segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Alzheimer: uma moléstia espiritual.


Por.: Dr. Américo Marques Canhoto
 
Américo Marques Canhoto, médico especialista, casado, pai de quatro filhos, nasceu em Castelo de Mação, Santarém, Portugal. Médico de família desde 1978. Atualmente, atende em São Bernardo do Campo e São
José do Rio Preto - Estado de São Paulo - BR. Conheceu o Espiritismo em 1988.
Recebia pacientes que se diziam indicados por um médico: Dr. Eduardo Monteiro. Procurando por este colega de profissão, descobriu que esse 
médico era um espírito, que lhe informou: Alzheimer acima de tudo é 
uma moléstia que reflete o isolamento.
Queremos dividir com os leitores um pouco de algumas das observações 
pessoais a respeito dessa moléstia, fundamentadas em casos de 
consultório e na vida familiar - dois casos na família. Além de trazer 
à discussão o problema da precocidade com que as coisas acontecem no momento atual.
Será que as projeções estatísticas de alguns anos atrás valem para hoje?
Serão confiáveis como sempre foram?
Se tudo está mais precoce, o que impede de doenças com possibilidade de surgirem lá pelos 65 anos de idade apareçam lá pela casa dos 50 ou até menos?
Alerta
É incalculável o número de pessoas de todas as idades (até crianças) que já apresentam alterações de memória recente e de déficit de atenção (primeira fase da doença de Alzheimer). Lógico que os motivos são o estilo de vida atual, estresse  crônico, distúrbios do sono, medicamentos, estimulantes como a cafeína e outros,  etc.
Mas, quem garante que nosso estilo de vida vai mudar?
Então, quanto tempo o organismo suportará antes de começar a degenerar?
É possível que em breve tenhamos jovens com Alzheimer?
Alguns traços de personalidade das pessoas portadoras de Alzheimer, que  em nossa experiência, temos observado,  algumas características 
que se repetem:
---Costumam ser muito focadas em si mesmas;
---Vivem em função das suas necessidades e das pessoas com as quais 
criam um processo de co-dependência e até de simbiose. A partir do 
momento que a outra pessoa passa a não querer mais essa dependência ou 
simbiose, o portador da doença (que ainda pode não ter se 
manifestado), passa a não ter mais em quem se apoiar e, ao longo do 
tempo, desenvolve processos de dificuldade com orientação espacial e 
temporal;
---Seus objetivos de vida são limitados (em se tratando de evolução);
---São de poucos amigos; gostam de viver isoladas;
---Não ousam mudar; conservadoras- até o limite;
---Sua dieta é sempre a mesma. (Os alimentos que fogem às suas preferências, fazem-lhes mal; portanto, os alimentos são muito 
restritos);
---Criam para si uma rotina de 'ratinho de laboratório';
---São muito metódicas.  ( Sempre os mesmos horários e sempre as 
mesmas coisas, mesmos alimentos, mesmas roupas);
---Costumam apresentar pensamentos circulares e idéias repetitivas 
bem antes da doença se caracterizar;
---Cultivam manias e desenvolvem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo);
---Teimosas, desconfiadas, não gostam de pensar;
---Leitura os enfastia;
---Não são chegadas em ajudar o próximo;
---Avessas á prática de atividades físicas;
---Facilmente entram em depressão;
---Agressividade contida;
---Lidam mal com as frustrações que sempre tentam camuflar;
---Não se engajam em nada, sempre dando desculpas para não participar;
---Apresentam distúrbios da sexualidade como impotência precoce e frigidez;
---Bloqueadas na afetividade e na sexualidade, algumas têm 
dificuldades em manifestar carinho. Para elas um abraço, um beijo, um 
afago requer um esforço sobre-humano;
Gatilhos que costumam desencadear o processo:
---Na atualidade a parcela da população que corre mais risco, são os 
que se aposentam - especialmente os que se aposentam cedo e não criam 
objetivos de vida de troca interativa em 
seqüência. Isolam-se.
---Adoram TV,  porque não os obriga a raciocinar, pois não gostam de 
pensar para não precisar fazer escolhas ou mudanças.
---Avarentos de afeto e carentes de trocas afetivas, quando não podem 
vampirizar os familiares ou parentes, deprimem-se escancarando as 
portas para a degeneração fisiológica e principalmente para os processos obsessivos. Nessa situação degeneram com incrível rapidez, 
de uma hora para outra.
O que é possível aprender como cuidador?
---Paciência, tolerância, aceitação, dedicação incondicional ao 
próximo, desprendimento, humildade, inteligência, capacidade de 
decidir por si e pelo outro.
A dieta influencia:
---Os portadores da doença costumam ter hábitos de alimentação sem 
muita variação centrada em carboidratos e alimentos industrializados.
---Descuidam-se no uso de frutas, verduras e legumes frescos, além de 
alimentos ricos em ômega 3 e ômega 6;
---Devem consumir mais peixe e gorduras de origem vegetal (castanha 
do Pará, nozes, coco, azeite de oliva extra virgem, óleo de semente de 
gergelim).
---Estudos recentes mostram que até os processos depressivos podem 
ser atenuados ou evitados pela mudança de dieta.
Doença silenciosa?
Nem tanto, pois avisos é que não faltam, desde a infância 
analisando e estudando as características da criança, é possível 
diagnosticar boa parte dos problemas que se apresentarão para serem 
resolvidos durante a atual existência, até o problema da doença de
Alzheimer. Dia após dia, fase após fase o quadro do que nos espera no 
futuro vai ficando claro.
O mal de Alzheimer é hereditário?  Pode ser transmitido?
Sim pode, mas não de forma passiva inscrito no DNA, e sim, pelo 
aprendizado e pela cópia de modelos de comportamento.
Remédios resolvem?
Ajudar até que ajudam, mas resolver é impossível, ilógico e cruel, 
se possível fosse; pois, nem todos tem acesso a todos os recursos ao 
mesmo tempo.
Remédios usados sem a contrapartida da reforma no pensar, sentir e 
agir podem causar terríveis problemas de atraso evolutivo individual e 
coletivo, pois apenas abrandam os efeitos sem mexer nas causas.
Remédios previnem?
Claro que não; apenas adiam o inexorável.  Quanto a isso, até os 
cientistas mais agnósticos concordam. Um dos mais eficazes remédios já 
inventados foram os grupos de apoio à terceira idade.  A convivência 
saudável e as atividades que possam ser feitas em grupo geram um fluxo 
de energia curativa.
A doença de Alzheimer, acima de tudo, é uma moléstia que reflete o 
isolamento do espírito que se torna solitário por opção. O interesse 
pelos amigos é um bom remédio.
O ato de nos vacinarmos contra a doença de Alzheimer é o de 
estudar as características de personalidade, caráter e comportamento 
dos que a vivenciam, para que não as repitamos. A melhor e mais 
eficiente delas é o estudo, o desenvolvimento da inteligência, da c
riatividade e a prática da caridade.
Quer evitar tornar-se um Alzheimer?
Torne sua vida produtiva, pratique sem cessar o perdão e a 
caridade com muito esforço e inteligência.
Muito mais há para ser analisado e discutido sobre este problema 
evolutivo que promete nos visitar cada dia mais precocemente.  Além 
das dúvidas que levantamos, esperamos que os interessados não se 
furtem ao saudável debate.
"O desapego é necessário para o crescimento espiritual."
 
E aqui fica a célebre frase de todo doente de Alzheimer: “Quero 
voltar para minha casa”
Que  casa será essa?