sábado, 30 de abril de 2011

O HÁBITO DE ROTULAR PESSOAS

 

Por
Amilcar Del Chiaro Filho

“O nosso planeta é habitado por vários tipos de criaturas, e entre elas os seres humanos. Plantas e animais apenas vivem. Agem e reagem sobre o meio-ambiente, guiados apenas pelos instintos. Mas o homem existe e pode modificar a sua existência e atuar em seu meio, modificando-o. À medida que o homem evolui ele não apenas existe, mas transcende à própria existência.

A complexidade das estruturas psíquicas do homem faz com que ele reaja positiva ou negativamente diante dos estímulos externos, mediante o seu livre-arbítrio.

Dessas reações decorrem as demonstrações de força ou fraqueza, coragem ou covardia, fé ou descrença, amor ou ódio, altruísmo ou egoísmo, humildade ou orgulho.

Um dos hábitos enraizados profundamente nos homens é o de rotular, coisas, situações e pessoas. Rotula-se pessoas com dificuldades de raciocínio de retardadas. Rotula-se os deficientes físicos de incapacitados. Rotula-se ricos, pobres, bonitos, feios, bêbados, homossexuais, prostitutas, negros, heróis, bandidos e tantos rótulos que se torna impossível enumerá-los.

É ruim rotular porque esquecemos que por trás dos rótulos existem pessoas que amam, odeiam, choram, riem, possuem toda uma gama de sentimentos e qualidades próprias dos seres humanos.

Transpondo essa mesma situação para o movimento espírita vemos que não estamos livres do impulso de rotular.

Idéias divergentes são rotuladas de "movimentos paralelos". Infelizmente linhas paralelas não se encontram nunca. Os que se dedicam ao estudo da ciência espírita são classificados como científicos, e místicos ou religiosos são os que aceitam o espiritismo como uma religião. Os que preferem tê-lo como uma filosofia não religiosa, são denominadas "laicos".

Rotulamos de obsessores os espíritos que atuam maleficamente sobre as pessoas. Obsedados são os que sofrem esse assédio. Por trás do rótulo de obsessor identificamos o espírito maldoso, vingativo, esquecidos de que ele pode ter razões ponderáveis para agir desta maneira, e ainda não é capaz de perdoar. Ele pode odiar alguém e obsidiá-lo, mas pode ser que ame muitos outros. O obsedado, quando não é rotulado de pobre vítima, é classificado como caráter frágil, ou espírito endividado.

Não estamos justificando a existência de obsedados e obsessores, nem estamos iludidos a ponto de julgar que não existam espíritos maus, porém lembrando a todos que o rótulo serve para a classificar certas coisas, mas nem sempre refletem toda a realidade.

Felizmente o Espiritismo está acima de rótulos e tendências, teorias ou práticas, pois ele é a própria vida. É o amor que se faz presente, se materializa entre nós para nos iluminar.

Lembremo-nos que o rótulo é frio, estático, inclemente. Por isso temos que lutar contra a nossa tendência de tudo rotular, colocando mais amor e compreensão em nossos julgamentos. O mesmo amor e compreensão que desejamos para nós mesmos”.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

CORTESIA E RESPEITO

 

Nunca será demais falar sobre cortesia e respeito. Em verdade, ambos bastante esquecidos na atualidade.

Ambos vão perdendo cidadania a passos largos.

É comum as pessoas falarem muito alto no ônibus, nos restaurantes, em lugares públicos em geral, desrespeitando os demais.

E o mais delicado é que nem sempre a conversa é agradável. Às vezes se trata de críticas amargas ao governo, a parentes, a amigos.

Tudo vai sendo extravasado em altos brados, como se não houvesse outras pessoas próximas, compartilhando do mesmo ambiente.

Não se sabe bem se a pessoa não tem condições de se ouvir e descobrir que está falando muito alto ou se ela deseja que os outros tomem conhecimento das suas ideias.

Adolescentes e jovens esquecem, quase sempre, quando se encontram em grupos, que os lugares públicos não lhes pertencem com exclusividade.

Por isso, gritam, dizem palavrões, falam de situações grotescas. Gesticulam, andam aos empurrões, até esbarrando em idosos e crianças.

Assim se tem tornado difícil para as famílias, em especial as que têm crianças, o passeio a parques e outros locais públicos.

Como impedir que as crianças presenciem cenas tão indelicadas e ouçam um palavreado que não é habitual no seu lar?

E que dizer das discussões? Casais, amigos e colegas discutem seus problemas na rua, no estacionamento, em restaurantes, sem cerimônia alguma.

Uma escritora relatou que presenciou, em um restaurante, várias famílias deixarem pelo meio os pratos na mesa e se retirarem.

Tudo porque um casal resolveu brigar na mesa vizinha e não economizou o volume da voz. Muito menos o vocabulário grosseiro.

De maneira estranha, todos se sentem incomodados mas ninguém diz nada.

Alguns alegam que essas pessoas não estão infringindo a lei. E de fato não há lei que regulamente essas situações, que são uma questão de educação.

Mas o que está nos faltando é uma tomada de posição. A primeira, educando os nossos filhos no respeito às pessoas.

A segunda é nos manifestarmos, com energia e de forma educada, pedindo a essas pessoas que nos respeitem.

Bastaria um Por favor, falem mais baixo. Ou: Eu não gostaria que meus filhos ouvissem o que estão dizendo.

Se todos passarmos a agir, essas pessoas terão que adotar uma nova postura, modificando-se e modificando o mundo.

* * *

Não acredite quando lhe falarem que a cortesia saiu da moda.

Quem não gosta de receber um gesto delicado? Quem não nota quando um rapaz se ergue do assento e o oferece ao idoso cansado?

Quem não nota, com prazer, a pessoa que junta do chão um objeto e o devolve a quem deixou cair, sem haver se dado conta?

Quem não se sensibiliza com um Muito obrigado; Por favor; Desculpe?

Tenha certeza: a cortesia e o respeito nunca sairão de moda.

 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo

Em nome da cortesia, de Seleções Reader’s Digest,

de janeiro de 2000.

A GLÓRIA DO ESFORÇO

 

Guida Linhares

 

Todo aquele que se esforça em algo que o estimula, e segue adiante em seu projeto, ainda que as dificuldades surjam em sua caminhada, poderá chegar ao sucesso, colhendo os doces frutos de seu trabalho e envolvimento.

Contudo há aqueles, que ao menor sinal de cansaço, desistem de seus planos, não confiam em si mesmos e no seu potencial de realização.

Apenas os guerreiros da vida, usam da fé e da resiliência* para chegar ao topo idealizado e então ali celebrar com alegria, a glória do esforço!

 

*Resiliência - termo emprestado da Física

para a Psicologia > "Propriedade de alguns materiais

de acumular energia quando exigidos ou submetidos

à estresse sem ocorrer ruptura."

Santos/SP/Brasil

quinta-feira, 28 de abril de 2011

ENSAIOS PARA O AMOR

 

 

Ela era uma velhinha que morava sozinha, em uma grande casa. Não tinha amigos porque, ao longo dos anos, ela os vira morrer, um a um.

Seu coração era um poço de saudade e de perdas. Por isso, ela decidira que nunca mais se ligaria afetivamente a ninguém.

E, para se lembrar que um dia tivera amigos, passara a chamar as coisas pelos nomes dos amigos que haviam morrido.

Sua cama se chamava Belinha. Era grande, sólida e confortável. Mesmo depois que ela se fosse, Belinha continuaria a existir.

A poltrona confortável da sala de visitas se chamava Frida. Haveria de durar muitos anos mais.

A casa se chamava Glória. Tinha sido construída há mais de cem anos, mas não aparentava mais que vinte. Era feita de madeira muito forte, vigorosa.

E o carro, grande, espaçoso se chamava Beto. “haveria de servir”, pensava a velhinha, “para alguém, depois de sua morte.”

E assim vivia a velhinha solitária.

Certo dia, quando estava lavando a lama de Beto, um cachorrinho chegou no portão. O portão não tinha nome, porque ela achava que ele logo teria que ser substituído. Suas dobradiças estavam enferrujadas e a madeira apodrecida.

O animalzinho parecia estar com fome e ela tirou um pedaço de presunto da geladeira e o deu ao cão, mandando-o embora.

Porém, no dia seguinte, ele voltou. E no outro e no outro. Todos os dias, ele vinha, abanava o rabo e ela o alimentava, mandando-o embora.

Ela dizia que Belinha não comportava um adulto e um cachorro, que Frida não gostava que cães sentassem nela e Glória não tolerava pêlo de cachorro.

E Beto? Bom, esse fazia os cachorros passarem mal.

Um ano depois, o animal estava grande, bonito. E tudo continuava do mesmo jeito. Até que um dia ele não apareceu.

Ela ficou sentada na escada, esperando. No dia seguinte, também. Nada.

Resolveu telefonar para o canil da cidade e perguntar se eles tinham visto um cachorro marrom. Descobriu que eles tinham dezenas de cachorros marrons.

Quando perguntaram se ele estava usando coleira com o nome, ela se deu conta que nunca dera um nome para ele.

Sentou-se e ficou pensando no cachorro marrom que não tinha coleira com um nome. Onde quer que estivesse, ninguém saberia que ele tinha de vir todos os dias até seu portão para que ela lhe desse de comer.

Tomou uma decisão. Dirigiu Beto até o canil e falou para o encarregado que queria procurar o seu cachorro.

Quando ele lhe perguntou o nome do cachorro, ela se lembrou dos nomes de todos os amigos queridos aos quais  havia sobrevivido.

Viu seus rostos sorridentes, lembrou-se de seus nomes e pensou em como fora abençoada por ter conhecido esses amigos.

“Sou uma velha sortuda”, pensou.

“O nome do meu cachorro é Sortudo”, disse.

E gritou, ao ver os cães no grande quintal: “aqui, Sortudo!”

