quarta-feira, 30 de abril de 2014

DO JEITO QUE VOCÊ É


Mark Tucker produz e apresenta projetos em multimídia pelos Estados Unidos da América.
 
Certa noite, após uma apresentação, foi procurado por uma mulher, que lhe disse: Você deveria tocar a música de meu filho no seu programa.
 
Mark, então, desfiou o rosário de sempre: O rapaz devia mandar uma fita para demonstração.
 
Não precisava ser uma gravação profissional, bastaria uma gravação caseira, alguns acordes de guitarra para ele ter uma ideia do tipo de música que ele fazia.
 
Depois que Mark explicou todo o processo, a mulher olhou-o, sorrindo, e disse: Bem, meu filho é Billy Joel.
 
Assim que se recuperou do susto, Mark rapidamente lhe assegurou que seu filho, o famoso compositor Billy Joel, não precisaria enviar uma fita!
 
A mulher insistia que ele deveria tocar uma música específica que o filho escrevera. Ela sentia que, naquela canção, havia uma mensagem positiva sobre autoconfiança, que se encaixava perfeitamente no trabalho de Mark.
 
E ela começou a descrever como as sementes da letra da canção haviam sido plantadas desde a infância do compositor.
 
Quando era criança, Billy dizia, com frequência, que queria ser outra pessoa, alguém diferente de quem era.
 
Ficava aborrecido por ser mais baixo do que os outros meninos. Era comum vir da escola ou de um jogo reclamando por não se sentir competente. Ele dizia como gostaria de ser só um pouquinho mais alto...
 
Para sua mãe, naturalmente, o filho era perfeito. Assim, toda vez que ele exprimia um sentimento negativo sobre si mesmo, ela afirmava: Não se preocupe, isso não tem a menor importância. Você não precisa ser outra pessoa, porque você é perfeito. Somos todos únicos e diferentes uns dos outros. E você também há de ter algo maravilhoso para dividir com o mundo. Amo você exatamente como você é.
 
Essas palavras de uma mãe que amava seu filho exatamente como ele era, ficaram gravadas no coração do menino e permitiram que seu talento desabrochasse.
 
Pois Billy Joel cresceu e descobriu sua vocação para fazer músicas, que se tornaram conhecidas em todo o mundo. E milhões de pessoas ouvem com o coração as palavras inspiradas, por sua mãe, na música vencedora do primeiro Grammy:
 
Não mude só para tentar me agradar... Amo você do jeito que você é.
 
* * *
 
A mudança é parte importantíssima para a evolução humana. Mas, ao mesmo tempo em que devemos nos esforçar a cada dia para sermos melhores do que antes fomos, precisamos também aprender a nos amar do jeito que somos hoje.
 
Não é um sentimento de acomodação, e sim de respeito à natureza humana, que se modifica aos poucos.
 
Somos extremamente diferentes uns dos outros. Cada um tem uma história única, com muitas experiências vividas através dos tempos.
 
É por essa razão que somos singulares, que temos potencialidades tão diversas.
 
No arco-íris, ninguém poderá, jamais, afirmar qual das cores é a mais bela, pois elas são simplesmente diferentes, e são essas diferenças que fazem a grande beleza desse fenômeno natural.
 
Assim é também o Espírito em sua marcha evolutiva. Seguimos caminhos diversos para alcançar o mesmo fim: a perfeição.
 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Do jeito que você é, de Jennifer Read Hawthorne, do livro
Histórias para aquecer o coração, v. 2, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Heather McNamara, ed. Sextante.

terça-feira, 29 de abril de 2014

A DIMENSÃO MAIS PROFUNDA DA BELEZA


Aos quinze anos, costumamos ficar em frente ao espelho, pesquisando cada pedacinho de nosso rosto.
 
Entramos em desespero quando achamos que nosso nariz é muito grande, ou porque mais uma espinha está surgindo.
 
Em verdade, nunca estamos satisfeitos com nossa aparência, principalmente, quando aquela pessoa pela qual somos apaixonados, parece nem saber que existimos...
 
Alison não conhecia esses problemas. Era bonita, simpática, popular e inteligente, campeã de natação da escola.
 
Alta, corpo esbelto, olhos de um profundo azul-piscina e lindos cabelos louros, mais parecia uma modelo do que uma estudante comum.
 
