É
como se retivesses milenárias esperanças, procurando explodir, e, por essa
razão, sofres a impossibilidade transitória de alcançar o ideal a que te
propões.
Queres
realizar os melhores sonhos, aspiras ao estudo edificante do Universo, anseias
atingir as culminâncias da Ciência e da Arte, atormentas-te pela aquisição da
felicidade e choras pela integração da própria alma no amor supremo...
Entretanto,
quase sempre tens ainda o coração preso à dívida, à feição do diamante
engastado ao seixo.
Há
problemas que solicitam toda uma existência de renúncia constante, para que o
fio do destino se alimpe e desembarace.
À
vista isso, não desertes da prova que te segrega, temporariamente, na grande
tribulação.
O
lar pejado de sacrifícios, a família consanguínea a configurar-se por forja
ardente, a viuvez expressando exílio, a obrigação qual cadeia atada ao pescoço,
o compromisso em forma de algema e a moléstia semelhando espinho na própria
carne constituem liquidações de longo prazo ou ajuste de contas a prestações,
para que a liberdade nos felicite.
Resgata,
pois, sem revolta, o próprio caminho.
Enquanto
há inquietação na consciência, há resto a pagar.
Agradece,
assim, as dificuldades e as dores que te rodeiam.
Cada
existência, no plano físico, pode ser um passo adiante, que te projete na
vanguarda de luz.
Misericórdia
na Justiça Divina, consolações inefáveis, braços amigos, diretrizes renovadoras
e auxílio constante não te faltam, em tempo algum; contudo, está em ti mesmo
aceitar, adiar, reduzir, facilitar ou agravar o preço da tua libertação.
De
“Justiça Divina”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel