O
homem é escravo do homem.
Tal
afirmativa se baseia no fato de não exercermos livremente nossa capacidade de
pensar. No aspecto religioso, a maioria das pessoas ainda crê em um Deus com um
comportamento tipicamente humano. As religiões predominantes em nossa sociedade
nos apresentam em suas linhas teológicas, um ser vingativo, um “Deus” que
castiga e amedronta.
A
criatura humana voluntariamente não se esforça por pensar, raciocinar é pecado.
A compreensão de um Deus passa pela nossa capacidade de pensar sem raciocínio,
Deus não pode ser conhecido. Os dogmas
religiosos nos impedem de aproximarmo-nos de Deus de maneira a senti-lo,
entende-lo. Não se pode amar o que não se conhece.
Observemos
que os conceitos equivocados com relação a Deus, já nos são incutidos por
nossos próprios pais quando dizem em tom de ameaça: “Deus castiga as crianças
malcriadas”.
Vamos
crescendo de tal forma, que com o passar dos anos vamos aos poucos nos
afastando de Deus, pois somos imperfeitos e via de regra cometemos equívocos e
com isso chegamos à conclusão de que não somos dignos de Deus.
Interessante
observarmos que crescemos, melhor dizendo, nascemos culpados e crescemos
culpados e, cá entre nós, não existe maior barreira para a expressão do
raciocínio do que o sentimento de culpa, tão explorado pela maioria das
religiões.
A
culpa e o dito “diabo” são os maiores colaboradores para que algumas religiões
sejam as mais procuradas. São as famosas religiões bengalas. Acostumado a
procurar um culpado para seus fracassos, o homem prefere culpar um ser
demoníaco criado por certas “teologias”, a assumir próprios erros.
Por
isso afirmamos que o homem muitas vezes não utiliza a sua capacidade de pensar,
se raciocinasse seria livre, se fosse livre seria feliz, se fosse feliz não
aceitaria o “Deus” elaborado por outros homens para subjuga-lo. A escravização
do pensamento humano é muito bem elaborada e acontece desde os primórdios da
raça humana. Quando o está sofrendo, aceita qualquer coisa para livrá-lo do
sofrimento, até mesmo um Deus que pune como os homens punem.
Assim
como nosso corpo necessita de exercício para ser saudável, nossa mente precisa
ser livre para nos tornarmos espíritos saudáveis.
Enquanto
o homem acreditar que religião “A” é melhor que a “B”, enquanto o homem
acreditar que Deus escolhe uns em detrimento dos outros, as religiões não terão
autoridade para se disser representantes de Deus.
Representarão
sim, os interesses dos próprios homens. A única religião que devemos professar
é a do respeito mútuo e do amor.
Algemas
Invisíveis – Adeilson Salles – Editora CEAC