Mas, durante o verão, alguma coisa mudou.
 
Um dia, ao enxugar o cabelo, ela notou uma falha no couro cabeludo. Aquilo a intrigou. Depois, esqueceu o incidente.
 
Três meses depois, uma outra falha no couro cabeludo. E outra, e mais outra. Em pouco tempo, sua cabeça estava repleta de falhas de cabelo.
 
Os diagnósticos e os tratamentos se multiplicaram até descobrir que sofria de uma doença chamada alopécia e nada poderia deter seu curso.
 
Como era muito querida, os amigos a apoiaram. Certo dia, vendo os cabelos espessos e luminosos da sua irmã a lhe caírem sobre os ombros, chorou, dando vazão à tristeza que sentia.
 
Naquele momento, teve uma percepção profunda: havia uma escolha a fazer. Ela não podia deixar que o problema com o cabelo a dominasse a ponto de lhe tirar o gosto de viver. Afinal, ela era muito mais do que o seu cabelo.
 
Decidiu assumir sua condição e procurar soluções. Comprou várias perucas de cores e tamanhos diferentes, que usava de acordo com a ocasião e com seu estado de espírito.
 
Voltou para a escola no outono – sem cabelo, sem sobrancelhas, sem cílios e deixando as perucas esquecidas no fundo do armário.
 
Como sempre planejara, ela se candidatou a representante da escola e acrescentou ao seu discurso de campanha, slides de líderes carecas, como Gandhi.
 
Os alunos riram muito da ideia. No primeiro discurso, após a vitória, ela se dirigiu à audiência, contando seus planos como representante. Ao final, acrescentou:
 
Gostaria de compartilhar algo muito particular. Todos presenciaram o problema que tive que enfrentar e agradeço do fundo do coração o apoio e a força que me deram.
 
Eles foram fundamentais para que essa experiência promovesse uma descoberta da maior importância na minha vida: de que a beleza se encontra numa dimensão muito mais profunda do que o nosso aspecto exterior.
 
Não vou negar que sinto falta do meu cabelo, e que, às vezes, sofro com a sua perda. Mas quero lhes afirmar com toda a sinceridade: sou grata por ter descoberto que o amor é o valor essencial e que depende exclusivamente de mim desenvolvê-lo. Obrigada, meus amigos.
 
Todos vibraram e aplaudiram.
 
E Alison, linda, popular e inteligente, com seus olhos azul-piscina, do alto da tribuna, sorriu e agradeceu.
 
Ela havia descoberto a dimensão mais profunda da beleza...
 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A beleza verdadeira, de Alison Lambert e Jennifer Rosenfeld, do livro Histórias para aquecer o coração, v. 2, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ed. Sextante.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

VOO DOS GANSOS


É interessante observarmos como algumas pessoas são fortes, no que diz respeito a compreenderem e serem resignadas perante suas condições de vida.
 
Como ainda conseguem sorrir? – nos perguntamos, referindo-nos àqueles que perdem tudo o que têm, vitimados pelos desastres naturais como as enchentes, os terremotos, os incêndios.
 
Às vezes, nos imaginamos em seus lugares e exclamamos: Acredito que eu não suportaria tudo isso, sem me revoltar contra Deus, contra tudo.
 
Quando acompanhamos as histórias dessas pessoas na mídia, observamos seu olhar, e lá encontramos tristeza, desapontamento, é certo.
 
Mas, se observarmos bem, descobriremos uma força gigantesca, incompreensível quase, que as fará acordar, no dia seguinte, dispostas a reconstruir tudo, a conquistar tudo, outra vez, com o fruto do trabalho, com a mesma disposição de sempre.
 
De onde vem essa força? De onde vem essa vontade de continuar vivendo e lutando?
 
A respeito, escreveu um escritor americano:
 
Ontem, observei uma enorme revoada de gansos batendo asas em direção ao sul, com um pôr do sol panorâmico, que coloria todo o céu, durante alguns momentos.
 
Eu os observava, enquanto me apoiava contra a estátua do leão em frente ao Instituto de Artes de Chicago, onde estava olhando as pessoas que faziam compras, andando apressadas pela Avenida Michigan.
 
