segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

PRECE PARA UM NOVO ANO

 

Pai amado,Estou dando os primeiros passos em um novo ano...

Peço para ele a tua bênção e a tua luz, para que eu o transforme em dias plenos de felicidade, não apenas para mim, mas para todos aqueles que estarão em contato comigo a partir de agora!...Que eu saiba administrar o novo tempo conforme tua lei e vontade e o receba com respeito e gratidão, como preciosa oportunidade de progresso, praticando sem restrição as virtudes que enobrecerão a minha vida e a vida de todos ao meu redor.

Neste novo ano, que eu pelo menos tente seguir mais a tua lei de amor e verdade e menos as frágeis e volúveis convenções humanas, que me conduzem quase sempre primeiro à ilusão e depois ao sofrimento...

Que eu seja sincero em minhas afeições e honesto em minhas relações...Que a mentira não manche minha consciência para que a vergonha mais tarde não me martirize o coração!...Que eu saiba ser tolerante com o modo de ser de toda e qualquer pessoa, seja no âmbito afetivo, pessoal, racial ou social..

Não podendo ainda aceitar ou compreender, que eu ao menos abdique de censurar ou condenar aquilo que venha por ventura a me escandalizar...Todos somos de Deus, desde o menor até o maior.

Não me cabe portanto julgar a Criação, mas colaborar para que ela seja harmoniosa e pacífica dentro de todas as minhas possibilidades.Que eu saia ao encontro de meus irmãos recebendo-os em meu coração tal qual são, sem o impulso de modificá-los ou de adaptá-los ao meu jeito de ser...

Que eu tente amar sem condições ou exigências, pelo menos uma vez, e experimente assim a felicidade de querer bem sem esperar retribuição e não acabe o ano mais uma vez sozinho e sem afeições verdadeiras...

Que eu consiga olhar nos olhos dos outros com toda a ternura de que sou capaz, sem esperar que me fitem com a mesma intensidade e carinho...

Que eu ajude, que eu perdoe, que eu compreenda, que eu tolere, que eu ame, enfim!O mundo perfeito, de paz e conciliação não começa nos outros, começa em mim mesmo!Que eu não queira ser grande apenas, que eu queria ser grande e bom!

A melhoria em todas as áreas é obrigação nossa perante a vida, mas de que vale esse crescimento se destituído de bondade e compaixão?

Que eu seja, em Teu Nome, consolo, fé e esperança.

Que eu seja paz, equilíbrio e segurança!

Que eu seja teu servo fiel, o teu trabalhador incansável...

Que eu supere meus medos mais recônditos e acredite em Ti, acima de qualquer risco ou temor!...

Que eu seja, Pai, neste novo ano e em todos os demais, o aprendiz sincero do Amor Maior do qual nos originamos e para o qual retornaremos um dia, plenos de luz e sabedoria, para encetar, ainda com o Teu amparo, novos e gloriosos vôos espirituais.

Assim seja!...

Texto recebido no Instituto André Luiz em 31.12.2011

domingo, 30 de dezembro de 2012

SAIBAMOS AGRADECER

Aprendamos a agradecer no círculo das criaturas limitadas que ainda somos, a fim de recebermos o socorro dos Mensageiros Divinos cuja sublimidade ainda não conseguimos compreender.

Cada coração que palpita conosco, amparando-nos a jornada é alguém da Vida Superior

induzindo-nos à felicidade.

A ternura de nossa mãe...

A benevolência de nosso pai...

O devotamento da esposa...

A assistência do companheiro...

O carinho do irmão...

A devoção do mestre...

A generosidade do amigo...

A direção do chefe...

O concurso do servidor...

A paciência do médico...

A tolerância do enfermeiro...

Não somente essas forças te assistem, cada hora, assegurando-te interesse e estímulo à existência...

Para estender a caridade sem ruído, como quem sabe que ajudar aos outros é enriquecer a própria existência;

Para persistir nas boas obras sem reclamações e sem desfalecimentos, em todos os ângulos do caminho;

Para negar a nossa antiga vaidade e tomar, sobre os próprios ombros, cada dia, a cruz abençoada e redentora de nossos deveres, marchando, com humildade e alegria ao encontro da vida sublime...

A indicação honrosa nos felicita.

Nossa presença nos estudos do Evangelho expressa o apelo que flui do Céu para as nossas consciências.

Chamados para a luz e escolhidos para o trabalho.

Eis a nossa posição real nas bênçãos do “hoje”. E se quisermos aceitar a escolha com que fomos distinguidos, estejamos certos igualmente de que, em breve, “amanhã” comungaremos felizes com o nosso Mestre e Senhor.

Emmanuel / Chico Xavier – “Taça de Luz” – 23 - Psicografia em Reunião Pública. Data – 1954. Local – Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais.

domingo, 23 de dezembro de 2012

MINHA MENSAGEM DE NATAL

"Escrita por Suely Damasceno A partir de títulos de livros espíritas"

 

Chegada esta época que nossos corações vivem na ESPERANÇA DE UM NOVO DIA, possamos nós entrarmos no Novo Ano QUEBRANDO AS CORRENTES de orgulho e egoísmo que ainda existam dentro de nós. Propiciando a RECONCILIAÇÃO entre nossos IRMÃOS DO CAMINHO.

Quero olhar o mundo com OLHOS DE LUZ e enxergar DEUS NA NATUREZA e nas criaturas com a singeleza de uma criança.

Quero buscar PAZ E ALEGRIA que tanto nos ensina o AMIGO E MESTRE JESUS,

para podermos colocar de vez a guerra nas redomas dos museus do mundo.

Que eu sinta a FORÇA DO AMOR, penetrando em meu íntimo, como VEREDA DE LUZ, movendo os moinhos de vaidade atrofiados ainda em nossas almas,

atuando sempre como MISSIONÁRIOS DA LUZ, na luta diária que travamos na busca do excelso PAI.

Que eu seja como uma FONTE VIVA, vivendo sempre á LUZ DA FÉ E DO AMOR, levando alento ao irmão que sofre.

Que eu aja sempre de MÃOS ESTENDIDAS no bem, atuando como um MENSAGEIRO e buscando nas PALAVRAS DE VIDA ETERNA de Jesus o UNIVERSO DE AMOR tão almejado.

Que eu siga firme rumo ao SINAL VERDE, indicado pelo PAI NOSSO e PARA SEMPRE possamos nós trabalharmos na SEARA DO MESTRE, unindo em LAÇOS ETERNOS nosso coração irmão. E no final da jornada, possa entrar altiva no JARDIM DE ESTRELAS que, com certeza é NOSSO LAR.

Quero a cada lágrima RENASCER DA DOR e ter como roteiro, daqui para frente, as PEGADAS DO MESTRE para jamais me sentir sozinha.

Que nossa ferramenta maior seja A PRECE, para que assim fortalecida  possa encarar sem temor o ANO NOVO que surge, pois o CONSOLADOR querido tirará A DOR DO NOSSO DESTINO, para que consigamos ENTRE A TERRA E O CÉU, fazermos a ESCALADA DE LUZ rumo ao FINITO OU INFINITO.

E assim, MESTRE JESUS, peço a todos os ESCULTORES DE ALMAS, que operam junto a DEUS NO PLANETA, para que logo possa surgir O HOMEM NOVO, capaz de fazer renascer neste planeta a PAZ E O AMOR.

Agradeço, ALMA DE NOSSA ALMA, por tudo que recebi neste ano que finda,  e confio que estarás comigo NA SOMBRA E NA LUZ, pois mercê de tua ajuda, conseguirei aportar NO MUNDO MAIOR, convicta de que NINGUEM MORRE, já que em teu coração O AMOR É ETERNO!

Que assim seja!!!!

SuelyDam

TENHA UM FELIZ ANIVERSÁRIO, MEU QUERIDO AMIGÃO

Bem meu mui querido e caro Amigão, está chegando o dia de seu aniversário,

do qual nem todos se lembram, mas muitos jamais esquecem...

E nesse dia, como sempre faço, logo de manhã cedinho  mandarei aquele beijo e aquele abraço, como se deve fazer com os grandes amigos, e você é o maior e melhor de todos (que me desculpem as demais amizades que tenho, mas esta é sem dúvida a melhor).  Nunca falhou comigo, e sempre terá minha amizade e carinho, e meu terno e eterno agradecimento por tudo que já me concedeu na vida.

Bem, acredito que o presente que você pediu, "Paz na Terra aos homens de boa vontade", você recebeu, pois não tenho nenhuma dúvida de que as pessoas de boa vontade, realmente, estão em Paz.  Agora os outros, que não tem boa vontade, claro que continuam fazendo besteiras. 

Fazer o que, né Amigão? Nem todos tem o bom senso de perceber que com Paz e Amor, tudo fica muito mais fácil e gostoso, e o azar é só deles.  

Minha turminha e eu, temos certeza de que estamos em Paz e amamos o amor, e  curtiremos esse seu aniversário com todo o amor e carinho que você merece. Estarei, possivelmente, curtindo uma bela praia, e vou brindar seu aniversário, como de costume, com Campari e Tonica, e darei um belo

mergulho.  Não se preocupe, claro que não vou andar sobre as águas, pois não faço concorrência com meus amigos de fé.

Agora, venho notando uma coisa interessante.  Calcule você, amigo velho, que tenho perguntado a muitas  pessoas, mas a muitas mesmo, se pretendem

cumprimentar o grande aniversariante.  Sabe que a maioria nem se toca no assunto?

Com a expressão mais bestificada possível, ainda perguntam  quem é o cara. Ainda reforço: Não me diga que você não sabe de quem é o aniversário.

Sabe que custa um bocado  a cair a ficha, parece mentira, mas a maioria não se toca do que, na verdade, representa o dia 25/12. O Natal.

É duro de engolir, mas essa é a realidade,  sabem que é dia de  comer, beber e ganhar presentes. Isso  todos entendem, mas o verdadeiro significado, nem pensar. Gente de memória fraca essa... Mas eu sei que você não liga para isso, né?  Já está acostumado com a ingratidão das pessoas.

Mas, fique triste não, tem um grupinho de doidos que respondeu positivamente à convocação que já fiz e que, nesse instante, vai se dar as mãos, mandar um enooooorme abraço para você, e cantar aquele PARABÉNS A VOCE. Querido Amigo, com  todo o respeito, vou lhe dar uma ordem em nome de toda a patota:

TENHA UM FELIZ ANIVERSÁRIO, e que nos próximos 25/12, você seja melhor lembrado.

