sábado, 30 de novembro de 2013

MECANISMOS DA EVOLUÇÃO



As conjunturas difíceis que vives fazem parte do processo evolutivo de todas as criaturas. Enfermidades, incompreensões, problemas do lar, limites orgânicos, dificuldades econômicas são os mecanismos de que se utilizam as Leis soberanas para estimular-te ao avanço, à conquista de mais elevados pisos.
Mesmo os triunfos aparentes, a fama transitória, a saúde, a tranquilidade doméstica tornam-se, as vezes, motivo de aflição.
Milton, o grande poeta inglês, afirmava que a Fama é a espora que eleva o espírito iluminado, a fim de que ele mais se desdobre e mais trabalhe, e quando, finalmente, pense em gozá-la, as Fúrias cindem o seu êxito e a vida fragilmente tecida.
O brilho da fama é visitado constantemente pela treva da inveja, que a tenta empanar ou mesmo apagá-la, levando a calúnia a tiracolo para o empreendimento nefasto.
As pessoas que aparentam felicidade e transitam no carro do triunfo, também experimentam dores e sofrem ansiedades, depressões.
Não te iludas com a vã esperança de lograres felicidade sem esforço e paz sem lágrimas.
A terra é a Escola dos aprendizes em fase de imperfeição e ignorância.
Alguns, bem intencionados, esforçando-se; outros, preguiçosos, criando embaraços para o próximo e para eles mesmos; diversos, distraídos e atrasados; raros, com aproveitamento louvável, mesmo assim vivendo as condições e peripécias da sua humanidade.
Também és estudante algo negligente, equivocando-te, envolvendo-te em pugnas mesquinhas, gerando animosidade, perdendo tempo útil.
Ghandhi afirmava que se me não matarem, terei fracassado na campanha da não-violência.
Raros os apóstolos do bem que não sofreram a perseguição dos próprios correligionários, transformados em competidores e difamadores cruéis.
Muitas vezes, o amigo solidário de agora se transmuda em adversário de mais tarde.
Não foram os inimigos que atraiçoaram e negaram Jesus; mas, Seus amigos invigilantes.
A ti cabe a honrosa tarefa de enfrentar os problemas e solucioná-los; de trabalhar a enfermidade  e recuperar a saúde; de lutar e adquirir a paz  íntima em qualquer situação a que te vejas conduzido.
No desequilíbrio que predomina em toda parte, sê tu quem permanece com serenidade.
No vozerio das acusações, seja o teu silêncio a forma de defesa.
Na urdidura de qualquer mal, a tua se torne a presença do bem.
Nunca abandones a trilha da fé, nem te apartes dos deveres sacrificiais, porque sofres ou defrontas dificuldades.
Facilidade, improvisação, sorte são expressões que não existem no dicionário dos códigos Divinos. Tudo são conquistas arduamente conseguidas.
Fiel ao ideal que abraças e à vida que te exorna a marcha, não temas, não recues e não te desesperes nunca.
A felicidade virá e permanecerá contigo a partir do momento próprio.


Obra: Desperte e Seja Feliz - Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O POÇO DE RYAN


Ele só tinha seis anos quando a professora da primeira série falou do triste destino de crianças que viviam na África empobrecida e devastada por doenças.
 
Ryan estremeceu ao saber que centenas de milhares de crianças africanas morriam, todos os anos, por beberem água contaminada. A sua escola estava angariando fundos para a África e ele soube que setenta dólares custeariam um poço.
 
Ao chegar em casa, pediu à mãe o dinheiro e disse porque precisava. A mãe sugeriu que ele fizesse tarefas extras para conseguir a quantia.
 
Ele pegou uma folha de papel e desenhou um diagrama contendo trinta e cinco linhas. Para cada dois dólares recebidos, Ryan preenchia uma linha e guardava o dinheiro numa lata vazia de biscoitos.
 
Ele lavou janelas, recolheu pinhas que caíam no quintal, trabalhou como pôde.
 