Quando baixei o olhar, percebi que uma mendiga, parada a alguns metros de distância, também estivera observando os gansos.
 
Nossos olhos se encontraram e sorrimos, reconhecendo, silenciosamente, o fato de que havíamos partilhado uma visão magnífica, um símbolo do misterioso esforço de sobrevivência.
 
Ouvi a senhora falar para si mesma, enquanto se afastava desajeitadamente: “Deus me estraga com mimos.”
 
Será que a senhora estaria brincando?
 
Não. Acredito que a visão dos gansos tenha quebrado, mesmo que por um breve momento, a dura realidade de sua própria luta.
 
Percebi, mais tarde, que momentos como aquele a mantinham viva. Era a forma através da qual ela sobrevivia à indignidade das ruas. Seu sorriso era real.
 
A visão dos gansos era um presente. Era a prova de que Deus existia, de que estava lá. Era tudo o que ela precisava.
 
O autor termina a breve passagem com a frase: Eu a invejo.
 
* * *
 
Quando as religiões proclamam que a presença de Deus está em tudo à nossa volta, não cometem nenhum exagero de linguagem.
 
Todos temos a companhia inseparável Daquele que nos criou, através de muitas maneiras que desconhecemos.
 
Uma brisa suave nos toca a face.
 
Uma chuva mansa alivia o calor do dia.
 
Um pássaro, e seu canto solitário.
 
Uma noite de sono que a memória esquece, mas que o coração sempre lembra.
 
Ele jamais nos desampara. Ele cuida dos lírios do campo, das aves, das flores, e tem um cuidado especial por Seus filhos amados.
 
Nunca esqueçamos disso.
 
Redação do Momento Espírita,com base no cap. O voo dos gansos, de Fred Lloyd Cochran, do livro Histórias para aquecer o coração, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Heather Mac Namara,ed. Sextante.

domingo, 27 de abril de 2014

A MÚSICA DAS ESFERAS


A música, dentre todas as expressões artísticas, é a mais misteriosa.
 
De que maneira sons combinados são capazes de nos despertar alegria, tristeza, ternura? De que maneira são capazes de evocar as mais doces lembranças, os sentimentos mais profundos de nossas almas?
 
Uma antiga paixão, um pôr-do-sol especial, um momento de despedida ou de reencontro. Um velho amigo, uma ocasião festiva, lágrimas de solidão. Instantes únicos guardados em nossa memória e que são evocados através de uma música.
 
Utilizando-se de relações matemáticas, o filósofo grego Pitágoras construiu uma escala musical baseada em razões simples entre números inteiros.
 
De acordo com o pensador, todas as proporções geométricas existentes na natureza também podem ser descritas em razões numéricas. Logo, em tudo o que nos cerca há musicalidade, há melodia.
 
Ainda assim, e considerando que à época de Pitágoras acreditava-se que a Terra era o centro do Cosmo, era certo para o pensador de que as esferas guardavam proporções de distância fixas entre si.
 
Logo, também entre os astros havia melodiosidade. A chamada Música das esferas.
 
Os séculos se sucederam. O homem conheceu o sistema heliocêntrico.
 
O cientista Johannes Kepler, nascido na Alemanha, em 1571, obteve três leis gerais que descrevem o movimento dos planetas.
 
Através da observação dessas leis, Kepler deduziu os intervalos musicais para cada astro.
 
Ele propôs serem eternos os sons de cada orbe, a variar continuamente entre o som mais grave e o mais agudo da escala musical de cada um deles.
 
Os movimentos dos céus não são mais que uma eterna polifonia, afirmou o cientista.
 
* * *
 
Aos ouvidos e olhos mais atentos, tudo o que nos cerca é música, poesia, arte, harmonia, beleza.
 
Você já parou hoje um instante para ouvir a melodia daquilo que nos cerca?
 
Embora as guerras, a violência gratuita, os grandes sofrimentos, as desigualdades sociais sejam, muitas vezes, para nós nada além de ruídos desafinados, em tudo encontramos a sempre presente harmonia da Criação.
 
Basta que ouçamos e vejamos com os ouvidos e com os olhos da alma, do coração, do amor.
 
Onde há guerra, orquestremos a sinfonia da paz.
 
Onde há mágoa, executemos a sinfonia do perdão.
 
