Foi com esse sentimento que Chris Medina, um rapaz de vinte e sete anos, se apresentou em um programa de talentos, cantando uma música de sua autoria.

Os versos diziam mais ou menos assim:

Onde quer que você esteja, estou perto. Em qualquer lugar que você vá, eu estarei lá.

Toda vez que sussurrar meu nome, você verá como mantenho cada promessa. Que tipo de cara eu seria se fosse embora, quando você mais precisasse de mim?

O que são palavras se você realmente não acredita nelas quando as diz? Se são apenas para os bons momentos, então elas nada são.

Quando há amor, se diz em voz alta e as palavras não vão embora. Elas vivem mesmo quando partimos.

Eu sei que um anjo foi enviado apenas para mim. Sei que devo estar onde estou. E vou permanecer ao seu lado esta noite.

Nunca partiria quando você mais precisa de mim.

Vou manter meu anjo perto para sempre.

Ele não conseguiu vencer todas as etapas do concurso, sendo eliminado, em determinada fase, mas sua história levou às lágrimas os jurados e o público presente.

Porque a sua composição retrata exatamente o seu drama e sua decisão pessoal. É uma verdadeira declaração de amor.

Ele estava noivo e há dois anos pediu em casamento Juliana Ramos. A jovem bela, entusiasta. Formavam um casal primoroso.

Dois meses antes do casamento, no dia dois de outubro de 2009, o carro de Juliana foi atingido por um caminhão. Ela quase não sobreviveu.

Uma grave fratura no crânio desfigurou seu rosto e a transformou em uma mulher com muitas limitações físicas.

Foi-se a beleza, a agilidade, o sorriso fácil, as caminhadas, a dança, a alegria de todas as horas.

Ele permaneceu ao lado dela. Leva-a consigo para onde vá. E faz shows para arrecadar fundos para o tratamento de que ela necessita.

E isso ele externaliza cantando e agindo.

* * *

Quando se ama a beleza e ela se vai, o amor acaba. Quando se amam as formas perfeitas, a plástica, as linhas harmônicas do corpo e tudo isso se vai, o amor também se esvai.

Quando se amam aparências e outra realidade se apresenta, o amor acaba.

Quando se ama a transitoriedade, o amor fenece quando as situações se alteram.

Mas, quando se ama a essência, nada diminui o sentimento.

Esse amor é companheiro, solidário, se esmera para que o outro se sinta bem, seja feliz.

A sua é a preocupação de fazer a felicidade do outro.

Amor assim se perpetua no tempo, independente da soma dos anos, da multiplicação das rugas ou da diminuição da agilidade.

É o amor que sabe envelhecer junto e quanto mais passa o tempo, mais se solidifica.

Redação do Momento Espírita, com base em fato.

sábado, 23 de junho de 2012

Pastor Divino

Um dos mais famosos salmos, declamado e cantado pelo mundo, por religiosos ou não, cremos deva ser o de número vinte e três, cuja autoria é atribuída a David.

David nasceu pastor e foi ungido rei pelo profeta Samuel, após uma revelação em sonho que, segundo ele, lhe teria sido dada pelo próprio Yaweh, o Espírito protetor da nação israelita.

Jovem, David guardava o rebanho de seu pai. Acostumado, portanto, como ele mesmo narra, a defender-se e às ovelhas das garras de leões e ursos.

Também a contemplar, durante horas, a paisagem que se estendia, entre vales e montanhas, o céu azul. Era um artista. Célebre é seu desempenho com que deliciava o rei hebreu Saul com sua harpa.

Revelou-se igualmente exímio poeta e cantor, considerando que os salmos eram hinos sagrados por meio dos quais o povo de Israel costumava louvar o Altíssimo, implorar a Sua misericórdia, recordar e agradecer as bênçãos recebidas.

Os hebreus denominavam esses cantos de hinos, cantados ao som de um instrumento. E David assim cantou:

O Senhor é o meu pastor. Nada me faltará.

Deitar-me faz em verdes pastos. Guia-me mansamente a águas tranquilas.

Refrigera a minha alma. Guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu nome.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo. A Tua vara e o Teu cajado me consolam.

Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias.

David captou muito bem o papel que teria o Espírito Excelso que viria ter conosco, séculos após.

Jesus veio para o seio dos homens, a fim de com eles conviver e lhes ensinar o exercício do amor.

O amor veio para os amados. Chamou de amigos os Apóstolos, exaltando as qualidades do amigo que dá a sua pela vida do seu amigo.

Mas, Seu canto mais doce foi captado pelo Apóstolo João, que assim o traduziu em seu Evangelho: Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a própria vida pelas suas ovelhas.

O mercenário, porém, e o que não é pastor e a quem não pertencem as ovelhas, vê chegar o lobo e foge.

Mas, eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem, assim como meu pai me conhece e como eu conheço meu pai.

Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que as conduza também.

E escutarão a minha voz, e haverá um só aprisco e um só pastor.

*   *   *

Jesus é o Divino Pastor. Todos os que nos encontramos neste planeta, estamos sob Seus cuidados.

Não importa se cremos ou não. Ele é quem por nós vela. Ele derrama por sobre o mundo o Seu amor.

E, embora possamos, em rápida observação, imaginar que o caos e a confusão reinam na Terra, Ele a tudo preside, atento.

Não esqueçamos disso: o Pastor está no leme.

Redação do Momento Espírita, com versos do Salmo 23, do livro bíblico

Salmos e do Evangelho de João, cap. 10, versículos 11 a 16.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Fé e Trabalho

O trabalho é lei da vida.

Sem atividade, o corpo definha e o Espírito se amolenta.

Para demonstrar a importância do labor, em dado momento Jesus afirmou:

Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.

O Evangelho constitui um roteiro de vida equilibrada e saudável, não apenas um repositório de máximas de moral.

Saber-se útil é essencial à psicologia humana.

A criatura sem atividade produtiva carece de sentido existencial.

Tende a adoecer, física e psicologicamente.

Entretanto, o gosto por prolongados descansos persiste marcante na Humanidade.

Mesmo entre os religiosos, por vezes, o trabalho é tido à semelhança de uma punição.

Muitos afirmam desejar morrer para descansar.

