terça-feira, 31 de agosto de 2010

A decisão é sua

Jogar ou recolher. Você escolhe.
Este é o slogan de campanha desencadeada pela Prefeitura de importante capital brasileira, estampado em cartaz que mostra uma mão sobre um pedaço de papel ao chão.
Tem a ver com educação. Tem a ver com cidadania. Convida o cidadão a refletir sobre o tipo de cidade que ele deseja para si: uma bela e limpa cidade ou ruas cheias de entulho.
Chama o cidadão à responsabilidade, a partir da sua decisão que, naturalmente, tem a ver com a sua formação moral, com sua ética, com seu comprometimento como cidadão.
Em verdade, tudo que nos rodeia, de alguma forma, é de nossa responsabilidade. E depende de nossas escolhas.
Vejamos que podemos morar em um bairro aprazível, mas somente teremos bons vizinhos, se cultivarmos a gentileza e a boa educação.
E isso é feito a partir de pequenos cuidados. Lembremos, por exemplo, de uma saída de carro muito cedo pela manhã, para o nosso trabalho.
Podemos retirar o carro da garagem sem barulho, sem acelerar ruidosamente e, portanto, sem acordar o vizinho que ainda dorme.
Ou podemos fazer todo o barulho que nos achamos no direito de produzir pensando que se nós estamos despertos, tão cedo, os outros também podem acordar à mesma hora.
Podemos limpar a frente de nossa casa, lavar a calçada, tomando cuidado para não sujar a frente da casa ao lado. Ou podemos, de forma descuidada, ir jogando tudo justamente para os lados e emporcalhando a frente das casas próximas.
Podemos ser gentis no trânsito, detendo-nos mínimos segundos a fim de permitir que outro carro, que aguarda no acostamento, possa adentrar a via à nossa frente.
Ou podemos ser totalmente insensíveis e deixar que o seu condutor canse de esperar, até a enorme fila de veículos findar.
Antipatia, simpatia. Nós decidimos se desejamos uma ou outra.
Podemos entrar no elevador e saudar as pessoas. Ou podemos fazer de conta que todas são invisíveis.
Podemos fazer uma gentileza e segurar o elevador um segundo para permitir a entrada de alguém que vem chegando, depressa.
Ou podemos apertar o botão e deixar que a porta se feche, exatamente à face de quem tentou chegar a tempo.
Podemos pensar somente em nós, viver como se mais ninguém houvesse no mundo.
Ou podemos viver, olhando em derredor, percebendo que alguém precisa de ajuda e ajudar.
Podemos fingir que somos surdos ou podemos nos dispor a escutar alguém a pedir informação a um e a outro e nos dispormos a ofertá-la.
Podemos fingir que somos cegos e não enxergar a pessoa obesa, em pé, no transporte público, ou a grávida, ou o idoso.
Ou podemos ser humanos e oferecer o nosso assento, com a certeza de que esse alguém precisa mais dele do que nós.
Mesmo que o cansaço esteja nos enlaçando, ao final do dia, os pés estejam doendo e o corpo todo diga: Preciso descansar.
Pensemos nisso e nos disponhamos a contribuir, desde hoje, com o mundo mais justo, harmonioso e feliz com que tanto sonhamos.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PARA CRESCER, VALORIZE-SE

 

Enorme grupo de almas humanas vem se arrastando do atraso à ignorância, há longo tempo, conforme as posições mentais em que se aprisionam.

Quantos são aqueles que nunca se sentem em boas condições para as atividades nobres da vida?

Quantos os que juram não ser capazes de estudar, de falar em público nem em privado, de escrever uma carta ou um bilhete sequer?

E os que afirmam não saber conversar com maturidade; não saber discutir sobre as próprias idéias, com lucidez, junto a quem pensa diferente?

É grande a quantidade de gente que segue dizendo, com toda convicção, que não sabe dirigir um automóvel, que não sabe cozinhar uma mínima alimentação para si mesma, que não sabe organizar seus aposentos, e assim por diante.

O que se mostra muito estranho nesses quadros é que raros, dentre esses indivíduos, fazem algum esforço para aprender o que não sabem, para superar as próprias limitações, como se o simples fato de garantir que não sabem lhes desse alguma satisfação.