Onde há sofrimento, cantemos a melodia da esperança.
 
Onde há solidão, arpejemos as notas da amizade.
 
Onde há medo, construamos os acordes da fé.
 
* * *
 
É necessária muita sensibilidade para se ouvir as notas da melodia da vida.
 
A cada passo que damos em direção ao progresso, novas harmonias são acrescentadas, novas vozes, novos instrumentos.
 
Novos são os desafios, as oportunidades, os começos e recomeços.
 
Muda-se o compasso, muda-se o tom, alternam-se momentos de sons com os de silêncio... Mas sempre se vai adiante, a melodia não retrocede jamais.
 
Por isso, embora as dificuldades inerentes à caminhada de cada um, jamais fechemos os olhos àquilo que nos cerca.
 
Sintamo-nos parte desse todo, desse equilíbrio, dessa música universal.
 
Mais do que isso, nos sintamos co-criadores da melodia da vida, pois o Grande Maestro conta conosco na execução das notas harmônicas da Criação.
 
Redação do Momento Espírita.

sábado, 26 de abril de 2014

A BELEZA DE CADA UM


No momento em que a mídia enfatiza a beleza como questão de êxito para o sucesso e condição para se enriquecer de forma muito rápida;
 
no momento em que se observa que muitos dos nossos jovens estão mais preocupados em mostrar e explorar o corpo, do que em conquistar valores reais;
 
cabe-nos proceder a uma pequena pausa para meditação a respeito dos caminhos que temos buscado trilhar e daqueles que estamos apontando para os nossos filhos.
 
Conta-se que um homem acabrunhado entrou em um templo para fazer as suas orações. Em determinado momento, confidenciou a Deus:
 
Senhor, eu estou aqui porque em templos não há espelhos, pois nunca me senti satisfeito com minha aparência.
 
Então, na intimidade da consciência, ele começou a ouvir uma voz que lhe dizia, com entonação paternal:
 
Meu filho, nenhuma das minhas obras surgiu ou ficou sem beleza, pois, lembre-se, que tudo criei com amor.
 
A aparente feiura é resultado da miopia dos homens, que não sabem, por vezes, descobrir a beleza oculta.
 
De toda forma, lembre que não importa se o seu corpo é gordo ou magro. O que tem capital importância é que ele é o templo do Espírito imortal. Merece toda a consideração, pois, graças a ele, o Espírito atua no mundo para seu próprio crescimento.
 
Não importa se seus braços são longos ou curtos. O que tem valor é o desempenho do trabalho honesto que executam.
 
Não importa se as suas mãos são delicadas ou grosseiras. Sua função é distribuir o bem às outras criaturas. É acarinhá-las e lhes transmitir bem-estar.
 
Não importa a aparência dos pés. Sua função é tomar o rumo do amor e da humildade.
 
Não importa o tipo de cabelo, cor, comprimento e se existe ou não numa cabeça. O que importa são os pensamentos que por ela passam e que ela transmite, como criação sua, beneficiando ou destruindo seus irmãos.
 
Não importa a forma ou a cor dos olhos. O que importa é que eles vejam o valor da vida e, assim ilustrados, colaborem para demonstrar esse valor a outros tantos seres que não gozam da mesma facilidade.
 
Não importa o formato do nariz. O que importa é inspirar e expirar bom ânimo, entusiasmo, fé.
 
Não importa se a boca é graciosa ou sem atrativos. O que importa são as palavras que dela saem, edificando vidas ou destruindo pessoas.
 
* * *
 
Se você não está feliz com a sua aparência física, medite a respeito. Olhe-se no espelho, outra vez, e descubra o brilho dos seus olhos graças ao amor que lhe vai na alma.
 
Agradeça a possibilidade de um corpo para viver sobre a Terra, nosso lar e nossa escola.
 
Finalmente, recorde de grandes vultos da Humanidade, que não ganharam prêmios ou foram admirados pela sua beleza física, mas transformaram as comunidades, influenciaram o mundo com seus gestos extraordinários.
 
Lembre da pequenina irmã Dulce, da Bahia, da também pequena em estatura Madre Teresa de Calcutá.
 
Por fim, de nosso Francisco Cândido Xavier que, de sua casa, em Uberaba, portador de variadas complicações físicas, espalhava luz para o mundo, através das suas mãos envelhecidas pelo tempo.
 
