Na manhã que apenas se espreguiçava,
a manchete estampada na primeira página do jornal, chamava a
atenção: Maldade registrada.
Em outro jornal, a notícia, em
letras garrafais, era a respeito da infelicidade de uma família,
cujo filho adolescente fora vítima de uma dita “bala
perdida”.
Isso, no Dia das Mães, enquanto a
família se preparava para o almoço, e o jovem se dirigia à farmácia
para comprar medicamento para o pai.
Desgraças. Violência.
Olhamos o Mundo e, por vezes, nos
sentimos inseguros, amedrontados.
Parece que a honra se despediu da
Humanidade, a decência se escondeu em algum recanto secreto e os
maus tomam conta do Mundo.
Parece. Só parece. Tudo isso
acontece, em verdade, porque, embora estejamos no Terceiro Milênio,
no século XXI, ainda o homem se compraz com as coisas
ruins.
Senão vejamos: por que estampamos na
primeira página do jornal o criminoso cruel, desumano, com a
descrição do seu crime hediondo?
Por que tanto espaço para a
atrocidade que ele cometeu, que é descrita em detalhes?
Por que a visita de um cientista que
se dedica, há anos, à pesquisa em laboratório, para a descoberta de
uma vacina, recebe uma nota pequena, numa página
interna?
Por que estampamos na primeira
página a corrupção, enquanto um ato de heroísmo é noticiado sem
destaque algum?
Por que valorizamos o mal, a
maldade, em detrimento do que é bom, belo e deve ser
imitado?
Por que não usamos a primeira página
do jornal para noticiar a conquista de uma medalha por um
atleta?
Ou para anunciar o espetáculo de
ballet que uma escola apresentará?
Ou, ainda, um espetáculo, cuja renda
beneficiará a portadores de determinada enfermidade?
Por que premiamos os que fazem o mal
e não apontamos os que realizam o bem?
Quem já viu estampada manchete sobre
entidade beneficente que abriga pessoas portadoras de necessidades
especiais?
Por que não se mostra a dedicação de
fisioterapeutas, de fonoaudiólogos trabalhando com paralisados
cerebrais?
Os que trabalham com idosos, os
portadores de Alzheimer?
Por que não se relata o trabalho dos
médicos sem fronteiras, em manchete? Dos benefícios que propiciam,
das batalhas vitoriosas contra a morte, das vidas que
modificam?
Por que não se mostra a abnegação de
mães valorosas que abraçam, todos os dias, seus filhos totalmente
dependentes de seus cuidados?
O carinho de filhos adultos por pais
idosos e dependentes?
Por que não se colocam, em amplo
destaque, as entidades que protegem cães e gatos abandonados pelas
ruas?
Por que não se anuncia, com grandes
fotos coloridas, a inauguração de uma nova creche, de um jardim, de
um parque?
Por que não se fala do bom trabalho
de um hospital, de uma escola?
Quase sempre essas instituições
aparecem, quando algo suspeito ou equivocado por lá
acontece.
Será que anos e anos de dedicação,
de serviço ao povo não valem nada?
* * *
Pensemos
nisso e comecemos a exigir dos que movimentam a
imprensa, a inserção de coisas positivas.
Digamos, não aderindo à onda de
violência e maldade que deseja tomar conta da Terra, que desejamos
ver, ouvir e sentir coisas boas.
Por isso, invistamos nas boas
revistas, nos bons periódicos, nos programas de valor.
Ajudemos a sustentar um bom programa
de rádio, de televisão.
E, se somos dos que escrevem,
ilustram, criam, evidenciemos em nossas letras, gravuras e criações,
com muito destaque, o que é bom, belo e proveitoso.
Guardemos a certeza que, desta
forma, estaremos investindo no mundo melhor que todos desejamos para
nós e para nossos filhos.
Texto da Redação do Momento
Espírita.