Ou sinalizam, de variadas formas, considerar a morte uma forma de descanso.

O ócio seria um prêmio, um objetivo a ser perseguido.

Ocorre que essa linha de pensamento não encontra base na doutrina de Jesus.

A Espiritualidade Superior afirma não possuir interesse na incorporação de devotos famintos de um paraíso feito de preguiça.

Na Terra, mesmo a erva tenra deve produzir consoante objetivos superiores.

Os pequenos animais, guiados pelo instinto, cumprem o papel que lhes cabe.

Nessa linha, o que não deverá produzir a magnífica inteligência do Espírito encarnado?

Grande é a tarefa depositada nas mãos dos homens cuja inteligência é iluminada pela fé.

Fica-lhes muito mal reclamar da vida e desejar trabalhar o mínimo possível.

Seu papel é o de agentes da Providência.

Necessitam laborar com alegria para que o mundo se torne melhor.

Precisam ensinar os ignorantes, amparar os indigentes e os caídos.

Esse convívio com seres de valores diferentes não constitui uma punição ou uma desgraça.

O solo do planeta representa o abençoado círculo em que podem e devem colaborar com o Senhor da Vida.

Trata-se de seu educandário e de sua oficina.

Algum dia, lograrão assimilar bem a lição do serviço fraterno.

Então, terão acesso a mundos mais depurados e felizes porque estarão habilitados a neles desempenhar tarefas mais sofisticadas.

A porta Divina não se abre a Espíritos que não se sublimaram pelo trabalho incessante.

A plenitude íntima é condição própria de quem aprendeu a cooperar com Deus, no serviço ao próximo.

A figura de Jesus não pode ser invocada para justificar anseios de repouso prematuro.

Ele apenas atingiu as culminâncias da ressurreição após subir ao Calvário.

Ainda antes, ensinou e exemplificou o bem, de modo incansável.

Dentre suas lições, avulta a da fé que remove montanhas.

Então, não adianta reclamar ingresso em mundos felizes, antes de melhorar o planeta em que se habita.

Para seguir rumo a instâncias luminosas, é preciso acender a própria luz.

Ocorre que a luz do coração somente se acende em amor fraternal, à frente do serviço.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2 do livro No

Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco

Candido Xavier, ed. Feb.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

PRece diferente

Senhor!

Eu desejo Te fazer uma rogativa diferente. Todos pedem pelos injustiçados, por aqueles que têm sede e fome de justiça. Eu Te peço pelos que cometem injustiças.

Todos rogam pelas vítimas das drogas. Eu Te rogo, Senhor, por aqueles que distribuem as drogas e com isso enriquecem.

São criaturas infelizes que ajuntam fortunas à custa de vidas alheias, de lares destroçados. Logo mais, eles terão que responder perante a Lei Divina por toda a infelicidade que estão cultivando.

Muitos pedem pelos órfãos e pelas viúvas. Eu Te rogo, Senhor, por aqueles que deixaram as crianças sem pai e as mulheres sem marido, porque todos os que espalham o mal, brevemente enfrentarão o julgamento da própria consciência.

Todos suplicam pelas mães que tiveram as vidas dos seus filhos ceifadas em plena juventude, pelo braço da violência assassina. Pelas mães que choram a ausência dos filhos que eram toda a sua alegria.

Mas eu, Senhor, Te peço pelos corações das mães que têm seus filhos encerrados nas prisões. Por aquelas que os receberam nos braços, os amamentaram e teceram mil sonhos de ventura e os viram todos destroçados.

Te peço, Senhor, pelas mães que sofrem por ouvirem muitos chamarem seus filhos de bandidos, de criminosos, de homens sem alma.

Muitos suplicam pelos que padecem fome. Eu Te suplico por aqueles que a provocam. Por aqueles que, tendo abarrotados os celeiros, mantêm as portas fechadas, esperando que o preço suba, que o mercado fique melhor para poderem ganhar maiores somas em dinheiro.

Todos pedem em favor dos que não têm acesso aos medicamentos, aos hospitais, a exames e a um tratamento digno.

Eu Te rogo por todos aqueles que fazem das suas possibilidades de servir ao semelhante uma oportunidade de conseguir ainda mais moedas para acrescentar nas suas contas bancárias.

Muitos estendem súplicas aos céus pelos idosos abandonados que vivem nos asilos, nas ruas, nas clínicas.

Eu Te suplico por aqueles que os abandonaram porque um dia colherão a exata medida do que estão semeando na atualidade.

Enfim, Senhor, enquanto todos rogam pelos infelizes e desgraçados, eu Te rogo por aqueles que sorriem mas apresentam o coração em chaga viva, por aqueles que parecem ser vencedores no mundo, mas que trazem na intimidade a mensagem da frustração, do desamor e da solidão.

Eu Te peço, Senhor, por todos os que se encontram no momento da semeadura infeliz porque, na época da colheita, sofrerão imensamente por todos os espinhos que terão de colher.

*   *   *

O primeiro ato que deveria assinalar o dia do cristão é a prece.

Não existe uma fórmula especial para orar. Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o coração.

A qualidade principal da prece é ser clara, simples, sem frases inúteis.

Cada palavra deve ter alcance próprio, despertar uma ideia, pôr em vibração uma fibra da alma.

Orar por si mesmo é necessidade da criatura. Orar pelos que persistem no erro, é exercício de amor ao semelhante.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. XXVIII, item 1, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Lições do Cotidiano

 

Michel trabalhava em um hotel fazenda como instrutor de pesca. Seguro de si, por vezes ria intimamente dos erros cometidos pelos pescadores iniciantes. Eles pareciam tão tolos. Pescadores de final de semana.

Com certeza, o tipo mais extravagante que ele já conhecera era aquele que estava em sua frente. Parecia um modelo de catálogo de roupas esportivas.

O colete de pescaria era novo. Estava tão duro que parecia engomado. Todo o equipamento de pesca reluzia. Era especialmente novo. O feltro das botas era branco como neve. A vara de pescar nunca tinha sido usada e a carretilha estava montada na posição contrária.

Rico e exigente, pensou o instrutor.

No entanto, quando estendeu a mão recebeu um aperto forte e sincero.

