terça-feira, 31 de dezembro de 2013

QUE BUSCAS?


       A inteligência nos faz crer que somente buscamos o bem, pois todos se agradam das coisas boas. No entanto, para buscar o bem é óbvio que os nossos sentimentos nunca fujam da sintonia do amor.
       Se queremos o bem para nós e fazemos o mal para os outros, falhamos na escolha, porque somente a força interna corresponde ao que desejamos. A intimidade é a vida da alma. Quando desarmonizamos a cidadela interna e externamente desejamos equilíbrio; isso é ilusório. A perfeição deve partir de dentro, para corresponder à lei de harmonia e atrair o que buscas.
       A Doutrina Espírita vem ensinando como buscar a luz do entendimento, buscar a vida, força de Deus que age em toda a criação.
       Se queres buscar a paz, não faças guerra.
       Se queres a luz, não andes em trevas.
       Se queres o perdão, não firas teu semelhante.
       Se queres alegria, não cries problemas aos teus companheiros!
       Recebemos o que damos. Ninguém engana às leis, que tanto vibram no macrocosmo como no microcosmo.  Os olhos de Deus veem e registram todos os acontecimentos.
       Se queres ser feliz, trabalha para a felicidade dos teus semelhantes.
       Se queres ser sábio, ajuda ao ignorante a sair da ânsia de entendimento!
       Somos todos filhos de Deus e o Senhor nos mandou Jesus como Pastor para o rebanho, de modo a nos ensinar a buscar a paz e o amor pelos esforços de luz, em todos os gestos de caridade.


 (De “Páginas Esparsas 5”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez)

domingo, 29 de dezembro de 2013

COLHENDO PEDRAS


Para o Espírito não existe velhice nem desgaste. É sempre novo, porque nele tudo se renova. Suas possibilidades se revigoram na experiência, desdobrando-se em novas capacidade.
 
Ninguém se faz velho por ter vivido um determinado número de anos (só o corpo). Há envelhecimento, quando há desânimo, quando se volta as costas para os ideais. Os anos enrugam a pele mas o abandono do entusiasmo faz rugas na alma. A dúvida, a falta de confiança em si próprio, o temor e a desesperação, são os largos, larguíssimos anos, que fazem inclinar a cabeça e submergir o Espírito.
 
És tão jovem como a tua fé, e tão velho como a tua dúvida; tão jovem como a confiança em ti mesmo, e tão velho como o temor; tão jovem como tua esperança e tão velho como desesperação.
 
Hoje somos aquilo que fizemos ontem. Portanto acreditemos, amanhã será aquilo que fizermos hoje. Então façamos o melhor.
 
Na vida tudo recomeça! O dia, a noite, as estações, as marés e vazantes. Mas a natureza é cíclica e repetitiva. Nós, não. Nós podemos recomeçar sempre em nível melhor, com a experiência passada.
 
Sempre que uma pessoa passa por uma forte experiência de perda ou enfermidade, vê-se defronte um convite de recomeço; uma necessidade urgente de correção ou de readaptação. E pode recomeçar melhor! Seja um novo lar, uma vida nova, um novo emprego, uma nova atividade, uma transformação de hábitos, em prol da saúde — se invoca Deus com fé. Ele lhe infunde poder, descortino e decisão para reconstruir sua vida.
 
Considera-se fé a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo. Assim, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que a possui avança, por assim dizer, infalivelmente.
 
A fé sincera e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim.
 
Pela fé o ser humano pode revelar valores desconhecidos dele próprio e canaliza-los de modo muito proveitoso à sua alma.
 
A fé racional e a esperança nos sustentarão.
 
Recomece melhor! Descubra os seus dons!
 
A nossa vida diária se constrói com tijolos de pensamentos, emoções, reações, palavras, e experiências! Somos todos construtores! Conforme a qualidade de nossa vida e de nossos propósitos, assim é a construção e aprimoramento de nossa consciência ou a sua degeneração...
 
Nossa consciência é formada e reformulada diariamente com a nossa vida.
 
Tal como construímos e mantemos nossos lares; assim como organizamos e levamos avante nossos negócios — com maior ou menor empenho e zelo — assim também com nossa consciência, que reflete em nossa alma e em nossa felicidade.
 
