quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A pequena moeda

 

Dentro de um antigo baú empoeirado se encontrava, entre algumas bugigangas, uma pequena moeda.

Estava escurecida e desgastada pelo tempo e tudo indicava que havia sido muito manuseada.

Contudo, nada era sabido sobre o seu valor e há muito já fora esquecida.

     Um dia, porém, o baú foi aberto e, após ser vasculhado, ela foi encontrada.

O homem que a descobriu levou-a primeiramente a um economista para que fosse examinada.

Este, ao ver a moeda, negligenciou-a. Afirmou a sua antigüidade, mas desprezou o seu valor..

     Não conformado com a avaliação feita, o dono da moeda se dirigiu a um conhecido especialista em raridades..

Ao apresentá-la, pôde perceber de imediato, nas feições do homem, um certo ar de interesse e curiosidade.

Da moeda foi retirada toda a escória e o seu brilho ressurgiu.

Após uma detida análise, o especialista voltou-se para ele e declarou ser ele possuidor de uma peça de imenso valor,

uma rara moeda de ouro, na verdade, um exemplar único.

     Em muitas ocasiões, as pessoas são negligenciadas e desprezadas pelo juízo dos outros.

Ouvem palavras severas que as reduzem à insignificância.

Porém, o grande problema em tudo isso é que baseiam as suas vidas nestas avaliações e vivem desconsiderando a sua real importância.

     Para que se possa tomar consciência do próprio valor é preciso que o indivíduo recorra a um especialista em raridades.

Deus é este especialista em raridades.

Ele pode retirar toda a escória, resgatar e declarar a real significância do ser humano.

Ele faz ressurgir o brilho esquecido pelas estações do tempo que foram vividas no pecado.

     Coloque-se diante do Senhor, deixe que Ele dissipe todo o resíduo que o impede de brilhar.

Permita que Ele resgate o seu valor através de Jesus Cristo.

 

Roberto Montechiari Werneck

RELIGIÕES

 

"Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim. Ou são ramos da mesma árvore majestosa. Portanto, são todas verdadeiras".

A frase que você acabou de ler foi dita por uma das mais importantes personalidades do século vinte: o Mahatma Gandhi.

Veja quanta sabedoria nas palavras do homem que liderou a independência da Índia sem jamais recorrer à violência!

Nos tempos atuais, são raros os que realmente têm uma posição como a de Gandhi, que manifestava um profundo respeito pela opção religiosa dos outros.

Muitas pessoas acreditam que sua religião é superior às demais. Acreditam firmemente que somente elas estão salvas, enquanto todos os demais estão condenados.

Pouquíssimas pensam na essência da mensagem que abraçam, já que estão muito preocupadas em converter almas que consideram perdidas.

E, no entanto, Deus é Pai da Humanidade inteira. Todos nós temos a felicidade de trazer, em nossa consciência, o sol da Lei Divina. Ninguém está desamparado.

De onde vem, então, essa atitude preconceituosa, exclusivista, que nos afasta de nossos irmãos?

Vem de nosso pensamento limitado e ainda egoísta. Quase sempre o homem acredita que tem razão.

Imagina que suas opiniões, crenças e opções são as melhores. Você já notou que a maior parte das pessoas acha que tem muito a ensinar aos outros?

É que, em geral, as pessoas quase não se dispõem a ouvir o outro: falam sem parar, dão opiniões sobre tudo, impõem sua opinião.

São almas por vezes muito alegres, expansivas, que adoram brincar. Chamam a atenção pela vivacidade, pelos modos espalhafatosos, pelas risadas contagiantes e pelas conversas em voz alta.

Mas são raras as vezes em que param para escutar o que o outro tem a dizer.

São como crianças um tanto egoístas, para quem o Mundo está centrado em si ou na satisfação de seus interesses.

É uma atitude muito semelhante a que temos quando acreditamos que o outro está errado, simplesmente por ser de uma religião diferente. É que não conseguimos parar de pensar em nossas próprias escolhas.

Não estudamos a religião alheia, não nos informamos sobre o que aquela religião ensina, que benefícios traz, quanta consolação espalha.

Se estivéssemos envolvidos pelo sentimento de amor incondicional pelo próximo, seríamos mais complacentes e mais atentos às necessidades do outro.

E então veríamos que, na maioria dos casos, as pessoas estão muito felizes com sua opção religiosa. A nossa religião é a melhor? Sim, é a melhor. Mas é a melhor para nós.

É óbvio que gostamos de compartilhar o que nos faz bem. Ofertar aos outros a nossa experiência positiva é uma atitude louvável e natural.

Mas esse gesto de generosidade pode se tornar inconveniente quando exageramos.

Uma coisa é ofertar algo com espírito fraternal, visando o bem. Mas diferente quando desejamos impor aos demais a nossa convicção particular.

Se o outro pensa diferente, respeite-o! Ele tem todo o direito de fazer escolhas. Quem de nós lhe conhece a alma? Ou a bagagem espiritual, moral e intelectual que carrega?

Deus nos deu nosso livre arbítrio e o respeita. Por que não imitá-Lo?

Enquanto não soubermos amar profundamente o próximo, respeitando-lhe as escolhas, não teremos a atitude de amor ensinada por todas as religiões e pelos grandes Mestres da Humanidade.

Texto da Redação do Momento Espírita.