A mulher do principiante tirou uma foto como lembrança e depois os deixou a sós.

O instrutor acertou a posição da carretilha. O aprendiz deu de ombros e riu de si mesmo. A lição de arremesso da linha foi ali mesmo no gramado. Depois foram para o rio.

Quando o principiante apanhou o primeiro peixe, soltou gritos de alegria. Na sequência, a cada peixe que pescava, fazia novos comentários.

Não é lindo? Fantástico? Maravilhoso? Enfim, todos os peixes, não importando o tamanho, eram louvados como pedras preciosas.

Quando, ao final da tarde, a pescaria acabou, ele se voltou sorridente e agradecido para o instrutor e confessou:

Quero lhe dizer uma coisa. Este foi um dos melhores dias da minha vida. Não era para eu estar aqui agora. Estive muito doente e os médicos acreditaram que eu não sobreviveria. Mas eu acreditei que sobreviveria. Melhorei muito e minha mulher me deu de presente todo este equipamento porque sempre desejei pescar com isca artificial. Esta viagem é uma espécie de comemoração para nossa família.

O instrutor ficou sem fala. Ele pensara tantas coisas a respeito daquele homem, que parecia quase um tolo, a gritar de alegria por cada peixe retirado da água.

E, contudo, ele estava comemorando a vida. A sua saúde. A possibilidade de ficar com os seus, na Terra, por mais um período.

Quando o instrutor o deixou na cabana, onde a esposa e os filhos o esperavam, pôde perceber que a nuvem escura que pairava sobre eles havia passado. Que eles podiam se divertir com algo tão simples como férias em família.

Enquanto retornava para seu próprio lar, o instrutor pensou que, no dia seguinte, partiria ao encontro de um novo pescador.

Mas, com certeza, nunca mais permitiria que roupas engomadas e caras ou uma carretilha ao contrário o levassem a acreditar que o aprendiz não teria alguma coisa para lhe ensinar.

* * *

A vida é uma escola inesgotável. A natureza é mestra. São mestres todos os seres. Alguns nos ensinam a paciência, outros a gratidão.

Alguns são mestres em renúncia e sabem conjugar o verbo ajudar de uma forma muito especial.

Aqueles que são espontâneos, que sabem sorrir com facilidade, que explodem em adjetivos pelo sol que nasce, a chuva que cai, a grama que cresce nos ensinam que o espetáculo da vida é inigualável.

Que ela é feita de pequenas coisas que são extremamente importantes. Basta que saibamos olhar, descobrir, desfrutar.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um dia de pescaria, de Seleções Reader´s Digest, de agosto de 2000.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

VIDA

 

A vida humana é cheia de surpresas, de altos e baixos. Um dia estamos felizes. No outro, a tristeza nos chega porque perdemos o emprego, o salário não aumentou, a tarifa do ônibus subiu de preço.

Sentimo-nos tristes porque queríamos assistir a uma peça de teatro e não conseguimos o ingresso. Programamos um belo passeio no final de semana e a chuva resolve aparecer, com todo seu vigor, acabando com nosso programa.

Por todas estas coisas e outras tantas, muitas vezes nos queixamos da vida e nos sentimos cansados de viver.

Seria interessante que pensássemos um pouco a respeito do valor extraordinário da vida, do presente maravilhoso que é viver.

A respeito, encontramos um belo poema que diz mais ou menos assim:

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria

em tudo o que digo.Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.

Andaria quando os demais parassem. Acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e saborearia um bom sorvete de chocolate.

Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.

Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes: "Te amo, te amo, te amo."

Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado de amor. Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar pela vida.

A uma criança lhe daria asas. Mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.

Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês, homens.

Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.

Aprendi que quando um recém-nascido aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.

Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro, de cima para baixo, para ajudá-lo a levantar-se.

São tantas as coisas que pude aprender com vocês. Ah! Se Deus me desse um pedaço de vida.

* * *

Viver no mundo é experiência inigualável. A cada dia, durante vinte e quatro horas, se renovam as oportunidades de progresso e felicidade.

Perceber que elas nos são colocadas, diariamente, para o aprendizado do amor, o exercício do bem e o crescimento individual, cabe a cada um.

Comecemos observando o sol a despontar e pensemos que Deus está a nos brindar, neste dia, com a bênção da vida para que possamos, outra vez, experimentar o convívio com nossos irmãos, o aprendizado intelectual que nos engrandece e, especialmente, a chance de ser feliz.

Redação do Momento Espírita, com texto de Gabriel Garcia Marquez, segundo uma fonte, de Johnny Welch, segundo outra, ambas disponibilizadas na Internet.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

NOSSA NATUREZA

 

Quais são as maiores preocupações a consumir nossos dias e nossas energias? Com que assuntos ocupamos nosso tempo e nossas capacidades a fim de resolvê-los?

Se fizermos uma contabilidade das horas, dos dias, veremos que um bom tanto, se não a totalidade de nosso tempo, é dedicado para as coisas do mundo.

Estamos sempre preocupados com as contas a pagar, com o emprego, com as ocupações profissionais.

Quando não isso, estamos envolvidos nas preocupações da manutenção do lar, em melhorar nossa capacitação profissional, em gerenciar as atividades familiares.

Ocupamos o tempo com a formação intelectual dos filhos, as necessidades diárias, a organização da agenda pessoal e os compromissos mais diversos.

Ora, a preocupação está no orçamento doméstico, de outra feita na programação das férias e dos momentos de lazer, para em um momento seguinte a atenção se voltar aos cuidados com o corpo, a saúde e a alimentação.

É natural que seja assim, pois são todos esses compromissos e necessidades inerentes à vida aqui na Terra.

São essas responsabilidades que vão forjando em nosso caráter a noção de dever, a disciplina, conquistas que a alma carregará para sempre consigo.

Porém, nada obstante todas essas questões e esse imenso mar de atividades em que nos encontramos imersos, não podemos esquecer nossa verdadeira natureza.

Somos Espíritos imortais, navegando na mortalidade, em uma experiência física, com prazo determinado.

Logo mais retornaremos à pátria espiritual e todas essas preocupações, hoje tão intensas, não mais serão relevantes ou significativas.

