É
muito comum observarmos crentes inquietos, utilizando recursos sagrados da
oração para que se perpetuem situações injustificáveis tão-só porque envolvem
certas vantagens imediatas para suas preocupações egoísticas.
Semelhante
atitude mental constitui resolução muito grave. Cristo ensinou a paciência e a
tolerância, mas nunca determinou que seus discípulos estabelecessem acordo com
os erros que infelicitam o mundo.
Em
face dessa decisão, foi à cruz e legou o último testemunho de não-violência,
mas também de não-acomodação com as trevas em que se compraz a maioria das
criaturas.
Não
se engane o crente acerca do caminho que lhe compete. Em Cristo tudo deve ser
renovado, o passado delituoso estará morto, as situações de dúvida terão
chegado ao fim, as velhas cogitações do homem carnal darão lugar a vida nova em
espírito, onde tudo signifique sadia reconstrução para o futuro eterno.
É
contrassenso valer-se do nome de Jesus para tentar a continuação de antigos
erros. Quando notarmos a presença de um crente de boa palavra, mas sem o íntimo
renovado, dirigindo-se ao Mestre como um prisioneiro carregado de cadeias,
estejamos certos de que esse irmão pode estar à porta do Cristo, pela
sinceridade das intenções; no entanto, não conseguiu, ainda, a penetração no
santuário de seu amor.
Obra:
Caminho, Verdade e Vida - Emmanuel / Francisco Cândido Xavier