Pelo conhecimento e prática sincera da verdade estamos aprendendo a manejar sabiamente a nossa vida. Escolher, manter e aprimorar pensamentos retos; evitar emoções negativas e cultivar sentimentos nobres; tomar consciência de nossas palavras e atitudes; agir sensatamente — por certo assegurará uma rica consciência, que nos abençoará profusamente com progresso interno e externo. É claro que isto pressupõe aspiração, que as pessoas de íntimo elevado alimentam. E também disciplina, que bem mostra nossas convicções. O certo é que, desse modo, conquistamos o respeito dos homens e as bênçãos de Deus.
 
Por que haveremos de viver vulgarmente, cedendo às inclinações da personalidade, por negligência, ausência de ideal ou preguiça?
 
Podemos dizer que a nossa vida e semelhante a uma caravana que caminhava no deserto penosamente num terreno árido, poeirento. As pessoas que a compunham tinham uma fé absoluta no guia e, confiadamente, entregavam a ele todas as decisões. Gostavam de o fazer, sobretudo quando, devido ao intenso calor do sol, ele decidia que viajassem de noite, reservando o dia para dormir.
 
Certa noite, após uma jornada particularmente esgotante, o guia, de repente, exclamou:
 
— Alto! Deter-nos-emos aqui por alguns momentos. Como vêem, atravessamos, neste momento, um terreno invulgarmente pedregoso. Quero que se abaixem e apanhem todas as pedras que consigam alcançar. Talvez consigam encher as bolsas e levá-las assim cheias para casa. Temos que fazer isso depressa! — Prosseguiu, batendo as palmas — temos apenas cinco minutos; depois disso, retomaremos a marcha.
 
Os viajantes, que apenas desejavam um prolongado descanso e um sono repousante, pensaram que o guia tinha enlouquecido.
 
— Pedras?! — Disseram eles — Quem pensa ele que somos nós?
 
Somente alguns fizeram o que o guia sugerira: puseram nas bolsas uns quantos punhados de pedras soltas.
 
—  Bem, agora chega! — Disse o guia — Temos que andar de novo!
 
Enquanto continuavam a difícil caminhada, durante o resto da noite, todos se encontravam demasiado cansados para se darem ao incomodo de falar. Mas todos continuavam a perguntar a si mesmos o que poderiam significar as estranhas ordens daquele guia.
 
Quando o sol se levantou no horizonte, a caravana deteve-se de novo. Todos armaram as suas tendas. Os poucos viajantes que tinham apanhado as referidas pedras puderam vê-las detidamente pela primeira vez. Assombrados, começaram a gritar:
 
— Santo Deus! Todas elas são de cores diferentes! E como brilham! Realmente são pedras preciosas!
 
Mas esta sensação de júbilo depressa deu lugar a outra de depressão e abatimento:
 
— Por que não tivemos o bom senso de seguir as ordens do guia? Se assim fosse, teríamos apanhado o maior número de pedras possível!
 
A viagem da vida e semelhante a esta história, muitas vezes caminhamos por terrenos áridos, outras vezes encontramos um oásis, outras caminhamos por terrenos pedregosos, mas tudo isso é para que consigamos a perfeição.
 
As vezes, não compreendemos o motivo dessas dificuldades, e praguejamos contra Deus e contra tudo, mas mesmo assim, temos que continuar caminhando, nesse trajeto muitos não se revoltam, mas procuram tirar bom proveito dessa situação, tem esperanças de um dia melhor e, aproveitam para aprender com essas dificuldades, começam a conhecer e, suas mentes clareiam, com isso a fé se robustece, e os problemas agora não mais os fazem sofrer. Começam a compreender seus semelhantes, sentem agora necessidade de ajudá-los e, fazem de tudo para os ensinar e facilitar sua caminhada.
 
Sempre teremos que andar com esforço próprio, de vez em quando encontraremos um cireneu que nos dará uma ajuda, assim como, também nós, ajudaremos outros. Mas o mérito está em conseguir chegar lá no apogeu com esforço próprio. E todos nós estamos juntos nessa caminhada. Podemos fazer esta viajem de uma maneira alegre, nos dando as mãos e apoiando-nos mutuamente.
 
Temos as lições e os exemplos de Jesus por nosso guia e as pedras no caminho serão jóias quando a olharmos detidamente. Assim, não podemos dispensá-las. Temos que ter fé. Apanhá-las, e guardá-las com carinho. Porque a vida será o buril que as farão brilhar com todo o vigor tal qual o diamante.
 
Podemos pedir a Deus nosso Pai, forças para superar os percalços que encontramos no caminho.
 