E que todos tenhamos uma bela sucessão de LINDOS DIAS, plenos de

LUZ, PAZ, AMIZADE, AMOR...

Marcial Salaverry

sábado, 22 de dezembro de 2012

O PRIMEIRO PÁSSARO

O inverno havia sido longo e muito frio, com bastante neve, e a primavera ainda não havia chegado.

Levantei-me bem cedo, olhei através de minha janela e contemplei um pássaro. Em seguida chamei minha esposa e disse:

"Vem rápido e apressa-te para ver quem chegou à janela!

Aqui está um amigo nosso que veio de um país longínquo para nos visitar."

Minha esposa aproximou-se da janela e também viu a pequena ave.

O pássaro olhou para nós e saiu saltitando pela terra fria e árida à procura da minhoca madrugadora, porém o pássaro foi mais madrugador que a minhoca.

E minha mulher correu à cozinha para ver o que poderia encontrar para o bichinho comer.

Eu me dirigi ao pássaro e então lhe disse, emocionado:

"Estiveste em um lugar quente, onde o sol brilhou. E poderias ter continuado lá. Mas estás aqui.

E vieste enquanto ainda é inverno, porque a profecia da primavera está em teu sangue.

Tua fé é a essência de coisas que esperaste e a evidência de coisas que não viste.

Chegaste aqui depois de voares muitos quilômetros, sim, centenas de quilômetros, rumo a uma terra desolada, porque tens dentro de tua alma a certeza de que a primavera está próxima.

Oh, oxalá houvesse entre os seres humanos certeza tal que encaminhasse alguém para seu alto destino com uma convicção tão grande quanto a tua!"

E eu pensei nos olhos, formados na escuridão, mas feitos para enxergar a luz; e nos ouvidos maravilhosamente modelados no silêncio, mas feitos para ouvir música; e na alma humana, que nasceu em um mundo onde existe o erro, mas que também nasceu com a esperança da retidão.

E eu abençoei o passarinho que me fez pensar nestas coisas...

E, quando fui à cidade naquele dia, as pessoas diziam:

"Que coisa! O inverno não está muito frio e longo?"

E eu respondi:

"Não quero mais ouvir falar do inverno."

E elas perguntaram:

"Por que não devemos falar do inverno? Não estás vendo o termômetro e as latas de carvão vazias?"

Ergui a cabeça com orgulho e disse:

"Não quero mais ouvir falar do inverno. Esta manhã vi o primeiro pássaro. Para mim, a primavera já chegou."

* * *

Quem dera pudéssemos ter a fé e a esperança desse ser alado dos ares terrenos...

Em seu instinto está a voz do Criador garantindo sempre a primavera após a estação do frio.

Se pudéssemos, nas invernias aflitivas da vida, lembrar dessa certeza!... De que tudo acabará bem... De que uma nova estação das flores não tarda em vir... De que as temperaturas gélidas nos fazem sempre mais fortes...

Se pudéssemos perceber, com maior clareza, que o Universo trabalha em nosso favor, em qualquer estação do ano, por mais insuportável que essa possa ser... quem sabe já poderíamos ser mais felizes, aproveitando melhor cada oportunidade, cada experiência de aprendizado.

Quem sabe, inclusive, poderíamos ser o primeiro pássaro de alguém, cuja alma ainda se encontra congelada pelo desespero implacável.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. The first robin, do livro The millionaire and the scrublady, de William Barton, ed. Zondervan.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

OBJETIVOS PARA VIVER

 

Existir significa ter vida, fazer parte do Universo, contribuir para a harmonia do Cosmo.

Assim, a vida que pulsa na intimidade de cada um de nós é convite de Deus para nos integrarmos a Ele, ao Universo, visto sermos dEle os filhos diletos.

E a busca por um sentido, por entender a vida com um significado especial, é a força propulsora para o progresso.

Todo aquele que encontra um objetivo para viver, sejam seus ideais, suas necessidades ou mesmo suas ambições, terá em sua vida um sentido maior.

Mesmo sob cruciais e pesadas tormentas, o objetivo a se alcançar será sempre a mola propulsora.

Afinal, quando se tem o porquê viver, a forma como se vive, até que se atinja o objetivo desejado, torna-se secundária.

Viktor Frankl, psiquiatra judeu, afirmou que somente venceu os suplícios dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial porque conseguiu encontrar um nobre objetivo para quando saísse de lá.

Ele tinha três razões para viver: sua fé, sua vocação e a esperança de reencontrar a esposa. Ali onde tantos perderam tudo, Frankl reconquistou não somente a vida, mas algo maior.

Assim, enquanto tantos resvalavam na fuga pelo suicídio, nos dias de confinamento, ele superou as dores físicas e morais, ao se apoiar nos objetivos que se propôs alcançar.

Thomas Alva Edison, após mais de dois mil experimentos, mantinha o mesmo ânimo na busca de soluções para a criação da lâmpada elétrica, impulsionado que estava pelo objetivo da descoberta e da criação.

Muitos aposentados e idosos, depressivos diversos, que se neurotizaram, recuperam-se através do serviço ao próximo, da autodoação à comunidade, do labor em grupo, sem interesse pecuniário, reinventando razões e motivos para serem úteis, assim rompendo o refúgio sombrio da perda do sentido existencial.

Sem meta não se vive. Mas essa se trata sempre de um sentido pessoal, que ninguém pode oferecer e que é particular a cada qual.

Não por outra forma que, comumente, pessoas atuantes, vibrantes, quando perdem o objetivo pelo qual pautavam a vida, resvalam nos sombrios caminhos da depressão.

Assim, cabe a cada um de nós não se esquecer do significado maior da vida. Se os parâmetros externos modificam-se, se a vida se altera, é natural que nossos objetivos também sigam curso semelhante.

Porém, não esqueçamos que será sempre objetivo de todos nós a busca da construção íntima através do desenvolvimento intelectual e das conquistas morais.

Será a conjugação desses dois valores que proporcionarão bem-estar interior e plenitude.

Quem percebe a vida como uma oportunidade constante e inesgotável de progresso e conquistas, jamais deixará de possuir objetivos, pois terá como meta maior a construção da plenitude existencial na intimidade da alma.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro Amor, imbatível amor, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

TER CORAGEM

Fala-se, no senso comum, que a coragem é atributo dos bravos, dos fortes, dos conquistadores.

A imagem da coragem é sempre associada à figura masculina, vinculada, muitas vezes, à força. Quando não, à intemperança.

Outras vezes, dizem-se corajosos aqueles que se aventuram em situações extremas, esportes radicais, ou em atitudes perigosas, colocando a vida em risco, desnecessariamente.

Assim, habitualmente, nasce a ideia de que pessoas corajosas são essas que enfrentam qualquer situação, que ultrapassam os seus limites, ou que se expõem a perigos intensos.

Contudo, frequentemente, isso que chamamos de coragem, não passa de bravata. Pode ser o destempero do próprio caráter, ou ainda, atestar insensatez e leviandade. Tudo travestido com o falso nome de coragem.

É verdade que a coragem é o instrumento necessário para enfrentar situações difíceis, ou para ultrapassar os próprios limites.

Nessa linha de pensamento, há um imenso número de verdadeiros heróis da coragem, anônimos na nossa sociedade, enfrentando situações e ultrapassando limites.

É necessária muita coragem para se manter honesto e correto, quando todos ao redor se alimentam da desonestidade e da vilania.

É preciso ser corajoso para manter íntegros seus valores, quando seria mais fácil e cômodo agir de forma contrária.

É sempre uma questão de coragem viver a vida optando pelo certo, pelo correto, ao invés de buscar as opções que seriam mais fáceis e aplaudidas.

Frequentemente, na vida, somos convidados a fazer nossas opções.

Um dia, alguém nos chega oferecendo o consumo fácil de alguma droga, de uso corriqueiro, no grupo em que estamos.

Seria fácil dizer sim, porém, corajoso será optar pela posição saudável do não, mesmo arcando com o afastamento de alguns pretensos amigos.

Em outro momento, alguém, no ambiente de trabalho, nos oferece o caminho perigoso do dinheiro fácil, burlando a legislação, adulterando documentos.

Com certeza, seria vantajoso aceitar a oferta. É necessária muita coragem para se manter no ideal da honestidade e da moralidade.

Jesus, ao enfrentar as estruturas vigentes na sociedade da época, não o fez por mera rebeldia. Agiu por coerência aos seus valores, na exemplificação da coragem que os homens de bem apresentam.

Assim, percebamos que todos temos oportunidade de desenvolver a coragem em nosso caráter.

Não há quem não tenha os ideais de vida, os valores no bem, o ideal de mundo que desejamos para nossos filhos.

Portanto, armemo-nos de coragem. Coragem para viver, dia após dia, abraçados àquilo que idealizamos.

Coragem para enfrentar a dissimulação, o desequilíbrio, a insensatez de tantos que vivem com essas máscaras, por covardia.

Um dia eles também, cansados das aparências, terão a coragem de abraçar o ideal do bem para vivê-lo por completo.

Pensemos nisso. E, desde hoje, vivamos a coragem do bem, da moral, dos valores crísticos.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

SOMOS TODOS DIFERENTES

 

 

Há, em cada pessoa, dentro de cada um de nós, um universo próprio, construído ao longo de nossas vivências.

Nada, daquilo que vive e pulsa em nossa mente e em nosso coração, foi dado gratuitamente. Ou se desenvolveu, por acaso, em nossa intimidade.

Toda nossa capacidade intelectual é fruto de esforço, dedicação, empenho.

Se há entre nós aqueles mais ou menos dotados no aspecto intelectual, se uns apresentam maiores capacidades intelectuais que outros, é porque nossos caminhares foram diferentes até aqui.

No aspecto emocional, faz-se da mesma forma. Alguns dispõem da tolerância, outros são menos compreensivos. Há os que são mais amorosos, outros mais frios e racionais.

Alguns trazem no coração a vingança, outros já superaram e conseguem viver o perdão.

Todas essas nossas peculiariedades são naturais, posto que estagiamos, em diferentes momentos, na conquista da perfeição.

Cada um de nós escreveu sua própria história, da qual hoje se torna herdeiro, vítima das próprias dificuldades que criou, ou beneficiário das virtudes que já desenvolveu.

Dessa forma, todas as pessoas que cruzam nossos caminhos estão, em algum momento de sua história, de volta à Terra para progredir, melhorar, conquistar valores nobres.

Alguns, mais amadurecidos, encaram a vida como oportunidade de trabalho e conquista.

Outros, necessitam que a dor os desperte para uma percepção mais nobre da vida.