Dessa forma, é importante que vivamos nas lides terrenas, porém jamais esquecendo nossa Natureza Espiritual.

Se somos seres imortais, é necessário, imprescindível mesmo, que utilizemos algumas horas de nossa semana investindo em nossa Imortalidade, em nossa alma.

Afinal, quantas horas por semana nos dedicamos a meditar, refletindo a respeito dos nossos atos e valores, sobre aquilo que se passa em nosso coração?

Quanto tempo, em nosso dia, dedicamos para a oração, para nosso vínculo com Deus?

Quanto de nosso tempo é utilizado para fomentar, provocar e desenvolver valores nobres, como a caridade para com o próximo, a solidariedade e a amizade?

Todas as nossas necessidades diárias não podem pesar em nosso cotidiano a ponto de nos fazer esquecer quem efetivamente somos.

Mesmo que tudo pareça convergir para esse mundo de externalidade, de necessidades físicas e materiais, é necessário que recordemos diariamente da nossa verdadeira natureza.

Assim agindo, não seremos daqueles que, esquecendo de cuidar das coisas da alma, a deixamos imergir em profundas distonias.

Tenhamos sempre em mente que somos muito mais do que aquilo que conseguimos ver refletido no espelho.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 12 de junho de 2012

REVIVENDO O AMOR

REVIVENDO O AMOR...

Na adolescência, ele surge, manifestando-se de muitas formas.

Percebe-se que ele chegou ao coração da menina, com anseios de mulher, quando ela passa a se demorar nos cuidados pessoais.

O cabelo nunca está bom. Hoje ela o quer liso, depois, encaracolado, mudando a cor, alterando o corte.

Ela se olha no espelho de frente, de lado, pelas costas. E nunca está bem.

Batom, perfume, maquiagem. Roupa mais justa, roupa mais larga, mais curta. Uma sessão interminável de gostos, segundo a moda.

E, mais de uma vez, já no portão de casa, volta correndo, para tornar a se olhar no espelho.

Passa pelo pai e pergunta:

Estou bonita, pai?

Afinal, a opinião de um homem é importante.

Quando o menino, que sente em si os ardores da masculinidade, o descobre, todos na família percebem.

Porque o banho é demorado e freqüente. A roupa é escolhida com detalhes.

O cabelo – ah, o cabelo – é o item mais trabalhado. Raspar bem o rosto ou deixar crescer a barba?  Que indecisão!

A grande pergunta é: Como as meninas gostam mais?

O motivo de tudo isso chama-se amor. Algo diferente que faz bater o coração no cérebro, tremer as pernas, gaguejar, suar nas mãos.

É um sentimento diferente pelo sexo oposto.

Há pouco se digladiavam, considerando-se verdadeiros inimigos.

Os meninos eram chatos.  As meninas, umas tolas.

Agora, aquele olhar, um simples olhar de um para o outro é capaz de os fazer alçar às nuvens.

É belo esse período da descoberta desse doce sentimento. Não é o mesmo amor que se tem para com os pais, para com os irmãos, os avós, os amigos.

É um sentimento que fomenta o desejo de estar ao lado do outro; que tem a capacidade de fazer sonhar de olhos abertos; de acreditar que tudo se realizará, no futuro próximo; que a felicidade é plena, rósea, permanente.

Amor, enamorados. Gestos de carinho, olhares perdidos no vazio que, em verdade, se plenificam com a imagem do objeto do amor.

Caixas de chocolate, flores, pequenos mimos.

Você, que já ultrapassou a linha da adolescência; que está namorando a mesma pessoa há anos; que está casado, já é pai, avô – você recorda como eram apaixonantes aqueles dias de sonho, esperanças, castelos no ar?

Talvez você diga que passou da idade, que adolescência é adolescência.

Acredite: a época de amar não acaba nunca.  Não importa a estação do ano.

Quando se ama, há sempre flores e perfumes no coração.

Por isso, neste dia dos namorados, surpreenda seu amor, mesmo que você já esteja desabituado a gestos creditados aos extremamente apaixonados.

Mostre que você ainda é o galã dos sonhos dela. Convide-a para passear, para dançar, para um jantar.

Saiam sozinhos.  Voltem a sonhar, olhando a lua e as estrelas, que deverão estar brilhando só para vocês dois.

Redescubra o amor que um dia os uniu.

Ofereça flores, diga palavras de carinho, lembre como ela ainda está bonita.

A madurez dos anos lhe fez tão bem!

Aprume-se como um garoto saindo pela primeira vez com a namorada.

E descubra que o amor jamais envelhece. Porque o amor é o sentimento mais sublime que Deus nos permite alcançar.

Pense nisso!

Hoje, neste dia especial!

Dia dos Namorados

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

ANTE O ERRO

O discurso mundano fornece desculpas para quase tudo.

Basta olhar em volta para identificar alguém que se permite bastante coisa.

A depender do modelo que se adota, é fácil esquecer os parâmetros morais.

Há quem justifique o abandono de sagrados deveres com a busca da felicidade.

Acredita que os prazeres constituem oportunidade rara e necessitam ser imediatamente fruídos.

Nessa linha, para viver uma alardeada grande paixão, não hesita em menoscabar o tesouro que representa sua construção familiar.

Outro, no empenho de enriquecer, cede à tentação da desonestidade.

E assim a criatura humana se complica.

De sonho em sonho, de desatino em desatino, ela desce a ladeira moral.

O problema é o que vem depois da fantasia realizada.

Quando as emoções tumultuosas arrefecem, quando a paixão se apaga.

Em geral, o que parece cintilante na imaginação possui outro aspecto na vivência diária

É então que muitas vezes o arrependimento surge com seu gosto amargo.

O que se sacrificou retoma seu natural valor e sua ausência angustia: a família desfeita, as amizades rompidas, a sociedade esgarçada, o bom nome perdido.

Mais grave ainda é a culpa pelo agir equivocado.

Antes de se lançar em atitudes radicais e egoístas, convém pensar nos anos que se lhes seguirão.

Dentro de algum tempo, como se verá esse comportamento?

Outra reflexão interessante é como seria classificada conduta semelhante em um desafeto.

