terça-feira, 15 de março de 2011

A escolha

 

A história do norteamericano Jerry foi trazida a público por seu colega de trabalho, Paul Picchnoff Junior.

Conta ele que seu amigo sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém perguntava: Como vai você?, ele prontamente respondia: Vou muito bem!

Jerry era gerente de uma cadeia de restaurantes. Todos os garçons seguiam seu exemplo porque ele era verdadeiramente motivador.

Seu lema era: Toda manhã, ao acordar, penso em que tenho duas escolhas. Viver muito bem o dia ou viver mal. Sempre que acontece algo desagradável, posso escolher ser vítima da situação ou aprender algo com isso. Sempre escolho aprender algo.

Certo dia, ele deixou a porta dos fundos aberta e foi rendido por três assaltantes armados.

Tentando abrir o cofre, sob a mira de armas, ele ficou nervoso e errou a combinação.

Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram.

Socorrido a tempo, depois de dezoito horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital.

Um amigo foi visitá-lo e lhe perguntou o que é que passara por sua mente quando os ladrões invadiram o restaurante.

A primeira coisa que veio à minha cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos.

Depois, enquanto estava baleado no chão, lembro-me que tinha duas escolhas: eu podia escolher viver ou podia escolher morrer. Escolhi viver.

Os paramédicos foram excelentes e ficaram me dizendo que tudo ia dar certo.

Mas, quando cheguei à sala de cirurgia, vi as expressões no rosto dos médicos e das enfermeiras. Em todos eu lia: “Ele é um homem morto.”

Fiquei com medo e sabia que tinha que fazer alguma coisa.

Foi então que uma enfermeira perguntou se eu era alérgico.

“Sim”, foi a resposta imediata.

Os médicos e enfermeiras pararam imediatamente esperando pela complementação da resposta.

Respirei fundo e falei: “Sou alérgico a balas.”

Enquanto todos riam, eu lhes disse: “Eu estou escolhendo viver. Operem-me como se eu estivesse vivo, e não morto.”

Meses depois, apresentando fragmentos de balas pelo corpo e muitas cicatrizes, ele continuava a ser a imagem do otimismo.

Ele sobreviveu, graças à habilidade dos médicos, mas também por sua atitude decidida.

*   *   *

A vida é a arte de bem escolher. A vida consiste em escolhas.

Quando tiramos todos os detalhes e enxugamos a situação, o que sobra são escolhas, decisões a serem tomadas.

Podemos escolher como reagir nas situações.

Podemos escolher estar felizes ou ficar tristes, calmos ou nervosos.

Podemos escolher como as pessoas irão ou não afetar o nosso dia, o nosso humor, a nossa disposição.

Em resumo, a escolha sempre é nossa. Podemos mergulhar em reclamações ou apontar o lado positivo da vida e viver melhor.

A melhor escolha é a de viver em plenitude, viver por completo, aproveitando as lições para crescer.

 

Redação do Momento Espírita, com base no texto Atitude é tudo, de autoria ignorada.

INVERNOS EXISTENCIAIS

 

Por mais bela e florida que seja a primavera, o verão sempre pede passagem e traz consigo os dias quentes.

E mesmo que desejemos reter os dias ensolarados e agradáveis, aproxima-se o outono e, como que obedecendo a um chamado superior, instala-se, silencioso e decidido...

Depois de um lindo espetáculo de cores, as folhas caem, vencidas, transformando a paisagem...  E o outono também parte...

Soberano, logo aparece o inverno e se faz sentir das mais variadas formas, com seus dias frios e cinzentos.

Passa o tempo e outra vez o espetáculo colorido de folhas e flores anunciam que a primavera está de volta...

E é assim que os ciclos das estações se repetem e trazem oportunidades de aprendizado para todos os seres vivos.

Semelhante às estações, o nosso viver também tem primaveras, verões, outonos e invernos...

Mas nem sempre percebemos as lições que cada estação enseja, e nos desesperamos diante dos dias frios e cinzentos dos invernos existenciais.

A primavera é agradável, não há dúvida.  Flores e perfumes tornam nossos dias mais alegres.

No entanto, se as flores surgem na primavera, é no inverno que acumulam as horas de frio necessárias para fazer brotar a gema floral com o choque térmico no início da nova estação.

Sim!  Se não fosse o frio não teríamos alguns tipos de flores e frutos.

O frio “quebra” a dormência das gemas que originarão a folhagem e os frutos na primavera, quando folhas e flores enfeitam a paisagem.

É assim que nós também podemos utilizar os invernos existenciais para favorecer a floração das virtudes que embelezam a nossa vida e nos trazem alegria...

Para as plantas, a escassez de umidade, o frio e a baixa luminosidade, ocasionadas pelo inverno, são qual jardineiro que desperta a vida adormecida em sua intimidade.

É assim que árvores e plantas perdem galhos e folhas, mas garantem floradas em todas as primaveras...

Por vezes, os seres humanos também passam pelos invernos existenciais e perdem temporariamente a exuberância.  Sentem-se como uma árvore desfolhada, sem flor nem perfume...