Pense nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com variações a partir do texto O espelho, de autoria desconhecida.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

SER ESPECIAL


Conta-se que um famoso palestrante começou um seminário segurando uma nota de cem reais. Para as cerca de duzentas pessoas que se encontravam na sala, ele perguntou quem queria aquela nota.
 
Todos ergueram a mão.
 
Então, ele amassou a nota e perguntou outra vez quem desejava possuí-la. As mãos continuaram erguidas.
 
Ele amassou a nota um tanto mais. Depois de se encontrar bem amarrotada, a mostrou ao público e repetiu a pergunta.
 
Eles continuavam a querer a nota. Agora, pareciam ansiosos, esperando que ele decidisse, de uma vez por todas, quem a receberia.
 
Mas, o palestrante a colocou com cuidado sobre a mesa, procurando alisá-la, a fim de que melhorasse seu aspecto. Enquanto ia fazendo isso, lentamente, foi falando:
 
O que acabamos de vivenciar nos deve servir de grande lição. Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês ainda irão querer esta nota, porque ela não perde o valor.
 
Amarrotada, amassada, dobrada, envelhecida, enrugada, ela continuará a ter o mesmo valor, cem reais.
 
Pois bem. Em nossas vidas também ficamos um tanto amassados, amarrotados pelas desilusões que nos permitimos, pelas dificuldades próprias da vida, pelo cansaço que vai tomando conta de nós.
 
Às vezes, nos dobramos ante o peso das dores que nos chegam. De outras, o pranto que derramamos pela perda financeira ou pelo abandono de um amigo, nos deixa com aspecto doentio, enrugado. É como se nos permitíssemos murchar pela dor.
 
Os anos pintarão marcas em nossas faces, alterando o brilho dos olhos e a maciez da pele. As mãos perderão algo da sua flexibilidade e as pernas demorarão um pouco mais para a realização dos movimentos.
 
A nossa memória poderá nos pregar algumas peças, ensejando-nos trocar nomes de pessoas, esquecer datas importantes ou fatos ocorridos.
 
De outras vezes, poderemos nos sentir como notas sujas, pelas decisões erradas que tomamos. É quando o remorso chega e tenta se assenhorear de nossa mente.
 
Quando tudo isso acontece, nos sentimos homens ou mulheres sem valor.
 
Mas, não é verdade. Não importa quanto estejamos sujos, maltratados, amarrotados, pisados, enrugados. Continuamos a ter valor. Um valor especial.
 
Isso porque cada um de nós é especial. Somos espíritos imortais e se, a caminho da perfeição, passamos por pântanos, estradas solitárias e lamaçais, ainda assim continuamos a ser especiais.
 
* * *
 
Não entremos em depressão por descobrir que somos uma pessoa com muitas falhas.
 
É sempre tempo de recomeçar. Levantemos a cabeça. Tomemos a decisão. E mudemos.
 
Se praticamos o mal, proponhamo-nos a consertar o que for possível.
 
Se estamos magoados, sacudamos a poeira dos sentimentos que nos deixam doentes, observemos o dia que nasce e conscientes de que somos únicos, adentremos pelos caminhos que produzem vontade de viver.
 
Se, por acaso, descobrirmos que ninguém nos ama, tenhamos certeza que, acima e além de todos, quem nos criou, nos ama de forma incondicional.
 
Assim, espanquemos a tristeza. Acabemos com o desânimo.
 
Lembremos: hoje é o melhor dia de toda nossa vida. E somos seres muito, muito especiais.
 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Para um amigo especial, de autoria ignorada.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O ÁTOMO E O PRECONCEITO


Conta-se que um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, uma escada no centro e, sobre ela, um cacho de bananas.
 
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.
 
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros batiam nele.
 
Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
 
Então os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
 
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram.
 
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.
 
Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.
 
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato.
 
Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
 
Os cientistas ficaram, então, com cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.
 
Se caso fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui!
 
* * *
 
É dessa forma que vemos a Humanidade agindo, no que diz respeito aos preconceitos.
 
Herdamos valores do passado sem questioná-los, sem pensar sobre sua validade, sobre seu conteúdo.
 