Malgrado todos os sonhos que agitam a alma humana, algumas realidades não podem ser ignoradas.

Uma delas é que não há felicidade sem paz de consciência.

É impossível construir a própria ventura enquanto se semeia a tragédia nos caminhos alheios.

Ninguém fere sem se ferir, em igual medida.

Talvez se logre calar a consciência um tempo.

No tumulto da paixão, quiçá tudo o mais pareça de pouca importância.

Contudo, é inevitável um encontro com a própria realidade íntima.

Cedo ou tarde, ele se produz, para júbilo ou desgraça da criatura.

Para quem se agita muito, costuma demorar um pouco mais.

Mas a vida trata de produzi-lo.

Ela dispõe de altos meios para desencadear salutares reflexões.

Talvez propicie a vivência de uma traição semelhante à praticada.

Ou surja na figura de uma enfermidade que tire todo o sabor das conquistas indignas.

De todo modo, no ocaso da vida, quando as ilusões perdem a força, a consciência se agiganta no imo do ser.

Para evitar amargos arrependimentos, convém pensar hoje nas consequências do que se faz.

Redação do Momento Espírita.

domingo, 10 de junho de 2012

VIDA

A vida humana é cheia de surpresas, de altos e baixos. Um dia estamos felizes. No outro, a tristeza nos chega porque perdemos o emprego, o salário não aumentou, a tarifa do ônibus subiu de preço.

Sentimo-nos tristes porque queríamos assistir a uma peça de teatro e não conseguimos o ingresso. Programamos um belo passeio no final de semana e a chuva resolve aparecer, com todo seu vigor, acabando com nosso programa.

Por todas estas coisas e outras tantas, muitas vezes nos queixamos da vida e nos sentimos cansados de viver.

Seria interessante que pensássemos um pouco a respeito do valor extraordinário da vida, do presente maravilhoso que é viver.

A respeito, encontramos um belo poema de Gabriel Garcia Marquez que diz mais ou menos assim:

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria em tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.

Andaria quando os demais parassem. Acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e saborearia um bom sorvete de chocolate.

Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.

Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes: “Te amo, te amo, te amo.”

Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado de amor. Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar pela vida.

A uma criança lhe daria asas. Mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.

Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês, homens.

Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.

Aprendi que quando um recém-nascido aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.

Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro, de cima para baixo, para ajudá-lo a levantar-se.

São tantas as coisas que pude aprender com vocês. Ah! Se Deus me desse um pedaço de vida.

*   *   *

Viver no mundo é experiência inigualável. A cada dia, durante vinte e quatro horas, se renovam as oportunidades de progresso e felicidade.

Perceber que elas nos são colocadas, diariamente, para o aprendizado do amor, o exercício do bem e o crescimento individual, cabe a cada um.

Comecemos observando o sol a despontar e pensemos que Deus está a nos brindar, neste dia, com a bênção da vida para que possamos, outra vez, experimentar o convívio com nossos irmãos, o aprendizado intelectual que nos engrandece e, especialmente, a chance de ser feliz.

Redação do Momento Espírita, com texto de Gabriel Garcia Márquez, colhido na internet.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

TODOS PODEM SER GENEROSOS

Quando tinha treze anos, Severino saiu de Olho D’água Seco, no sertão de Pernambuco, para morar com um tio na capital, Recife.

Certo dia perdeu-se na cidade grande. Sem saber ler, não conseguia encontrar o caminho de volta olhando as placas e o nome das ruas. Era como se fosse cego, diz.

Quando, afinal, achou o endereço, pediu ao tio para lhe comprar uma cartilha de alfabetização. Sozinho, aprendeu a ler e a escrever. Um ano depois, voltou ao sertão e tratou de ensinar o que sabia à irmã.

Não era muito, mas era o bastante. Depois, improvisou uma escolinha para alfabetizar outros moradores. Já tinha ensinadoduzentas e trinta e uma pessoas a ler quando deixou Pernambuco, há vinte e quatro anos, por uma vida melhor em São Paulo.

Durante a viagem, ensinou mais doze conterrâneos a assinar o próprio nome.

Gosto de passar adiante tudo o que aprendo. Não vou levar nada para o caixão. Então tenho de compartilhar o que sei com quem precisa, senão esse conhecimento morre comigo, conta ele.

*   *   *

Estamos acostumados a reconhecer a generosidade em gestos grandiosos como o de Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do planeta, que doouvinte e nove bilhões de dólares à instituição de combate à pobreza que fundou com a mulher, Melinda.

Mas a história de Severino não deixa dúvida de que a generosidade pode ser praticada mesmo por quem tem pouco ou quase nada – e de várias formas, muito além de dar bens que sobram.

Alguns exemplos são:Antônio, um desembargador de justiça, que conta histórias para crianças num hospital. Élcio, que incentiva a solidariedade na empresa que lidera,e ajudou a fazer dela um dos melhores lugares do mundo para trabalhar.

Juliana e Marina, quefazem as pessoas rir sem pedir nada em troca.

Danielle, que aos sessenta e três anos, ajuda milhares de deficientes visuais a ter acesso a livros.

Todos podemos ser generosos, e se desejamos realmente um mundo melhor, começar pela benevolência nas pequenas coisas, nos gestos singelos, é fundamental.

Em O Livro dos Espíritos, encontramos a Espiritualidade respondendo que o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus é:

Benevolência para com todos, indulgência com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.

Assim, percebemos que, no coração generoso, benevolente, está a essência da caridade como nos ensinou o Mestre.

*   *   *

Você já foi generoso hoje?

Proponha a você mesmo este desafio. Faça este convite. Pratique um ato, pequeno que seja, de generosidade, no dia de hoje e veja os resultados.

Não o resultado do reconhecimento – pois ele quase sempre não vem, e não deve ser nosso foco – mas o resultado em sua alma, em sua alegria interior.

Não há quem resista ao poder sedutor da benevolência. Sempre saímosdiferentes, mais leves, mais felizes.

Dê do pouco que tem, mas dê. Não é necessário ter muito para dar. Dar-se é, certamente, muito mais valioso do que dar coisas.