Mas que importa se a vida que pulsa, além das aparências, está se preparando para produzir flores mais belas e perfumadas nas primaveras vindouras?

Geralmente são os dias mais difíceis que acordam em nós as sementes adormecidas da esperança...

Não há dúvida de que os dias ensolarados e alegres são encantadores, mas são os dias difíceis que mais desafiam as nossas potencialidades e quebram a concha da nossa acomodação...

O sofrimento que nos fustiga a alma é abençoado aguilhão que nos faz despertar para os valores reais da vida.

Assim, diante dos açoites do inverno, pense nas preciosas lições da natureza.

Observe as árvores desfolhadas, quais esqueletos nus na paisagem cinzenta e sem brilho, mas em pé...

Firmes e cheias de esperança.

Suportam os ventos, a chuva, o frio e a falta de luz, mas conservam a seiva da vida na intimidade...

Instintivamente aguardam o retorno da primavera que, com sua brisa morna, vem acariciar as flores e fazê-las frutificar...

* * *

Aproveite os dias ensolarados para armazenar o vigor que lhe sustentará nos invernos existenciais...

E quando os dias escuros surgirem na sua vida, não permita que a tristeza lhe roube a esperança de ver surgir, outra vez, a primavera...

Lembre-se que mesmo nos dias nublados, o sol está sempre à espreita, esperando sua vez de brilhar e espalhar vida por sobre toda a natureza...

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

PAZEAR

 

Você conhece o verbo pazear?

Você sabia que existe esse verbo?

Segundo os dicionários, pazear significa estabelecer paz ou harmonia.

A conjugação desse verbo, no presente do indicativo, é a seguinte: eu pazeio, tu pazeias, ele pazeia, nós pazeamos, vós pazeais, eles pazeiam.

No entanto, muitos de nós nunca conjugamos esse verbo em nossa fase escolar, e assim também não o fizeram nossos avós.

E se não forem tomadas as providências cabíveis, as gerações futuras também não o farão.

Desde há muitos séculos a nossa cultura tem sido uma cultura de guerra.

Quais são os heróis que conhecemos na escola?

Sim, são os grandes generais, os valentes marechais, os corajosos revolucionários.

Quando abrimos um livro de história nos deparamos com tantas batalhas que quase podemos perceber suas páginas manchadas de sangue.

São guerras entre nações, guerras religiosas, guerras civis, revoluções, que logo aprendemos a conjugar o verbo guerrear, sem nenhuma dificuldade.

As escolas falam e enaltecem os guerreiros, mas poucas falam dos conquistadores da paz.

Pouco se conhece sobre homens e mulheres que empreenderam esforços para conquistar a paz, sem guerras nem derramamento de sangue.

Por que não se fala dos construtores da paz, como Jesus de Nazaré, Paulo de Tarso, Francisco de Assis, Ghandi, Martin Luther King Júnior, madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier e tantos outros pacifistas que tivemos e que ainda temos no mundo?

A conquista da paz só é possível com as ferramentas da paz, e não com as armas da guerra, que, em vez de pacificar os povos, disseminam mais ódios e ressentimentos.

Os museus intitulados “da paz”, mostram os combates, armas de guerra, destruição, subjugação de povos por outros povos, e batalhas sangrentas.

Esses são os museus da guerra e não da paz.

Nossa cultura é uma cultura de guerra, pois existem os ministérios da guerra, mas nunca existiu o ministério da paz.

É preciso mudar essa realidade. É preciso criar uma cultura de paz. É preciso incentivar o cultivo da paz nos lares, nas escolas e em todas as iniciativas sócio-econômicas, sócio-culturais, sócio-políticas e religiosas do planeta.

É preciso ensinar crianças e adultos a conjugar o verbo pazear.

Quando a paz, e não a guerra, for valorizada, teremos um mundo de paz, amor e união entre as criaturas.

“A paz é luz – o amor é o combustível. Para que a paz se demore como realidade na lâmpada do coração é necessário que o fio do amor continue doando combustível para manter aceso o lume da alegria.”

A paz do mundo começa em cada um de nós.

Se tivermos amor, com certeza seremos bem mais felizes.

Façamos a nossa parte e, com certeza, obteremos bons resultados.

* * *

Você sabia que o Brasil vai ganhar o primeiro museu da paz?

Numa parceria entre a ong internacional intitulada movpaz (*) e o governo do estado da Paraíba, será implantado o primeiro museu da paz do mundo.

A ong movpaz criou o projeto paz pela paz e não à violência, e tem efetuado ações práticas em favor da paz, ganhando adesão de autoridades, artistas e músicos, principalmente da região nordeste do país.

Segundo matéria publicada pelo jornal O norte, o museu será interativo, dinâmico e versátil, destinado a pesquisadores, estudantes e visitantes, que encontrarão, no local, a memória dos mais importantes pacifistas do mundo, que trabalharam em prol da excelência humana, bem como documentos e informações históricas que contribuíram e vêm contribuindo para a implantação da paz no mundo.

Sem dúvida, um pioneirismo digno de ser seguido pelos que desejam implantar a cultura da paz no seio da humanidade.

(*) http://www.movpaz.com.br/Antigo/principal/default.asp