Quem sabe até por não se dar conta da importância de sair das teias da ignorância, a fim de penetrar intensamente o clima da vida.

Alguns alegam, “gloriosos”, que não entendem matemáticas ou geografias. Há os que detestam os estudos de psicologia, outros, os de história.

Vários não entendem nada de biologia, enquanto um grande número não se interessa pela própria língua com que se expressa, relaxando nas regras mais mínimas.

A condição de não saber parece inalterada para muita gente, que não vê qualquer importância em saber isso ou aquilo, já que sempre viveu sem saber.

Alegam uns, “nunca gostei”, “não consigo entender”, “não quero nem saber”, enquanto outros exageram: “não quero nem saber e tenho raiva de quem sabe”.

Seria muito importante, para o progresso individual, que cada coisa não sabida fosse buscada, desde que representasse verdadeiro valor para a existência.

Seria valioso se a ignorância não fosse um desastre intelectual e moral consentido, mantido e cuidado por esses guardiões do atraso chamados acomodação, má vontade, desinteresse...

É lógico que ninguém cobrará conhecimentos universitários de quem não teve os primeiros passos da escolaridade; tampouco, ninguém quererá que todos dominem conhecimentos integrais de tudo.

A questão é bem outra, como se pode verificar.

Cada um, no nível em que se acha, deveria buscar superar-se, procurando conquistar os elementos em torno do campo de atividades e relacionamentos em que se move.

Alguém que consiga falar melhor, comunicando-se melhor, entenderá melhor e, sem dúvida, se sentirá melhor diante de si mesmo.

Aquele que possa localizar-se no mundo, sabendo quem são, onde se encontram e como são seus vizinhos geográficos, possivelmente viverá melhor.

Quem consiga compreender os episódios vividos por sua sociedade, podendo associar com ocorrências passadas dessa mesma comunidade, indubitavelmente terá outra visão do mundo, e, assim, viverá com mais lucidez.

Somente com a consciência do quanto é importante evoluir para deus, seja pelo conhecimento das coisas da terra, seja por meio das coisas do céu, a pessoa conseguirá progredir superando seus limites.

Valorizando-se e imprimindo em seu roteiro terrestre o progresso esperado, que não vem de Deus “de graça”, mas vem de Deus para aqueles que fazem a sua parte, você contará, só então, com a ajuda celeste.

Não se desmereça, mostrando-se sempre incapaz.

Disponha-se a ler um jornal, uma revista, um livro. Aprenda a perguntar a quem estudou a sua frente, de modo a entender melhor.

Desenvolva o gosto por palestras sobre questões que você gostaria de conhecer ou entender melhor.

Cultive o interesse por filmes, por teatro, por tudo que lhe permita obter outros ângulos de diversas situações da vida.

Esforce-se, aprenda, supere-se e experimentará o que significa penetrar os segredos da vida ou os mistérios de deus.

Agindo assim, descobrirá, por fim, como é bom enxergar através de horizontes mais amplos, como é bom aumentar a própria luz para andar com segurança e firmeza pelos caminhos humanos.

Pense nisso!

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, adaptado do cap. 8 do livro Para uso diário, ed. Fráter Livros Espíritas.