Doe-se ao outro. Doe-se ao mundo. Doe sua vida ao amor e ganhe a felicidade tão sonhada!

Redação do Momento Espírita com base em artigo da revista Sorria, v.1, de março/abril de 2008, e no item 886, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed .Feb.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

DEUSES DO AMOR

A Internet é ferramenta excelente para aqueles que a utilizam para as coisas altruístas, que compartilham o que é bom e belo.

Foi assim que, de uma dessas criaturas especiais, dispostas à salutar semeadura, recebemos o seguinte texto:

Abbey, nossa cadelinha de quatorze anos, morreu no mês passado.

No dia seguinte, minha filha de quatro anos, Meredith, chorava e comentava sobre a saudade que sentia de Abbey.

Ela perguntou se poderia escrever uma carta para Deus a fim de que, assim que Abbey chegasse ao céu, Deus a reconhecesse.

Eu concordei e ela ditou as seguintes palavras:

“Querido Deus. O Senhor poderia tomar conta da minha cachorrinha?

Ela morreu ontem e está aí no céu com o Senhor. Estou com muitas saudades dela.

Fico feliz porque o Senhor deixou que eu ficasse com ela mesmo depois dela ter ficado doente.

Espero que o Senhor brinque com ela. Ela gosta de nadar e de jogar bola.

Estou mandando uma foto dela para que, assim que a veja, o Senhor a reconheça e saiba que é a minha cachorrinha.

Assinado: Meredith.”

Pusemos a carta em um envelope com uma foto de Abbey com Meredith. Endereçamos: Deus. Céu.

Também pusemos nosso endereço como remetente. E Meredith colou vários selos na frente do envelope, pois ela disse que precisaria de muitos para a carta chegar até o céu.

Naquela tarde, ela colocou a carta numa caixa do correio.

Dias depois ela perguntou se Deus tinha recebido a carta. Respondi afirmativamente.

Ontem, havia um pacote embalado em papel dourado, na varanda de nossa casa, endereçado a Meredith.

Dentro havia um livro que dissertava a respeito da morte de animais de estimação.

Na capa interna, estava colada a carta de Meredith. Na outra página, a foto que ela mandara pelo correio e o seguinte bilhete:

“Querida Meredith. A Abbey chegou bem. A foto ajudou muito e eu a reconheci imediatamente.

Abbey não está mais doente. O espírito dela está aqui comigo como está no seu coração.

Ela adorou ter sido seu animal de estimação. Como não precisamos de nossos corpos no céu, não tenho bolso para guardar a sua foto.

Assim, a estou devolvendo dentro do livro para você guardar como uma lembrança da Abbey.

Obrigado por sua linda carta. Agradeço a sua mãe por tê-la ajudado a escrever e enviado para mim.

Que mãe maravilhosa você tem! Eu a escolhi especialmente para você.

Envio muitas bênçãos todos os dias e lembro que amo muito vocês.

A propósito, sou fácil de encontrar: Estou em todos os lugares onde exista amor.

Assinado: Deus.”

*   *   *

Que emocionante história! Uma mãe que se importa com os sentimentos da filha. Alguém que se dispõe a responder e lecionar, com simplicidade, belas verdades.

Deus é Espírito. Deus é amor. Ama a todos e Se encontra em todo lugar. Fácil de ser localizado.

E as palavras do doce Rabi Galileu parecem ressoar em nossa intimidade: Vós sois deuses. Podeis fazer tudo que faço e muito mais.

Somos deuses na Imortalidade. Somos deuses no exercício do amor.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida.

terça-feira, 5 de junho de 2012

NOSSOS PESOS

 

Você se sente, em alguns dias, como se carregasse o peso do mundo?

Sente-se excessivamente cansado, atormentado, assoberbado de tarefas?

Talvez seja interessante refletir um pouco a respeito do que o está deixando tão exausto, quase desencantado da vida.

Conta-se que um conferencista tomou de um copo, nele despejou água e o ergueu, mostrando para a plateia.

Então, lançou a pergunta: Quanto vocês acham que pesa este copo?

As respostas variaram entre vinte e quinhentos gramas.

Bom, completou o conferencista, o peso real do copo não importa.

O que importa é por quanto tempo eu o segurarei levantado. Se o segurar por um minuto, tudo bem. Se o segurar durante um dia inteiro, precisarei de uma ambulância para me socorrer.

O peso é o mesmo, mas quanto mais o seguro, mais pesado ele ficará.

Isso quer dizer que se carregamos nossos pesos o tempo todo, mais cedo ou mais tarde não seremos mais capazes de continuar.

A carga irá se tornando cada vez mais pesada.

É preciso largar o copo, descansar um pouco, antes de segurá-lo novamente.

Temos que deixar a carga de lado, periodicamente. Isso alivia e nos torna capazes de continuar.

Portanto, antes de você voltar para casa, deixe o peso do trabalho num canto. Não o carregue para o lar.

Você poderá retomá-lo, no dia seguinte.

*   *   *

Há sabedoria nas palavras do conferencista. Por isso mesmo, o Sábio de Nazaré, há mais de dois mil anos recomendou: A cada dia basta sua própria aflição.

Equivale a dizer que devemos saber nos empenhar em algo que precisa ser feito, que exija todo nosso esforço.

Mas que, depois de um tempo, precisamos relaxar, espairecer, trocar de tarefa.

A lei trabalhista estabelece o cômputo de horas ao trabalhador. Também o dia do repouso, das férias.

Na escola, temos horários de estudo, intercalados com intervalos.

Pensemos, portanto, e comecemos a agir com sabedoria. Enquanto no trabalho, todo empenho.

Vencidas as horas de esforço mental ou físico, envolvamo-nos em outra atividade prazerosa.

Busquemos o lar e vivamos, intensamente, com nossos familiares.

Observemos o filho no berço, o outro que ensaia as primeiras letras no papel. Preocupemo-nos em saber se tudo está bem. Conversemos.

Desanuviemos o cenho, agora é o momento da família.

E não esqueçamos de momentos para a oração, para a boa música, a leitura nobre, que nos refaça a intimidade, nos descanse a alma.

Vinculemo-nos a um trabalho voluntário. Cultivemos nosso jardim. Podemos as árvores. Colhamos flores.