Ao som da sua voz, o cachorro marrom veio correndo. Daquele dia em diante, Sortudo morou com a velhinha.

Beto parece que gostou de transportar o cachorro. Frida não se incomodou que ele sentasse nela. Glória não ligou para os pelos do cachorro.

E todas as noites Belinha faz questão de se esticar bem para que nela possam se acomodar um cachorro marrom Sortudo... e a velhinha que lhe deu o nome. 

* * * 

Não temamos nos afeiçoar às pessoas. Ninguém consegue viver sem amor, sem amigos, sem ninguém.

Não nos enclausuremos em solidão, nem percamos a oportunidade extraordinária de amar.

Amemos a quem nos rodeia. Também à natureza e os animais, recordando que tudo é obra do excelente Pai que nos criou.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro A Velhinha que dava nome às coisas, de autoria de Cynthia Rylant, Ed. Brinque Book.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

FAÇA SEU TEMPO FELIZ

 

Se você caminha pelas estradas terrenas, cotidianamente, percebe o quanto costumam ser negativas, pessimistas ou depressivas as expressões da vida de cada um.

As falas diversas dos seus interlocutores, se é que você mesmo não se enquadra nesse rol de negativas e de negatividades.

Jamais, ou poucas vezes, acha-se alguém com entusiasmo pela existência, expressando tal entusiasmo.

Poucos bendizem as horas no corpo físico, com todos os seus acontecimentos a facultar crescimento amplo ou diminuto.

Abrem-se os comentários da vida, habitualmente, pelas afirmativas de que as coisas em torno estão muito ruins, quando menos, diz-se que as coisas estão mais ou menos.

É de costume a pessoa lamentar-se pelos familiares que não são carinhosos, que não são atenciosos, que não são dedicados.

De outro modo, fala-se que estão doentes, que são doentes, que são maus.

Vêem-se as conjunturas políticas e sociais do mundo com tamanho pessimismo, que costuma-se asseverar que “não há mais jeito”; “que tudo vai de mal a pior”; “nesse campo ninguém presta”.

Os amigos são para esses negativos, verdadeiros traidores, que não merecem a sua amizade; comenta-se que, em toda parte, o mal vai tomando dianteira.

Se o assunto é vício, drogas etc. Ouvem-se falas como “ninguém escapa”; “todo mundo usa”; “é uma calamidade”.

O trabalho profissional é chato, cansativo, expiatório, e, então, para que trabalhar?

* * *

Todavia, vale a pena meditar um pouco sobre tudo isso.

Pare um pouco e pense sobre a sua vida, seus objetivos.

Melhore o nível psíquico do seu dia-a-dia. Você não precisa ser deficiente intelectual diante dos fatos do mundo.

Porém, mesmo sabendo das coisas equivocadas que se passam no mundo a sua volta, procure extrair o melhor de cada dia.

Tente observar as coisas boas, bonitas, formosas que estão acontecendo ao seu derredor.

Você pode atrair bênção ou tormentos, luz ou sombra, tristeza ou alegria. Só depende da sua própria disposição.

Aprenda a extrair o que há de melhor na terra, ao redor dos seus passos.

Busque fazer o seu dia brilhante, feliz, inaugurando, onde se move, o regime de otimismo, de alegrias.

Trabalhe de tal maneira que a sua sensibilidade seja passada a todas as pessoas que estão ao seu redor.

Entusiasme-se com a sua saúde e a dos seus.

Sorria, a cada manhã, com o passeio do sol nas avenidas azuis do céu...

Agradeça ao Senhor supremo pela família, pela saúde, pelas chances de estudar, de trabalhar, sem maiores problemas.

Erga a sua oração ao Criador e, sintonizando nas faixas felizes do bem, transforme a sua existência no mundo físico num campo de muito boas realizações.

Faça do seu dia um dia venturoso, realizando a sua parte para que todo o mundo melhore, se aprimore, com um pouco do seu esforço.

Pense nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Joanes, psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, em 15/03/2000, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói - RJ.

terça-feira, 26 de abril de 2011

DE FRENTE PARA O ESPELHO

Vera Meira Bestene
Fonte: O Mensageiro
http://www.omensageiro.com.br/artigos/artigo-161.htm

“Se conseguíssemos nos separar de nós mesmos, deixando de lado o ego, a vaidade e a fantasia, seríamos capazes de ver a vida como ela realmente é.”

Diante do Espelho - Rick Medeiros


Tantas e tantas vezes temos vontade de gritar, de fugir para fora da própria vida que vivemos sem, entretanto conseguir ver o que realmente está acontecendo, sem conseguir sequer perceber a vida como ela é.

Esta frase de Rick Medeiros em epígrafe nos fala muito, pois tudo o que se precisa para conseguirmos ser felizes e promovermos um real encontro com nós mesmo, é conseguir apartar, deixar de lado completamente, o eu mais profundo de toda a vaidade que estamos revestidos e que proporciona uma vida fantasiosa que esconde a vida que poderíamos e quereríamos viver. Muitas vezes estamos vivendo uma vida superficial, de sorrisos falsos, de brincadeiras mais falsas ainda, com inúmeras coisas que gostarias de fazer e sentir, mas não conseguimos encontrar a brecha, a trinca de onde atravanca nossa evolução e nosso eventual ponto de partida para a verdade e, conseqüentemente, para uma vida melhor. Aí desesperamos com freqüência e surge esta tristeza imensa e inexplicável para os de pouca visão.

Normalmente esquecemos que nossas vidas são continuação do passado, quando, se encarássemos este fato, poderíamos entender o por que da vida que vivemos hoje. Assim, da mesma forma e com a mesma intensidade, precisaríamos nos olhar de frente para o espelho e conseguir ver que a vida de hoje é o alicerce para o futuro, aí sim, nosso comportamento mudaria mesmo.

A vida, tão simples quanto complexa, nos permite situações que nos favorecem o descobrimento de nós mesmo, de nossas virtudes, de nossos defeitos, de nossos anseios e de nossas decepções sendo, portanto capazes de nos ver através do espelho da alma, descobrindo a nós mesmos.

Acredito eu que, como espíritos criados por Deus, simples e ignorantes e que somos colocados aqui neste planeta para aprender e vivenciar cada aprendizado e que depende de nós a evolução, o crescimento, tendo tudo a sua conexão perfeita pois que nada acontece por acaso. Assim, ainda dentro do que acredito e do que pelo estudo e vivência já me sinto capaz de relatar, não estamos aqui somente para viver e aprender, mas, muitas vezes, para ajudar os outros e, sem cobranças, poder colher toda a simplicidade da vida.

Nem todo mundo acredita em vida após a morte ou reencarnação. Sei que todos tem seu próprio tempo e talvez seja meio louco tentar suas vidas por meio de meus valores. Afinal, uma das razões pelas quais estamos aqui é para nos desenvolvermos por nossa própria razão e intelecto, e não pela de outra pessoa, pelo preconceito que já criaram e tentam incutir em nós.

Sei que muitos ainda e algumas religiões ensinam que há apenas uma única vida, mas como explicar os privilégios, as desigualdades?

Por que alguns nascem ricos, enquanto outros lutam para simplesmente sobreviver? Por que alguns vêm ao mundo com corpos e mentes belos e saudáveis, mas outros nascem deformados ou com doenças mentais? Por que alguns vivem com vantagens, enquanto outros cumprem sua jornada em desespero?

Nossas vidas são escolhas, lições e aprendizados, em que o presente é moldado pelo passado, e o futuro pelo presente, mas poucos enxergamos isto.

Olhar no espelho e ver como pode ser bom viver a própria vida aqui e agora, embora seja coerente pedir orientação, conforto e conselhos, para os que estão no mundo espiritual, mas não para viver nossa vida através deles, qualquer que seja a nossa crença. Estamos aqui para aprender e evoluir, e ninguém pode fazer isso por nós. Temos que fazer por nossa própria conta, lembrando sempre que quando conseguimos nos olhar de frente para o espelho, conseguimos ver nossos defeitos e virtudes e, assim, podemos melhorar nossas virtudes e procurar vencer os defeitos, eliminando-os tanto quanto possível de nossas vidas. O caminho pode ser árduo, mas todos sempre temos ajuda, mesmo que não tenhamos ainda a capacidade de percebê-la.

ARTE DA CONVIVÊNCIA CONJUGAL

 

 

É comum se pensar que os casamentos mais sólidos são aqueles que sobrevivem a grandes traumas. Digamos, uma infidelidade conjugal ou uma falência.

Contudo, a verdade é que a duração do matrimônio está na razão direta da arte da convivência conjugal.

Conviver todos os dias, aguentando as pequenas coisas um do outro, por exemplo. Suportar que ele aperte o tubo de pasta de dentes bem no meio, enquanto ela insiste que deva ser bem no finzinho, por uma questão de estética e de economia.

Ou ainda, ele não auxiliar nas tarefas domésticas. Ela ser sensível demais.

Ele ser muito mole com as crianças, permitir tudo. Ela desejar manter a linha dura, investindo na disciplina e na educação dos filhos.

Conviver com as diferenças exige boa vontade diária. Um casal, que convive há catorze anos, confessou que tem diferenças enormes quanto a esporte.

Ela adora ver futebol em casa. Ele adora aventuras. Com uma filha de dez anos, aprenderam a conviver, apoiando um o prazer do outro.

Assim, quando o marido decidiu dar a volta ao mundo velejando, ela o acompanhou pela imaginação, sem sair de casa. Mas não criou obstáculos para ele, nem fez papel de vítima.

Saber aceitar comentários feitos em momentos de pequenas rusgas também contribui para a manutenção da estabilidade conjugal.

Certo marido presenteou a esposa com dez roseiras, que ela teve de plantar sozinha. Durante uma discussão, ela acabou por dizer a ele que odiava aquelas rosas que ele havia comprado. Afinal, elas só serviam para dar trabalho.

