Falemos da morte, irmão.
Temos por vezes a
impressão de que, como já fizemos um dia, ainda tratas do tema de modo eventual
e precário. Por que a temes?
Não nos adianta o
discurso de tua compreensão acerca de episódios e cenários que imaginas para o
teu futuro como um apelo que pode te trazer conforto e resignação.
Não é deste
entendimento que necessitamos.
Hoje, encarnado onde
estás, talvez pouco te tenha sido despertado ainda sobre o sentido das
passagens que por vezes necessitamos fazer.
Diferente de em outros
tempos, hoje ainda choras com a morte, sem de fato reconhecê-la como vida.
Não mais te regozijas
pela tua chegada, ao contrário do que essencialmente já és capaz de acolher
como caminho.
Não nos basta, irmão,
que trates com tanta formalidade deste tema que ainda te causa dor e por vezes
pânico.
Para nós é necessário
que nos sinta como estamos e isto só é possível se compreendes o que é esta
passagem.
Tudo são
transitoriedades. Não para o nosso conforto, não para saciar a nossa angústia,
não porque queremos tratar de bela ou de inevitável à morte.
Tudo é passageiro e
transitório porque somos viajantes, porque não temos bagagem, a não ser a que
podemos incorporar ao nosso próprio espírito.
Tudo são
transitoriedades a nos permitir o crescimento e a evolução.
Festejemos, então!