Vamos abrir a sacola, vamos ver as pedras que colhemos, isto é, se confiamos no nosso guia e as pegamos, com certeza a caminhada valeu a pena, caso contrário, não desanimemos, pois o amanhã será mais uma oportunidade que Deus nos oferece para aproveitarmos e conseguirmos também chegar ao objetivo... colhendo as pedras preciosas.
 

(Texto adaptado por E. Mollo através de uma mensagem esparsa)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O DIVINO SERVIDOR


Quando Jesus nasceu, uma estrela mais brilhante que as outras luzia, a pleno céu, indicando a manjedoura.  A princípio, pouca gente lhe conhecia a missão sublime.
 Em verdade, porém, assumindo a forma duma criança, vinha Ele, da parte de Deus, nosso Pai Celestial, a fim de santificar os homens e iluminar os caminhos do mundo.  O Supremo Senhor que no-lo enviou é o Deus de Todas as Coisas. Milhões de mundos estão governados por suas mãos. Seu poder tudo abrange, desde o Sol distante até o verme que se arrasta sob nossos pés; e Jesus, emissário d´Ele na Terra, modificou o mundo inteiro. Ensinando e amando, aproximou as criaturas entre si, espalhou as sementes da compaixão fraternal, dando ensejo à fundação de hospitais e escolas, templos e instituições, consagrados à elevação da Humanidade. Influenciou, com seus exemplos e lições, nos grandes impérios, obrigando príncipes e administradores, egoístas e maus, a modificarem programas de governo. Depois de sua vinda, as prisões infernais, a escravidão do homem pelo homem, a sentença de morte indiscriminada a quanto não pensassem de acordo com os mais poderosos, deram lugar à bondade salvadora, ao respeito pela dignidade humana e pela redenção da vida, pouco a pouco.  Além dessas gigantescas obras, nos domínios da experiência material, Jesus, convertendo-se em Mestre Divino das almas, fez ainda muito mais.  Provou ao homem a possibilidade de construir o Reino da Paz, dentro do próprio coração, abrindo a estrada celeste à felicidade de cada um de nós.  Entretanto, o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.  Viveu num lar humilde e pobre, tanto quanto ocorre a milhões de meninos, mas não passou a infância despreocupadamente. Possuiu companheiros carinhosos e brincou junto deles. 
No entanto, era visto diariamente a trabalhar numa carpintaria modesta. Viva com disciplina. Tinha deveres para com o serrote, o martelo e os livros. Por representar o Supremo Poder, na Terra, não se movia à vontade, sem ocupações definidas. Nunca se sentiu superior aos pequenos que o cercavam e jamais se dedicou à humilhação dos semelhantes.  Eis porque o jovem mantido à solta, sem obrigações de servir, atender e respeitar, permanece em grande perigo.  Filho de pais ricos ou pobres, o menino desocupado é invariavelmente um vagabundo. E o vagabundo aspira ao título de malfeitor, em todas as circunstâncias. Ainda que não possua orientadores esclarecidos no ambiente em que respira, o jovem deve procurar o trabalho edificante, em que possa ser útil ao bem geral, pois se o próprio Jesus, que não precisava de qualquer amparo humano, exemplificou o serviço ao próximo, desde os anos mais tenros, que não devemos fazer a fim de aproveitar o tempo que nos é concedido na Terra? 

FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL – Francisco Cândido Xavier / Espírito Neio Lúcio

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

NATAL É...


Natal é muito mais que enfeites, presentes, festas, luzes e comemorações...
 
Natal quer dizer nascimento, vida, crescimento ...
 
E o Natal de Jesus tem um significado muito especial para o mundo.
 
Geralmente não se comemora o nascimento de alguém que morreu há mais de dois milênios, a menos que esse nascimento tenha algo a nos ensinar.
 
Assim pensando, o Natal de Jesus deve ser meditado todos os dias, e vivido da melhor maneira possível.
 
Se assim é, devemos convir que Natal é muito mais do que preencher um cheque e fazer uma doação a alguém que necessita dessa ajuda.
 
É muito mais do que comprar uma cesta básica e entregar a uma família pobre...
 
É muito mais do que a troca de presentes, tão costumeira nessa época.
 
É muito mais do que reunir a família e cantar.
 
É muito mais do que promover o jantar da empresa e reunir patrões e empregados em torno da mesma mesa.
 
A verdadeira comemoração do Natal de Jesus é a vivência de seus ensinos no dia-a-dia.
 
