Em todos os agrupamentos humanos, palpita a
preocupação de ganhar. O espírito de lucro alcança os setores mais singelos.
Meninos, mal saídos da primeira infância, mostram-se interessados em amontoar
egoisticamente alguma coisa. A atualidade conta com mães numerosas que
abandonam seu lar a desconhecidos, durante muitas horas do dia, a fim de
experimentarem a mina lucrativa. Nesse sentido, a maioria das criaturas
converte a marcha evolutiva em corrida inquietante.
Por trás do sepulcro, ponto de chegada de todos os
que saíram do berço, a verdade aguarda o homem e interroga: — Que trouxeste? O
infeliz responderá que reuniu vantagens materiais, que se esforçou por
assegurar a posição tranquila de si mesmo e dos seus. Examinada, porém, a
bagagem, verifica-se, quase sempre, que as vitórias são derrotas fragorosas.
Não constituem valores da alma, nem trazem o selo dos bens eternos.
Atingida
semelhante equação, o viajor olha para trás e sente frio. Prende- se, de
maneira inexplicável, aos resultados de tudo o que amontoou na Crosta da Terra.
A consciência inquieta enche-se de nuvens e a voz do
Evangelho soa-lhe aos ouvidos: Pobre de ti, porque teus lucros foram perdas
desastrosas! “E o que tens ajuntado para quem será?”
Obra: Caminho, Verdade e Vida - Francisco Candido
Xavier / Emmanuel