Há muitos que ainda optam por caminhos infelizes, construindo um amanhã doloroso, mas inevitável.

Entretanto, estamos todos a caminhar nesse objetivo de sermos Espíritos perfeitos.

Aqueles que hoje criam empecilhos, dificuldades, e com os quais compartilhamos a existência, também se encontram nesse nosso mesmo processo.

Essas pessoas-problemas, pesadas e difíceis de se conviver, também terão seu momento de despertar.

Por isso, se já conseguimos perceber, no nosso próximo, as dificuldades que reconhecemos tenham sido nossas um dia, busquemos nos revestir de compreensão para com ele.

A maior dor daquele que hoje erra, será encontrar-se com sua própria consciência, mais cedo ou mais tarde. Inevitavelmente isso ocorrerá.

Sendo assim, não desejemos o mal, nem aumentemos a carga daquele que hoje carrega dramas intensos na sua intimidade, e que os exterioriza na forma de azedume, raiva e queixas.

Busquemos compreender e perceber, na situação, a oportunidade de desenvolver em nós a paciência que ainda não temos, a tolerância de que ainda carecemos.

O conselho de Jesus referindo-se àqueles que nos exigem muito, é sempre dar o dobro, fazendo do nosso coração a fonte de generosidade frente às angústias que eles exteriorizam.

Pensemos: sempre haverá alguém que, igualmente, está sendo exigido a utilizar a sua paciência e o seu equilíbrio, a fim de tolerar e compreender as dificuldades que nós mesmos ainda carregamos na intimidade do coração e demonstramos em nossas atitudes.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

UM QUARTO DE HORA

 

Quando tiveres um quarto de hora à disposição, reflete nos benefícios que podes espalhar.

Recorda a possibilidade de um breve diálogo afetivo com algum familiar, dentro da própria casa, incentivando-lhe o bom ânimo;

- das palavras de paz e amor que o amigo enfermo espera de tua presença;

- de auxiliar em alguma tarefa que te aguarde o esforço para a limpeza ou o reconforto do próprio lar;

- da conversação edificante com uma criança desprotegida que conduzirá para frente tuas sugestões de boa vontade;

- de estender algum adubo a essa ou aquela planta que se te faz útil;

- do encontro amistoso, em que a tua opinião generosa consiga favorecer a solução do problema de alguém;

- dos instantes de oração, sintonizando com o Alto, pedindo por algum irmão ou alguma causa nobre.

Quinze minutos sem compromisso são quinze opções na construção do bem.

Proponha-te tal disciplina diária e perceberás mudanças imediatas.

Um quarto de hora por dia dedicado inteiramente ao bem.

Não te fará falta, de forma alguma, e os resultados serão tão felizes que certamente desejarás repetir a experiência diversas vezes.

Se já tens hábitos de preservação do corpo, hábitos de higiene, indispensáveis à tua vida, é hora de acrescentar práticas de higiene moral, voltadas ao sustento de tua parte alma, tua essência.

Quinze minutos por dia.

Escolhe, inicialmente, algo que te pareça mais próximo, mais fácil até, para que os primeiros sucessos possam te dar o estímulo para voos mais altos.

As oportunidades virão, desfilarão à tua frente como um convite de Deus à prática do bem.

Abraça-as com entusiasmo, não esperando retorno imediato, mas encontrando a paz em tua consciência que, no fundo, anseia por momentos como esses.

Nossa essência busca o bem, busca a felicidade. A assinatura Divina em nosso âmago garante isso. Assim, basta que encontremos o melhor caminho, o mais seguro, o mais correto.

Temos andado distraídos nesses últimos tempos...

Muitos nos perdemos pela estrada, seduzidos por questões e coisas de pouca importância para o Espírito imortal.

Sem a vida no bem não há felicidade.

Sem doar-se não há como construir a ventura futura.

Comecemos, dessa forma, aos poucos, a semear o bem à nossa volta.

São quinze minutos. Um quarto de toda uma hora. Não te arrependerás.

Não nos esqueçamos de que a floresta se levantou de sementes quase invisíveis;

de que o rio se forma de fontes pequeninas e de que a luz do céu, em nós mesmos, começa de pequeninos raios de amor a se nos irradiarem do coração.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 23, do livro Caridade, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Ide.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

SÓ, NA PRESENÇA DO MAR

 

Quando abraço o oceano todo com um olhar, volto a questionar sete milhões de coisas... Tantas quanto as ondas velozes que ganham a areia a cada minuto.

Volto a indagar: Como alguém pode se sentir só, na presença do mar? Acariciado por esta brisa incessante? Preenchido por este perfume raro?...

Como ainda posso me sentir só, sabendo que os braços do invisível me abraçam, que aqueles que partiram continuam existindo, e que todos nós, sem exceção, somos amados por alguém, em algum lugar, de alguma forma?...

Como ainda posso me sentir só?...

Talvez seja eu que me isole do mundo, e que exija demais das pessoas. Pode ser isso...

Talvez seja eu que não permita que os outros conheçam minha vida, meus sonhos, minhas mazelas (e, percebendo melhor, acho que há um pouco de orgulho nisso)...

Quem sabe seja eu que procure a solidão, e não ela que me persiga, como sempre imaginei...

É... Talvez eu precise conversar mais com as pessoas, interessar-me mais por suas vidas... Ouvir mais...

Há tempos que não ouço alguém. Um desconhecido relatando os acontecimentos corriqueiros do dia a dia; um colega de trabalho falando das peripécias de seus filhos; meu irmão... Puxa!... Há tempos não converso com meu irmão...

É curioso, pois me lembro que, há algumas semanas, ouvi uma mensagem de cinco minutos, num programa de rádio, que falava exatamente sobre isso, sobre como as pessoas se isolam umas das outras, e do quanto isso é prejudicial para a saúde mental e física, já que uma é consequência da outra - dizia o locutor.

Vem-me claramente à memória uma frase: Quem ama não se sente só.

É interessante, pois acho que sempre acreditei que para não se sentir só era necessário ser amado, e não amar.

Dizia, ainda, que quando nos sentimos úteis, e concluímos que muitos dependem de nossa dedicação, de nosso amor, também esquecemos a solidão.

É... Talvez ele tenha razão, pois lembro que, um dia desses, fui visitar uns parentes que não via há muito tempo, e aquela visita fez-me tão bem!

Falamos de assuntos comuns, como notícias de televisão, de família (em verdade ouvi muito mais do que falei, pois eles desembestaram a falar que só vendo!)

Mas, sabe que gostei de ouvir... Ao final, saí de lá com menos tensão, menos preocupado com a solidão... Percebi - não sei ao certo - um ar estranho entre os dois, como se estivessem cansados, entediados, possivelmente um pouco tristes...

Abracei minha tia (lembrei o quanto gosto dela!), e a ouvi dizer com os olhos levemente umedecidos: Gostamos muito de você, viu! Venha mais vezes! Não é sempre que recebemos visitas!

Ela estava certa. Não é sempre que recebemos visitas, pois não é sempre que visitamos os outros, creio eu...

Naquele final de tarde, vi que poderia ser útil em coisas tão pequenas, porém tão significativas!... E aquilo me afastava do desânimo, da solidão...

Dentro do carro, voltando para casa, observando a vida lá fora, por entre gotas de uma garoa discreta, lembro-me que essas mesmas questões emergiram:

Como pode alguém sentir-se só, na presença de tanta gente, de tanta vida! Quantas dessas pessoas esperam apenas por uma visita? E quantos deles estão dispostos a fazer uma?

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Como alguém pode se sentir só, na presença do mar, do livro O que as águas não refletem, de Andrey Cechelero, edição do autor.

domingo, 16 de dezembro de 2012

UM NATAL DIFERENTE

Naquele escritório era assim. Todos os anos, eles procuravam uma família que necessitasse de assistência para comemorar o Natal.

Para o dia que se aproximava, eles localizaram uma que havia sofrido várias tragédias nos dois anos anteriores. O Natal deles seria magro e triste.

Então, durante um mês, todos no escritório foram colocando as doações em dinheiro dentro de uma lata decorada.

Depois, se divertiram muito escolhendo os presentes para o pai, a mãe e os seis filhos, imaginando a expressão de felicidade deles, ao receberem os presentes.

Para os meninos, luvas para o inverno e aviões em miniatura. Para as meninas, bonecas e bichinhos de pelúcia. Para a mais velha, já adolescente, perfume e um relógio.

Evidentemente, aquela família não deveria saber quem eram os doadores e, por isso, eles combinaram que o pastor da igreja rural seria o portador dos presentes.

Na sexta-feira anterior ao Natal, a mãe da família voltou mais cedo para casa, após o trabalho. Ela recebera uma gratificação extra do seu patrão. O marido ficou feliz com a notícia.

Agora eles tinham dinheiro para comprar presentes de Natal para os filhos. Sentaram-se e juntos fizeram uma lista, procurando combinar o querer com as necessidades.

Mas, então, eles ficaram sabendo que um amigo estava prestes a ser submetido a uma cirurgia. Ele estava desempregado e não poderia pagar as despesas médicas. Mais do que isso, nem tinha o que comer em casa.

Condoídos com a situação, marido e mulher convocaram os filhos para uma reunião de família e decidiram entregar a gratificação de Natal ao amigo.

Comida e despesas médicas eram mais importantes do que brinquedos de Natal.

Algumas horas depois de tomada a decisão, o pastor foi fazer uma visita para a família.

Antes que ele tivesse tempo de explicar o motivo da visita, eles contaram que gostariam de doar o dinheiro ganho e lhe pediram que entregasse o cheque para o amigo necessitado.

O pastor ficou muito surpreso diante de tanta generosidade e concordou em entregar o cheque, com uma condição: todos eles deveriam acompanhá-lo até seu carro.

Sem entender muito bem o porquê da exigência do pastor, eles concordaram com o pedido.

Quando atravessaram o portão da casa, viram o carro do pastor abarrotado de presentes de Natal. Presentes que o pessoal daquele escritório lhes havia mandado, como expressão de amor natalino.

Que Natal esplêndido foi aquele para as duas famílias necessitadas, para o coração do pastor e para todo o pessoal do escritório!

*   *   *

Num dia distante, há mais de vinte séculos, o Divino Pastor nasceu entre as Suas ovelhas. Veio manso, numa noite silenciosa, somente deixando-se anunciar por um coro de mensageiros espirituais, aos corações dos homens de boa vontade.

Até hoje, Ele continua assim: falando aos homens que se dispõem a ter boa vontade para com os outros homens. Boa vontade para doar-se, para dar-se, para amar.