Ele não se perturbou. No Natal daquele mesmo ano ele lhe deu mais uma roseira. Ela achou graça, comentando com as amigas:

Quando a gente pensa que eles entenderam o que se falou, descobre-se que nem ouviram.

E continuam a viver juntos, colhendo rosas no seu jardim.

Mas, possivelmente, o mais importante seja recordar os bons momentos. Olhar para o passado, reavivar as chamas dos sentimentos positivos tem a capacidade de reacender o amor.

Um americano conta que ele e a esposa adoram recordar a forma como se conheceram. Ela foi a um restaurante onde ele estava cantando. Ela gostou muito da canção e aplaudiu entusiasmada.

Ele a notou e perguntou: Você é casada?

Não, respondeu. Você cantaria no meu casamento?

A resposta dele foi rápida e sorridente: Eu vou cantar no nosso casamento.

Sete meses depois estavam casados. Estão casados até hoje, passados anos. Continuam felizes.

* * *

Entre muitos casais, na Terra, o tédio aparece depois que arrefece a paixão e o cotidiano toma conta dos atos.

O tédio azeda a vida em comum. A rotina a destrói.

Tão logo surja na relação conjugal a indiferença, a secura ou o relaxamento, é hora de reagir, antes que o casamento acabe por tolices.

Casamento, ou seja, a união permanente de dois seres, pode ser entendida como uma ligação afetiva que lembra o cérebro e o coração. Para que a vida prossiga, é necessário que haja sintonia entre ambos.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Novas regras para um casamento feliz, de Seleções Reader's Digest, de janeiro de 2000 e no cap. 13, do livro Vida e sexo, pelo Espírito Emmanuel, ed. Feb.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Libertando mentes

 

A instituição se ergue, em um bairro, na periferia de grande cidade do nosso Brasil. Portando o adjetivo espírita, realiza nobre trabalho de esclarecimento das criaturas.

Desde há mais de seis décadas, se dedica ao atendimento a moradores de rua e de comunidades carentes, que a circundam.

Conscientes de que o bem deve se fazer na vida das criaturas, liberando-as das suas necessidades básicas, desde cedo os trabalhadores se empenham em ilustrar as mentes, em promover as criaturas, a fim de que andem com seus próprios pés e alcancem vitórias por seus méritos.

Por causa disso, a instituição, em observando que muitas das senhoras assistidas eram analfabetas, estabeleceu, como uma de suas metas, erradicar o analfabetismo daquelas localidades.

E, assim, aquelas mulheres que ali comparecem para trazer seus filhos para a evangelização, para receberem o atendimento médico e odontológico, a cesta de mantimentos, a palavra do Evangelho, passaram igualmente, a serem alfabetizadas.

Uma das senhoras, casada há vários anos, encantou-se com o significado daqueles sinais que, reunidos, formavam palavras e frases.

O aprendizado foi rápido, pelo grande interesse demonstrado. E, então, aconteceu o inusitado.

Ela passou a ler os bilhetes que sempre estavam no bolso do marido. Sempre lhe afirmava ele que eram anotações referentes ao seu trabalho.

Mas, agora, ela os podia ler e se deu conta de que eram bilhetes de amor, a ele dirigidos. Eram bilhetes que falavam de encontros e de mais encontros.

Ela descobrira, graças às letras não mais ignoradas, que seu marido a traía. As consequências dessa descoberta não nos interessa assinalar, mas o fato em si, que fala da libertação da ignorância.

Não foi por outro motivo que o Excelso Mestre de Nazaré disse um dia: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

Referia-Se ao conhecimento das leis físicas, das leis espirituais, de tudo que nos rodeia no mundo e além das suas fronteiras.

Quanto mais crescemos em conhecimento, mais nos libertamos. A ignorância sempre aprisiona a criatura a situações, a pessoas, a fatos.

Quando desvenda os mistérios das letras, a criatura se torna livre para conhecer os mistérios que trazem os livros.

Antes de tudo, se torna livre para ler os letreiros de ônibus, de ruas, de instituições, podendo se movimentar de forma independente.

Pode ter acesso às leis e conhecer os seus direitos. Pode ler, na própria Constituição, o que o país em que vive, através da Carta Magna, lhe garante.

Da mesma forma, terá acesso às informações dos deveres que lhe competem, enquanto cidadão.

E será livre. Livre para trabalhar, estudar, crescer, ir e vir. Sabendo o que pode e o que deve fazer. O que lhe é permitido e o que lhe é interdito.

Livre para progredir, ilustrando-se por si mesma, no próprio ritmo, determinado por sua vontade e disposição.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

domingo, 24 de abril de 2011

OS QUE FAZEM A DIFERENÇA

 

 

Conta-se que após um feriado prolongado, o professor entrou na sala da Universidade para dar sua aula, mas os alunos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral.

Depois de tentar, educadamente, por várias vezes, conseguir a atenção dos alunos para a aula, o professor perdeu a paciência e disse:

"Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez".

Um silêncio carregado de culpa se instalou na sala e o professor continuou.

"Desde que comecei a lecionar, e isso já faz muitos anos, descobri que nós professores trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma.

Em todos esses anos observei que, de cada cem alunos apenas cinco fazem realmente alguma diferença no futuro.

Apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.

O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo.

Se vocês prestarem atenção notarão que, de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença.

De cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; de 100 conhecidos, quando muito, 5 são verdadeiros amigos, fraternos e de absoluta confiança.

E podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.

É uma pena não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora.

Assim, então, teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo, sabendo ter investido nos melhores.

Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos.  Só o tempo é capaz de mostrar isso.

Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.

Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá.

Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje".

O silêncio se instalou na sala e o nível de atenção foi total.

Afinal, nenhum dos alunos desejava fazer parte do “resto”, e sim, do grupo daqueles que realmente fazem a diferença.

Mas, como bem lembrou o sábio professor, só o tempo dirá a que grupo cada um pertencerá. Só a atuação diária de cada pessoa a classificará, de fato, num ou noutro grupo.

Pense nisso!

Se você deseja pertencer ao grupo dos que realmente fazem a diferença, procure ser especial em tudo o que faz.

Desde um simples bilhete que escreve, às coisas mais importantes, faça com excelência.

Seja fazendo uma faxina, atendendo um cliente, cuidando de uma criança ou de um idoso, limpando um jardim ou fazendo uma cirurgia, seja especial.

Para ser alguém que faz a diferença, não importa o que você faz, mas como faz.

Ou você faz tudo da melhor forma possível, ou fará parte do “resto”.

Pense nisso e seja alguém que faz a diferença...

Alguém que com sua ação torna a vida das pessoas melhores.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada.

sábado, 23 de abril de 2011

SÓLIDA AMIZADE

 

Quem de nós já não se decepcionou com um amigo? Alguém a quem se entregou o coração e, em algum momento, nos traiu a confiança ou nos voltou as costas?

Alguém de quem esperávamos todo o apoio e nos falhou, na hora precisa?

Qualquer uma dessas circunstâncias nos magoará e se constituirá em quebra da afeição.

Por essa razão, a lição de dois meninos é tão marcante.

Eles haviam nascido no mesmo dia, mês e ano. Um era judeu. O outro, alemão.

Nove anos era a idade deles. Um era natural da Polônia e habitara uma casa, com vários cômodos, em cima da relojoaria do seu pai.

Um dia, tudo lhe foi tirado e ele se viu prisioneiro, em meio a outros milhares, padecendo fome. Para vestir, um estranho pijama listrado, com boné no mesmo padrão.

O outro nascera em Berlim, vivera numa casa muito grande, de três andares. Agora, residia no campo e vivia a reclamar da casa menor e da falta de amigos.

Encontraram-se, um dia, um de cada lado de uma interminável cerca de arame farpado. Bruno, o menino alemão, se sentia solitário e se pôs a conversar com o outro.

Nenhum dos dois entendia muito do que acontecia ao seu redor. Mas se tornaram amigos. Viam-se todas as tardes.

Um dia, ao entrar em casa, Bruno viu ali o amigo do pijama listrado. Lustrava os cristais com seus dedos miúdos.

Bruno se serviu de um lanche e ofereceu ao outro, sempre faminto.

Mal colocara na boca um pedaço de frango, adentrou a cozinha um oficial. Vendo que o pequeno prisioneiro estava comendo, o inquiriu, de forma grosseira, acusando-o de roubar comida.

Sem malícia alguma, o menino disse que fora seu amigo quem lhe ofertara o lanche.

Mas Bruno estava tão assustado com a truculência do oficial, com a inquirição que lhe era feita, que se deixou tomar pelo pavor.

E, apavorado, negou conhecer o outro, negou ter-lhe dado comida, o que, para aquele valeu violento castigo.

Dias passados, Bruno retornou ao local onde costumava encontrar o amigo. Havia tristeza e muitos hematomas no rosto do aprisionado.

Peço desculpas, disse Bruno. Tive muito medo, naquele dia. Você ainda quer ser meu amigo?

E, então, a mão esquálida do judeu se estendeu para o lado de fora da cerca. Bruno a apertou.

Era a primeira vez que se tocavam. Era o toque da amizade sólida, que sempre perdoa.

* * *

Amizade é um exercício de amor. Amor de amigo é inigualável. Já disse Jesus, ao seu tempo, que o amigo dá a sua pela vida do amigo, santificando assim esse sublime sentimento.

Por isso, o amigo perdoa as fraquezas do outro, perdoa as suas falhas e continua amigo.

Felizes aqueles que enflorescem a alma com amizade, enriquecendo-se de paz, granjeando gratidão pelos caminhos que percorre.

Redação do Momento Espírita, com base em cenas do filme O menino do pijama listrado.

TIRANIA DA BELEZA

 

Existem situações muito tristes acontecendo em nossa sociedade, que não aparecem nas manchetes.

É a triste realidade que vivem nossos jovens e adolescentes, com relação à apologia da beleza, que deve ser cultivada a qualquer custo.