Num dia de abril de 1998, Ryan entregou a uma organização internacional os seus setenta dólares. A senhora que o atendeu, agradeceu e explicou que uma bomba manual custava setenta dólares mas, para perfurar um poço eram necessários quase dois mil dólares.
 
Então vou trabalhar mais, disse o menino. Os pais se envolveram e desencadearam uma campanha de doações. Aos sete anos, Ryan conseguira juntar um pouco mais de setecentos dólares e a quantia faltante foi completada pela Agência de Desenvolvimento Internacional Canadense.
 
Ryan e seus pais foram convidados para uma reunião com o representante de Uganda na Associação Médicos Canadenses para Auxílio e Assistência, grupo que recolhia os fundos angariados e, com a ajuda dos habitantes das aldeias, construía e mantinha os poços.
 
Ryan foi abraçado pelo representante Shibru, que confirmou ao menino que o poço poderia ser localizado perto de uma escola, em Angolo, norte de Uganda.
 
Mas falou que eram necessárias vinte pessoas trabalhando dez dias para construir um poço com um escavador manual. Uma perfuradora pequena custava vinte e cinco mil dólares.
 
Disposto a conseguir o dinheiro, o menino teve sua história publicada em um jornal canadense e, em dois meses, tinha inspirado sete mil dólares em doações.
 
Já cursando a segunda série, Ryan e seus colegas de classe passaram a se corresponder com os meninos de Angolo.
 
Enquanto isso, Ryan passava horas escrevendo cartas pedindo dinheiro a várias organizações. Finalmente, conseguiu a quantia devida para a compra do equipamento.
 
Em 27 de julho de 2000, um caminhão, transportando Shibru, Ryan e seus pais, desceu a estrada de terra perto de Angolo.
 
Cerca de três mil crianças aguardavam na beira da estrada, batendo palmas. Os líderes da aldeia receberam Ryan e o levaram até o poço, ao lado da horta da escola. Na base de concreto estava escrito:
 
Poço de Ryan. Construído por Ryan Hreljac. Para a comunidade da escola elementar Angolo.
 
Naquela noite, na cama, Ryan disse para sua mãe: Estou muito feliz.
 
Terminou aquele dia inesquecível com a oração que fazia todas as noites: Desejo que todos na Àfrica tenham água limpa.
 
* * *
 
A fraternidade não conhece fronteiras e o amor desconhece limites.
 
Permitamo-nos o contágio do bem, com essa vontade de auxiliar, com esse sentimento de se importar com o outro, mesmo que lhe desconheçamos o nome. Mesmo que só o que ele necessite seja um copo de água limpa e fresca, para manter-lhe a vida.
 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo O poço de Ryan, de Seleções Reader´s Digest de dezembro/2001.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PERSISTÊNCIA


Um homem investe tudo o que tem numa pequena oficina. Trabalha dia e noite, inclusive dormindo no próprio local.
 
Para poder continuar nos negócios penhora, com muito pesar, as joias da esposa.
 
Quando apresenta o resultado final de seu trabalho a uma grande empresa, dizem-lhe que seu produto não atende ao padrão de qualidade exigido.
 
O homem desiste? Não!
 
Volta para a escola por mais dois anos, sendo vítima de grande gozação por parte de seus colegas, e de alguns professores que o tacham de visionário.
 
O homem fica chateado? Não!
 
Após dois anos, a empresa que o recusara, finalmente fecha contrato com ele, porém, durante a guerra, sua fábrica é bombardeada duas vezes, sendo que grande parte dela é destruída.
 
O homem se desespera e desiste? Não!
 
Reconstrói sua fábrica, mas um terremoto novamente a arrasa.
 
Será essa a gota d’água? O homem desiste? Não!
 
Imediatamente após a guerra segue-se uma grande escassez de gasolina em todo o país, e esse homem não pode sair de automóvel nem para comprar comida para a família.
 
Ele entra em pânico e desiste? Não!
 
Criativo, como de costume, ele adapta um pequeno motor à sua bicicleta, e sai às ruas.
 
Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem também as chamadas bicicletas motorizadas.
 
