Corre o homem
diariamente de um lado para outro.
Desde a
aurora até bem depois do pôr do sol.
Passos
apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o
relógio.
Parece sempre
atrasado, à procura de algo muito importante.
Nunca tem
tempo para nada.
Está sempre
em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para
arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.
Mas, afinal,
o que busca o homem na luta cotidiana da vida?
Para onde
dirige seus passos?
O que espera
ele encontrar?
Sabe, realmente, o que quer?
* *
*
Seria por
demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja:
“a busca da felicidade”.
Pois,
momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros
suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam
rapidamente.
Fala-se tanto
em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito.
Diz-se
“estar feliz” quando tudo o que se deseja
acontece.
Quando o amor
é correspondido.
Quando o
dinheiro é suficiente para garantir as compras tão
sonhadas.
Quando o
emprego almejado é obtido.
Quando um
título é alcançado.
Quando tudo
parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos.
Nessas
ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas
estampando um sorriso largo na face.
Canta e sente
uma vontade de erguer os braços aos céus gritando:
“Consegui! Venci!”.
Como se o
mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido
seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.
Mas isso é
apenas uma ilusão.
A fragilidade
daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso
mesmo, por vezes, quase frustrante.
Por pouco,
pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então
eufóricos.
O retorno à
realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não
obstante aquela parcial vitória.
A luta
continua.
Não pode o
homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos
obstáculos vão surgir.
Outra vez
será necessário empenhar esforços para prosseguir na
jornada.
Nessas horas,
quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um
bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao
desânimo.
Tem a
sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por
mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele.
Sempre há
algo por fazer, por aprender, por conquistar.
Sempre.
Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que
“a felicidade não é deste mundo.”
* *
*
O que busca
você?
O que seria
capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?
O que você
acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?
Não se iluda,
no entanto, com as promessas enganosas do mundo.
Satisfações
materiais não saciam por muito tempo o corpo, tão pouco a mente que
deseja a paz.
Por outro
lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar
concedendo equilíbrio e lucidez.
A consciência
tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se
repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.
São situações
em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser
efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.
Equipe de
Redação do Momento Espírita.