Os meios de comunicação que, na disputa pelos primeiros lugares do ibope, não mostram as tragédias que assolam as almas frágeis das nossas crianças.

A anorexia é um desses problemas, que cada vez mais se alastra fazendo vítimas.

Crianças e jovens que se recusam a comer, a ingerir qualquer líquido, porque se acham demasiadamente gordos, embora estejam só pele e ossos.

Adolescentes que mutilam o corpo, ainda em formação, com cirurgias plásticas, silicone, remédios para emagrecer, mesmo que isso lhes custe a própria vida.

Jovens que não se conformam por não estar dentro dos padrões de beleza estabelecidos pelas mídias, e entram em depressão, apatia profunda, chegando a abandonar a vida pelas portas do suicídio.

Até quando suportaremos essa tirania da beleza?

Até quando permitiremos que nossos filhos e filhas sejam vítimas dessa insanidade generalizada que se abate sobre a sociedade, impondo sofrimento e dor?

Até quando consentiremos que os valores sejam invertidos de tal forma que a vida passe a valer menos que a aparência física?

Desde quando a roupa vale mais do que quem a veste?

Desde quando o corpo vale mais do que o ser que o habita?

É imperioso parar um pouco para analisar os valores da vida, e evitar que nossos jovens e crianças se percam nessa armadilha nefasta que é a ditadura da aparência.

As mídias não mostram o sofrimento de pais que dariam tudo para que seu filho ingerisse um pedaço de pão, um copo de água, para continuar respirando...

Isso tudo acontece porque se convencionou estabelecer as medidas que um corpo precisa ter, o tipo de cabelo que se deve ter, a estatura ideal.

Meu Deus! O corpo é o instrumento da alma, e não deve valer mais que a própria alma!

A beleza do corpo está justamente no serviço que presta ao espírito, para seu aperfeiçoamento intelecto-moral.

Quantos pais se dedicam, integralmente, ano após ano, a cuidar de filhos cujo corpo é deformado, e encontram nessa tarefa sua razão de viver.

Sabem que a beleza que deve ser cultivada é a do ser imortal, que sobreviverá ao corpo, que continuará seu aperfeiçoamento pela eternidade afora.

É preciso pensar nisso, com a urgência que o assunto requer.

É imperioso que mães e pais não torturem seus filhos com a idéia de que devam ser modelos de beleza física.

Mas para isso é preciso que esses pais também se dêem conta de que a aparência física não é o fator mais importante na vida.

O corpo, por mais belo que seja, um dia será pó.

A alma que o habitava o abandonará, mais cedo ou mais tarde, mas não sairá da vida.

É justo que eduquemos nossas crianças para uma alimentação saudável, por questões de saúde.

É natural que queiramos nossos filhos bem dispostos, exercitando o corpo para garantir seu bem-estar.

O que precisamos deter é essa tirania da beleza exterior, que não leva em conta a verdadeira beleza que é a do espírito.

Pensemos nisso com carinho, e libertemos nossas crianças desses grilhões que a ilusão da beleza padronizada pelas conveniências lhes impõem.

 

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

DESPERDÍCIO

 

O homem é habitualmente cheio de desejos, projetos e sonhos.

Na busca da felicidade, sempre parece lhe faltar algo. Pode ser dinheiro, raramente considerado suficiente. Ou uma relação amorosa, cuja ausência causa amargor.

Por vezes a própria aparência física não satisfaz e isso gera desconforto.

Ordinariamente, sempre há alguma coisa em falta, no balanço do viver humano. Não há nada de errado em ter desejos e sonhos. O problema reside em não valorizar o que se tem e em achar que a plenitude reside no que falta.

A Espiritualidade Superior ensina que a existência terrena assemelha-se a um curso de aperfeiçoamento. As condições de vida de cada um guardam relação com suas necessidades de aprendizado.

Enquanto a lição não for assimilada, ela continuará a ser repetida. Assim, importa não desperdiçar os tesouros que batem à porta.

Por vezes, eles chegam em embalagens pouco atraentes. Mas sempre representam uma oportunidade de aprendizado e libertação.

O familiar carente e enfermo é uma dádiva na vida de quem necessita aprender a ser abnegado.

O colega difícil afigura-se uma bênção para o carente de tolerância

As dificuldades financeiras trazem a preciosa lição da frugalidade.

Situações de desvalimento propiciam o aprendizado da humildade.

A ausência de um afeto profundo traz o ensinamento da continência e da sublimação.

A saúde frágil chama a atenção para a transitoriedade da vida humana e para a importância de se espiritualizar.

As experiências dolorosas em geral convidam a desenvolver empatia por quem sofre.

A desencarnação de um familiar ou amigo funciona como um convite para estender os laços da fraternidade.

Em tudo, há um aprendizado a ser feito.

A natureza da lição que se apresenta revela em quê reside a carência espiritual.

É no embate de cada dia que as lições de que se necessita lentamente chegam.

Importa não desperdiçá-las, enquanto se sonha com o impossível.

É bom sonhar, planejar e buscar, mas sem angústia.

Os sonhos precisam ser embalados pela confiança na Providência Divina.

O homem é livre para querer, apenas não deve se amargurar pelo que demora ou não se concretiza.

No contexto de uma vida terrestre, há sonhos que não podem se tornar realidade.

Ocorre que a experiência terrena, por longa que se afigure, sempre chega ao fim.

Então, será feito um balanço das bênçãos recebidas e de sua utilização, a benefício da própria paz.

Mais feliz será quem mais tiver aprendido com o que lhe coube viver no mundo.

Já aquele que desperdiçou suas oportunidades terá de repeti-las.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

EXTERIORIZAÇÃO DA ALMA

 

“A boca fala do que está cheio o coração”.

(Lc 6.45)

Essa afirmativa de Jesus encerra grande sabedoria.

Significa que não somente as palavras, mas tudo o que vem do interior do homem é, de certa forma, a exteriorização de sua alma.

As cidades são a expressão de quem as constrói, de quem as habita, de quem as conserva.

Uma canção é a exteriorização da alma do compositor, assim como a escultura, a arquitetura, as artes plásticas, retratam a intimidade do seu criador.

Uma peça literária é a alma do escritor que se mostra em forma de palavras, frases, idéias...

É assim que pelo conteúdo das mais variadas formas de expressão, conhecemos a natureza daquele que as produz.

Almas sábias exteriorizam bondade, beleza, sabedoria...

Almas ignóbeis se revelam pelas produções corrompidas na base, idéias desconexas, infelizes, viciosas...

Suas expressões artísticas denotam baixeza e futilidade. São contraditórias e desprovidas de beleza.

Nas canções, a letra é carregada de palavras torpes. As notas, geralmente de melodia pobre, expressam o desarranjo da alma que através da música se exterioriza.

Os escultores dessa categoria apresentam sua intimidade nas formas retorcidas, grotescas, sem graciosidade. Comumente não causam bem-estar em quem as contempla.

Todavia, muito diversa é a expressão artística das almas nobres...

As composições musicais expressam sua grandeza d'alma. Produzem, em quem as ouve, profunda harmonia íntima, pois tocam as cordas mais sutis do ser, promovendo estesia e bem-estar.

As notas musicais têm sonoridade agradável e penetrante. A alma do artista se exterioriza, e sua sabedoria sensibiliza quem as sente, provocando emoções nobres e salutares.

É assim que a alma se mostra através das palavras, das artes, das ciências, e de todas as formas de expressão.

Às vezes, pessoas iletradas se apresentam com extremada beleza, através de palavras que brotam da alma como de uma fonte cristalina, plenas de sabedoria, de afeto, de ternura.

Trabalhadores simples, devotados, que realizam suas tarefas com dedicação e seriedade, demonstram trazer no íntimo uma fonte de riquezas.

Poetas, escritores, compositores, escultores, engenheiros, médicos, jardineiros, pedreiros, arquitetos, donas de casa, paisagistas e outros tantos cidadãos, mostram a alma através de suas realizações.

* * *

E a sua alma, como tem se exteriorizado?

Nas tarefas singelas que você realiza...

Nas muitas palavras que você pronuncia...

Nos conselhos que dá ao filho ou a um amigo...

Numa carta comercial que você escreve, ou numa declaração de amor, sua alma se exterioriza e se deixa ver...

Com suas ações, o mundo ao seu redor fica mais belo ou mais feio? Mais alegre, ou mais triste, mais nobre, ou mais pobre?

Para se conquistar a excelência nas ações cotidianas, é preciso considerar as quatro dimensões da experiência humana:

A dimensão intelectual, que almeja a verdade; a dimensão estética, que almeja a beleza, a dimensão moral, que almeja a bondade, a dimensão espiritual, que almeja a unidade.

E gravitar para a unidade divina, é o objetivo final da humanidade.

Busque plantar em sua alma a verdade, a bondade e a beleza.

Mas considere que a verdade é o solo mais propício para que germinem a bondade e beleza.

Pense nisso! Vale a pena!

Invista na sua alma!

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

NEGÓCIOS

 

Ganhar a vida já não é suficiente, o trabalho tem que nos permitir vivê-la também.

A frase é daquele que é considerado o pai da administração moderna – Peter Drucker – e revela uma verdade preciosa para os dias de hoje.

Drucker acompanhou um período sem precedentes na Terra, no que diz respeito ao mundo dos negócios.

Nascido em 1909, veio a desencarnar em 2005, após uma vida de muitas conquistas e de farto material produzido na área corporativa.

Sua citação sobre o papel do trabalho, da profissão, em nossa existência, precisa ser analisada em profundidade, pois traz consequências imediatas em todo viver, uma vez colocada em prática.

A profissão tem como função principal nos fazer peça útil na sociedade e, também, nos propiciar o ganha-pão.

A reflexão de Drucker nos convida a pensar: De que adianta ganhar a vida, ter o meio de sustento, ter riqueza, se não consigo “usufruir” disso tudo para meu benefício?