domingo, 29 de agosto de 2010

AÇÕES CRUÉIS

Em se observando a enorme diversidade dos animais, descobre-se como o Pai Criador foi pródigo em tudo providenciar ao homem.
Os animais o vestem com suas peles, o alimentam com seus ovos, seu leite, sua carne. Aquecem-no com suas penas e lã.
Com alegria, lhe deliciam os ouvidos tecendo sinfonias nos ramos das árvores ou aprisionados em gaiolas douradas.
Retribuem as carícias com fidelidade extremada, até o sacrifício da própria vida.
Em uma palavra, servem a Humanidade. E o que tem feito o homem pelos animais?
Basta se viaje e nas rodovias se encontram à venda várias aves, especialmente periquitos e papagaios, recém retirados do seu habitat.
Repousam ali, sobre varas improvisadas, de asas cortadas para não alçarem vôo.
Se a necessidade ou a ignorância de quem as retira da mata pode ser entendida, como se desculpar o homem que passa no seu carro, a negócios ou a passeio, que pára e adquire o espécime?
Para quê? Para servir de brinquedo ao filho? Por quanto tempo? Para servir de adorno?
Logo, o bichinho está relegado a um canto, triste. Morre cedo, na maioria das vezes, porque longe da liberdade da sua mata, quando não por doenças que contrai pela alimentação inadequada que recebe.
De outras vezes, descobre-se nos centros urbanos, junto a piscinas improvisadas ou nos jardins, tartarugas e cágados.
Também retirados pequenos do seu local de origem, fazem a alegria da criançada... Por algum tempo.
Até crescerem tanto que deixam de ser engraçadinhos. Alimentados de forma incorreta, têm os seus cascos amolecidos e acabam sendo entregues, quando o são, a zoológicos da cidade.
Para que tirá-los da condição de liberdade?
Tudo isso demonstra a crueldade do ser humano. Crueldade que é fruto do seu egoísmo e do pouco valor que dá à vida.
Já se viu, muitas vezes, burros e mulas com os ossos à mostra, carregando fardos pesadíssimos. E ainda recebendo chicotadas. Fome, trabalho excessivo, maus tratos.
Patos e suínos confinados em espaços mínimos, em especial regime de engorda. Prisioneiros, para acelerar a hora de serem levados ao mercado consumidor ou produzirem a melhor iguaria para sofisticados pratos.
Onde o respeito à vida, à natureza, ao ser inferior?
Conscientizemo-nos de que somente alcançaremos a felicidade, quando não venhamos a distribuir o mal, seja para a Terra que nos agasalha, seja para os seres que a habitam.
Porque em síntese, toda agressão à natureza redunda em prejuízo para quem a pratica.

* * *


Carl Sagan, astrônomo americano, disse que se fôssemos visitados por um viajante espacial que examinasse nosso planeta, ele possivelmente concluiria que não há vida inteligente na Terra.
É que o hipotético viajante iria logo descobrir que os organismos dominantes da Terra estão destruindo suas fontes de vida.
A camada de ozônio, as florestas tropicais, o solo fértil, tudo sofrendo constantes ataques.

Redação do Momento Espírita, com base em artigo publicado na Revista Veja de 27.03.1996.

sábado, 28 de agosto de 2010

Seguir em frente

 

Em uma conhecida passagem evangélica, Jesus afirma:

Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.

O Cristo é a figura mais notável da História.

Ao contrário de todos os demais homens, Ele não possui vícios e fraquezas.

Pleno de grandeza e compaixão, constitui o modelo ideal fornecido por Deus aos homens.

Nessas palavras de Jesus, pode-se vislumbrar todo um roteiro de evolução.

O que primeiro se identifica é o respeito à liberdade.

Trata-se de um convite, não de uma imposição.

Aquele que quiser ir após Ele deve prestar atenção em Suas palavras.

O jugo do Messias é suave e a rota que Ele sinaliza é luminosa.

Mas a criatura pode se decidir por caminhos tortuosos e obscuros, cheios de dor e desencanto.

Como a evolução é um desígnio Divino, todos se aperfeiçoarão.

Mas cada qual é livre para gerenciar o seu processo evolutivo, apressá-lo ou retardá-lo.

Havendo vontade de seguir em frente, surgem outras duas exortações.

Uma se refere ao ato de tomar a própria cruz.

Todo ser é como se construiu ao longo dos séculos.

Sua felicidade e sua desgraça constituem a herança que preparou para si mesmo.

Não adianta buscar culpados para as próprias mazelas.

A razão dos problemas enfrentados não reside no governo, no cônjuge, no vizinho, nos filhos, nos pais ou no patrão.

O Espírito é artífice de seu destino.

De acordo com seus atos, pensamentos e sentimentos, forja suas experiências e necessidades.

Como os outros não são culpados, não adianta tentar transferir o peso da cruz que se carrega.

A rebeldia e a revolta não resolvem nenhum problema.

É preciso coragem e decisão para assumir a responsabilidade pela vida que se leva, pelos próprios problemas e dificuldades.

Sem reclamações ou desculpas, é necessário tomar a cruz aos ombros e seguir adiante, com firmeza e dignidade.