É olhar nos olhos daqueles que convivem conosco e buscar entender, perdoar, envolver com carinho esses seres humanos que trilham a mesma estrada que nós.
 
É se deter diante de uma criança e prestar atenção no que os seus olhos dizem sem palavras...
 
É sentir compaixão do mais perverso criminoso, entendendo que ele é nosso irmão e que se faz violento porque desconhece a paz.
 
É preservar e respeitar a natureza que Deus nos concede, como meio de progresso, e fazer esforços reais para construir um mundo melhor.
 
O Natal é para ser vivido nos momentos em que tudo parece sucumbir...
 
Nas horas de enfermidades, nas horas em que somos traídos, que alguém nos calunia, que os amigos nos abandonam...
 
Tudo isso pode parecer estranho e você até pode pensar que essas coisas não têm nada a ver com o Natal.
 
No entanto, Jesus só veio à terra para nos ensinar a viver, e não para ser lembrado de ano em ano, com práticas que não refletem maturidade, nem desejo sincero de aprender com essa estrela de primeira grandeza...
 
Ele viveu o amor a Deus e ao próximo...
 
Ele viveu o perdão...
 
Sofreu calúnias, abandono dos amigos, traição, injustiças variadas...
 
Dedicou suas horas às almas sedentas de amor e conhecimento, não importando se eram ricos ou pobres, justos ou injustos, poderosos ou sem prestígio nenhum.
 
Sua vida foi o maior exemplo de grandeza e sabedoria.
 
Por ser sábio, Jesus jamais estabeleceu qualquer diferença entre os povos, não criou nenhum templo religioso, não instituiu rituais nem recomendou práticas exteriores para adorar a Deus ou como condição para conquistar a felicidade.
 
Ele falava das verdades que bem conhecia: das muitas moradas da casa do Pai, da necessidade de adorar a Deus em espírito e verdade, e não aqui ou ali, desta ou daquela forma, neste ou naquele lugar.
 
Falou que o reino dos céus não tem aparências exteriores, e não é um lugar a que chegaremos um dia, mas está na intimidade do ser, para ser conquistado na vivência diária.
 
E é esse reino de felicidade que precisa ser buscado, aprendido e vivido nos mínimos detalhes, em todos os minutos de nossa curta existência...
 
Bem, Natal é tudo isso... 
 
É vida, e vida abundante...
 
É caminho e verdade...
 
É a porta...
 
É o bom Pastor...
 
É o Mestre...
 
É o maior amigo de todos nós.
 
Pense em tudo isso, e busque viver bem este Natal...
 

 

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

COMUNICAÇÃO CONSTANTE


No seu livro O profeta, Gibran Khalil Gibran fala da prece com grande propriedade:
 
Vós rezais nas vossas aflições e necessidades; se pudésseis rezar também na plenitude de vossa alegria e nos dias de abundância...
 
Pois que é a oração senão a expansão de vosso ser no éter vivente?
 
E se vos dá conforto exalar vossas trevas no espaço, maior conforto sentireis quando exalardes a aurora de vosso coração.
 
E se não podeis reter as lágrimas quando vossa alma vos chama para orar, ela vos deveria esporear repetidamente, embora chorando, até que aprendêsseis a orar com alegria.
 
São considerações bastante oportunas.
 
Estamos acostumados a utilizar a prece apenas como um último e desesperado recurso.
 
Quando não se sabe mais o que fazer, a quem mais pedir socorro, suplica-se ao Pai por auxílio.
 
Mas será essa a única função da prece?
 
Ligar o homem a Deus em momentos de desesperança e de sofrimento?
 
É claro que não.
 
Por meio da prece entramos em sintonia com Deus e com os Espíritos Superiores que nos tutelam e acompanham na jornada terrestre.
 
Esse contato é uma forma eficiente de comunicação em qualquer circunstância.
 
Pedir, apenas, é uma maneira muito infantil de manter-se em contato com a Espiritualidade Superior.
 
Agindo assim, comportamo-nos como aquela criança que apenas se lembra dos pais quando se fere e se encontra em dificuldades.
 
Daí sai correndo, choramingando e pula, entre soluços, no colo dos pais em busca de consolo e de solução fácil e rápida para suas dores.
 
Ainda somos crianças para Deus.
 
Crianças que choram diante das contrariedades e que tentam barganhar vantagens por meio da prece.
 
Pedimos ao Pai coisas absurdas e que em nada contribuiriam efetivamente para nossa felicidade.
 