O trabalho tem que nos permitir viver a vida. Ele não pode nos escravizar numa teia de compromissos, responsabilidades, sem nos deixar sequer respirar o ar de uma bela manhã.

Se nos transformamos nos chamados workaholics (*), perdemos o foco verdadeiro da encarnação, trocando os meios pelos fins.

Sim, a profissão, o trabalho, tudo isso são meios. Meio de subsistência; meio de crescimento intelectual, meio de ser útil.

Quando percebermos que o mundo dos negócios, a vida profissional está nos deixando quase loucos, é tempo de parar tudo e repensar.

Temos, como Espíritos encarnados, compromisso direto com a melhoria material do planeta, ao mesmo tempo que temos compromisso conosco de nos melhorarmos, de nos tornarmos pessoas de bem.

Assim, não podemos deixar que essas atividades simplesmente nos absorvam todas as energias, a ponto de nos fazer chegar em casa, ao final de cada dia, sem vontade sequer de conversar, de brincar com um filho pequeno, de sorrir.

Temos que dar a cada coisa seu devido valor. E o mundo dos negócios não pode ser mais importante do que a família, do que a saúde de nosso corpo e de nosso Espírito.

Se você percebe que a vida tem lhe carregado para esse caminho, pare, pense, reflita, reprograme tudo enquanto há tempo.

* * *

Do Eclesiastes do Antigo Testamento Bíblico retiramos:

Melhor é um punhado com descanso, do que ambas as mãos cheias com trabalho e aflição de espírito.

Pense nisso.

Pense se realmente vale a pena tanta aflição, tanto desespero, tantas horas de tensão, apenas por questões puramente materiais.

Não podemos deixar de trabalhar, é certo, mas quem sabe possamos deixar o trabalho mais leve, menos extenuante, menos neurótico, permitindo que vivamos a vida em abundância.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Desperdício

 

O homem é habitualmente cheio de desejos, projetos e sonhos.

Na busca da felicidade, sempre parece lhe faltar algo.

Pode ser dinheiro, raramente considerado suficiente.

Ou uma relação amorosa, cuja ausência causa amargor.

Por vezes a própria aparência física não satisfaz e isso gera desconforto.

Ordinariamente, sempre há alguma coisa em falta, no balanço do viver humano.

Não há nada de errado em ter desejos e sonhos.

O problema reside em não valorizar o que se tem e em achar que a plenitude reside no que falta.

A Espiritualidade Superior ensina que a existência terrena assemelha-se a um curso de aperfeiçoamento.

As condições de vida de cada um guardam relação com suas necessidades de aprendizado.

Enquanto a lição não for assimilada, ela continuará a ser repetida.

Assim, importa não desperdiçar os tesouros que batem à porta.

Por vezes, eles chegam em embalagens pouco atraentes.

Mas sempre representam uma oportunidade de aprendizado e libertação.

O familiar carente e enfermo é uma dádiva na vida de quem necessita aprender a ser abnegado.

O colega difícil afigura-se uma bênção para o carente de tolerância

As dificuldades financeiras trazem a preciosa lição da frugalidade.

Situações de desvalimento propiciam o aprendizado da humildade.

A ausência de um afeto profundo traz o ensinamento da continência e da sublimação.

A saúde frágil chama a atenção para a transitoriedade da vida humana e para a importância de se espiritualizar.

As experiências dolorosas em geral convidam a desenvolver empatia por quem sofre.

A desencarnação de um familiar ou amigo funciona como um convite para estender os laços da fraternidade.

Em tudo, há um aprendizado a ser feito.

A natureza da lição que se apresenta revela em quê reside a carência espiritual.

É no embate de cada dia que as lições de que se necessita lentamente chegam.

Importa não desperdiçá-las, enquanto se sonha com o impossível.

É bom sonhar, planejar e buscar, mas sem angústia.

Os sonhos precisam ser embalados pela confiança na Providência Divina.

O homem é livre para querer, apenas não deve se amargurar pelo que demora ou não se concretiza.

No contexto de uma vida terrestre, há sonhos que não podem se tornar realidade.

Ocorre que a experiência terrena, por longa que se afigure, sempre chega ao fim.

Então, será feito um balanço das bênçãos recebidas e de sua utilização, a benefício da própria paz.

Mais feliz será quem mais tiver aprendido com o que lhe coube viver no mundo.

Já aquele que desperdiçou suas oportunidades terá de repeti-las.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

REFLITA SOBRE O SEU VIVER

 

Você costuma refletir sobre sua forma de viver, ou simplesmente vive?

Sabe aonde seus passos o conduzirão, ou simplesmente caminha?

Decide, conscientemente, a direção que toma, ou apenas segue à frente, de maneira quase automática?

Reflete bem sobre o que pensa e diz, ou solta as palavras como uma metralhadora que dispara projéteis?

Pondera, antes de agir, sobre os efeitos que surgirão de suas atitudes, ou prefere reclamar dos resultados infelizes só depois que surgem?

Considere que cada escolha feita terá suas conseqüências correspondentes, desencadeando uma sucessão de fatos sem fim.

Por tudo isso, reflita sobre o seu viver.

Volte seu olhar para dentro de si próprio e analise a sua vida, seu modo de ser, suas decisões, os sentimentos que molduram seu caráter, suas reações, seus anseios, seus sonhos.

Reflita sobre si. Sobre quem é você, de onde veio e para onde vai. Por que se encontra onde está, com as pessoas que o rodeiam, vivendo as situações que vive.

Reflita sobre si mesmo.

Pense em como seria se você fosse um pouco diferente do que é.

Imagine se fosse um pouco melhor do que é, um tanto mais amável, mais amigo, menos impulsivo, menos reativo às vicissitudes da vida.

Reflita e pense sobre como seria e como pode ser.

Como será o seu viver, se experimentar um jeito novo de sentir aquele sentimento desagradável que lhe acomete.

Como seria se ao invés de responder da maneira abrupta que lhe é comum, se esforçasse para responder com mais suavidade.

Como seria se durante um dia inteiro não emitisse uma única reclamação, mesmo que os pensamentos lhe viessem à mente.

Como seria atender a tudo que lhe solicitam sem azedume ou sem rabugice.

Como seria se você fosse uma versão melhorada, repaginada de você mesmo, um sósia mais amoroso, mais terno.

Talvez se você se permitisse executar todos esses procedimentos, na ordem que foram sugeridos, se surpreenderia ao ver que é capaz de ser o que imaginou, porque sabe que é capaz de ser melhor. Sabe que é possível mudar.

Remova de si mesmo e da sua indolência todas as amarras que o prendem ao passado, ao que foi, ao que é.

Dê a si próprio a chance de mudar as coisas, de tomar as rédeas da sua vida, de decidir as metas a serem alcançadas e obrigar-se a chegar ao objetivo que escolheu.

Nada o impede.

Nem Deus, nem o mundo, nem os outros.

É você que se mantém onde está, por comodismo.

Confie em si mesmo e verá descortinar outro amanhã, mais auspicioso. Com certeza se sentirá bem melhor do que se sente e muito mais próximo de Deus.

Pense nisso, e jamais deixe de refletir sobre o seu viver!

Ouça seu interior e ajuste seus passos na direção da grande luz.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Emengarda, psicografada por Marie-Chantal Doufour Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação

domingo, 17 de abril de 2011

PARA QUE SERVE O CASAMENTO?

 

Você já se perguntou alguma vez sobre os objetivos do casamento?

Sim, porque algum objetivo o Criador deve ter para fazer da união de dois seres uma lei da natureza.

Talvez, refletindo superficialmente você responda que o objetivo do casamento é a perpetuação da espécie humana. Mas será só isso?

Na verdade, o casamento marca grande progresso na marcha evolutiva da humanidade.

E, por quê?

Porque Deus visa não somente a procriação, mas também a evolução moral dos seres.

É assim que o casamento se constitui numa excelente oportunidade de crescimento para aqueles que sabem aproveitá-la bem.

Quando duas pessoas resolvem, de comum acordo, viver sob o mesmo teto, desde logo terão chances de melhoria individual. E a primeira delas é vencer o egoísmo.

Sim, porque o que antes era “meu”, agora passa a ser “nosso”.

Antes de casar, era o “meu” quarto, o “meu” carro, o “meu” aparelho de som, o “meu”... O “meu”...

No primeiro dia de convivência mútua, deverá ser o “nosso” quarto, o “nosso” carro, o “nosso” aparelho de som, e assim por diante.

Com o passar dos dias os pares vão se conhecendo melhor, e percebem que o outro não era bem aquilo que parecia ser.

Bem, nosso par tem algumas manias que desaprovamos, e que só notamos graças a convivência diária.

Eis uma ótima oportunidade para aprender a dialogar e resolver conflitos como “gente grande”.

Depois surgem mais alguns membros para nos ajudar a treinar outras virtudes: chegam os filhos.

Agora temos que dividir um pouco mais, e isso nos torna menos egoístas.

Devemos dividir mais a atenção, treinar a renúncia, aprender a passar noites sem dormir, tropeçar em fraldas sujas, correr para o médico nas horas mais impróprias, perder o filme que gostaríamos de assistir... a novela... o telejornal.

A cama, que antes era só minha e passou a ser nossa, agora tem mais alguém nela, disputando espaço.

E não é só o espaço físico que o pimpolho reclama, ele quer nosso carinho, nossa atenção, nossa companhia, nossa proteção.

E aí temos a grande oportunidade de aprender a superar o ciúme, o medo, a insegurança, o desejo de posse exclusiva sobre o nosso par, para amparar esse serzinho que chegou para ficar.

Junto com tudo isso herdamos, também, a família do nosso cônjuge, que nem sempre nos parece uma boa aquisição.

Eis um grande desafio para aprender a fraternidade pura, a tolerância, o desprendimento, a amizade e outras tantas virtudes que ainda não possuímos.

Ademais, para cumprir bem o papel que um dia aceitamos, unindo-nos a alguém de livre e espontânea vontade, é preciso que os dois pilares do templo chamado lar permaneçam firmes até o fim.

