sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MENSAGENS OCULTAS

 

A pesquisadora norte-americana Deborah Tannen dedicou dois anos de sua vida a uma tarefa curiosa: ouvir diálogos familiares.

Referência internacional no estudo da linguagem humana, ela queria entender por que se briga dentro de casa.

Com o auxílio de sua equipe, escutou centenas de conversas cotidianas. Em alguns casos, casais, filhos, pais e mães carregaram um gravador durante uma semana.

A partir desse material, Deborah analisou como as palavras ditas e as não ditas podem disfarçar movimentos para aprisionar o outro ou exercer poder sobre ele. Quando o ‘não’ quer dizer ‘sim’, e vice-versa.

Ela acredita que, ao entender essas mensagens ocultas, é possível desfazer conflitos persistentes e driblar novas crises domésticas.

Evitar, principalmente, que o diálogo evolua para a hostilidade e provoque mágoas.

O resultado está no livro Só estou dizendo isso porque gosto de você, best-seller nos Estados Unidos.

Deborah Tannen foi entrevistada por uma revista brasileira, e deu respostas muito oportunas, das quais reproduzimos algumas:

Por que as conversas familiares podem ficar tão ásperas?

Deborah responde:

“Porque há muito em jogo. Nós esperamos mais consideração dos parentes do que de amigos ou colegas.

Reagimos mais aos julgamentos da família porque sentimos como se fossem da suprema corte, avaliações inquestionáveis de nosso valor. As conversas são carregadas pela herança de todos os diálogos que tivemos antes.

Isso é transmitido pelo tom de voz, pela expressão facial e pelos pressupostos não ditos.”

Como eles nos atingem?

A resposta de Deborah:

“Imagine um casal diante do menu, no restaurante. Quando o homem anuncia que vai escolher um filé com fritas, a mulher diz: ‘reparou que eles também têm salmão?’ o homem protesta: ‘pare de criticar o que eu como’.

Ela se defende: ‘eu não critiquei. Só mostrei um prato que podia lhe agradar’.  A razão do desentendimento, ao nível do que é dito, é que a sugestão da mulher não era uma crítica.

Mas o homem sabe que ela está falando de seus excessos com carne vermelha.

A impressão de desaprovação vem da mensagem oculta, baseada na história comum do casal.  Entender isso evita que discussões repisem os mesmos pontos.”

Podemos evitar as mensagens ocultas?

“É impossível”, diz Deborah.  “o mais importante é aprender a pesar como nossas intervenções poderão ser interpretadas pelos outros.

Quando você oferece um conselho ou uma orientação, mesmo repleto de boas intenções, o que é dito arrisca ser recebido como crítica.

Boas intenções não mudam um pressuposto básico: se a outra pessoa não estivesse fazendo algo errado, não precisaria de conselho.

A crítica está implícita no ato de oferecer a sugestão. Não há como escapar quando o conselho parte do pai para o filho, da mãe para a filha ou do irmão mais velho para o caçula.”

Ainda sobre mensagens ocultas, a escritora diz:

“Costumo citar uma conversa travada por um casal em uma viagem de carro. Num certo momento, a mulher pergunta: ‘você gostaria de parar para beber algo?’ O marido responde, com toda sinceridade: ‘não’.  E segue adiante.  Mais tarde, ele fica frustrado ao descobrir que a mulher queria ter parado e estava aborrecida. Pensa: ‘por que ela simplesmente não disse o que queria?’ Mas a mulher estava chateada, não porque tinha ficado com sede, mas porque sua preferência não foi levada em conta. Ela havia mostrado consideração com a opinião do marido, mas ele não tinha feito o mesmo com ela.

Para entender o que deu errado, o homem deve aprender que, quando uma mulher pergunta o que ele quer, não está pedindo uma informação, mas dando início a uma negociação sobre o que os dois gostariam de fazer.

Por outro lado, a mulher deve saber que, quando o marido responde sim ou não, ele está apresentando uma vontade negociável.”

Analisando as considerações de Deborah Tannen, podemos entender alguns dos motivos de desentendimentos familiares e buscar saber mais sobre como podemos evitá-los.

Importante é saber que sempre existe uma solução para quem deseja encontrá-la.

Pensemos nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em matéria de Alexandre Mansur, publicada na revista Época de 06/12/2004.

ABORTAMENTO ESPONTÂNEO

 

Por que, para certas mulheres que desejam muito ser mães, ocorrem abortamentos espontâneos?

O que acontece, nesses casos, ao Espírito que se preparava para reencarnar naquele corpo que estava em formação?

Uma senhora narrou, ao jornal italiano L´aurora uma experiência muito interessante.

Ela estava grávida e feliz. Estava no quarto mês de gestação. Os exames preliminares lhe haviam anunciado o sexo da criança: seria um menino, e ela se apressara a começar chamá-lo de André.

Então, uma noite, ela sonhou que estava deitada em um leito de hospital, sem apresentar o ventre desenvolvido, próprio da gravidez.

Estranhou, pois não conseguia entender o que acontecera. Levantou-se e foi até a janela do quarto. Um jardim se descortinava abaixo e nele um garotinho lhe sorria e a saudava com sua mãozinha.

Ela o olhou e lhe disse:

Até breve, meu tesouro. O nosso é somente um até breve, não um adeus.

Despertando, poucas horas depois, Giovanna precisou ser encaminhada ao Hospital da localidade, sob ameaça de um abortamento.

A médica, auxiliada por sua equipe, se esforçou ao máximo, sem conseguir evitar o abortamento espontâneo.

Uma grande tristeza invadiu aquele coração materno, ansioso pelo nascimento de mais um filho.

Desalentada e triste, chorou até se esgotarem as lágrimas. E o sonho da noite anterior então teve sentido para si: seu filhinho viera se despedir. E ela se despedira dele.

Fora o anúncio da tristeza que estava a caminho e que invadiria aquele coração feminino.

Talvez, mais tarde, em um outro momento, ele pudesse retornar, em nova tentativa gestacional. Mesmo porque, conforme o sonho, fora uma despedida temporária.

*   *   *

Por que ocorrem abortos espontâneos? O Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, interessou-se pela delicada questão.

As respostas lúcidas dos Espíritos de luz se encontram em O Livro dos Espíritos.

Em síntese, esclarecem os mensageiros celestes que, as mais das vezes, esses eventos espontâneos têm por causa as imperfeições da matéria.

Ou seja, as condições inadequadas do feto ou da gestante. De outras, o Espírito reencarnante, temeroso das lutas que terá que enfrentar na vida de logo mais, desiste da reencarnação, volta atrás em sua decisão.

Retirando-se o Espírito que presidia ao fenômeno reencarnatório, a criança não vinga, a gestação não chega a termo.

A gestação frustrada é dolorosa experiência para os pais e para o Espírito em processo reencarnatório.

Como não existe sofrimento sem causa anterior, chega a esses corações, como medida salutar para ajuste de débitos anteriores.

Para o Espírito que realizava a tentativa, sempre preciosa lição.

Retornará ao palco da vida terrena, após algum tempo, em novas circunstâncias.

* * *

Para quem aguarda o nascimento de um filho, se constitui em doloroso transe a frustração do processo da gestação.

De um modo geral, volta o mesmo Espírito, superadas as dificuldades, para a reencarnação.

Se forem inviáveis as condições para ser agasalhado no ventre que elege para sua mãe, engendra outras formas de chegar ao lar paterno.

É nessas circunstâncias que a adoção faz chegar a pais não biológicos o filho inestimável do coração.

 

Redação do Momento Espírita.