O grande Albert Einstein, certa feita disse: Triste época esta, em que é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.
 
Em seus pensamentos, com toda certeza, fulgurava essa dificuldade que tem o homem de se libertar de sua ignorância, de agir de acordo com a racionalidade, e não conforme as convenções descabidas.
 
Por isso, conceituamos antecipadamente muitas coisas, como uma raça, uma religião, uma profissão, uma opção de vida, uma pessoa.
 
Escondemo-nos na ideia de que sempre foi assim, escapando de ter que pensar, de ter que mudar.
 
Nesse momento, chegamos bem próximos das atitudes dos animais, que agem apenas por instinto, e se encontram na primitividade da evolução terrena.
 
O homem moderno precisa urgentemente rever seus valores.
 
O homem do novo século necessita derrubar antigos conceitos e abrir sua mente para as verdades novas que lhe chegam.
 
Juntamente com a importantíssima evolução do intelecto, que nos possibilitou dividir o átomo, precisamos cuidar também do crescimento ético, do desenvolvimento espiritual que nos fará, finalmente, livres dos preconceitos, que até hoje na História do Mundo, só trouxeram a espada, a divisão, o sofrimento.
 
* * *
 
Quantas das guerras modernas ainda são resultado de preconceitos antigos!
 
Quantos sentimentos de ódio por outras raças, por outras crenças, responsabilizando milhões, pelos erros passados de alguns poucos!
 
Quantos dias, anos, décadas, séculos, ainda faltam para compreender que somos todos irmãos, que temos todos o mesmo objetivo, e que não precisamos competir, e sim buscar a união para sermos felizes?
 
Pensemos nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

PRESENTES PARA A ALMA


Quando datas especiais se aproximam, seja o aniversário de um amigo, uma festa familiar ou, ainda, um dia especial na vida a dois, é natural que desejemos celebrar.
 
De imediato, nos ocorre o pensamento de como presentear, de como marcar significativamente a data, torná-la um evento, indagando-nos o que iremos ofertar, o que comprar.
 
Essa preocupação se aprofunda nos relacionamentos longos, quando a contagem dos anos não cabe mais nos dedos das mãos, pois, a cada ano fica mais difícil escolher o que presentearmos.
 
Lembramos que já compramos isso, aquilo, eliminando as possibilidades das roupas, dos enfeites para o lar, dos objetos pessoais. E tudo se transforma num quebra-cabeça complicado.
 
Presentear quem queremos bem, buscar algo que a pessoa efetivamente vá gostar, é muito natural e saudável.
 
Porém, será que esses presentes comprados são os únicos que podemos oferecer?
 
De outra forma, será que os únicos presentes a ofertar aos nossos afetos são aqueles que podem ser vistos, apalpados?
 
É natural que busquemos materializar o quanto queremos bem alguém, que desejemos dar um simbolismo concreto àquilo que sentimos.
 
Porém, em algum momento, nos preocupamos em dar de presente coisas que cabem na alma?
 
Será que há a possibilidade de oferecer algo que não se guarde no armário ou na estante, mas que caiba na intimidade do coração?
 
Algo que a pessoa possa levar consigo, onde quer que vá, sem precisar, inclusive, pagar excesso de bagagem, ou se incomodar em que ninguém roube ou estrague.
 
Tantas vezes nos preocupamos em abarrotar as pessoas com coisas e, tão pouco nos preocupamos em preenchê-las com nosso sentimento.
 
Por vezes, o melhor presente que podemos oferecer é a solidariedade.
 
Afinal, estar presente nas festividades é fácil e prazeroso.
 
Entretanto, será nas horas difíceis e doloridas que poderemos oferecer os presentes mais valiosos e raros que possuímos, como o ombro amigo, a palavra de consolo, ou um olhar de compreensão.
 
Se na saúde e vigor físico podemos nos divertir e brindar aos prazeres e alegrias da vida, será nos momentos de doença e limitação física que incomparáveis presentes poderão ser ofertados.
 
Nessas horas, terão peso de ouro presentes como a companhia fraterna, o diálogo consolador, as palavras de bom ânimo e coragem que possamos proferir.
 
Assim, se gostamos de brindar aos nossos amigos e amores com mimos e regalos, estejamos atentos para não esquecer que, em algum momento, eles também precisarão de outros presentes.
 