Por difícil que se apresente, o dever precisa ser cumprido.

O derradeiro conselho é renunciar a si próprio.

Esse evidencia que o egoísmo é incompatível com a sublimação espiritual.

Quem deseja se libertar de injunções dolorosas tem de exercitar a abnegação.

Aprender a servir, a calar e a compreender, sem qualquer expectativa de retorno.

Trata-se do esquecimento dos próprios interesses no cuidado do semelhante.

Quem se esquece de si mesmo no afã de ajudar o outro ultrapassa o limite de seus deveres.

Não mede perdas e ganhos e se entrega à atividade do bem, pela simples alegria de ser útil.

Talvez o programa de trabalho pareça difícil, em um mundo marcado pelo egoísmo.

Mas representa a rota de acesso à paz e à plenitude.

Pense nisso.

 

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O céu que nos protege

 

Para onde vão os amores que partem para a Pátria Espiritual, deixando-nos uma grande saudade n’alma?

Será que continuam a olhar por nós? Ou, envolvidos em outras tarefas, esquecerão os amores deixados na Terra?

Com certeza, muitos de nós nos questionamos a respeito.

Mas, Rose, grávida de oito meses, estava, naqueles dias, preparando-se para receber seu bebê. E não havia espaço, em sua mente para outra coisa.

O bebê, tão aguardado, logo nasceria. Subitamente, contudo, ele deu sinais de problemas cardíacos.

A apreensão dos médicos inquietou ainda mais a jovem mãe. Disseram-lhe que as possibilidades do seu filhinho viver eram limitadas.

Durante as vinte e quatro horas seguintes, médicos e enfermeiras mantiveram vigília. As condições do feto pioraram e a opção foi induzir o parto.

Rose deu à luz um menino e ficou esperando pelos prognósticos. Observava as enfermeiras irem e virem, ouvia o som de máquinas, sentia o cheiro de desinfetante.

Por fim, dominada pelo cansaço, ela dormiu.

O capelão do hospital foi chamado pela equipe médica, tendo em vista a preocupação com o pequenino que poderia morrer a qualquer momento.

O padre veio e, na sua crença, pensou que o melhor seria a criança ser encomendada a Deus, a fim de que seu Espírito pudesse ser recebido pelos anjos, na espiritualidade.

E assim o fez.

Enquanto isso, Rose teve um sonho. Seu tio Patrick, desencarnado há muitos anos, lhe apareceu.

Ela não conseguiu apreender detalhes. Mas o rosto do tio, sereno, ficou fixado em sua memória. Também a mensagem de esperança:

Não se preocupe. Seu filho ficará bem. Vai dar tudo certo.

Quando Rose acordou, seu coração estava apaziguado. Uma grande serenidade a envolvia, pensando na frase alentadora que ouvira de seu tio.

Então, ela viu o padre e ficou aterrorizada. Seu filho teria morrido?

O sacerdote deve ter percebido a sua inquietação, pois falou rápido:

Minha filha, agarre-se à esperança. Orei por seu filho e até resolvi batizá-lo. Como não sabia como chamá-lo, eu o chamei de Patrick. Espero que não se importe.

Quando ela ia abrir a boca para relatar o sonho com seu tio, um médico adentrou o quarto e deu a informação de que a situação da criança estabilizara.

Ele deverá vencer a crise! – Afirmou, otimista.

Rose suspirou, aliviada. Foi até o berçário e olhou para o seu bebê, dormindo na incubadeira. O pequeno peito subia e descia, no ritmo do coração.

Ela colou seu rosto no vidro e sussurrou:

Patrick, meu filho, vai dar tudo certo.

 

*   *   *

 

A morte não rompe os vínculos do afeto. E, mais do que imaginamos ou possamos ter consciência, os seres amados continuam a nos proteger.

Muitos deles se tornam, com aquiescência Divina, zelosos protetores dos seus amores.

Pensemos nisso e luarizemos a grande noite da saudade enviando aos seres queridos nossas preces de fortalecimento, de gratidão, de ternura.