Este é o sentido do verdadeiro Natal: o amor de Deus para com os homens. O amor dos homens uns para com os outros, em nome do Divino Amor que se chama Jesus.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Uma tradição de Natal, de Pat A. Carman, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press.

sábado, 15 de dezembro de 2012

MENTE E SINTONIA

 

É creditado ao italiano Guilherme Marconi o uso das ondas eletromagnéticas para transmitir informações a longas distâncias.

No final do Século XIX, Marconi inicia seus experimentos, que darão origem ao telégrafo e, posteriormente, ao rádio.

Graças a isso, as distâncias passam a ser menores, e a comunicação intensifica-se.

Marconi partiu de um princípio da Física, segundo o qual ao se emitir ondas com determinada frequência, essas se propagam no espaço, podendo ser captadas por outro aparelho sintonizado na mesma frequência.

Hoje, os experimentos de Marconi pertencem à História e seus equipamentos são peças de museu, frente a toda a tecnologia desenvolvida desde então.

Porém, ainda podemos tecer valiosas reflexões a respeito desses seus estudos e descobertas.

Nossa mente atua, sempre, como uma grande usina geradora de ondas, com frequências peculiares.

A natureza do nosso pensar e sentir gera a qualidade da emissão, daquilo que emitimos e exteriorizamos em forma de pensamento.

Como as ondas de rádio, invisíveis e imperceptíveis para nós, assim são nossos pensamentos.

Não percebemos de imediato e nem visualizamos o que emitimos, mas nosso pensar está sempre gerando o ambiente, a psicosfera em torno de nós mesmos.

Assim é que pessoas otimistas vivem em uma frequência, em uma ambiência mais salutar do que as pessoas pessimistas.

Alguém sempre amoroso, carinhoso, compreensivo, terá em torno de si as qualidades relativas à natureza desses sentimentos.

Por sua vez, quem seja amargo, intolerante, impaciente gerará, para sua própria vivência, um ambiente mais tormentoso e difícil.

Assim, cuidar dos pensamentos é tarefa de urgente necessidade, mas, muitas vezes relegada, quando não esquecida ou desconhecida.

Somos o resultado do que pensamos, sentimos e agimos, direta e indiretamente.

Portanto, será sempre mais proveitoso buscarmos a reflexão otimista ao pensamento pessimista, a análise compreensiva ao julgamento crítico, o bem pensar ao julgamento severo.

Não é alienar-se do mundo, ou vê-lo de maneira ingênua ou parcial.

É a opção por viver no mundo, enfrentando seus desafios e lutas, com ferramentas diferentes, que serão mais valiosas e eficazes, nos proporcionando, ademais, saúde e bem-estar.

Dessa forma, vigiar nosso pensar no dia a dia, será sempre ação benéfica para nós mesmos.

Ao optarmos pela vigilância da nossa casa mental, nos proporcionamos a oportunidade de abandonar o medo, a insegurança, as angústias. E abraçarmos o bem, o bom e a confiança em Deus.

Atentemos para a recomendação de Jesus de orarmos e vigiarmos, entendendo que o Amigo Divino nos convida a  vigiarmos nosso pensar e a utilizarmos a oração como ferramenta de apoio e reestruturação mental.

* * *

O pensamento é força vital gravitando no Universo. Fonte poderosa, pode verter luz pacificadora ou se transformar em cachoeira destruidora.

 

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

DEUS, ACIMA DE TUDO

 

A Terra já recebeu em seu seio almas generosas, Espíritos superiores, que trazem valiosas contribuições para o seu progresso.

Alguns desses Espíritos vêm com o objetivo de alavancar o progresso e fazer evoluir a Humanidade.

Suas vidas deixam marcas luminosas, que desafiam os tempos. Ludwig Van Beethoven foi uma dessas criaturas. Nasceu em Bonn, na Alemanha, no ano de 1770 e morreu em Viena, na Áustria, em 1827.

Seu viver foi uma vertente constante da música que sublima e enleva os sentimentos.

Foi o autêntico médium da arte refinada de compor. Para ele, a música era uma revelação divina, uma revelação mais sublime que toda a ciência e toda a filosofia.

Seu viver foi um calvário pontilhado por muitos sofrimentos físicos, destacando-se a surdez que o isolou do mundo. Ele nos deixou nove sinfonias, doze sonatas, concertos, quartetos e uma única ópera, Fidelio. Tudo de imensa beleza.

Seu psiquismo refinado lhe permitia constante permuta com os Espíritos superiores.

Diante dos muitos padecimentos que o acometiam, afirmava, sereno e confiante: Deus nunca me abandonou.

Perguntado, certa vez, se desejava receber determinado título honorífico, apontou para o Alto e respondeu: Meu reino não é deste mundo. Meu império está no ar.

A seguir, concluiu: Não conheço outro título de superioridade, senão o da bondade.

Bondade da qual ele deu mostras, mais de uma vez. Em certa oportunidade, um amigo estava em grandes dificuldades. Beethoven o presenteou com uma das suas criações, para que fosse vendida e o dinheiro usado na solução do problema que o afligia.

Era nos bosques que ele mantinha contato com as nobres entidades ligadas à música e à harmonia. Ali ele fazia suas orações e refazia suas energias.

Quando voltava desses encontros, com a fisionomia alterada, respondia a quem lhe perguntava: O meu anjo bom me visitou.

Em um desses momentos, transformou uma de suas orações, em uma peça musical de grande elevação e apurada sensibilidade: Hino à alegria.

É, ao mesmo tempo, uma exaltação à fé em Deus. Seus versos podem ser traduzidos da seguinte maneira:

Escuta irmão a canção da alegria, o canto alegre do que espera um novo dia.

Vem, canta, sonha cantando. Vive sonhando um novo sol

Em que os homens voltarão a ser irmãos.

Se em teu caminho só existe a tristeza, o pranto amargo da solidão completa,

Se é que não encontras alegria nesta Terra,

Busca-a, irmão, mais-além das estrelas.

Sempre enaltecia a Paternidade Divina, afirmando: Deus, acima de tudo.

O lema que norteou seus passos, entre nós, foi: Fazer o bem que possa. Amar, sobretudo, a liberdade. E, mesmo que seja por um trono, jamais renegar a verdade.

* * *

Beethoven encontrava conforto espiritual em um livro intitulado Imitação de Cristo. A obra é de autoria do filósofo e místico alemão, Thomas Von Kempis, que viveu entre os séculos XIV e XV.

Segundo o escritor francês Romain Rolland, durante toda a sua existência, Beethoven teve tal obra como seu livro de cabeceira. Isso fala da sua religiosidade e da fé em Deus. 

Redação do Momento Espírita com base em texto de Giovani Scognamillo, intitulado Beethoven: Deus, acima de tudo, publicado no jornal Tribuna Espírita de jan/fev. 2005 e versos do Hino à alegria, gentilmente traduzidos por Enrique Baldovino.

TU E EU SOMOS IGUAIS

 

Minha alma instruiu-me e ensinou-me a nunca me ufanar por um elogio, nem me deprimir por uma censura.

Antes de minha alma falar, eu vivia na incerteza acerca do valor das minhas ações e precisava de alguém para me orientar.

Mas agora, aprendi que as árvores florescem na primavera e dão frutos no verão, sem almejar louvor algum, e desfolham-se no outono e desnudam-se no inverno sem temer os censores.

Minha alma instruiu-me e ensinou-me que não sou superior aos pigmeus nem inferior aos gigantes.

Antes de minha alma falar, eu costumava classificar os homens em duas categorias: os fracos que desprezava e de quem me apiedava - e os fortes que seguia ou contra os quais me rebelava.      

Mas agora, sei que fui amassado com a mesma argila com que todos os homens foram amassados.

Minha essência é igual à sua essência.

Meus elementos são iguais aos seus.

Minhas aspirações e as suas aspirações convergem.

E nossos alvos convergem.

Quando pecam, eu também sou responsável. E quando agem meritoriamente, compartilho o seu mérito.

Quando andam, ando com eles, e quando param, eu também paro.

Minha alma instruiu-me e ensinou-me.

E tua alma te instruiu, meu irmão, e te ensinou.

Tu e eu somos iguais.

* * *

Iguais na essência... Iguais nos meios e condições recebidos para progredir...

Não há ser que não esteja aqui na Terra para aprender.

Misturada na água da argila ainda úmida, o escultor derramou gotas de perfectibilidade, fazendo com que sua obra, embora já guardando beleza sem igual, pudesse ainda se aformosear infinitamente através das eras.

Não há ser que não esteja aqui para conviver.

Em nossos elementos fundamentais, o grande alquimista combinou a individualidade com a coletividade.

Misturou o eu com o nós, fazendo-nos dependentes uns dos outros para que nos amparássemos mutuamente, contudo, entregou-nos o controle pleno apenas de uma das partes: do eu.

Não há ser que não esteja aqui para amar.

Nas mãos cuidadosas do artesão estava o amor, em sua expressão mais alva e luminescente, transformando o barro elementar em peça sem forma e dimensões materiais. Fez-se o imponderável, o abstrato. E nada foi como antes...

* * *

Por mais tenhamos aberto vales entre nós, através dos tempos; por mais tenhamos nos apartado uns dos outros sob a égide de brasões, bandeiras, crenças e cores múltiplas, essencialmente, somos iguais.

Por mais tenhamos nos afastado uns dos outros, corroídos pelos preconceitos, pela dificuldade em conviver com o diferente, faz-se urgente entender que o diferente está apenas na casca.

Triste época! - Afirmou Einstein. - Mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.

É chegado o tempo de aplicar as potências humanas que desvendaram as estruturas atômicas, no descobrir a alma em toda sua complexidade e beleza, e de encontrar em seu núcleo luzente as partículas comuns a todos nós: a perfectibilidade e o amor.

Redação do Momento Espírita com base em trecho da obra Curiosidades e belezas, de Gibran Khalil Gibran, ed. Acigi, e no cap. Tu e eu somos iguais, do livro O que as águas não refletem, de Andrey Cechelero, edição do próprio autor.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A GRANDE DIFERENÇA

 

Os alunos residentes estavam reunidos discutindo suas dificuldades. Todos eram unânimes em afirmar que o maior problema no hospital era o Dr. M.

Ninguém gostava daquele médico que tinha a seus cuidados pacientes portadores de câncer. Ele era brilhante em seu trabalho, mas intolerável no trato pessoal.

Era áspero, arrogante e nunca admitia que alguém falasse que um de seus pacientes iria morrer.

