sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

JESUS: AMOR E INTELIGÊNCIA

 
 
Sempre que lembramos de Jesus, nos vêm a mente a idéia do amor. Talvez porque destacamos mais aquilo que ainda nos falta. Entretanto, poucos analisam que o Evangelho não teria o alcance que tem se Jesus não tivesse, em muitos momentos, usado sua elevada inteligência.
 
No Cap. I da 2ª. parte de O Livro dos Espíritos, Kardec e os Espíritos analisam uma proposta para a escala espírita de classificação dos Espíritos em três ordens principais. A primeira consiste dos que “atingiram a perfeição máxima”; a segunda consiste daqueles em que “o desejo do bem é o que predomina”; e a terceira consiste daqueles em que “a ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más (...) os caracteriza.”
 
As duas últimas ordens são subdivididas em classes de acordo com determinadas características do Espírito. Em particular, a segunda ordem é dividida em quatro classes, onde além do sentimento de bondade, um dos aspectos que os diferencia entre si é o conhecimento das coisas.
 
O conhecimento sozinho não torna um Espírito bom, mas para um Espírito que é bom, que tem o desejo do bem, quanto maior for seu conhecimento e sabedoria, mais coisas boas ele pode realizar em prol dos semelhantes.
 
Isso nos permite entender e destacar o papel da inteligência de Jesus em todos os ensinamentos do Evangelho. Alguns exemplos são dados a seguir.
 
Mateus (cap. 22, versículos de 15 a 22) narra um episódio em que os fariseus desejaram pegar Jesus em contradição. Propuseram a Ele a questão se era ou não permitido pagar o tributo a Cesar. Essa questão era uma armadilha contra Jesus pois dependendo de sua resposta o colocariam em conflito com os interesses dos Judeus ou dos Romanos. Porém, graças à sua inteligência, Jesus reverteu a maliciosa questão num dos ensinamentos mais importantes para a Humanidade.
 
Outro exemplo é a passagem evangélica em que Jesus é interpelado por Nicodemos a respeito da forma como alguém pode nascer de novo (João 3:1 a 12).
 
A resposta de Jesus, novamente, revela o alcance de sua sabedoria que envolvia conhecimentos das coisas da vida material e espiritual.
 
Um outro exemplo significativo é aquele em que escribas e fariseus levaram uma mulher adúltera até Jesus perguntando sua opinião sobre a lei de Moisés que recomendava a lapidação (João 8:3 a 11). Após insistência, Jesus emana um dos mais belos e profundos ensinamentos do Evangelho: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” Se pudéssemos nos imaginar na pele de Jesus, nessas circunstâncias, sem dúvida não saberíamos como responder a essas questões com a mesma sabedoria.
 
As parábolas de Jesus podem ser consideradas como verdadeiras obras pedagógicas da inteligência voltadas para o processo de educação espiritual e inspiradas pelo mais profundo sentimento de amor.
 
Pensemos nisso e junto da recomendação do Espírito de Verdade de “amai-vos”, não desdenhemos da segunda recomendação: “intruir-vos”, incluindo aí o estudo constante e aprofundado do próprio Espiritismo.
 
Alexandre Fontes da Fonseca
Jornal Momento Espírita 35, p. 8 Novembro 2012