 

 

Redação do Momento Espírita, com base em história

do livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam

e Judith Leventhal, ed. Sextante.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

NÃO PRECISA MUDAR O MUNDO

 

Era uma vez um rei que governava um próspero país. Um dia ele resolveu conhecer algumas áreas distantes de seu país. Por vários dias ele percorreu grande extensão de estradas. Mas quando retornou ao seu palácio, chamou seus súditos e reclamou que seus pés estavam feridos e doíam muito. Afinal, era a primeira vez que ele fazia uma viagem tão longa por estradas tão ásperas e cheias de pedregulhos.

Pensou numa maneira de resolver o problema e logo teve uma idéia. Ordenou que seus servos recobrissem todas as estradas do seu país com couro. Seria uma obra muito cara, pois custaria a vida de milhares de vacas e bois.

Então, um dos mais sábios entre os servos ousou fazer uma sugestão ao rei dizendo-lhe:

Por que o rei tem que gastar essa enorme quantia de dinheiro? Não seria mais prático e mais barato mandar cortar um pequeno pedaço de couro para cobrir seus pés?

O rei ficou surpreso, mas aceitou a sugestão. Mandou cortar um pedaço de couro e fazer uma proteção para seus pés, a fim de evitar os ferimentos nas próximas viagens. 

Às vezes nós também costumamos ter idéias semelhantes à do rei, tentando resolver os problemas da maneira mais difícil.

Insatisfeitos com o mundo, desejamos mudá-lo, em vez de efetuar as mudanças necessárias em nós mesmos.

Movidos pelo desejo de pavimentar estradas sem espinhos nem obstáculos, esquecemos das proteções que devemos construir na intimidade da própria alma, e queremos mudar a situação ao redor a todo custo.

Se não desejamos sofrer os ferimentos da vaidade, é preciso recobrir a alma com a proteção da MODÉSTIA.

Se queremos evitar os pedregulhos do orgulho, é necessário proteger a alma com o algodão da HUMILDADE.

Se não desejamos sofrer a dor provocada pelos espinhos do egoísmo, busquemos desenvolver a couraça da FRATERNIDADE.

Se a situação ao redor nos desagrada e nos fere com freqüência, o melhor a fazer é buscar a reformulação dos próprios atos, na certeza de que NÃO PRECISAMOS MUDAR O MUNDO, MAS EFETUAR AS REFORMAS NECESSÁRIAS EM NOSSO COMPORTAMENTO, EM NOSSA FORMA DE SER.

A melhor maneira de nos proteger dos pedregulhos da caminhada, evitando os ferimentos, é revestir a alma com o couro da verdadeira CARIDADE, entendendo que o mais infeliz é sempre aquele que fere, aquele que ofende.

Jesus, o sublime Galileu, experimentou todo tipo de agressão e, no entanto, nunca perdeu a SERENIDADE e foi sempre o vitorioso. Que importava se o mundo exterior era cheio de pedregulhos e espinhos se sua alma estava revestida de paz e confiança em Deus?

Jesus, mesmo sendo o Espírito mais sábio de que se teve notícias, jamais desejou mudar o mundo, mas deixou sempre o convite para todos aqueles que querem seguir a sua trilha. A trilha que conduz à FELICIDADE plena, acima das imperfeições deste mundo.

Assim, se você está indignado com a situação a sua volta e deseja mudar o mundo, lembre-se que isso SÓ SERÁ POSSÍVEL COMEÇANDO POR MUDAR-SE A SI MESMO.

 

* * *

 

Toda mudança exige ESFORÇOS e uma grande dose de CORAGEM.

A maioria de nós prefere criticar os outros e responsabilizá-los pelo que não está certo.

No entanto, às vezes é preciso um AUTO-ENFRENTAMENTO com toda sinceridade a fim de repensar atitudes e tomar decisões importantes para o próprio crescimento.

O que não devemos esquecer jamais, é que somos espíritos milenares e que trazemos uma grande soma de experiências e hábitos adquiridos ao longo da caminhada evolutiva.

E precisamos admitir a hipótese de que somos os construtores da própria infelicidade de hoje, graças aos hábitos dos quais não queremos abrir mão.

E se assim é, se desejamos alcançar a felicidade almejada, é preciso despojar-nos do manto escuro das imperfeições que nos pesa nos ombros, a fim de alçar o vôo definitivo em direção à luz.