A médica psiquiatra que a tudo escutava, inesperadamente falou:

Não se pode ajudar uma outra pessoa sem gostar um pouquinho dela. Há alguém aqui que goste dele?

Depois de muitas caretas, risos e gestos hostis, uma moça ergueu a mão hesitante. Era uma enfermeira.

Vocês não conhecem esse homem, ela começou.  Não conhecem a pessoa que ele é.

Todas as noites, depois que todos os médicos já se retiraram, ele visita os pacientes. Começa no quarto mais distante do posto de enfermagem e vem seguindo, entrando de quarto em quarto.

Quando entra no primeiro, parece seguro, confiante, de cabeça alta. Mas, de cada quarto que sai, suas costas vão se curvando mais.

Quando sai do último quarto, está arrasado. Sem alegria, esperança ou satisfação por seu trabalho.

O que eu mais desejaria é quando ele está assim triste, pousar minha mão no seu ombro, como uma amiga. Mas nunca o fiz porque sou só uma enfermeira e ele é o chefe do Departamento de Oncologia.

Nos momentos seguintes, todos se uniram e insistiram para que ela se esforçasse e seguisse o impulso do seu coração. Aquele homem precisava de ajuda.

Uma semana depois, reunidos novamente, a enfermeira entrou sorridente e disse: Consegui.

Na sexta-feira anterior, ela vira o médico sair arrasado do plantão. Dois dos seus pacientes haviam morrido naquele dia. Aproximou-se dele e, inesperadamente, ele a levou para o seu consultório e desabafou.

Ele falou como sonhava curar seus pacientes, enquanto os seus amigos, da mesma idade que ele, estavam constituindo família. Sua vida tinha sido aprender uma especialidade.

Agora, ele ocupava uma posição que podia fazer a diferença para a vida dos enfermos.

E, no entanto, todos eles morriam. Um após outro, todos morriam. Ele era um homem acabado, vencido.

Quando ouviram essa história, os residentes se deram conta de como todos somos frágeis e necessitados de afeto. Também de como uma pessoa tem o poder extraordinário de curar outras, apenas tomando coragem e agindo sob o impulso do coração.

Um ano depois, o Dr. M. era outro homem. Abriu o seu coração às pessoas e redescobriu as maravilhosas qualidades que possuía, o afeto e a compreensão que o haviam motivado a se tornar um médico.

* * *

Um gesto, uma atitude, um olhar podem mudar a vida de uma criatura.

Pessoas ásperas, de trato rude, quase sempre estão ocultando as suas mágoas e pesares profundos.

Por vezes, basta um pequeno toque para que elas abram o coração e demonstrem toda a sua fragilidade.

E o que faz a grande diferença na vida de tais pessoas é a demonstração de afeto, que pode ser de um grande amor, de um amigo, de um irmão ou de um colega de trabalho.

Por tudo isso, esteja atento. Olhe ao redor e descubra se você, com sua atitude, não pode fazer a grande diferença na vida de alguém.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 20, do livro A roda da vida, de Elisabeth Klüber-Ross, ed. Sextante.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

MINIMAMENTE FELIZ

 

Desde a infância aprendemos a sonhar com a felicidade no superlativo.

Mas, ao contrário do que os contos de fadas e os filmes infantis nos ensinaram, esse estado de pleno contentamento não é mágico nem duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas.

Às vezes, passamos tanto tempo preocupados em conseguir alcançar esse ou aquele objetivo, onde acreditamos estar depositada a nossa alegria, que nos esquecemos de nos alegrar com as pequenas coisas do dia a dia.

A felicidade não está no fim de uma longa jornada, mas sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la. Ela não deve ser o objetivo final, mas sim o resultado da caminhada.

Pequenos acontecimentos ou simples atitudes podem nos fazer sentir um bem indescritível e nos deixar imensamente felizes.

Presenciar um belo pôr-do-sol, receber um beijo carinhoso de alguém que estimamos, viajar nas páginas de um livro edificante, estar ao lado de uma pessoa que nos faz sonhar ou desfrutar da companhia de um grande amigo.

Caminhar em meio à natureza, ouvir uma música que nos enleva ou, simplesmente, reconhecer que somos capazes de provocar um sorriso na face de alguém.

Quando entendermos que a felicidade tão almejada pode ser a soma dessas pequenas coisas que nos deixam felizes, mudaremos o nosso conceito.

Na contabilidade das nossas vivências, se somarmos essas situações, com o cuidado e a delicadeza que merecem, perceberemos que elas podem nos trazer pequenas ou grandes alegrias, ainda que fugazes.

É importante contabilizar tudo de bom que nos acontece.

Essa é a felicidade em doses homeopáticas.

Cuidemos para não passar a vida esperando por momentos espetaculares, por amores inimagináveis ou por grandes acontecimentos.

Usemos moderadamente a palavra quando. Serei feliz quando eu tiver filhos, quando eu tiver uma condição financeira melhor, quando eu tiver uma casa, quando encontrar alguém que me ame.

Troquemos essas ilusões por prazeres mais simples e poderemos ser felizes hoje mesmo.

É natural desejar uma vida de plena alegria. Buscar alcançar as aspirações faz parte da nossa realidade, mas não devemos condicionar a felicidade à realização de todos os desejos pessoais.

Somemos as pequenas alegrias que nos acontecem todos os instantes.

Pode parecer uma soma modesta, mas é melhor ser minimamente feliz, várias vezes ao dia, do que viver eternamente em compasso de espera.

* * *

A tua felicidade é possível.

Crê nesta realidade e trabalha com afinco para conseguí-la.

Não a coloques nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas, a fim de que não decepciones.

A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona.

Mesmo que te faltem dinheiro, posição social de relevo e saúde, podes ser feliz, vivendo com resignação e confiança em Deus.

* * *

Lembremos que a paz íntima é uma das mais importantes dádivas para uma vida feliz.

Redação do Momento Espírita,com base em texto da jornalista Leila Ferreira, colhido na internet e pensamentos finais do cap. 43, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

QUANDO EU MORRER

 

Redação do Momento Espírita

Vez ou outra acontece. Lembramos que um dia abandonaremos o corpo de carne e partiremos para outra realidade.

É nesses momentos que recordamos de elaborar testamento, repartindo o que vamos deixar, entre aqueles que ficarão.

As vontades assim expressas, quase sempre criam disputas familiares, que chegam a se prolongar por anos.

Quanto maiores forem as posses daquele que se foi, a tendência é aumentar a disputa se, entre os contemplados, não existe entendimento, afeto.

Houve um homem, no entanto, que pensando em sua morte, elaborou vontades muito precisas.

Pensou em seu funeral e o que ele poderia significar para o mundo.

Ele era um líder e dizia que não desejava ser idolatrado, mas sim ouvido.

A sua era a luta por direitos humanos e em nome dela, foi preso 10 vezes, nada o demovendo do seu ideal de igualdade entre os homens.

Foi na igreja onde ele era pastor, que falou a respeito da sua morte:

“Freqüentemente eu penso naquilo que é denominador comum e derradeiro da vida: nessa alguma coisa que costumamos chamar de ‘morte’.

Freqüentemente penso em minha própria morte e em meu funeral, mas não em sentido angustiante.

Freqüentemente pergunto a mim mesmo o que gostaria que fosse dito então.

Eu deixo aqui com vocês, esta manhã, a resposta...

Se vocês estiverem ao meu lado, quando eu encontrar meu dia, lembrem-se de que não quero um longo funeral.

E se conseguirem alguém para fazer o ‘discurso fúnebre’, digam-lhe para não falar muito.

Digam-lhe para não mencionar que eu tenho um Prêmio Nobel da Paz: isto não é importante!

Digam-lhe para não mencionar que eu tenho trezentos ou quatrocentos prêmios: isto não é importante!

Eu gostaria que alguém mencionasse aquele dia em que Martin Luther King tentou dar a vida a serviço dos outros.

Eu gostaria que alguém mencionasse o dia em que Martin Luther King tentou amar alguém.

Quero que digam que eu tentei ser direito e caminhar ao lado do próximo.

Quero que vocês possam mencionar o dia em que... tentei vestir o mendigo, tentei visitar os que estavam na prisão, tentei amar e servir a Humanidade.

Sim, se quiserem dizer algo, digam que eu fui um arauto: um arauto da justiça, um arauto da paz, um arauto do direito.

Todas as outras coisas triviais não têm importância. Não quero deixar atrás nenhum dinheiro.

Eu só quero deixar atrás uma vida de dedicação!

E isto é tudo o que eu tenho a dizer:

Se eu puder ajudar alguém a seguir adiante

Se eu puder animar alguém com uma canção

Se eu puder mostrar a alguém o caminho certo

Se eu puder cumprir meu dever cristão

Se eu puder levar a salvação para alguém

Se eu puder divulgar a mensagem que o Senhor deixou...

Então, minha vida não terá sido em vão."

* * *

O Reverendo Martin Luther King Junior lutou pelos direitos dos negros nos Estados Unidos.

Foi Prêmio Nobel da Paz em 1964.

Todas as vezes que foi preso, que sofreu atentados à bomba, que sua casa, esposa e filhos foram ameaçados, respondeu com amor.

Dizia que a resposta ao ódio devia ser o amor e continha os seus seguidores para que não reagissem.

Morreu assassinado, conforme previra.

Em seu túmulo, está a prova de que tinha convicção da vida além desta vida.

E que partiu, embora de forma tão brusca, com a alma em paz pela certeza do dever cumprido.

O epitáfio diz:

“Enfim livre, enfim livre!

Graças a Deus Todo-poderoso sou finalmente livre!”

Foram estas palavras que usou para concluir o seu mais famoso discurso, intitulado Eu tenho um sonho, em que traduziu o ideal da liberdade e da igualdade entre todos os homens.

* * *

Oxalá todos os que abraçamos uma religião, possamos ter essas idéias lúcidas a respeito da vida e da morte.

Nesse dia, o mundo será muito melhor.

Texto da Redação do Momento Espírita, com base no discurso de Martin Luther King Junior: Quando eu morrer.

* * *

É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.

É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.

Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.

Martin Luther King

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TRISTEZA

 

O pessimismo é uma característica muito em evidência na Terra.

Muitos chegam a cultivá-lo, com sofreguidão.

Esses estão sempre dispostos a ver prenúncio de tragédia em qualquer notícia.

Costumeiramente, apegam-se aos aspectos negativos do que lhes vem ao conhecimento.

Na música, prestam atenção nos ritmos e vertentes menos promissores.

Acham que toda crise é destinada a se aprofundar.