A demanda por motores aumenta muito, e logo ele fica sem mercadoria. Decide então montar uma fábrica para essa novíssima invenção.
 
Como não tem capital, resolve pedir ajuda para mais de quinze mil lojas espalhadas pelo país. Como a ideia é boa, consegue apoio de mais ou menos cinco mil lojas, que lhe adiantam o capital necessário para a indústria.
 
Encurtando a história: hoje, a Honda Corporation é um dos maiores impérios da indústria automobilística japonesa, conhecida e respeitada em todo o mundo.
 
Tudo porque Soichiro Honda, seu fundador, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente.
 
* * *
 
Se você vive momentos difíceis, como quase todo o mundo, não se deixe desanimar e persista.
 
A vida reserva um prêmio maravilhoso para aquele que persiste, que tem fé, e que não se deixa abalar pelo desânimo.
 
O que sabemos é uma gota. O que ignoramos é um oceano.
 
E, se mesmo depois de uma vida inteira de persistência, você não conseguir desfrutar do conforto material desejado, saiba que conquistou algo muito maior, muito mais duradouro do que os tesouros da Terra.
 
Você conquistou um dos tesouros do coração a que chamamos virtude.
 
* * *
 
De qualquer forma as horas se sucedem. Utilize-as de maneira digna, mesmo que a peso de sacrifícios.
 
Quando você transpuser a barreira da dificuldade, constatará a vantagem de haver perseverado, descobrindo-se rico de paz, face aos tesouros de amor e realização que adquiriu.
 
Motivo algum deve servir de apoio para o desânimo.
 
Tudo na vida constitui convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e na glória do bem.
 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada e no cap. 10, do livro Episódios diários, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

VOO DOS GANSOS


É interessante observarmos como algumas pessoas são fortes, no que diz respeito a compreenderem e serem resignadas perante suas condições de vida.
 
Como ainda conseguem sorrir? – nos perguntamos, referindo-nos àqueles que perdem tudo o que têm, vitimados pelos desastres naturais como as enchentes, os terremotos, os incêndios.
 
Às vezes, nos imaginamos em seus lugares e exclamamos: Acredito que eu não suportaria tudo isso, sem me revoltar contra Deus, contra tudo.
 
Quando acompanhamos as histórias dessas pessoas na mídia, observamos seu olhar, e lá encontramos tristeza, desapontamento, é certo.
 
Mas, se observarmos bem, descobriremos uma força gigantesca, incompreensível quase, que as fará acordar, no dia seguinte, dispostas a reconstruir tudo, a conquistar tudo, outra vez, com o fruto do trabalho, com a mesma disposição de sempre.
 
De onde vem essa força? De onde vem essa vontade de continuar vivendo e lutando?
 
A respeito, escreveu um escritor americano:
 
Ontem, observei uma enorme revoada de gansos batendo asas em direção ao sul, com um pôr do sol panorâmico, que coloria todo o céu, durante alguns momentos.
 
Eu os observava, enquanto me apoiava contra a estátua do leão em frente ao Instituto de Artes de Chicago, onde estava olhando as pessoas que faziam compras, andando apressadas pela Avenida Michigan.
 
Quando baixei o olhar, percebi que uma mendiga, parada a alguns metros de distância, também estivera observando os gansos.
 
Nossos olhos se encontraram e sorrimos, reconhecendo, silenciosamente, o fato de que havíamos partilhado uma visão magnífica, um símbolo do misterioso esforço de sobrevivência.
 
Ouvi a senhora falar para si mesma, enquanto se afastava desajeitadamente: “Deus me estraga com mimos.”
 
Será que a senhora estaria brincando?
 
Não. Acredito que a visão dos gansos tenha quebrado, mesmo que por um breve momento, a dura realidade de sua própria luta.
 
Percebi, mais tarde, que momentos como aquele a mantinham viva. Era a forma através da qual ela sobrevivia à indignidade das ruas. Seu sorriso era real.
 
A visão dos gansos era um presente. Era a prova de que Deus existia, de que estava lá. Era tudo o que ela precisava.
 
O autor termina a breve passagem com a frase: Eu a invejo.
 
