sábado, 31 de agosto de 2013

AMA SEMPRE



Encontrarás talvez, junto de ti, os que te pareçam errados.
Esse cometeu falta determinada, aquele se acomodou numa situação considerada infeliz.
Respeita o tribunal que lhes indicou tratamento, sem recusar-lhes auxílio. Quem conhecerá todas as circunstâncias para sentenciar, em definitivo, quanto às atitudes de alguém, analisando efeitos sem penetrar as causas profundas?
Deliciava-se certa jovem com o perfume das rosas que lhe vinham desabrochar na janela. Orgulhosa das ramas que escalavam paredes, de modo a ofertar-lhe as flores, quis corrigir o jardim, no pedaço de chão em que a planta se levantava. Pequeno monte de terra adubada, a destacar-se de nível, foi violentamente arrancado, mas justamente aí palpitava o coração da roseira.
Decepada a raiz, morreram as flores. Quantas criaturas estarão resignadas à moradia em situações categorizadas por lodo, para que as rosas da alegria e da segurança possam brilhar nas janelas de nossa vida?
Aceita os outros tais quais são.
Espera e serve.
Abençoa e ama sempre.
O errado hoje, em muitos casos, será o certo amanhã.
O julgamento é dos homens, mas a Justiça é de Deus.
Meimei

           De Ideal Espírita, de Francisco Cândido Xavier - Autores Diversos

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

AS BARREIRAS QUE UNEM



A dificuldade de estabelecermos limites em nossos relacionamentos é seguramente um obstáculo à nossa felicidade.
Isso acontece até nas relações conjugais, quanto mais nas relações de amizade. Acontece com frequência nas relações de amizade, principalmente quando estamos fragilizados, de não delimitarmos o território que desejamos ver respeitado pelos outros.
Permitir que as pessoas penetrem em nossa vida de tal maneira que nos tornamos vulneráveis. Esquecemo-nos de que todas as pessoas tem dificuldades, e que imperfeitas como nós, também erram.
Nos relacionamentos conjugais, se os limites não forem estabelecidos, um dos dois se submeterá, muitas vezes por livre vontade, ao domínio e dependência psicológica do parceiro.
Nas relações de amizade ocorre o mesmo, é preciso estabelecer limites claros, para depois não acusarmos os outros de traição. A sabedoria popular afirma que “tudo que é demais, faz mal”.
O fato de gostarmos de alguém deve nos levar a preservar esse relacionamento através do estabelecimento de pontos de segurança. A falta de limites estabelecidos em qualquer relação, mais cedo ou mais tarde irá levar tal relacionamento à deterioração emocional.
As relações afetivas de qualquer natureza precisam ser cuidadas como joias preciosas. È necessário amadurecermos estes conceitos interiormente, estabelecer limites não significa que haja falta de confiança das partes, mas sim, uma independência necessária e salutar.
Os relacionamentos mais duradourosvencem o tempo justamente pelo respeito à individualidade inalienável de cada ser. Muitos não conseguem estabelecer saudáveis barreiras psicológicas em seus relacionamentos, com isso tem sua privacidade invadida nos momentos que menos desejam ou tornam-se reféns emocionais voluntariamente.
O casamento, por exemplo, passa por varias fases, mas a mais difícil delas é aquela em que o casal não consegue enxergar a individualidade de cada um como tempero diferente, que se aceito, irá contribuir para o amadurecimento e consequente crescimento da relação.
Casamento significa respeitar, combinar, casar as individualidades diferentes sem violenta-las.
O tempo vai passando e felizmente a cultura de que todo casal tem o cabeça, está sendo deixada de lado, pois todo casal deve ter duas cbeças, cabeças diferentes, para a equânime felicidade dos dois.
O tempo dos holocaustos domésticos está fadado a terminar um dia, as mártires do lar estão diminuindo, está crescendo o número de pessoas conscientes, aquelas que tem a coragem de dialogar, de lutar por sua opinião.
Quando não existe respeito nos relacionamentos, dia virá em que teremos no mundo, mais um infeliz.