Quando isso não acontece está declarada a vitória do egoísmo. Está declarada a nossa falência enquanto seres que desejamos superar os limites e alcançar paragens mais felizes.

Talvez você não concorde com todos esses arrazoados, no entanto, seria bom refletir sobre o assunto.

Há casos de pessoas que optam por não se casar, assumindo, declaradamente seu egoísmo. Com certeza irão responder perante a própria consciência e a consciência cósmica pela decisão tomada.

Considerando que nem todos nascem com o compromisso de se casar, obviamente estamos falando daqueles que tinham assumido esse compromisso, antes de renascer.

Aquele que se casa e promete conviver bem com seu par e com os filhos que Deus lhes envia, mas abandona o barco ao menor indício de tempestade, certamente será responsável pelos destinos daqueles que abandona à própria sorte.

Isso será, fatalmente, sementeira de amargura num futuro próximo ao distante, cuja colheita será obrigatória.

Por todas essas razões, vale a pena pensar ou repensar os nobres objetivos que a divina sabedoria estabeleceu com a união de dois seres.

Vale a pena refletir sobre o que queremos para nós. Refletir sobre as forças internas que devem nos elevar acima dessa miséria moral chamada egoísmo.

Ou será que vamos “jogar a toalha”, numa demonstração tácita de derrota para esse monstro cruel?

Pense nisso! Pense agora! E decida-se pelo amor.  

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

Resgate de um herói

 

A História do Brasil registra feitos de muitos heróis. Heróis de guerras, heróis que morreram em defesa da liberdade do nosso país.

Contudo, ainda hoje, existem outros tantos heróis desconhecidos que nos merecem todas as honrarias.

É possível que poucos ou nenhum de nós tenha ouvido falar a respeito de Luiz Martins de Souza Dantas. Seu nome, em verdade, não figura em nenhum livro-texto de História do Brasil.

Descendente de uma das mais ilustres famílias do Império, após seguir uma apreciável carreira política, por vários anos, dentro e fora do Brasil, foi nomeado Embaixador na França.

Apreciador das artes, da música, é descrito como uma alma nobre e generosa.

Anfitrião impecável dos brasileiros em Paris, era também um grande filantropo, disposto a ajudar todos os que passaram por sua vida.

Diplomata experiente, dotado de grande inteligência e perspicácia, Dantas circulava entre os mais altos e restritos círculos diplomáticos.

Cedo compreendeu a catástrofe, prestes a se abater sobre a Humanidade, com a ascensão do nazismo.

Dizia ser aquela uma época de trevas e de barbáries.

Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, o Itamaraty já havia baixado uma série de leis e circulares, dificultando a entrada, no Brasil, de pessoas de raça semítica.

Souza Dantas, apesar dessas proibições, decidiu agir de acordo com sua consciência, conseguindo passaportes e assinando pessoalmente os vistos.

Entre as cerca de 800 pessoas, 425 delas de origem judaica, que entraram no Brasil, graças a Dantas, algumas viriam a ter destaque na vida brasileira, como o ator e diretor teatral Ziembinski.

Em novembro de 1940, o Embaixador Dantas foi advertido pelo Itamaraty, pelas suas concessões. Ele continuou a expedir vistos, com datas retroativas, de forma a serem anteriores à instrução.

Em 1942, Dantas enfrentou a Gestapo. Ele e os demais membros da representação brasileira, em Vichy, na França, foram confinados, em condições precárias, por catorze meses.

Por sua ousadia, mesmo concluída a guerra, foi relegado ao ostracismo diplomático, pelo governo brasileiro.

Somente depois de dezembro de 1945, ele seria nomeado para chefiar a delegação brasileira na ONU.

Morreu pobre e abandonado, em um humilde quarto de hotel, em Paris, em 1954.

No ano de 2003, seu nome foi inscrito no Museu do Holocausto, em Jerusalém, como Justo entre as nações, por seu empenho pessoal na emissão de centenas de vistos, durante os anos mais duros da repressão nazista na Europa.

O homem que pôs em risco sua carreira e sua vida, que desafiou nazistas na Europa e políticos no Brasil, recebeu a medalha póstuma, por seus méritos.

Ele merece brilhar na galeria universal dos heróis do século vinte.

Redação do Momento Espírita, com base no livro Quixote nas trevas, de Fabio Koifman, ed. Record.

sábado, 16 de abril de 2011

Negócios

 

Ganhar a vida já não é suficiente, o trabalho tem que nos permitir vivê-la também.

A frase é daquele que é considerado o pai da administração moderna – Peter Drucker – e revela uma verdade preciosa para os dias de hoje.

Drucker acompanhou um período sem precedentes na Terra, no que diz respeito ao mundo dos negócios.

Nascido em 1909, veio a desencarnar em 2005, após uma vida de muitas conquistas e de farto material produzido na área corporativa.

Sua citação sobre o papel do trabalho, da profissão, em nossa existência, precisa ser analisada em profundidade, pois traz consequências imediatas em todo viver, uma vez colocada em prática.

A profissão tem como função principal nos fazer peça útil na sociedade e, também, nos propiciar o ganha-pão.

A reflexão de Drucker nos convida a pensar: De que adianta ganhar a vida, ter o meio de sustento, ter riqueza, se não consigo “usufruir” disso tudo para meu benefício?

O trabalho tem que nos permitir viver a vida. Ele não pode nos escravizar numa teia de compromissos, responsabilidades, sem nos deixar sequer respirar o ar de uma bela manhã.

Se nos transformamos nos chamados workaholics, perdemos o foco verdadeiro da encarnação, trocando os meios pelos fins.

Sim, a profissão, o trabalho, tudo isso são meios. Meio de subsistência; meio de crescimento intelectual, meio de ser útil.

Quando percebermos que o mundo dos negócios, a vida profissional está nos deixando quase loucos, é tempo de parar tudo e repensar.

Temos, como Espíritos encarnados, compromisso direto com a melhoria material do planeta, ao mesmo tempo que temos compromisso conosco de nos melhorarmos, de nos tornarmos pessoas de bem.

Assim, não podemos deixar que essas atividades simplesmente nos absorvam todas as energias, a ponto de nos fazer chegar em casa, ao final de cada dia, sem vontade sequer de conversar, de brincar com um filho pequeno, de sorrir.

Temos que dar a cada coisa seu devido valor. E o mundo dos negócios não pode ser mais importante do que a família, do que a saúde de nosso corpo e de nosso Espírito.

Se você percebe que a vida tem lhe carregado para esse caminho, pare, pense, reflita, reprograme tudo enquanto há tempo.

*   *   *

Do Eclesiastes do Antigo Testamento Bíblico retiramos:

Melhor é um punhado com descanso, do que ambas as mãos cheias com trabalho e aflição de espírito.

Pense nisso. Pense se realmente vale a pena tanta aflição, tanto desespero, tantas horas de tensão, apenas por questões puramente materiais.

Não podemos deixar de trabalhar, é certo, mas quem sabe possamos deixar o trabalho mais leve, menos extenuante, menos neurótico, permitindo que vivamos a vida em abundância.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

APRENDI...

 

 

Um dia desses, enquanto esperava a vez na sala de espera, percebi, solta entre as revistas, uma folha de papel.

A curiosidade fez com que a tomasse para ler o que estava escrito.  Era uma bela mensagem que alguém havia escrito.

O título era interessante e curioso: Aprendi...

Dizia mais ou menos o seguinte:

Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi...  Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.

Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi...  Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.

Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.

Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.

Aprendi que perdoar exige muita prática.

Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi...  Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.

Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso.

Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.

Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi...  Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.

Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver.

Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também.  Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.

E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.

* * *

A mensagem é significativa, e sua autoria é atribuída a William Shakespeare.

Nós poderíamos simplesmente ler e guardá-la na memória, mas preferimos dividi-la com você.

Porque uma coisa nós também aprendemos: o que é bom deve ser divulgado.

Redação do Momento Espírita, com base em mensagem atribuída a William Shakespeare.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

VIRTUDE CELESTE

 

Se a noite o surpreendeu de coração ferido ou de cérebro açoitado por amargos arrependimentos, não se renda à dor que lhe parece irremediável...

Enquanto a sombra se estende ao longo do caminho, e a ventania sopra, qual lamentoso grito de angústia, fite as estrelas que cintilam nas alturas e siga adiante, ao encontro do novo dia.

Não pode? Tremem-lhe os pés sob o fardo da aflição? Enrijeceram-se as fibras de sua alma e não consegue nutrir um novo sonho?

Erga uma prece à esperança, esse gênio da luz que nos permite antever o porvir imenso.

Recolha-se à oração e ela virá, doce e infatigável enfermeira, balsamizar-lhe as chagas interiores e sustentar-lhe as energias semimortas.

Atenda-lhe o apelo carinhoso e prossiga sem desfalecimento.

Não permita que o elixir entorpecente da inércia ou o fel corrosivo do sofrimento o enfraqueça.

Aceite as sugestões do gênio amigo e reflita...

Sentirá no próprio coração dores maiores que a sua, os pavores dos grandes infelizes, as úlceras cancerosas de milhões que, até agora, você não conseguira ver.

Então, inefável consolo baixará do céu sobre a sua dor, aquietando-lhe a ânsia.

Inexprimíveis sentimentos desabrocharão em seu espírito, e seus braços se abrirão para acolher as dores ignoradas dos seres mais humildes da terra.

Nem todos sabem avaliar essa virtude celeste. Muitos a transformam em vinagre de impaciência ou em tortura mortal, convertendo-lhe a bênção em estilete da enfermidade.

Felizes, porém, daqueles que lhe guardam a sublime claridade no âmago do espírito, porque verão a sabedoria do tempo, adquirindo com a vida a ciência da paz.

 

Espere! Diz a noite o dia voltará.

Espere! Clama a semente o fruto não tarda.

Espere! Anuncia a justiça e tudo recomporei.