Daqueles invisíveis aos olhos, mas que deixam marcas indeléveis no coração.
 
Presentes que nascem da fraternidade, da abnegação e da solidariedade. Presentes do verdadeiro amor.
 
Um presente comprado em loja pode materializar, de certa forma, o quanto queremos bem a alguém. Dirá que somos atentos ao que a pessoa aprecia, gosta, o que a felicita.
 
Mas, esses outros presentes, os que se dirigem diretamente à alma e são invisíveis aos olhos, esses serão sempre a devida medida do quanto conseguimos amar verdadeiramente, de maneira plena e profunda.
 
Pensemos nisso, enquanto aguardamos a próxima data festiva.
 
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 22 de abril de 2014

SOL DAS ALMAS


É pelo amor, sol das almas, que Deus mais eficazmente atua no mundo.
 
Já notamos como um belo dia de sol consegue nos fazer bem? A temperatura pode estar baixa, mostrando os prenúncios do inverno, mas mesmo assim, o brilho intenso da estrela solar consegue nos trazer ânimo e esperança.
 
Algum poeta apaixonado poderia dizer que os raios solares são como um abraço do Criador, fazendo-nos acreditar que estamos seguros, que estamos protegidos.
 
Mas é através de um outro sol, um sol interior, que o Pai se mostra mais presente em nossas vidas: o amor.
 
O amor encontrado no coração do homem, manifestado em seus pensamentos e ações; o amor,condição indispensável, para que tudo na vida faça sentido e tenha valor.
 
Paulo de Tarso, em sua carta ao povo da cidade de Corinto, afirmava que se não houvesse amor em suas ações, elas não teriam validade, e que se não existisse amor em sua alma, ele nada seria.
 
O Apóstolo ainda trazia a aplicação prática desse ensino, dizendo que o amor é paciente, mostrando-nos a virtude da paciência, essa disposição íntima que nos faz esperar com calma, que nos auxilia a evitar a precipitação, que não é passiva, mas é atuante e dinâmica.
 
O amor é benigno, isto é, ele deve irradiar de nossa casa interior, para iluminar outros lares através da caridade, da intenção de fazer felizes aqueles que estão ao nosso redor.
 
O amor não arde em ciúmes, não guarda o sentimento de posse sobre ninguém, pois sabe que não possuímos as pessoas, e que se as amamos, devemos libertá-las.
 
O amor não se orgulha, nem se ensoberbece, é humilde, e faz com que saibamos o nosso devido lugar, conhecendo nossas imperfeições e reconhecendo as dificuldades do próximo, jamais nos proclamando melhores que alguém.
 
O amor não se conduz inconvenientemente, é delicado, sensível, e se expressa nas pequenas coisas, nas pequenas ações, que são invisíveis aos olhos do mundo, mas que para Deus demonstram nosso interesse e preocupação com as outras pessoas.
 
O amor não procura seus interesses, é espontâneo, não age visando a vantagem, a recompensa. Ele simplesmente ama, se doa, sem exigir retorno.
 
O amor não se exaspera, é tolerante, compreensivo, e sabe que necessitamos compreender as dificuldades alheias, pois todos, sem exceção, ainda as temos.
 
O amor não se ressente do mal, perdoa. Não permite que o veneno do ressentimento prejudique nossa saúde física e espiritual.
 
E, finalmente, Paulo de Tarso nos ensina que o amor não se alegra com a injustiçamas regozija-se com a verdade, mostrando-nos que devemos ser defensores da verdade, da sinceridade, mas não dessa sinceridade dura que atira as verdades no rosto dos outros - deixando assim de ser virtude.
 
A verdade deve ser revelada com psicologia, com cautela, visando construir, e não destruir o semelhante.
 
* * *
 
O amor decompõe-se em muitas cores, em muitas virtudes.
 
É este sol das almas que buscamos, cada um de uma forma, cada um a seu tempo. Sempre amparados pelo astro de primeira grandeza que é Jesus, que veio à Terra e permaneceu nestes ares para nos guiar aos caminhos que nos conduzirão ao Criador.
 
Redação do Momento Espírita, com base no texto O dom supremo, de Henri Drummond, e no cap. XXV, pt. 3, do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. FEB.