Identificam na Humanidade uma maldade que só faz crescer.

Com esse proceder, lentamente se afundam em amargor e tristeza. Deixam de cultivar a esperança. Sua palavra é a do desânimo.

Parecem considerar sinal de sofisticação e inteligência ser o mensageiro da desgraça.

O Apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, em sua Segunda Epístola aos Coríntios, escreveu sobre essa tendência humana.

Ele registrou que a tristeza, segundo Deus, opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar. Mas que a tristeza do mundo gera a morte.

Conforme se observa nessa advertência, há duas espécies de tristeza.

A primeira é uma tristeza segundo Deus. A segunda é uma tristeza segundo a Terra.

A primeira propicia solucionar problemas atinentes à vida verdadeira.

A segunda é caminho para a morte, como símbolo de estagnação, de desvio dos sentimentos.

A tristeza, segundo a Terra, existe em todos os que consideram virtude a lamentação incessante.

Ela reside em quem cultiva a desesperança e o tédio continuado.

Em quem se recusa obstinadamente em ver o aspecto positivo das coisas.

Para essas pessoas, qualquer pequeno problema produz desânimo.

São tristes pela ausência do dinheiro que lhes permita viver com os luxos que desejam.

Torturam-se porque não conseguem levar a melhor sobre seus desafetos.

Lastimam-se pela impossibilidade de satisfazer sua vaidade nos brilhos do mundo.

Trata-se dos viciados na queixa doentia, incapazes de encontrar prazer nas pequenas ocorrências da vida.

Tal é a tristeza do mundo, que prende o Espírito na teia de reencarnações corretivas e dolorosas.

Entretanto, raros homens se tocam da tristeza segundo Deus.

Muito poucos contemplam a si próprios, considerando a extensão das falhas que lhes dizem respeito.

Raríssimos consideram entristecidos a posição inferior em que se encontram, na longa marcha para a reestruturação da vida.

Por certo essa análise sincera causa desconforto porque dela surge clara a necessidade de retificar os próprios caminhos.

Ela faz com que o homem reconheça a necessidade de perdoar, de compreender e servir.

Quem avança por esse caminho redentor por vezes chora.

Mas jamais atinge o plano do soluço enfermiço e da inutilidade.

Afinal, sabe se reajustar, valendo-se do tempo e do esforço próprio para edificar um novo destino.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 130, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Fe

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

QUANDO CHORO MEU PAÍS

 

Quando olho meu Brasil, tão vasto em território e tão pobre em amor dos seus filhos;

Quando o vejo tão rico de sol, vida e luz e tantos dos seus filhos vivendo em condições precárias, onde lhes falecem o direito à saúde do corpo e da alma, pois que carecem investimentos governamentais específicos;

Quando contemplo as manhãs brilhantes, gritando esperança, e observo os interesses de poucos sobrepujando o bem-estar de toda uma nação;

Quando me dou conta de que o país é pleno de riquezas minerais, vegetais, hídricas, que são depreciadas;

Quando percebo que há filhos de extraordinários dotes intelectuais, artísticos, do coração, nesta terra, e os vejo abandonarem estas fronteiras para conseguirem seu lugar ao sol em distantes terras, eu choro.

Choro por saber que este país poderia ser o Eldorado dos milhões de seres que aqui vivem.

Lamento ver criaturas esfarrapadas, quando poderiam estar vestindo a camisa do país, no verdadeiro sentido;

Lamento ouvir queixumes, críticas e desaires a respeito de uma terra tão promissora e generosa.

Nesse dia de dores, coloco o hino pátrio para ouvir, bem alto. E penso como seria bom se ele fosse mais ouvido, mais cantado, mais pensado, mais vivido.

E, enquanto os versos musicais se sucedem, enaltecendo a pátria-mãe gentil, seus dotes físicos, a riqueza sem par destas matas, penso que é tempo de nós, brasileiros, despertarmos.

É hora de sacudir a poeira do comodismo e lutar por um país mais justo, onde seus filhos vivam em plenitude.

Onde seus filhos nasçam, com a certeza de que a mãe gentil lhes dará abrigo ao corpo, alimento ao Espírito.

Um país onde se privilegie a instrução, não como algo demagógico, para ser acionado em momentos de estratégia política, mas sim com o objetivo de ilustrar as mentes privilegiadas que somos todos, na qualidade de Espíritos imortais.

Um país onde se possa ostentar não somente as valiosas medalhas conquistadas no atletismo, no esporte, mas igualmente se coloque no peito dos que o servem com dedicação, as medalhas de ouro da gratidão.

Um país onde Ordem e Progresso não sejam somente uma legenda na bandeira.

Mas, sobretudo, uma meta gravada no coração de cada filho seu, nascido em sua terra ou adotado de distantes paragens.

Tudo isso não é utopia.

É possível no hoje e no agora. Será suficiente que cada um de nós ponha em prática sua condição de cidadão consciente dos seus deveres, de forma prioritária.

Estudar, trabalhar, mostrando que filho desta terra, legítimo herdeiro das suas riquezas, somente é aquele que a dignifica com inteligência e suor.

* * *

Amemos nosso país, investindo na cultura, no bem, na justiça.

Orgulhemo-nos do verde da esperança, do amarelo que traduz a intelectualidade, do azul da harmonia e do branco da paz.

Nesse dia, ufanemo-nos, cantando:

Verás que um filho teu não foge à luta,

Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Ó, pátria amada

Idolatrada...

És tu, Brasil.

Redação do Momento Espírita.

domingo, 2 de dezembro de 2012

ESCOLHENDO A SIMPLICIDADE

 

Simplificar a vida não significa renunciar a tudo que conquistamos.

Ser simples vai muito além das questões materiais. É um estado de espírito, um jeito de ser que carregamos no íntimo.

Simplificar a vida é aprender a ser feliz com pouca coisa e dar mais valor aos nossos desejos essenciais.

É ter uma vida exterior comedida, sem exageros e uma vida interior rica de valores elevados.

É aprender a concentrar nossos esforços e dedicar o tempo e os ganhos financeiros no que realmente tem valor para cada um de nós, pois, muitas vezes, mantemos o foco em detalhes sem importância.

Aprendemos que qualidade de vida tem a ver com um padrão econômico elevado.

Porém, ter um alto poder aquisitivo, muitas vezes leva as pessoas a um consumismo exagerado, onde passam a buscar a felicidade nos objetos e, com isso, se afastam do que realmente traz qualidade para a vida.

Não precisamos desempenhar papéis que a sociedade nos impõe e nem buscar sempre consumir o que existe de melhor.

Os excessos de toda ordem, sejam eles de consumo, de alimentação, de trabalho e outras tarefas, nos fazem perder a leveza e complicam o nosso dia a dia.

Qualidade de vida é viver de forma equilibrada, valorizando o que realmente importa para cada um de nós.

A jornalista Leila Ferreira publicou um texto na internet sobre a obsessão atual com o melhor, onde enfatiza que hoje o bom não serve mais. Tudo tem que ser o melhor.

A melhor marca, o melhor emprego, o melhor computador, o melhor marido, a melhor esposa e por aí vai.

Ela comenta que nessa busca incessante pelo melhor, o bom passou a ser pouco, o que gera uma eterna insatisfação e impede que desfrutemos do que já conquistamos.

Estamos desaprendendo que ter menos, por vezes, é mais do que suficiente.

Podemos não ter a melhor casa, mas ela pode ser um lar acolhedor, que nos dá segurança e tranquilidade. Podemos não ter o melhor emprego, mas com ele temos alegrias.

Podemos não ter ao nosso lado os melhores companheiros, mas são os que nos compreendem e nos fazem felizes.

Talvez já não tenhamos o corpo perfeito, por não ser mais tão jovem e trazer as marcas do tempo, mas é esse corpo que nos serve à caminhada terrena e conta belas histórias de uma vida.

Valorizar cada conquista é escolher ser simples.

* * *

Recordemos a pureza de Jesus, que sempre ensinou com simplicidade e humildade. Utilizou-se de exemplos singelos para transmitir grandes ensinamentos.

A sua mensagem estimula nossas mentes e corações a dar valor ao amor e às coisas simples da vida. Leva-nos a viver de forma digna e de acordo com as reais necessidades.

Não importa os trajes com que nos apresentemos no mundo. Sejam sob os tecidos que demonstram projeção econômica ou não, mantenhamo-nos fiéis à mensagem cristã, preservando a simplicidade.

Redação do Momento Espírita, com base em trecho do livro A arte de ser leve, de Leila Ferreira, ed. Globo.

sábado, 1 de dezembro de 2012

VIVÊNCIA DA FELICIDADE

 

Você está feliz hoje? Você é uma pessoa feliz?

São duas questões bem distintas, que merecem nossa atenção.

Normalmente, a felicidade é considerada como falta de sofrimento, ausência de problemas e de preocupações.

O conceito, no entanto, é raso, destituído de legitimidade, porque se pode experimentar bem-estar, felicidade, portanto, em situações de dor, assim como diante de problemas e desafios.

Parece um pouco difícil de se aceitar, de início, pois esse entendimento de felicidade como ausência de problemas, de incômodos, ainda está arraigado em nossa alma.

A felicidade é um estado emocional, no qual as questões externas, mesmo quando negativas, não conseguem modificar o sentimento de harmonia.

Da mesma forma, acontecimentos e circunstâncias perturbadoras são incapazes de alterar-lhe a magnitude, porque podem ser administradas e conduzidas a resultados edificantes.

Sempre se considera a infelicidade como a má sorte, a debilidade orgânica, a presença de enfermidade, os problemas financeiros e emocionais, a solidão e a insegurança, deixando transparecer que a felicidade seria o oposto.

Caso as ocorrências não sejam benéficas, propiciando prazer e poder, isso, de maneira alguma pode ser considerado como desgraça ou desar, dependendo, naturalmente, da maneira como sejam encaradas.

Invariavelmente, a situação deplorável de hoje, se bem administrada, transforma-se em dádiva de engrandecimento interior e de compreensão dos acontecimentos existenciais, mais tarde, favorecendo a conquista da felicidade.

Lembremos, por exemplo, dos ascetas, mártires e idealistas.

Quanto mais enfrentam dificuldades melhor sentem-se, agradecendo à vida as aflições que os elevam, que os ajudam a concretizar os objetivos que abraçam e os santificam.

No entanto, para o indivíduo comum, as sensações bem atendidas, o conforto, a conquista de valores amoedados, o experimentar de prazeres contínuos são fenômenos que se convertem em expressões de felicidade...