Bem-aventurados, pois, quantos no mundo sabem aprender, servir e esperar!

 

* * *

Suporte com coragem o fardo de sua dor, avançando na estrada da vida heroicamente, ainda que seja um centímetro por dia...

Lembre-se de que hoje, a noite maternal lhe enxugará o pranto com o repouso obrigatório, e de que amanhã o dia voltará, renovando todas as coisas.

Lembre-se, ainda, que a esperança sempre surge com os primeiros raios da aurora.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem homônima do Espírito Vianna de Carvalho, e cap. Reflexões, do Espírito Mariano José P. Fonseca psicografia de Chico Xavier, do livro Falando à Terra, ed. FEB.

CIÚME SEM RAZÃO

 

Ao deixar a roupa suja no lugar apropriado, tropecei no diário da minha irmã de treze anos.

Logo pensei: o que eu faço agora?

Eu sempre tive ciúme de minha irmã caçula. Seu sorriso charmoso, sua personalidade cativante e muitos outros talentos ameaçavam meu lugar como filha principal.

Eu competia com ela silenciosamente e via crescer suas habilidades naturais.

Por conseqüência, nós raramente nos falávamos. Eu procurava oportunidades para criticá-la e superar seus feitos.

Agora seu diário estava aos meus pés. Eu não pensei nas conseqüências. Não levei em conta a sua privacidade, a moralidade de minhas ações, nem seus sentimentos.

Eu apenas saboreei a chance de encontrar segredos suficientes para sujar a reputação de minha concorrente.

Raciocinei que seria meu dever como irmã mais velha, verificar suas atividades.

Apanhei o livro do chão e o abri. Folheei as páginas, procurando por meu nome, convencida de que descobriria tramas e calúnias.

Quando encontrei, o sangue gelou em meu rosto. Era pior do que eu suspeitava.

Senti-me fraca e sentei-me no chão. Não havia nenhuma conspiração, nenhuma difamação.

Havia uma descrição sucinta de si mesma, de seus objetivos e de seus sonhos seguidos por um curto resumo da pessoa que mais a inspirava. Eu comecei a chorar.

Eu era sua heroína. Admirava-me por minha personalidade, minhas realizações e, ironicamente, por minha integridade.

Queria ser como eu. Tinha me observado por anos, quieta, maravilhando-se com minhas escolhas e ações. Eu parei a leitura, golpeada pelo crime que havia cometido.

Eu tinha perdido tanta energia para mantê-la fora do meu caminho...

Agora eu violara sua confiança.

Lendo as sérias palavras que minha irmã tinha escrito, me pareceu derreter uma barreira gelada em meu coração e eu desejei conhece-la de verdade.

Eu podia finalmente pôr de lado a insegurança estúpida que me manteve longe dela por tanto tempo.

Naquela tarde, quando consegui me sustentar sobre as próprias pernas decidi ir até ela.

Mas desta vez para conhecer em vez de julgar, para abraçar em vez de lutar.

Para viver como verdadeiras irmãs.

* * *

Por vezes temos agido como crianças com relação às pessoas que nos cercam.

Imaginamos que não gostam de nós, que desejam nossa infelicidade, nossa queda.

Importante não estabelecer pré-julgamentos em nenhuma situação, por mais que os fatos conspirem a favor.

Nem sempre será possível descobrir os sentimentos dos outros pelas aparências.

Há pessoas que não conseguem exprimir seus sentimentos e dão impressão de frieza ou indiferença.

Por essa razão é que o pré-julgamento seria altamente prejudicial.

Assim sendo, se for preciso imaginar os sentimentos dos outros, façamos esforços para imaginar sempre o melhor.

Pense nisso!

O ciúme produz o câncer da suspeita transformando os sonhos de sua esperança em pesadelo cruel que se converte em enfermidade demorada, a lhe corroer interiormente.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de Elisha M. Webster,

traduzido por Sergio Barros.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A casa sobre a rocha

 

O chamado Sermão do Monte de Jesus é a maior declaração de amor que a Humanidade recebeu, ao longo das eras.

O conteúdo, a forma, a estrutura da Carta Magna do bem são perfeitos, irretocáveis.

O homem-paz, Mahatma Gandhi, foi capaz de dizer que se fossem perdidos todos os textos sacros da Humanidade, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido.

Sábia observação pois, realmente, está ali o mais seguro guia de conduta de que se tem notícia.

Não só pelas nove bem-aventuranças que cantam esperança, mostrando um futuro feliz para os corações sedentos de orientação e consolo mas, também, pela postura perante a lei antiga, mostrando que teve seu tempo, sua validade, no entanto, precisava de reforma, de melhoria.

Precisava dar o próximo passo. São muitas orientações, algumas brandas, outras enérgicas.

É no Sermão do Monte que Jesus fala que não se pode esconder uma cidade situada sobre o monte, conclamando-nos a fazer brilhar a luz interior que todos temos.

É ali que fala do amor aos inimigos, jamais pensado, jamais considerado antes por alguém. Uma proposta revolucionária e de beleza inigualável pelas nuances intrínsecas.Foi do alto daquele monte que nos ensinou a orar, primeiro recomendando que a oração fosse realizada em nosso quarto interno.Depois, orientando-nos a evitar o palavreado excessivo, tornando o ato de falar com Deus uma conversa amiga, desprovida de ritos ou pomposidades.

Por fim recita o Pai nosso...

Como esquecer aquela oração, aquele roteiro, aquele poema de luz!

Quantas almas, ao longo das eras, já se libertaram de seus sofrimentos atrozes, nas asas de um Pai nosso, feito de coração!

Quantas almas...Em seguida, fala dos tesouros do céu, mostrando que são os únicos que levamos daqui, os únicos verdadeiramente reais para nossa vida espiritual.

Olhai as aves do céu... Não semeiam, nem ceifam... E vosso Pai celestial as alimenta...

Que consolo aos de vida material sofrida, aos que padecem a falta do necessário saber que alguém os cuida com carinho...

Do alto da montanha ainda diz Jesus: Pedi e vos será dado. Buscai e encontrareis. Batei e será aberto para vós.

Fez-nos deuses das possibilidades, das realizações através de uma vontade pulsante no íntimo.Termina o grande poema de forma majestosa e didática:Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.

Caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos; precipitaram-se contra aquela casa, mas não desabou.

*   *   *

Construir nossa casa sobre a rocha é buscar a prática dos ensinos do Cristo em nossa vida diária.

De nada vale conhecer as palavras, os conteúdos, se eles não nos fazem homens e mulheres melhores, se não nos transformam em pessoas de bem.

Construir nossa casa sobre a rocha é perguntar sempre: Qual o comportamento cristão nesta circunstância?

Em cada decisão, questionar: Qual a decisão que me leva ao bem do meu próximo? Que me transforma em farol de luz sobre os alqueires do mundo atual?É tempo de construir essa nova casa, nos dias de hoje, finalmente, sobre a rocha.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 12 de abril de 2011

ESCOLAS OU PRESÍDIOS?

 

A história daquele jovem de 18 anos, não é diferente das histórias de muitos jovens pobres dessa idade, em nosso país e nos demais países subdesenvolvidos.

Ele estava ali, contra o muro, ao lado do carro roubado, em frente às câmeras e ao repórter que fazia a matéria para levar ao ar num desses programas de TV que exploram as misérias humanas.

O jovem estava vestido com visível pobreza. Camiseta, bermuda e “chinelo de dedo”.

Em pé, com as costas no muro, ele apertava as pálpebras para evitar que as lágrimas caíssem, mas elas brotavam, teimosas, e rolavam pelo seu rosto amedrontado, apavorado, indefeso.

Ele não havia roubado o carro, era apenas o entregador.

Perseguido pela polícia, na curva de um viaduto ele perdeu a direção do veículo e se chocou contra a murada.

Agora estava ali, com as mãos algemadas e rodeado por policiais e pelos repórteres.

O outro garoto que estava com ele no carro no momento do acidente não era focalizado, já que era menor de idade.

O repórter, que sabia parte da história, perguntou ao jovem, desejando saber mais sobre o assunto:

“Sabemos que você não roubou esse veículo, mas poderia dizer para onde iria levá-lo?”

E a resposta do jovem:

“Nóis não sabe. Nóis tava levando o carro e alguém ia informá pra nóis o que era pra fazê.”

* * *

Não havia dúvida...

Estava ali a prova da nossa falência, como sociedade, dita civilizada.

Todos nós, brasileiros, somos responsáveis pelo que aconteceu com aquele jovem e com os demais jovens e crianças do nosso país.

Sim, ele, como os demais, é um dos filhos da nossa pátria, e, portanto, responsabilidade nossa.

Quando não se constroem escolas, é preciso construir presídios para segregar os delinqüentes, que não tiveram acesso às letras.

Sem dúvida que o acesso à escola não é garantia de honestidade, e disso temos provas diariamente.

No entanto, a falta de escola tem sido a grande responsável pela delinqüência de nossas crianças, adolescentes e jovens.

E esse era o caso daquele garoto, que ainda trazia no rosto o semblante da inocência, da fragilidade, da insegurança, do abandono social.

Não havia dúvida de que era fruto da miséria, filho de pais que também não tiveram acesso à escola, ou talvez nem tivesse pais.

Pelas necessidades que portava, foi usado por alguma quadrilha de ladrões de carros.

Para ganhar alguns trocados e sobreviver, arriscava a própria vida.

Talvez você esteja se perguntando:

“E o que eu tenho a ver com isso? Isso é problema dos governantes.”

Mas a própria consciência lhe pergunta:

“E se fosse seu filho, seu irmão, seu neto, seu sobrinho?”

É preciso, não há dúvida, socorrer a infância, construir escolas, criar condições de acesso das crianças ao estudo, à alimentação, à moradia, à segurança.

Ou, então, não restará outra opção a não ser construir presídios e mais presídios...

E vale considerar que os custos de manutenção de um detento, em nosso país, é muito, mas muito maior do que os custos de um aluno na escola.