Queremos que nossas vidas sejam para sempre um mar de rosas, repletas de dias ensolarados e de prazeres constantes e renovados.
 
Muitos pensam em Deus e lembram-se de orar apenas em momentos de sofrimento.
 
Quando o vento frio do sofrimento, aliado à chuva da desdita nos toca o rosto de forma inclemente, aí então buscamos o colo do Pai, orando humildemente.
 
Até então, corríamos felizes e despreocupados pelos vales floridos da vida, acreditando sermos capazes de realizar tudo e qualquer coisa sozinhos.
 
Quando tudo está bem, imaginamos que a dor não nos tocará jamais.
 
Por isso, displicentes, não estabelecemos contato com o Pai, pela prece.
 
Esquecemos de agradecer pelo bem que usufruímos e pelas dádivas numerosas que nos são ofertadas diária e constantemente.
 
Crianças que se creem autossuficientes.
 
Seres que ainda precisarão da dor a tocar-lhes as fibras mais sutis da alma para se darem conta de sua pequenez e de quanto, ainda e sempre, necessitarão do amor e da bondade do Pai.
 
* * *
 
Faça da prece um meio de comunicação constante com o Criador.
 
Não são necessários versos decorados, nem fórmulas especiais para estabelecer esse contato.
 
É preciso apenas a vontade sincera e a concentração do pensamento no bem, para que a sintonia se realize.
 
O Pai está sempre em contato conosco. Compete-nos perceber Sua presença e permitir-nos dividir com Ele todos os nossos momentos.
 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A prece, do  livro O profeta de Gibran Kalil Gibran, ed..Acigi.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

UM HEROI DIFERENTE


Foi num dezembro frio e de muita neve. Aliás, neve perfeita para andar de trenó. Por isso, mãe e filha se dirigiram morro acima.
 
O morro estava cheio de gente. A Sra. Silvermann e a filha, de onze anos, acharam um espaço, perto de um homem alto e magro e de seu filho de três anos. O garoto já estava deitado de barriga para baixo, esperando para ser empurrado.
 
Vamos lá, papai! Vamos lá!
 
O homem deu um forte empurrão no trenó e lá se foi o menino. Mas não foi apenas o garoto que voou – o pai saiu correndo atrás dele a toda velocidade.
 
Ele deve estar com medo que seu filho se choque contra alguém. – Pensou a jornalista.
 
E ela mesma com a filha desceu o morro, em grande velocidade, a neve solta voando nos seus rostos.
 
O retorno até o alto do morro era uma longa caminhada. Enquanto ambas subiam com vagar, puxando o trenó, a Sra. Silvermann observou que o homem magro estava empurrando seu filho, que ainda se encontrava no trenó, de volta ao topo.
 
Isso é que é um paizão. – Falou a menina. Será que você, mamãe, faria o mesmo por mim?
 
Nem pensar, foi a resposta. Continue andando.
 
Quando elas chegaram no topo do morro, o garotinho  estava pronto para brincar novamente e gritava feliz:
 
Vai, vai, vai, papai!
 
Outra vez o pai reuniu todas as suas energias para dar um grande empurrão no trenó, correu atrás dele morro abaixo e então puxou o trenó e o menino de volta para cima.
 
Assim foi por mais de uma hora. A Sra. Silvermann estava intrigada. Não era possível que aquele homem achasse que seu filho fosse bater em alguém. Mesmo sendo pequeno, ao menos na subida, ele poderia puxar o trenó uma vez.
 
Mas o homem parecia não se cansar. Ria, jovial e continuava no seu afazer. Ela então lhe disse:
 
Você tem uma tremenda energia, hein!?
 
O homem olhou para ela e sorriu, apontando para o filho.
 
Ele tem paralisia cerebral, disse de forma natural. Ele não pode andar.
 
A jornalista entendeu, naquele momento, porque somente então se deu conta de que não havia visto o menino descer do trenó durante todo o tempo que estiveram no morro.
 
Entretanto, tudo parecia tão alegre, tão normal, que a ela não ocorrera, por um minuto sequer, que o menino poderia ser deficiente.
 
Ainda que não soubesse o nome do homem, ela contou a história em sua coluna no jornal na semana seguinte.
 
Pouco tempo depois, ela recebeu uma carta que dizia assim:
 
Cara Sra. Silvermann, a energia que gastei no morro naquele dia não é nada comparada ao que o meu filho faz todos os dias. Para mim, ele é um verdadeiro herói e algum dia espero ser metade do homem que ele já se tornou.
 