A postura dos mártires tem a ver com emoções superiores da alma. A outra, diz respeito às sensações dos sentidos físicos de efêmera duração.

Em geral, o sofrimento apresenta-se em todos os setores humanos como desdita ou infortúnio.

Considerando-se, porém, que é inevitável, que sempre se apresentará, devido ao atual momento evolutivo do planeta, faz-se necessário mudar a perspectiva de encará-lo.

Um recurso precioso é a constatação da sua transitoriedade, em face da maneira como deve ser encarado, dando-lhe qualidades positivas de aperfeiçoamento moral, de metodologia que leva à autorreflexão. Ao aprimoramento interior.

A felicidade, desse modo, não é a falta de sofrimento...

Pode-se ser feliz, embora com algum sofrimento, que não descaracteriza o bem-estar e a alegria de viver, propiciadores do estado pleno.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 19 do livro Atitudes renovadas, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O QUE É NORMAL?

 

Descobertas recentes sobre a origem de algumas doenças, sobre as guerras, a violência e a destruição ecológica, nos levam a questionar certas normas ditadas pela sociedade, através dos consensos existentes.

Tem-se constatado que algumas normas sociais, passadas e atuais, levaram ou levam ao sofrimento moral ou físico dos indivíduos.

Há na maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada.

Segundo esta, tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado como normal e, por conseguinte servir de guia para o comportamento de todo mundo e mesmo de roteiro para a educação.

O pesquisador e escritor Pierre Weil nos traz uma nova visão sobre esse tema.

Ele chama de normose ao conjunto de normas, valores, hábitos de pensar ou de agir aprovados pela maior parte de uma determinada população e que, em algum momento, levarão a sofrimentos.

Esses comportamentos são vivenciados sem que os seus autores tenham consciência dessa natureza prejudicial.

Um exemplo simples, entre vários que poderíamos abordar, é o do consumo de cigarros.

Até algum tempo, era considerado normal que as pessoas fumassem. Mas, à medida em que ficou comprovado que o ato de fumar causa sérios danos à saúde, esse hábito começou a ser questionado.

O resultado foi que essa normalidade caiu por terra.

Assim como essa conduta perdeu adeptos, outras formas de comportamento vistas como normais hoje, poderão deixar de ser logo mais.

Nem tudo o que a maioria das pessoas aprova, através dos hábitos de pensar ou de agir, é conveniente que adotemos para nós mesmos, para nossas famílias ou para a educação de nossos filhos.

Estejamos atentos para analisar hábitos novos que a sociedade nos impõe. Hábitos que, muitas vezes, vão se instalando lenta e gradativamente.

Passamos a substituir o cuidado com o corpo físico através do lazer e do esporte, pelas infindáveis horas à frente dos computadores, televisores e jogos digitais, acreditando que é normal porque a maioria age assim.

Aos poucos, passamos a considerar normal o hábito de ingerir bebida alcóolica, com frequência e em grandes quantidades, pautados na forma como um número considerável de pessoas decidiu agir.

Crianças e jovens desrespeitam pais, professores e colegas porque os outros também têm essa conduta.

Assim como esses, poderíamos citar muitos outros exemplos, mas cabe a cada um de nós identificar o que realmente tem valor em nossas vidas.

* * *

Jesus nos orientou a que vivêssemos no mundo sem sermos do mundo. É difícil não ceder aos apelos que sofremos constantemente. É difícil ser diferente, mas não impossível.

Basta que tenhamos a firmeza de agir de acordo com o que realmente acreditamos e enchermo-nos de coragem para dizer não, sem nos importarmos com críticas e julgamentos.

Sigamos em frente felizes, com a certeza de estarmos pautando nosso comportamento nos valores que carregamos em nosso íntimo.

Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Normose, a patologia da normalidade, de Pierre Weil, Roberto Crema e Yves Jean, ed. Versus.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A MELHOR PARTE DE AMAR

 

As declarações de amor revelam muito do que vai em nossa alma. Por vezes elas nos descrevem com perfeição.

Elas contam se somos possessivos ou ciumentos, se deixamos espaço para o outro crescer como indivíduo ou não.

Por exemplo, quando somos enfáticos demais no Eu preciso de você; no Não consigo viver sem você, revelamos, mesmo sem querer, que nosso amor é mais carência do que doação.

Amar o outro, tendo, como razão e sustento desse amor, tudo aquilo que o outro nos dá, isto é, tudo que recebemos do parceiro, é certamente um amar frágil, que pode não se manter por muito tempo.

Basta que o outro não mais nos forneça o que estava nos oferecendo, que não mais atenda nossas expectativas, para que todo aquele dito grande amor desapareça, como em um passe de mágica.

Recentemente, ouvimos uma declaração de amor que nos chamou a atenção, por apontar uma direção um pouco diferente da comum.

Dizia assim:

A melhor parte de amar é ser o alguém de outra pessoa, e eu quero ser este alguém, o seu alguém...

Vejamos que o princípio por trás da frase é diferente, e bastante nobre. Muito mais compatível com o verdadeiro sentido do amor, o amor maduro.

Querer ser o alguém da outra pessoa é identificar que o outro também tem expectativas, que também quer ser amado, e se colocar na posição de dar-se ao outro, e não só na de receber, o que é bastante egoísta.

As jovens e os jovens, em determinada idade, quando das primeiras paixões, chegam a fazer listas de exigências. Como ele ou ela precisam ser para ganhar o meu coração?...

Notemos que, em momento algum, consideramos que o outro também tem sua lista, suas expectativas. Pensamos apenas em preencher a nossa, o que eu quero, o que eu sonho.

Mas e o outro? Não tem sonhos? Será que podemos atender aos anelos da outra pessoa? Será que preenchemos a lista dele ou dela? E que esforços fazemos para isso?

Assim, querer ser o alguém do outro é levar tudo isso em consideração sempre, e não apenas exigir e exigir constantemente.

Nesse nível de amor perceberemos que o que nos completa, o que nos faz feliz numa relação, é também o quanto fazemos pelo outro, o quanto nos doamos à outra pessoa.

Dessa forma, esse patamar de amor nunca nos fará frustrados.

Precisamos enxergar a tal via de mão dupla das relações amorosas, através de uma nova perspectiva, mais inteligente e mais altruísta.

Querer ter outra pessoa ao lado, apenas para nos preencher, como se diz, é muito perigoso e frágil.

A relação a dois é muito mais do que isso.

Amar precisa sempre vir antes do ser amado.

É o amar que nos fará grandes no Universo e não o ser amado.

Foi o amar de tantos Espíritos iluminados que garantiu que a Terra continuasse a existir, e não sucumbisse por inteiro nas mãos do orgulho e do egoísmo.

Que eu procure mais amar do que ser amado, pois é dando que se recebe...

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O ESPÍRITO E SUA IDADE

 

“Quanto mais cresço, mais acho me sinto pequeno, não pelo corpo, mas pelo crescimento moral, espiritual e intelectual.” Cravo

O mundo espiritual elege diferenças no que concerne ao mundo material de diversas formas. Entre elas, sem duvida, é a relação de espaço - tempo.

Mas algo intrigante e por vezes, duvida de muitos Seres, em relação aos espíritos, qual a idade deles? Será que envelhecem em idade? Qual a forma de podermos fazer dar resposta a essa condição dentro do plano material? O nosso espírito é jovem ou idoso?

Muitos encarnados, na ânsia de querer saber, fazem regressões, apenas pela apelação de quererem saber quem eram, ou se eram, príncipes ou reis, acreditem, que é verdade... Apenas buscam a curiosidade, mas não se preocupam com a essência do crescimento, do que é necessário fazer para tal. Enfim, no fundo é apenas reflexo de falta de identidade, pessoal.

Não existe relação da idade do corpo com a idade do espírito, relacionar, seria ilógico, Não podemos de maneira alguma saber a idade real de cada espírito encarnado, pois desconhecemos a suas várias vivencias anteriores e o tempo tido no próprio plano espiritual. Poderemos sim entender pela indicação evolutiva espiritual o possível ponto evolutivo da criança. Portanto, uma criança de hoje poderá ser muito mais velha em idade real que um idoso agora, e ser muito mais evoluída. Esta situação é simplesmente uma questão da necessidade reencarnatória individual e, portanto, de quanto tempo e quando se vai reencarnar. A idade real do indivíduo de hoje fica assim, é simplesmente desnecessária, pois tratando-se da importância na vida real. Devemos isso, sim, fazer um esforço para melhorar a nossa atitude com o avanço da nossa idade terrena.

Muito indivíduos(as) tem receio do envelhecimento e fazem de tudo para se manterem, em forma, a exemplo; plásticas, mudar cor de cabelo, ir para ginásios, como se isso fosse alterar a idade e o tempo de estadia que aqui ficam, mas é apenas apuro de ignorância moral. Claro que devemos zelar pelo corpo físico, mas daí, a querer enganar o tempo e sua idade, é pura debilidade de conhecimento. Todas as fases de idade são de extrema importância, desde a infância, adolescência, meia idade, e idoso. Inegavelmente todas as fases são importantes para o espírito encarnado e a cada uma delas as dificuldades aparecidas terão de ser ultrapassadas da maneira ao alcance de cada Ser e consoante as suas capacidades de resposta a esses mesmos estágios de evolução! Sim, porque é aí que vamos assumindo a evolução pelas experiências, a espaços vividas em cada reencarnação. No plano terreno é desta forma, em outros planos as características da reencarnação podem ser completamente diferentes.

A cada período das nossas vidas, vamos deixando rasto pelos sentimentos positivos e negativos vividos, emoções e ações, que na infância não valorizaríamos, mas que chegados a adultos , verificamos a sua enorme importância na nossa vida e evolução consequentemente. O puzzle de todos espaços que vamos ultrapassando em cada vivência, começando pelo nascimento, os Pais, a Família, a envolvência com a Sociedade e Humanidade, fará a relação do que conseguimos crescer, e pelo valor das nossas ações poderemos fazer uma analogia a um determinado reflexo do pretérito, a exemplo; tendências, gostos, desejos, repulsas e sensibilidade para determinadas áreas e atuação, isso sim, nos permite ajudar a conhecer-nos, bem como a forma como nos relacionamos com o próximo e afinidades.

È importante compreendermos que cada espírito encarnado tem suas características evolutivas rasto esse que forma a sua personalidade ao longo do tempo.