Além disso, o cárcere tem outros tantos prejuízos para o indivíduo e para a sociedade, que não deixa dúvida que a escola é a melhor e mais barata das alternativas.

E a decisão, como sempre, é nossa.

Pensemos nisso!

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita com base em fatos reais.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Um mundo em transição

 

O ano de 2011 está assinalado por muitas catástrofes. É como se observássemos uma grande revolta dos elementos naturais, buscando local próprio.

A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, transformando cidades e edificações em um mar de lama e pedras, ceifando incontáveis vidas, abalou os brasileiros.

Mas, ainda não refeitos desses fatos que motivaram gestos de solidariedade de variadas localidades, os terremotos no Japão nos levam ao quase terror.

Mais do que as cenas do cinema catástrofe, as imagens televisivas nos impressionaram ao mostrar o mar erguendo-se em enormes vagalhões e engolindo tudo.

Destruição em segundos do que o homem levou muito tempo para construir. Belos edifícios, cidades inteiras, lugares aprazíveis, tudo levado de roldão, arrasado.

Carros e máquinas arrastadas como brinquedos pela correnteza inclemente.

E vidas, quantas vidas ceifadas. Desaparecidos sem conta. E, depois, continua o tsunami em sua jornada, ameaçando outros países, que se colocam em alerta.

E dizer que todos recebemos o Ano Novo com tanta esperança. E vivemos o Terceiro Milênio em anseio de um novo tempo.

Como entender tamanha destruição?

Recorremos ao Evangelho de Jesus. Ele não nos enganou, em momento algum.

Falou de um mundo em extinção para o aparecimento de outro. Falou de dores, de desolação, de tempos amargosos: Pedi a Deus que a vossa fuga não se dê durante o inverno. A aflição desse tempo será tão grande como ainda não houve igual desde o começo do mundo até o presente e como nunca mais haverá.

E se esses dias não fossem abreviados, nenhum homem se salvaria. Mas esses dias serão abreviados, em favor dos eleitos.

Em verdade vos digo: chorareis e gemereis, e o mundo se rejubilará. Estareis em tristeza, mas a vossa tristeza se mudará em alegria.

Uma mulher, quando dá à luz, está em dor, porque é vinda a sua hora. Mas depois que ela dá à luz um filho, não mais se lembra de todos os males que sofreu, pela alegria que experimenta de haver posto no mundo um homem.

É assim que agora estais em tristeza. Mas, eu vos verei de novo e o vosso coração rejubilará e ninguém vos arrebatará a vossa alegria.

Jesus predisse os últimos tempos de um mundo de dores em transição para outro onde o bem predominará.

Assim, o que hoje observamos e que nos leva à solidariedade, ao auxílio de tantas vítimas é a concretização daqueles tempos anunciados.

Muitas dores se farão no mundo para que a grande renovação se apresente.

Muitos irão de retorno à Pátria Espiritual, outros tantos retornarão, Espíritos renovados para promover a grande transformação moral do planeta.

O mundo físico também sofre as transformações e por isso treme, alteram-se paisagens, modificam-se elevações.

Tudo é um grande estertor. Mas, como Jesus mesmo afirmou, após as grandes dores, virá o tempo da bonança.

Auxiliemo-nos enquanto as dores nos maltratam e aguardemos a aurora nova de um novo mundo.

O Senhor está no leme.

Redação do Momento Espírita, com citações extraídas do Evangelho de Mateus, cap. XXIV, vv. 15 a 22 e do Evangelho de João, cap. XVI, vv. 20 a 22.

domingo, 10 de abril de 2011

PEDAÇO DO CÉU

 

 

Às vezes você se sente deslocado no planeta que habita, como se o Criador o tivesse jogado a esmo, e você caiu em local inóspito e infeliz...

Olha ao redor e tem a sensação de que todos estão bem encaixados, como engrenagens vivas nessa imensa máquina chamada sociedade..., menos você.

Parece até que as pessoas não o vêem, não o ouvem, e sente-se como um fantasma que se move, sem rumo e sem alegria.

E pensa que seria tão bom se você pudesse fazer parte das alegrias de todos, das conquistas alheias, das belezas da natureza que o cerca.

Seria ainda melhor se todos percebessem seus talentos, seus esforços, suas pequenas vitórias, e o amparassem nos seus dias de tristezas...

Sente que pode estar no mundo errado, no momento errado, com as pessoas erradas, e talvez fosse mais feliz se alterasse a rota, trocasse de posição com outra pessoa, fosse outro ser qualquer...

Você olha o céu e analisa os pássaros, na sua trajetória maravilhosa, a planar ao vento com o sol a brilhar sobre suas penas...

É delicioso ser pássaro, pensa você.

Volve os olhos ao mar e analisa os peixes, com suas cores diversas, tamanhos variados e pensa na maravilha que é nadar no recife entre os corais, na água tépida...

Seria tão bom ser peixe..., pensa você.

Observa árvores gigantescas, arbustos, plantas, flores e frutos à disposição dos seres selvagens.

E pensa que não seria nada mau ser um tigre a desfrutar da liberdade, a correr leve e solto, sem peias, sem amarras...

Volta seu olhar para o seio da terra e vê seres que cavam tocas profundas, bem feitas e, embora ache escuro, observa os seres que lá habitam e medita que não seria nada ruim habitar as entranhas da terra...

Volve seu olhar a todos esses seres que habitam o planeta e analisa prós e contras, e percebe cada um com um pedacinho do céu.

E assim é a vida de cada um de nós: diferente, formando habilidades múltiplas, desenvolvendo aptidões diversas, com prós e contras.

Mas, assim como o pássaro não pode nadar, o peixe habitar a selva nem o tigre voar, cada um tem um pedacinho do céu em suas vidas.

Saiba verificar qual é o seu pedaço do céu. Não ambicione o céu alheio.

É possível que você não esteja preparado para vivenciar a realidade alheia.

Talvez lhe falte envergadura. Talvez lhe sobre possibilidades.

E não há nada pior do que estar no lugar errado, na hora errada.

Conscientize-se de que você tem o pedaço do céu que merece e que tem a capacidade de desfrutar.

De que adiantaria o pôr-do-sol mais esplendoroso para quem não pode enxergar?

Viva o seu momento, na certeza de que a vida futura lhe reserva experiências diferentes, mestres diferentes e, sobretudo, o pedaço do céu que lhe pertence...

Pense nisso!

Este é o seu momento de crescer, de produzir, de colaborar com o Criador exatamente onde ele o colocou.

Seja feliz no seu pedacinho do céu, que é único e é seu!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Stephano, psicografada por Marie-Chantal Dufour Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação, no dia 23/05/2005.

MOMENTOS MÁGICOS

 

A história é narrada por Ed Landry, recordando cenas dos seus catorze anos de idade.

Na época, seu pai trabalhava das oito da noite às quatro da manhã. E foi no período de férias do garoto que tudo aconteceu.

Ele se oferecera para preparar o café da manhã para o pai, depois do trabalho.

O pai acabava seu turno e, em plena madrugada, telefonava para casa. O garoto pulava da cama. As irmãs e a mãe se mexiam na cama e dormiam. Sabiam que não era para elas a ligação.

Quando ele atendia, ouvia a voz animada do pai dizendo que concluíra seu trabalho e, em vinte minutos, estaria em casa.

O café estará pronto. Respondia o menino.

O prato predileto do pai àquela hora da manhã era ovos com bacon.

A velha frigideira de ferro saía rápido do armário e ficava à espera. O garoto preparava o café, as torradas e ficava olhando a rua pela tela da varanda dos fundos.

Ele podia ver quatro quarteirões de distância.

O dia desejava raiar mas as estrelas ainda brilhavam. Quando o pai atingia o poste de iluminação, ele colocava o bacon na frigideira. Era o momento ideal. Quando o pai lançava seu sonoro Bom dia, entrando pela cozinha, o bacon estava no ponto.

Enquanto ele lavava o rosto e as mãos, os ovos eram preparados. O pai se sentava à mesa e dizia:

É formidável você preparar meu café da manhã. Eu me sinto realmente agradecido.

Não é trabalho nenhum. - Falava Ed. O difícil é só levantar. Depois tudo é fácil.

Enquanto comia, o pai contava como fora seu trabalho. Mecânico de locomotivas, ele tinha um carinho especial por cada uma delas.

Estranhamente para o filho, o pai, que deveria demonstrar cansaço após exaustivas horas de trabalho, contava suas histórias com entusiasmo.

Quando um bocejo denunciava que o sono chamava o menino de volta para os seus sonhos inacabados, o pai falava:

Eddy, está ficando tarde. Você deve voltar para a cama para não ficar cansado amanhã, quer dizer, hoje, logo mais. Eu vou ler o jornal e relaxar um pouco.

Agradecia o café e se olhavam profundamente nos olhos. Eddy recorda que aquelas madrugadas eram os momentos mágicos que eles passavam juntos, de uma forma muito especial.

Uma troca de carinho muito significativa entre um pai que deveria estar cansado e um filho adolescente com as pálpebras pesadas de sono.

* * *

A vida nos surpreende todos os dias com momentos especiais. Momentos que, em verdade, não se repetem.

Quem poderá esquecer o abraço espontâneo do pequerrucho que pula no pescoço, se pendura e fala: Eu te amo?

Quem não se recordará por todos os anos da sua vida do beijo melado, cheio de chocolate, da pequenina sorridente?

Quando a velhice nos alcançar, com certeza ainda teremos na acústica da alma os sons das primeiras canções infantis dos nossos pequenos.

Cada momento vivido com os filhos, com a família, é de extraordinária riqueza.

Ao longo da nossa vida, quando a solidão nos abraçar, teremos as lembranças doces e ternas para nos fazerem companhia.

Redação do Momento Espírita, com história do artigo Bom dia, papai!,

de Seleções Reader’s Digest, de janeiro de 2000.