* * *
 
Superar as próprias limitações é um grande desafio. Todos os dias, muitas pessoas lutam para moverem pernas imobilizadas, submetendo-se a exaustivas sessões de fisioterapia.
 
Todos os dias, criaturas portadoras de variadas deficiências se tornam heróis e heroínas anônimas, superando seus limites e vivendo tanto ou mais intensamente do que muitos que apresentam a normalidade física e mental.
 
São tais seres que nos lecionam, com seu exemplo, que a vida vale sempre a pena ser vivida, não importando em que condições, pois o que conta mesmo é o desafio, a conquista, a vitória.
 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Andando de trenó, do livro Histórias para aquecer o coração, v. 1, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Heather Mcnamara, ed. Sextante.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

FADAS EXISTEM?


Tudo aconteceu assim. Ela completou nove anos. Um dente caiu, em processo natural e, como sempre, ela o deixou no local marcado para ser trocado por um dinheirinho, pela fada dos dentes.
 
Pois bem: quando a mãe foi colocar o dinheiro e apanhar o dente, encontrou uma carta e uma caneta bem pequena, dessas que se usa como chaveiro.
 
A carta, entre corações desenhados, dizia: Oi, fada! Espero que você exista.
 
Bom, eu acho que sim. Mas eu quero a verdade. Se for o meu pai ou a minha mãe, eu vou aceitar numa boa. Se for a fada, vai ser melhor que assine com esta caneta pequena.
 
Ao final da carta, havia a opção para ser assinalada: Existência – Sim – Não.
 
E, bem grande, entre mais corações desenhados: Eu acredito em você!
 
Luciana entrou em pânico. Como responder a uma carta dessas?
 
Mostrou ao marido que leu, riu e falou: Isso é com você! Vire-se. Eu não tenho a mínima ideia de como responder.
 
Ela decidiu se aconselhar com os avós da menina. Mariza e Maneco leram com atenção, riram, trocaram ideias e, por fim, Luciana teve como responder para a filha:
 
Existência: Sim e Não. Assinado: Mamãe Fada e Papai Duende.
 
Ah! Pegou a gente. Você é realmente muito esperta. Você pediu a verdade e a verdade é que eu acredito em fadas, acredito em duendes, em sereias e em toda a magia que torna a nossa vida mais colorida e encantadora.
 
A vovó até diz que bruxas existem. Eu acredito. E você?
 
E ali estavam as opções – Sim. Não.
 
Depois, virando a página, a mãe ainda escreveu: Você não vê Deus. Mas Ele existe.
 
Você não vê o amor. Mas ele existe!
 
Se você pode sentir, então... existe.
 
No dia seguinte, Marina chegou na cozinha, para o café da manhã, com um lindo sorriso. A mãe ficou aliviada, ao ouvi-la dizer, entregando a carta:
 
Ah! Peguei vocês de verdade!!!
 
Quando Luciana abriu a carta, viu que a filha havia marcado um lindo Sim. E bem marcado. Daqueles que se passa a caneta várias vezes para destacar.
 
* * *
 
Este fato nos mostra como podemos manter a magia da vida, dizendo a verdade.
 
Afinal, tudo depende da forma como se argumenta, como se explica, como se fala.
 
As crianças passam pelo período mágico em que tudo tem a ver com o irreal, o faz de conta. Fértil é a imaginação.
 
Possivelmente, porque, por serem Espíritos imortais, recém vindos da pátria verdadeira, o mundo espiritual, guardam essa informação de que estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas.
 
Anjos de guarda, Espíritos familiares, Espíritos amigos que nos cercam são interpretados pela criança como esses seres que as lendas, os contos e a imaginação popular denominaram fadas, duendes, seres especiais.
 
Afinal, não estão tão distantes da verdade. Logo mais, quando melhor entendam, lhes falaremos desses seres que Deus envia para nos atender em nossas necessidades, nos guardarem em nossos percalços e nos auxiliarem em nossa jornada na Terra.
 
Não há mal em preservar a magia. Não há mal em alimentar a imaginação própria da infância.
 
O importante é esclarecer, quando preciso se faça, mas ensinar que o mundo em que vivemos e a Espiritualidade que nos rodeia são mais extraordinários do que tudo que a imaginação humana possa ter concebido.
 
Afinal, tudo emana de Deus e Deus é insuperável!
 
Redação do Momento Espírita, com base em fato relatado por Anna Susy Goldschmidt.