* * *
 
Quando as religiões proclamam que a presença de Deus está em tudo à nossa volta, não cometem nenhum exagero de linguagem.
 
Todos temos a companhia inseparável Daquele que nos criou, através de muitas maneiras que desconhecemos.
 
Uma brisa suave nos toca a face.
 
Uma chuva mansa alivia o calor do dia.
 
Um pássaro, e seu canto solitário.
 
Uma noite de sono que a memória esquece, mas que o coração sempre lembra.
 
Ele jamais nos desampara. Ele cuida dos lírios do campo, das aves, das flores, e tem um cuidado especial por Seus filhos amados.
 
Nunca esqueçamos disso.
 
Redação do Momento Espírita,com base no cap. O voo dos gansos, de Fred Lloyd Cochran, do livro Histórias para aquecer o coração, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Heather Mac Namara,ed. Sextante.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

DEUS TE GUARDE



Deus te guarde alma querida e boa, pela dor que não dizes, quando a injúria te induz a suportar os problemas e os atos infelizes.
Deus te compense a tolerância, quando olvidas o mal, Interpretando aquele que te agride por doente mental.
Deus te ilumine a frase de humildade ante o verbo agressor, quando te apagas para garantir a presença do amor.
Deus te engrandeça o gesto de renúncia,  onde a ambição, às tontas, se compraz, quando saber perder conforto e benefício em proveito da paz.
Deus proteja o silêncio em que te esforças na compreensão que te sustém, quando toleras golpe ou desafio sem ferir a ninguém.
Por tudo o que há de bom que nos ofertas na jornada de luz que te bendiz, pelo perdão constante em que te nutres, Deus te guarde, alma irmã, Deus te faça feliz.



Maria Dolores / F. C. Xavier - Livro: A vida Conta

domingo, 24 de novembro de 2013

SENTENÇAS DA VIDA



Cumpra os deveres desagradáveis. – Buscar apenas o nosso deleite é comodismo crônico.
Vitalize os negócios com a fraternidade pura. – O comércio não foge a ação da Providência Divina.
       Coloque o bem de todos acima do interesse partidário. – A senda cristã nas atividades da vida será sempre caridade.
       Esqueça as narrativas que exaltem indiretamente o erro. – A moral da história mal contada é sempre a invigilância.
       Liberte-se das frases de efeito. – A palavra postiça sufoca o pensamento.
       Evite o divertimento nocivo ou claramente desnecessário. – Os pés incautos encontram a queda imprevista.
       Resista à desonestidade. – O critério do amor não se modifica.
       Valorize os empréstimos de Deus. – Dar não significa abandonar.
       Prestigie a sabedoria da Lei, obedecendo-a. – O auxilio espiritual não surge sem preço.


André Luiz / Médium Waldo Vieira - Livro: Estude e Viva - Ed. FEB

sábado, 23 de novembro de 2013

DESEJO E PRAZER



       O desejo, que leva ao prazer, pode surgir em forma de necessidade violenta quando na expressão primitiva da natureza humana.
       Sem o controle da razão, desarticula a emoção e conduz ao desajuste comportamental.
       É voraz e tormentoso, sobretudo na área genésica, revelando-se na busca sexual para o gozo.
       Em esfera mais elevada, converte-se em sentimento graças à conquista de algum ideal e à propensão a realizações enobrecedoras.
       Em qualquer caso, o desejo necessita ser bem administrado, a fim de tornar-se motivação de nosso crescimento psicológico e espiritual.
       O prazer não é só expressão de lascívia, é, também, dos ideais alcançados, da beleza, das inefáveis alegrias do sentimento afetuoso, sem posse, sem exigência, sem dependência carnal.
       Muitos temem o prazer, por associá-lo ao pecado, daí nascendo certa consciência de culpa. O prazer, porém, é força criadora, responsável pela personalidade e mesmo pela esperança.
       Desejo e prazer tornam-se alavancas que promovem a pessoa ou abismo que a consomem.

Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco - Livro: Amor, Imbatível Amor - Ed. LEAL