Despertemos mais cedo e observemos o nascer do sol. Encantemo-nos com o cair da tarde.

Em suma: vivamos cada momento com todas as nossas energias. Cada momento, sem levar conosco cargas desnecessárias.

Lembremos Jesus: A cada dia basta sua própria aflição.

Redação do Momento Espírita, com base no texto O copo d´água,de autoria desconhecida.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

LIÇÃO DE UM CORAÇÃO INFANTIL

 

Foi ao visitar o hospital que o menino conheceu a garota doente.  Ao entrar, ele teve uma vaga impressão de tristeza.

Achou estranho. Afinal, o médico lhe mostrou um grande armário com pílulas contra tosse, pomada amarela contra bolhas, pó branco contra febre.

Mostrou-lhe a sala onde se podia olhar através do corpo de uma pessoa como através de uma janela, para ver onde a doença se escondeu. Mostrou-lhe outra com espelho, onde se operavam tantas coisas que ameaçavam a vida.

Estranho, pensava o garoto. Se aqui impedem o mal de ir adiante, tudo devia parecer alegre e feliz. Por que estou sentindo tanta tristeza?

O médico lhe explicou como a doença insistia em entrar no corpo das pessoas. Que havia mil espécies de doenças, que usavam máscaras para que não pudessem ser reconhecidas e como era difícil manter a saúde.

Explicou ainda que era preciso estudar muito para desmascarar, desanimar a doença, colocá-la para fora e atrair a saúde, impedindo-a de fugir.

No entanto, quando entrou no quarto da doentinha, ele a achou muito bonita, mas pálida. Os cabelos se esparramavam pelo travesseiro.

Ela lhe disse que não podia andar. Também não tinha muita importância porque ela não tinha lugar nenhum para ir.

Roberto lhe falou do jardim, cheio de flores, que ele tinha em sua casa. Ela pareceu se animar um pouco e respondeu que se tivesse um jardim, talvez sentisse vontade de sarar, para passear entre as flores.

Enquanto ela continuava desfilando sua tristeza, contando das pílulas e injeções que devia tomar todos os dias e dos exercícios que precisava fazer, Roberto pensava: Para esta menina sarar, é preciso que ela deseje ver o dia seguinte.

Se ela tivesse uma flor, com sua maneira toda especial de se abrir, de improvisar surpresas, talvez quisesse sarar. Uma flor que cresce é uma verdadeira adivinhação que recomeça cada manhã. Um dia ela entreabre um botão, num outro desfralda uma folha mais verde que uma rã, num outro desenrola uma pétala.

Talvez esta menina esqueça a doença, esperando cada dia uma surpresa.

Roberto afirmou que ela iria sarar e desejou ardentemente isto.

Depois foi providenciar flores, diversas flores e as colocou sobre a mesa, perto da janela, aos pés da cama.

Trouxe uma esplêndida rosa, que parecia ir lentamente abrindo suas pétalas como se estivesse envergonhada ou talvez quisesse guardar a surpresa para o dia seguinte.

Então, a menina que somente ficava olhando o teto e contando os buraquinhos da madeira, contemplou as flores e sorriu.

Naquela noite mesmo a tristeza saiu pela janela e a menina começou a  mover as pernas.

* * *

A Medicina não pode quase nada contra um coração muito triste.

Para se curar dos males físicos é preciso ter vontade de viver.

Todo bom médico sabe disso. E sabe também que para travar a luta ininterrupta contra a doença, preservando a saúde, é preciso ver nos pacientes seus irmãos.

Em síntese, é necessário amar muito as criaturas. Só assim ele tem condições de detectar as doenças e restabelecer a saúde dos seus pacientes.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 11, do livro O menino do dedo verde, de Maurice Druon, ed. José Olympio.

domingo, 3 de junho de 2012

RADICAL DIFERENÇA

 

Das palavras de Jesus colhemos o ensino de que não deve a mão esquerda tomar conhecimento do que realiza a direita. Ou seja, o bem deve ser feito na surdina, sem alardes.

Entretanto, vez ou outra, faz muito bem à mente, ocupada amiúde com notas de violência e egoísmo, tomar ciência de algumas inusitadas iniciativas.

Ao mesmo tempo, reportagens que enfocam essa ou aquela personalidade a espalhar benefícios, servem de estímulo a outras, por vezes, tímidas em sua vontade.

Ou, então, sugerem ideias felizes, motivando a sua multiplicação e consequentes benefícios.

Por isso, foi com alegria que lemos a respeito do trabalho de Scott Neeson, um australiano que, até os seus quarenta e quatro anos de idade, era um alto executivo do cinema.

Apelidado de Mr. Hollywood, ganhando mais de um milhão de dólares por ano, como vice-presidente de marketing da Sony Pictures, morava numa mansão em Beverly Hills, tinha um iate, dois carros de luxo e uma moto caríssima.

Movimentando-se entre festas elegantes com artistas de sucesso e namoradas estonteantes, sentia-se insatisfeito.

Acreditava que devia fazer algo mais do que cinema.

Seus colegas acreditaram que ele estava com estafa e lhe recomendaram férias, para esfriar a cabeça.

Era o ano de 2003. Ele pegou um avião e partiu para cinco semanas de férias na Ásia, de mochila e motocicleta.

O Camboja lhe mostrou uma face da miséria que ele desconhecia. As cenas que viu, no famoso lixão de Phnom Penh, o deixaram em lágrimas.

Centenas de catadores, entre eles muitas crianças, reviravam as pilhas tóxicas, na esperança de encontrarem material reciclável que lhes pudesse render o mínimo para comer.

Foi o suficiente para alterar todo seu plano de vida. Ele se deu conta de que tinha tanto e as crianças tinham tão pouco. Mudou-se para a capital do Camboja e criou uma instituição.

Hoje, são mais de quatrocentas crianças que recebem moradia, alimentação, roupas, assistência médica, educação e treinamento vocacional.

Quando ele chega, as crianças correm alegremente ao seu encontro, pulam em suas costas e gritam: Quero colo, Scott.

E o homem de um metro e oitenta de altura, olhos azuis, chinelos, sorri e comenta: Já viu tanta alegria num lugar só?

