sábado, 21 de fevereiro de 2015

INIMIGOS QUERIDOS


       São muitos, aqueles que surgem, na condição de inimigos, não obstante queridos: filhos ingratos, que se comprazem em atormentar pais abnegados e sensíveis;
companheiros que recebem carinhos e os retribuem mediante agressões e azedumes;
       pais incompreensíveis e exigentes, embora respeitáveis;
       esposos cruéis, que desconsideram o outro consorte e o crivam de censuras injustificáveis;
       conhecidos que desfrutam de bondade, e, todavia, são indiferentes ou irreconhecidos...
       Encontram-se na mesma rota, como adversários que se beneficiam, sem cessar, e não desperdiçam oportunidade para ferir e malsinar.
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       Não te irrites com eles, vencendo a tentação do revide através dos mesmos abomináveis recursos.
       Ninguém surge na tua paisagem evolutiva como resultado do acaso, em instância destituída de finalidade.
       Estes atuais inimigos queridos, ressurgem do teu passado espiritual como bênção, para que treines paciência e aprimores a capacidade de amar.
       Reagem, negativamente, porque ainda têm impressos, nas telas do inconsciente, os males que lhes infligiste.
       É certo que não têm o direito de cobrar-te as dívidas. Todavia, a fase em que estagiam é de desequilíbrio, sentindo-se impelidos aos infelizes desforços a que se entregam.
       Reencarnaram-se em tua família, ao teu lado ou próximos de ti, a fim de que se reajustem programas e compromissos interrompidos, cada qual se recuperando do próprio erro.
       Alguns intentam-se melhorar-se e não o conseguem nos primeiros embates.
       Dá-lhes novas oportunidades.
       Insta com a tua afeição, a ponto de permitir-lhes redescobrir-te, ora em situação melhor, firmados em propósitos superiores quais os que abraças.
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       A vida é uma sucessão de ensejos ditosos, a que deves recorrer para o teu progresso.
       Esses inimigos queridos são afetos que distanciaste e agora retornam, magoados, em desajuste, carentes de amor, que deixaste em sofrimento no caminho já percorrido.
       Se eles, porém, não mudarem de atitude em relação a ti, prossegue, assim mesmo, confiando no tempo e não te deixando abater nunca.
       Os teus inimigos queridos constituem, neste momento, desafio ao amor que deverás dispensar-lhes com crescente demonstração de carinho.


Obra: “Luz da Esperança”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis