Curioso que, até para
auxiliar-nos, Jesus necessita, primeiro, vencer a nossa incredulidade.
O trecho que
estudamos neste capítulo é repleto de lições interessantes:
o pai daquele menino lunático simboliza a
Humanidade descrente...
- "Se tu podes
alguma coisa..."
Quantas vezes, em
prece, assim temos nos dirigido ao Senhor, como a desafiar-lhe a capacidade de
intercessão! Não estaremos, ainda, a provocá-lo, no sentido de que aja em nosso
benefício, não obstante a nossa falta de merecimento?
Em outras palavras,
movido pelo desespero, o genitor daquela criança enferma lançou estranho repto
ao Senhor: - Se tu és quem dizem que és, dá-me provas e cura meu filho...
Antes, observando-se
a ordem cronológica das narrativas do Evangelista, Jesus já havia e gago de
Decápolis, o cego de Betsaida...
O homem, para crer em
Deus, vive quase exigindo que ele lhe forneça comprovação pessoal de sua
existência! Não valem prodígios concedidos a outrem, mas somente aqueles com os
quais venha a ser agraciado.
E se, inúmeras vezes,
o Senhor tem atendido as nossas reivindicações, desconsiderando o nosso
ceticismo e a postura espiritual inadequada de quem pede, é pelo grande amor
que nos devota e não pelas palavras de indignação que proferimos a esmo.
Não nos esqueçamos,
todavia, de que foram outras as palavras pronunciadas com lágrimas pelo pai do
garoto lunático que, naquele instante, impeliram Jesus a curá-lo: - " Eu
creio, ajuda-me na minha falta de fé" !
Obra: Saúde Mental À
Luz do Evangelho - Carlos A.Bacceli/Inácio