 

(Redação do Momento Espírita, baseado em texto retirado de "The Prayer of the Frog", tradução de Sérgio Barros.)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tristeza que fere

 

O homem chegou em casa, naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal-humorado.

Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. A luz acesa na cozinha iluminava fracamente a sala que ele adentrou. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:

Mamãe, por que papai está sempre triste?

Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.

O homem parou, sem coragem de avançar e continuou ouvindo:

Que são negócios, mamãe?

São as lutas da vida, filho.

Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:

Papai fica alegre nos negócios?

Fica, sim, respondeu a mãe.

Mas, então, por que fica triste em casa?

Sensibilizado, o pai de família pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:

Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar o chefe da repartição e os clientes. É importante para o trabalho dele.

Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa precisa cuidar para não ferir os outros e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa.

Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações.

A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:

Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...

Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.

Meu Deus, pensou. Como estou maltratando minha família.

E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino e o abraçou forte.

Filho, vamos brincar? Foi o que perguntou.

 

*   *   *

 

Não há quem não tenha problemas, lutas e dificuldades. Compete, no entanto, saber administrá-las de forma a que elas não se tornem um fantasma de tristeza, um motivo de autocompaixão.

Mesmo porque ninguém tem somente coisas ruins em sua vida. Ao lado das lutas constantes, existem sempre as compensações que Deus providencia.

Ter um lar, esposa, filhos, família, pais amorosos é o oásis de paz que a Divindade nos concede a fim de que restabeleçamos as forças para o prosseguimento do bom combate.

 

*   *   *

 

A alegria espalha bênçãos onde se manifeste.

A alegria pura contamina os que estão em volta. Por isso, recuperemos a coragem na arena de combate que a vida diária nos impõe e vitalizemos a alegria.

Não sejamos semeadores de sombras, antes sejamos como o sol que sorri gentil e tudo ilumina onde se faz presente.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13 do livro Missionários da luz, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no verbete Alegria, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

NA CONSTRUÇÃO DO AMANHÃ

 

Nos Estados Unidos, o dia dos namorados é comemorado a 14 de fevereiro. Nesse dia, as pessoas costumam enviar cartões não somente para os namorados. Também a amigos e pessoas queridas.

Foi com preocupação que a mãe de um garoto tímido e calado ouviu-o dizer que desejava dar um cartão para cada colega seu.

Chad era um excluído na classe. A mãe o via, todos os dias, retornando da escola.

A turma vinha na frente, brincando, conversando. Ele sempre atrás, sozinho.

Ela ficou angustiada. Mesmo assim, nos dias que se seguiram ela ajudou o filho a confeccionar os cartões.

Comprou papel, cola e lápis de cor. E ele trabalhou com afinco.

Finalmente, no dia dos namorados, estavam prontos os 35 cartões.

Ele não cabia em si de contentamento.

A mãe passou o dia preocupada. Tinha certeza que ele voltaria desapontado.  Não receberia nenhum cartão.

Por isso, resolveu fazer alguma coisa para amenizar a situação. Assou biscoitos especiais que ele gostava.

Depois, ficou esperando.

Olhou pela janela e viu os garotos. Como sempre, eles vinham rindo e se divertindo.

Como sempre, Chad vinha atrás do grupo. Caminhava, no entanto, um pouco mais rápido do que o normal.

Quando entrou em casa, ela esperou que ele se desmanchasse em lágrimas.

Chegou de mãos vazias, como ela pensara. Segurando o pranto, a mãe lhe disse:

“Filho, preparei um lanchinho para você.”

Mas Chad não prestou atenção ao que ela disse. Com passos firmes, se encaminhou para a cozinha, repetindo:

“Nenhum...nenhum..”

Nesse momento, a mãe observou que o rosto do filho brilhava de alegria. E o ouviu completar a frase:

“Não esqueci nenhum, nenhum deles!”

A atitude do garoto é altruísta e denota uma alma que muito mais se preocupa em ofertar amor, do que buscar ser amado.

Poucas criaturas podem superar, contudo, situações semelhantes.

O “bulling”, essa prática de agressividade repetida, muito comum entre crianças e adolescentes, tem dado causa a alguns desastres.