Não poderemos querer explicar se é coerente e racional que seres nascidos e criados numa mesma massa familiar, portanto, no mesmo lar, com os mesmos ensinamentos e educação dos pais, os mesmos tratos e amor, eles serem o inverso em personalidades. A assimilação dos conceitos oferecidos á criança pelos progenitores ou por qualquer pessoa depende inexoravelmente do seu grau evolutivo. Afinidades, antipatias ou nenhum desses são importantes na aceitação ou na negação naturais das práticas do comportamento humano. Mesmo em casos de adoção o processo será o mesmo. Mesmo em caso de abandonos, não existe causa sem efeito e ele tem sempre o eco da evolução moral , espiritual e intelectual. 

O importante é aproveitar cada segundo desta passagem, de forma a podermos, cumprir objetivos, assumir crescimento e nunca desistir mesmo que em fases mais frágeis da vivência, a idade essa, será a soma da evolução em cada passagem pela terra, dando-te cada vez mais liberdade e conhecimento, responsabilidade e oportunidade de subir sempre mais alto.

Muita paz

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

AVISOS SURPREENDENTES

Ele era médico no Interior e atendia, com zelo, sua clientela. Durante muitos anos, tratou de uma senhora viúva, cuja filha insistia para que fosse morar com ela, na capital.

No entanto, Dona Margarida continuava a morar sozinha, em sua casa. Várias razões relacionava para essa sua preferência.

A mais importante, justamente os cuidados que recebia do dedicado médico, em quem confiava plenamente e por quem nutria grande amizade.

Certa feita, os familiares a levaram para a capital, em visita a parentes e amigos. Então, ela se sentiu mal e, de imediato, a filha telefonou ao Doutor Carlos, o médico da mãe.

Para que fosse devidamente examinada e medicada, ele recomendou um colega, na capital.

Passados alguns dias, quando Doutor Carlos chegou, pela manhã, bem cedo, ele viu à porta do consultório a sua cliente, sozinha.

Cumprimentou-a, sorrindo e disse: Bom dia, Dona Margarida, vejo que está muito bem!

E ela respondeu: É o que você pensa!

Ele achou graça na sua expressão. Entrou no consultório, que estava repleto, como sempre. Contudo, dada a idade avançada de Dona Margarida, instruiu a atendente para que a introduzisse, em primeiro lugar, para a consulta.

Mas, a senhora não estava na sala de espera, nem do lado de fora, em lugar nenhum.

Estranhou o fato o médico, mas envolveu-se na atenção aos tantos clientes que o aguardavam.

Logo mais, chegou-lhe uma ligação telefônica. Era a filha de Dona Margarida informando-o que sua idosa cliente desencarnara, há dois dias.

*   *   *

Os que transpõem a aduana da morte, não apagam da memória as pessoas que lhe constituem afetos. Muito menos, olvidam de ser gratos.

Por isso, fatos como o narrado ocorrem muito mais amiúde do que se possa pensar.

Muitas criaturas, no momento mesmo da morte, lembram-se de alguém a quem devotam especial afeto e, não raro, aparecem à visão psíquica daquele.

Popularmente, se fala: Ele veio avisar que morrera. Em verdade, trata-se de um gesto de carinho, uma doce lembrança de quem parte e se encontra distante.

Por vezes, um pedido de socorro daquele que se percebe em nova realidade da vida, fora do corpo físico.

Quando anotados dia e hora do acontecido, se poderá constatar, posteriormente, que coincidem com a hora da morte desse que assim se mostrou à visão psíquica.

Essa é mais uma prova da Imortalidade. Uma prova de que o corpo sucumbe, mas a alma, liberada, livre, vai aonde se encontre o seu interesse.

Já nos ensinara o Mestre, há muito tempo: Onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração.Ou seja, onde estiver o nosso amor, aí estaremos.

Não nos esqueçamos disso e permaneçamos atentos.

Em tais ocasiões, envolvamos em prece o Espírito do amigo, parente, colega, que assim se manifestou.

Oração é luz, aconchego, proteção. É nossa forma de, igualmente, agradecer o aviso ou de auxiliar a quem, por vezes, é convidado a se transferir para o mundo espiritual, em pleno vigor e atividade física.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um choque de realidade, de Richard Simonetti, da Revista Reformador, de junho 2012, ed. Feb.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PREOCUPAÇÃO COM A MORTE

 

A morte é um tema evitado e, de certa forma, ainda ignorado por nossa sociedade.

É como se fosse uma enfermidade que deve ser combatida. O fato, porém, é que a morte é inevitável.

Todos nós morreremos um dia. É apenas uma questão de tempo. Ela faz parte da existência do homem, do seu crescimento e do seu desenvolvimento tanto quanto o nascimento.

É uma das poucas coisas a respeito da qual temos certeza. Crianças, jovens, adultos e velhos - todos vamos morrer.

Por isso mesmo, é importante que comecemos a olhar para a morte de forma diferente. Ela não é um inimigo a ser vencido, nem a prisão de onde devemos escapar.

O fato de morrer jovem ou velho é menos importante do que o de ter vivido intensamente os anos que se teve.

Uma pessoa pode viver mais em dezoito anos do que outra em oitenta. Porque viver não significa simplesmente acumular experiências e aprendizados.

O essencial é viver cada dia como se fosse único. Encontrar um sentido de paz e força que combata as decepções e dores da vida.

Ao mesmo tempo, é se esforçar por descobrir coisas que aumentem e alimentem as delícias da vida.

Uma sugestão: aprender a se concentrar em algumas coisas que normalmente ignoramos. Por exemplo, observar e se alegrar com o desabrochar das flores; admirar a beleza do sol ao nascer cada manhã e ao se pôr todas as tardes.

Consolar-se com um sorriso ou um gesto de outra pessoa. Observar, com surpresa, o crescimento de uma criança. Perceber sua maneira entusiasmada, descomplicada e, ao mesmo tempo, confiante, em relação à vida. Numa palavra, viver.

Alegrar-se com a oportunidade de experimentar cada novo dia é preparar-se para a aceitação da morte.

Aqueles que não viveram realmente, os que deixaram projetos inacabados, sonhos irrealizados, esperanças desfeitas, aqueles que deixaram as coisas verdadeiras da vida passar por eles, são os que não desejam morrer.

Mas nunca é tarde demais para começar a viver e a crescer.

Conan Doyle, o conhecido criador do personagem Sherlock Holmes, aos setenta anos escreveu uma carta, mais ou menos assim:

Meu amigo! Espero que o meu modo de falar não seja demasiado íntimo.

Talvez o que eu tenho a te dizer te pareça sem valor, e o ponhas de lado. Neste caso, nenhum mal haverá.

Por outro lado, poderá ser uma bússola que te guie por uma nova senda que em todas as idades é importante.

Vamos encarar as coisas frente a frente. Nós estamos para morrer - tu e eu.

Apesar de tudo, não temos razão de encarar a morte como objeto de pavor, mas antes como um ponto vitorioso que é a culminância dos nossos esforços e o começo do nosso bem-estar.

* * *

A morte não é uma porta que se fecha para a vida, mas uma porta que se abre para a eternidade, e a eternidade é o próprio Espírito.

A morte é apenas uma transição entre uma existência e outra, da vida que prossegue, vasta, exuberante, pulsante.

Alguns dizem que não se sabe o que se encontrará para além da fronteira da morte. Em verdade, exatamente aquilo que semeamos na vida terrena: os amores, as afeições, a grandeza moral.

Redação do Momento Espírita, com base no Prólogo do livro Morte, estágio final da evolução, de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Nova Era e no artigo Sir Conan Doyle e Os idosos, do jornal Correio fraterno do ABC, de outubro de 1996.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

MUNDO DIGITAL

 

A cena é comum nos dias de hoje: reuniões sociais e profissionais, nas quais as pessoas ficam grande parte do tempo conectadas aos seus telefones móveis.

Quando chegam aos lugares, vão logo depositando à mesa o acessório e a partir daí, fica dividida a atenção. É um olho no ambiente e outro na tela do aparelho.

Parece até que tem um poder magnético, pois as pessoas são capazes de olhar mais para ele do que umas para as outras.

Estando sozinhos, a impressão que se tem é que o referido instrumento é capaz de fazer companhia ao indivíduo, substituindo a presença física de um amigo.

Quando funcionavam simplesmente como telefones não eram tão invasivos, mas hoje o seu uso está muito ampliado. Na ânsia de nos mantermos conectados com o mundo, por vezes, nos esquecemos de quem está ao nosso lado.

Priorizamos a necessidade de receber uma notícia importante, de enviar ou receber alguma mensagem ou fazer consulta para esclarecer dúvidas.

São os novos hábitos sociais.

Infelizmente, eles partem as pessoas ao meio. Metade do indivíduo fica presente e a outra metade fica ligada ao aparelho e a tudo que ele proporciona.

Temos consciência de que todo progresso tecnológico, quando empregado para o bem, traz alegria e conforto à humanidade.

São muitas as facilidades que essa nova tecnologia nos possibilita e abrir mão delas está fora de questão.

A reflexão é no sentido de utilizá-la da forma mais conveniente, com moderação e respeito aos que nos cercam.

É certo que esses aparelhos, que estão facilmente ao nosso alcance, nos trazem informações necessárias. Mas, devemos ter cuidado para que eles não interfiram em momentos fundamentais aos relacionamentos.

Estejamos atentos à forma como temos utilizado esses recursos.

Não deixemos jamais de valorizar a companhia de quem está ao nosso lado, de olhar nos olhos durante um diálogo, de escutar o outro com atenção, de se fazer presente e curtir o momento em que estamos vivendo essa ou aquela situação.

Procuremos não dar maior importância a esses aparelhos, em detrimento da atenção que possamos oferecer a quem está próximo de nós.

Os momentos passam e não voltam. Todos eles são importantes para fortalecer os vínculos afetivos que existem nos relacionamentos.

As mensagens, pesquisas, informações e tudo mais, muitas vezes, podem esperar.

* * *

Qualquer processo de reeducação é sempre mais trabalhoso do que a educação pura e simples, pois implica em deixarmos hábitos enraizados e substituí-los por outros.

Se já nos deixamos levar por esses costumes inadequados, busquemos modificá-los.

Nessa época de tecnologia avançada e de cibernética, trabalhemos em nós mesmos a capacidade de vivenciar integralmente os relacionamentos pessoais.

Busquemos desligarmo-nos do que está distante para valorizarmos e nos ligarmos verdadeiramente em quem está conosco aqui, agora.

Aproveitemos cada minuto com os amores, os afetos. Isso é insubstituível e poderá não se repetir.

Pensemos nisso: o momento é agora, enquanto estão conosco.

Redação do Momento Espírita.