sábado, 17 de agosto de 2013

FALTA DE FÉ



Curioso que, até para auxiliar-nos, Jesus necessita, primeiro, vencer a nossa incredulidade.
O trecho que estudamos neste capítulo é repleto de lições interessantes:

 o pai daquele menino lunático simboliza a Humanidade descrente...
- "Se tu podes alguma coisa..."

Quantas vezes, em prece, assim temos nos dirigido ao Senhor, como a desafiar-lhe a capacidade de intercessão! Não estaremos, ainda, a provocá-lo, no sentido de que aja em nosso benefício, não obstante a nossa falta de merecimento?
Em outras palavras, movido pelo desespero, o genitor daquela criança enferma lançou estranho repto ao Senhor: - Se tu és quem dizem que és, dá-me provas e cura meu filho...
Antes, observando-se a ordem cronológica das narrativas do Evangelista, Jesus já havia e gago de Decápolis, o cego de Betsaida...
O homem, para crer em Deus, vive quase exigindo que ele lhe forneça comprovação pessoal de sua existência! Não valem prodígios concedidos a outrem, mas somente aqueles com os quais venha a ser agraciado.
E se, inúmeras vezes, o Senhor tem atendido as nossas reivindicações, desconsiderando o nosso ceticismo e a postura espiritual inadequada de quem pede, é pelo grande amor que nos devota e não pelas palavras de indignação que proferimos a esmo.
Não nos esqueçamos, todavia, de que foram outras as palavras pronunciadas com lágrimas pelo pai do garoto lunático que, naquele instante, impeliram Jesus a curá-lo: - " Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé" !

Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Bacceli/Inácio