O professor, em um curso de
mestrado, propôs aos alunos:
Se vocês fossem morar numa ilha
deserta e pudessem levar apenas um livro, qual deles
escolheriam?
As respostas foram variadas, segundo
os interesses, concepções e predileções de cada um.
Os
miseráveis, de Victor Hugo.
Emílio, de Rousseau. O
capital, de Karl Marx. A origem das
espécies, de Darwin.
Depois de todos terem se
manifestado, o professor sorriu e comentou:
Não seria mais proveitoso um
manual de sobrevivência?
O professor foi verdadeiramente
prático. Afinal, todos os livros citados eram preciosos. Contudo,
eram inúteis em relação ao essencial: como sobreviver numa ilha
deserta?
* * *
Também na Terra, na qualidade de
Espíritos reencarnados, em trajetória de progresso, necessitamos de
um manual de sobrevivência.
Não exatamente para as questões
físicas, pois que essas serão bem cuidadas graças ao instinto de
conservação.
Mas um manual de sobrevivência
espiritual, isto é, um manual que nos garanta a integridade dos
projetos que fizemos antes de renascer na carne.
Projetos que elaboramos com cuidado
como a nossa harmonização com desafetos de outras épocas; a
consolidação dos laços afetivos; a reforma íntima.
Um manual que nos estabeleça normas
e diretrizes para a nossa colaboração com Deus na obra da
Criação.
Um abençoado manual de
sobrevivência, um roteiro seguro para o cumprimento dos sagrados
objetivos que nos trouxeram à vida física e nos garanta existência
feliz e produtiva.
Pois esse manual a Divindade plantou
em nossa intimidade. Podemos abrir um dos capítulos e ler a respeito
da fé.
Fé que nos alerte da certeza de que
estamos na Terra guardados pelo amor de Deus, que jamais desampara
os Seus filhos.
Fé que nos informe, todos os dias,
que tudo tem uma razão de ser, mesmo a dor mais profunda e o
problema mais crucial. Mesmo que, agora, não tenhamos condições de
perceber tais razões.
Podemos passar adiante e ler o
capítulo Esperança. Então nos sentiremos fortes para os
embates, quaisquer que sejam, pois a esperança nos dirá que fomos
criados para a vitória, jamais para a derrota.
A esperança nos recordará das
tempestades que varrem a Terra, parecendo destruí-la e dos dias
seguintes em que o sol beija a pradaria, aquece os jardins e
acaricia as flores para que elas espalhem seu inebriante
perfume.
A esperança nos falará dos invernos
que parecem infindáveis, das noites que se fazem intermináveis,
acenando-nos com a lembrança das primaveras e dos verões
ensolarados, dos dias reluzentes de muita alegria.
* * *
Bem falou Jesus: O reino dos
céus está dentro de vós. O que nos cabe é ler nas páginas da
nossa consciência as mensagens do amor que Deus, na qualidade de
Pai, colocou em cada um de nós.
Assim, logo mais, teremos banido da
Terra a dor, a violência e a tristeza porque lendo os capítulos
desse bendito manual, descobriremos que tudo é passageiro na Terra e
que nossa jornada por ela tem um objetivo maior: o
progresso.
E progredir é perseguir a perfeição.
Ser perfeito é ter encontrado a felicidade plena.
Redação do Momento Espírita, com
base na mensagem Do céu para a Terra, de
Richard Simonetti.