O fenômeno é mundial. Crianças e adolescentes são excluídos pelos colegas, perseguidos e humilhados.

Muitos abandonam a escola, sem condições de prosseguirem enfrentando humilhações e trotes.

As estatísticas apontam ainda crescente número de suicídios na faixa etária da infância/adolescência, como efeito do “bulling”.

Qual será o motivo de tamanha crueldade?

Educadores e pais: estejamos atentos. Observemos o comportamento dos nossos filhos.

Serão eles os promotores do “bulling” ou suas vítimas?

É tempo de ensinar a amar em nosso lar. A respeitar os diferentes. A imitar os melhores, não tentar destruí-los.

Pensemos: quais são os comentários que nossos filhos mais ouvem, com respeito aos outros seres, em nosso lar?

Que falamos a respeito dos colegas de trabalho, dos vizinhos, dos filhos dos outros?

É possível que descubramos que essa manifestação doentia, o “bulling’, seja a resultante da indiferença e do desamor que ensinamos a eles, todos os dias.

Pensemos nisso! O mundo melhor do amanhã está em nossas mãos.

Depende de nós a geração que se estrutura hoje para atuar no mundo logo mais, como cidadãos do mundo, herdeiros das nossas riquezas morais.

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap.  Dia dos namorados, de Dale Galloway, do livro Histórias para o coração, vol.  1, de Alice Gray, ed.  United Press.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

TEMPO DE AMOLAR O MACHADO

 

Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador da região onde morava, cortava e empilhava madeiras das árvores que cortava.

O jovem o admirava, e o seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, que aquele homem, no ofício de cortar madeira.

Certo dia, o rapaz resolveu procurar o velho lenhador, no propósito de aprender com quem mais sabia.

Enfim ele poderia tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar.

Passados apenas alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo, e que aquele senhor não era tão bom assim quanto falavam.

Impetuoso, afrontou o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores.

O experiente lenhador aceitou, sabendo que seria uma oportunidade para dar uma lição ao jovem arrogante.

Lá se foram os dois decidir quem seria o melhor.

De um lado, o jovem, forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores sem parar.

Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho, silencioso, tranqüilo, também firme e sem demonstrar nenhum cansaço.

Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador, e qual não foi a sua surpresa, ao vê-lo sentado.

O jovem sorriu e pensou: Além de velho e cansado, está ficando tolo. Por acaso não sabe ele que estamos numa disputa?

Assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.

Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois, e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contagem e medição.

Para a admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado quase duas vezes mais árvores que o jovem desafiante.

Este, espantado e irritado, ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, se, uma ou duas vezes que parara para olhar, o vira sentado e tranqüilo.

Ele, ao contrário, não havia parado ou descansado nenhuma vez.

O velho, sabiamente, lhe respondeu:

Todas as vezes que você me via assentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava amolando o meu machado!

 

*   *   *

 

Reflitamos sobre o ensino trazido pelo conto.

Obviamente, com um machado mais afiado, o poder de corte do velho lenhador era muito superior ao do jovem.

Este, embora mais vigoroso na força, certamente não percebeu que, com o tempo, seu machado perdia o fio, e com isso perdia a eficácia.

Quando chegamos em determinadas épocas de nossas vidas, como o fim de mais um ano de trabalho, de esforço, de empreendimento, esta lição pode ser muito bem aplicada.

É tempo de amolar o machado!

Embora achemos que não possamos parar, que tempo é dinheiro, que vamos ficar para trás, perceberemos, na prática, que se não pararmos para amolar o machado, de tempos em tempos, não conseguiremos êxito.

Amolar o machado não é apenas descansar o corpo, é também refletir, avaliar, limpar a mente e reorganizar o nosso íntimo.

Amolar o machado é raciocinar, usar da inteligência para descobrir se estamos usando nossas forças da melhor forma possível.

Assim, guardemos algum tempo para essas práticas realmente necessárias, e veremos, mais tarde, que nosso machado poderá cortar as árvores com muito mais eficiência.

 

Redação do Momento Espírita com base em  conto da obra S.O.S. Dinâmica de grupo, de Albigenor e Rose Militão. ed. Qualitymark.