Várias vezes ao ano, ele retorna a Los Angeles para levantar fundos de que precisa para manter sua instituição.

Após anos trabalhando no Camboja, Neeson admite que mal começou e afirma: Essa é a obra da minha vida. Estou comprometido com essas crianças.

Scott Neeson, de executivo a um homem que salva e muda vidas, um exemplo de coragem.

Coragem de abandonar o conforto, os prazeres mundanos para servir aos seus irmãos, com alegria e desprendimento.

Mais um homem de bem sobre a Terra. Um homem que fez e faz a diferença para centenas de vidas.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Grande Scott, de Robert Kiener, de Seleções Reader´s Digest, de junho de 2010.

sábado, 2 de junho de 2012

FAÇA SEU TEMPO FELIZ

 

Se você caminha pelas estradas terrenas, cotidianamente, percebe o quanto costumam ser negativas, pessimistas ou depressivas as expressões da vida de cada um.

As falas diversas dos seus interlocutores, se é que você mesmo não se enquadra nesse rol de negativas e de negatividades.

Jamais, ou poucas vezes, acha-se alguém com entusiasmo pela existência, expressando tal entusiasmo.

Poucos bendizem as horas no corpo físico, com todos os seus acontecimentos a facultar crescimento amplo ou diminuto.

Abrem-se os comentários da vida, habitualmente, pelas afirmativas de que as coisas em torno estão muito ruins, quando menos, diz-se que as coisas estão mais ou menos.

É de costume a pessoa lamentar-se pelos familiares que não são carinhosos, que não são atenciosos, que não são dedicados.

De outro modo, fala-se que estão doentes, que são doentes, que são maus.

Vêem-se as conjunturas políticas e sociais do mundo com tamanho pessimismo, que costuma-se asseverar que "não há mais jeito"; "que tudo vai de mal a pior"; "nesse campo ninguém presta".

Os amigos são para esses negativos, verdadeiros traidores, que não merecem a sua amizade; comenta-se que, em toda parte, o mal vai tomando dianteira.

Se o assunto é vício, drogas etc. Ouvem-se falas como "ninguém escapa"; "todo mundo usa"; "é uma calamidade".

O trabalho profissional é chato, cansativo, expiatório, e, então, para que trabalhar?

Todavia, vale a pena meditar um pouco sobre tudo isso.

Pare um pouco e pense sobre a sua vida, seus objetivos.

Melhore o nível psíquico do seu dia-a-dia. Você não precisa ser deficiente intelectual diante dos fatos do mundo.

Porém, mesmo sabendo das coisas equivocadas que se passam no mundo a sua volta, procure extrair o melhor de cada dia.

Tente observar as coisas boas, bonitas, formosas que estão acontecendo ao seu derredor.

Você pode atrair bênção ou tormentos, luz ou sombra, tristeza ou alegria. Só depende da sua própria disposição.

Aprenda a extrair o que há de melhor na terra, ao redor dos seus passos.

Busque fazer o seu dia brilhante, feliz, inaugurando, onde se move, o regime de otimismo, de alegrias.

Trabalhe de tal maneira que a sua sensibilidade seja passada a todas as pessoas que estão ao seu redor.

Entusiasme-se com a sua saúde e a dos seus.

Sorria, a cada manhã, com o passeio do sol nas avenidas azuis do céu...

Agradeça ao Senhor supremo pela família, pela saúde, pelas chances de estudar, de trabalhar, sem maiores problemas.

Erga a sua oração ao Criador e, sintonizando nas faixas felizes do bem, transforme a sua existência no mundo físico num campo de muito boas realizações.

Faça do seu dia um dia venturoso, realizando a sua parte para que todo o mundo melhore, se aprimore, com um pouco do seu esforço.

Pense nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Joanes, psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, em 15/03/2000, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói - RJ.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O mundo e o mal

 

Em certo trecho do Evangelho, Jesus faz uma longa oração pelos Seus discípulos.

Nessa oração, Ele pede a Deus que não os tire do mundo, mas que os livre do mal.

Esse trecho da prece do Cristo suscita as mais interessantes reflexões.

Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a ideia da morte.

Muitas não creem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra.

A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis em seu futuro espiritual.

Nessa expectativa de um amanhã rosado e glorioso, esquecem o esforço próprio.

Não fazem o possível para tornar melhor o mundo em que vivem.

Olvidam a bênção do trabalho, da disciplina e da perseverança.

Envolvem-se o mínimo possível com o sofrimento alheio.

Parecem achar que a vida na Terra é simplesmente algo a ser suportado.

Quanto antes passar, da forma mais automática possível, mais rapidamente entrarão na posse de uma felicidade perfeita.

Contudo, o anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do Espírito.

Afinal, orando ao Pai por Seus discípulos, Jesus não rogou para que fossem retirados do mundo.

Pediu apenas que fossem libertos do mal.

Trata-se de um eloquente sinal de que o importante para as criaturas não consiste em trocar de domicílio.

Na Terra ou no Plano Espiritual, continuam as mesmas.

O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.

A Terra, em si, sempre foi boa.

De sua lama, brotam lírios de delicado aroma.

Sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.

De nada adianta alguém partir do planeta, quando seus males não foram exterminados convenientemente.

Em tais circunstâncias, a imensa maioria dos homens se assemelha aos portadores das chamadas moléstias incuráveis.

Podem trocar de residência.

Mas a mudança é quase nada, se as feridas os acompanham.

O relevante é embelezar o mundo e aprimorá-lo.

E isso se realiza mediante a transformação moral dos homens.

Nessa linha, cada ser humano é colocado no melhor contexto para que se aperfeiçoe.

Então, você não precisa morrer e nem mesmo trocar de vizinhança, de emprego, de família ou de país para ser feliz.

Necessita, sim, ser digno e generoso onde quer que a vida o tenha colocado.

Precisa aprender a perdoar e a dar de si, em vez de reclamar auxílio dos outros.

Quando se tornar trabalhador, desprendido, leal e bondoso, viverá em paz em qualquer ambiente.

Ainda que desafiado por fatores externos, possuirá um pedaço do céu em seu coração.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30 do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.