Algemas Invisíveis – Adeilson Salles – Editora CEA

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

De Alma Confiante



Recordas-te deles, lágrimas nos olhos e coração dorido, como se houvesses sido pisoteado por infrenes corcéis em disparada.
Esperanças mantidas por longos anos jazem mortas.
Promessas vibrantes e douradas parecem negros panos da mentira.
Amigos carinhosos que te esqueceram.
Amores que pareciam eternos e que fugiram.
Abraços e afagos que desapareceram.
Mãos gentis que estavam distendidas e agora se ocultam.
Companheiros que eram atestados vivos da lealdade plena e que te deixaram.
Realizações honestas, feitas com suor e lágrimas, hoje apontadas como filhas da usura, a ruírem lentamente.
A cada instante novos espinhos se cravam nas tuas carnes.
Ingratidões na boca de velhos devedores do teu carinho.
Queixas veiculadas por comensais da tua abnegação.
Incompreensões de quem mais dependia dos teus esforços.
Todos se voltam e saem quando chegas, e sentes que são injustos para contigo.
Apesar de tudo, porém, não te desesperes.
Reúne os músculos caídos e renova o Espírito vergastado, prosseguindo sem desfalecimento.
Se não recolhes agora os frutos abençoados dos teus esforços, recebê-los-ás mais tarde.
Colheita de hoje, sementeira de ontem.
Dor agora, compromisso passado.
Esforço atual, merecimento futuro.
Envolve as íntimas aspirações, nas vibrações positivas do amor infatigável, desculpando e edificando sempre, e deixa-te arrastar pelas correntes do trabalho digno, seguindo à frente, na condição de seareiro da eternidade.
Perdendo tudo e tudo tendo...
Perseguido mas com todos...
Alanceado e jubiloso...
Incriminado, porém, inocente...
Cansado, no entanto de pé...
Surrado e feliz...
Caindo aqui para reunir forças, e levantar reanimado um passo à frente.
A linguagem do bem é de vibração imorredoura: desaparece aqui para repercutir alhures.
O que faças de bom é dádiva que te fará bom...
Não te arrependes nem te lamentes.
E se for necessário morrer no trabalho entre amarguras e saudades, chancelado como incapaz e vencido, lembra o mestre divino que, antes de atingir a excelsa libertação, foi azorragado e perseguido, sorvendo o fel da maldade humana até a última gota e, carregando o madeiro infamante até o Gólgota, ressurgiu, logo mais, na glória solar, libertando-se do pó e das sombras...

Livro: Messe de Amor - Joanna de Ângelis  & Divaldo P. Franco

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

EMOÇÃO E INSTINTO



A preponderância do lado emocional em nossas ações, em detrimento da razão pode nos levar a vivenciar dissabores terríveis.
É certo que diante de algumas situações, respondemos instantaneamente às circunstancias que nos cercam. Dominar as emoções é muito difícil. Entretanto, nossa trajetória evolutiva demonstra que da idade da pedra lascada para os dias atuais já realizamos algum progresso.
Na idade da pedra lascada os instintos, principalmente o de sobrevivência e reprodução, eram preponderantes, a palavra articulada ainda não fora desenvolvida. Comunicavamo-nos através de sons indecifráveis. Uma das formas rudimentares de comunicação era a pintura rupestre, eramos nômades.
Já no período mesolítico o homem deu passos importante para o seu progresso, o domínio do fogo e a domesticação de animais foram fundamentais para a evolução humana.
Na idade da pedra polida a criação de animais e o desenvolvimento da agricultura, deram-lhe o impulso necessário para a sedentarização, ou seja, o homem fixou moradia e com isso, as primeiras comunidades surgiram.
Iniciamos nesse período a vida em sociedade.
Citamos essas épocas, pois embora para muitos não pareça, o homem vem progredindo, a muito custo luta por desenvolver os sentimentos nobres.
Na idade da pedra lascada, o instinto era preponderante.
Nas idades subsequentes observamos a criatura humana desenvolvendo seu lado inteligente, burilando suas emoções sempre através do sofrimento.
Embora a violência esteja exacerbada nos dias atuais, não é  em todos os países que ela acontece da maneira que acontece no nosso. É preciso analisar cada sociedade, pois ela é o reflexo de cada um de seus habitantes, de seus valores culturais e morais.
Somos a sociedade, e é preciso que façamos a nossa parte para a reforma da humanidade. Na hora em que a vida nos apresentar os desafios gerados pela vida moderna, é importante que dominemos as emoções e o instinto de reação.
Não existe receita magica, a luta é de cada um, é um caminho que devemos percorrer intimamente; vencendo a nós próprios, quando formos desafiados pelas circunstancias da vida.
Algumas emoções e reação instintiva muitas vezes nos impedem de discernir. Certas pessoas sempre têm um discurso apocalíptico, afirmando que o mundo esta acabando; discordamos frontalmente, pois o mundo já acabou, para aqueles que não têm coragem de iniciar dentro de si mesmos a construção de um mundo melhor.
Na hora da reação é melhor pensar: “Sou eu que estou agindo? Ou estou reagindo às ações alheias?”
Emocionar-se sim, discernimento sempre.


Algemas Invisíveis – Adeilson Salles – Editora CEA