sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

MENSAGEM DE J. K.

Vejo, nos céus do futuro, o povo sentado às margens dos rios, nos dias de descanso, pescando em águas limpas, à sombra de árvores que se conservaram grandiosas através dos séculos.

Vejo os empresários, distribuindo o lucro do trabalho e investindo nos processos educativos modernos, preparando nossa gente espiritual, moral e culturalmente para a missão de liderar o planeta pelos caminhos da paz.

Vejo imensos laboratórios de pesquisa, com cientistas nossos procurando a perfeição na grandeza da vida.

Vejo a comunicação por meio do som e da imagem, difundindo o belo para estudantes cheios de amor pela pátria, crescendo moral, espiritual e intelectualmente no intercâmbio de idéias de respeito ao país que Deus nos deu.

Vejo a população toda lendo livros retirados de imensas bibliotecas mantidas pelos governos, espalhadas por todo o país.

Vejo os pátios das escolas de portões abertos, porque as crianças e os jovens aprenderam a respeitar a propriedade coletiva e pública.

Vejo as casas de leis, os congressos estaduais e federal cheios de homens idealistas que lutam para conservar a educação, com seu amor, para enriquecer o povo com a verdadeira riqueza – a cultura.

Vejo o Congresso Nacional como se fossem academias de paz e de dignidade, com missionários dedicados ao progresso da pátria e de seu povo.

Vejo as prisões apenas com alguns doentes da alma, distribuídos nos pátios floridos cheios de sombras das arvores, sendo tratados com carinho por missionários que se consideram pais e protetores dos criminosos, já que estes são apenas homens que estão na retaguarda do desenvolvimento espiritual e moral.

Vejo as florestas brasileiras conservadas, com caminhos e trilhas limpas, animais aparecendo entre a folhagem, correndo em disparada se medo da agressão, e os pássaros atodoando entre as flores, entre as folhas, entre as nuvens do céu.

Vejo as espécies que estava em extinção se multiplicando neste abençoado país.

Vejo os rios de água cristalina, imensos, atravessando a Amazônia, conservadas as cachoeiras, por métodos que não exijam a destruição das matas e agressão ao meio ambiente.

Vejo o meu povo educado e preservacionista, aprendendo com a sabedoria dos silvícolas, que freqüentam escolas próximas aos povoados, vacinados com eficiência, evitando as doenças que dizimaram suas populações no passado.

Vejo os céus do Brasil pontilhados de aviões cheios de alimentos, progresso, cultura e beleza.

Vejo centenas de aeroportos espalhados no país, muitos deles, nas nossas fronteiras.

Vejo as estações policiais dirigidas por homens cultos e fisicamente bem preparados, auxiliando crianças e velhos.

Vejo o Nordeste todo irrigado por poços feitos pelos próprios nordestinos, retirando a bendita água do maior depósito subterrâneo do planeta. O São Francisco fluindo sem ser molestado na sua grandeza, as suas águas democraticamente controladas sem a intervenção das garras do poder econômico e antidemocrático.

Vejo o Brasil exemplificando o amor para toda a Terra.

Vejo o sorriso de felicidade brotando dos corações dos velhos, jovens e crianças brasileiros.

Vejo a igualdade social se difundindo.

Vejo os brasileiros, afro-descendentes, nobres filhos, netos e bisnetos de antigos escravos injustiçados, abarrotando as grandes universidades brasileiras, colocando sua sensibilidade e inteligência nas artes, nas ciências, nos laboratórios, nos esportes e na música.

Vejo a aeronave em chamas em plena São Paulo (acidente aéreo em julho de 2007), terra do meu coração que me deu os méis para construir Brasília, eu chorei. Corando, orei pelo Brasil e por aqueles dirigentes que desviam nossa pátria do caminho da dignidade.

Que Deus tenha misericórdia deles e aplique-lhes, com todo rigor, sua justiça! Pois a Pátria é instituição sagrada que merece muito mais do que respeito – exige a veneração de seus filhos.

Termino minha respeitosa saudação às vítimas e aos familiares, neste acontecimento que nos faz chorar os corações.

Quero abraçá-los com todo respeito, carinho e profundo afeto patriótico, sem nunca esquecermos que estamos – todos os brasileiros – ligados pelos laços de amor a este país magnífico que haveremos de construir esplêndido para brilhar na sua grandeza, iluminando os caminhos da civilização humana.

Juscelino Kubitschek

Mensagem extraída do livro “O vôo da esperança” – Editora Lachãtre – pág. 185 a 187.

ELEGÂNCIA

 

A vida moderna caracteriza-se pela informalidade, pela pressa e pelas mudanças constantes.Hábitos até pouco tempo bastante difundidos, hoje são raros.

A carta escrita a mão foi substituída por mensagem via e-mail.

Poucos homens permanecem puxando a cadeira para suas companheiras ou abrindo a porta do carro para elas.

Malgrado todo o interesse por almas gêmeas e temas da espécie, o romantismo parece quase extinto.

Há muita afoiteza em começar, consumar e terminar os relacionamentos.

Prestar atenção no companheiro, identificar seus sonhos e os tesouros de seu mundo íntimo, tudo isso se afigura terrivelmente fora de moda.

Tal descuido com a essência do ser humano está presente em quase todas as espécies de relações.

Tem-se pressa para tudo.

Essa urgência desmedida faz com que regras básicas de educação sejam constantemente ignoradas.

Os cumprimentos, quando existem, são lacônicos e despidos de calor.

Uma palavra mal posta é de pronto devolvida.

Não se pára para pensar se o interlocutor enfrenta algum problema e por isso se manifesta com rudeza.

Afinal, tem-se pressa, embora raramente se tenha um objetivo nobre a embasar os atos que ela inspira.

Nesse contexto, desentendimentos surgem à toa e rápido degeneram em antipatias e inimizades.

É mais fácil julgar, responder e reagir de plano.

Refletir, compreender, preservar e aprofundar vínculos demanda tempo.

É difícil ignorar as pressões do mundo moderno.

Globalismo, competitividade, empregabilidade, há inúmeros conceitos que inspiram a pressa.

Às vezes até a explicam, mas não a justificam, no trato com o semelhante.

Afinal, a afoiteza não pode justificar converter-se o homem em um bruto insensível.

Para permanecer civilizado, é preciso preservar um pouco da tradicional e boa elegância.

Ao contrário do que talvez sugira, o termo elegância não implica forçosamente a adoção de vestuários requintados e gestos afetados.

Segundo o dicionário, um dos significados de elegância é distinção de maneiras.

Ser elegante é ser distinto, atencioso e polido.

É prestar atenção nas necessidades dos que o rodeiam e tratá-los como pessoas importantes.

Elegância implica abster-se de expressões rudes e não se envolver em discussões ácidas e ferinas.

Elegante é não falar dos ausentes, é não ser uma presença desagradável aos demais.

Para quem responde tudo ao pé da letra e não costuma “levar desaforo para casa”, ser elegante constitui um grande desafio.

Contudo, quem fala e age sem pensar, cedo ou tarde se arrepende e percebe que fez bobagem.

Atos impulsivos e grosseiros destroem oportunidades pessoais e profissionais.

Ninguém gosta de estar perto de um grosseirão.

Mas você jamais se arrependerá de ser elegante.

Talvez no princípio estranhe não responder quando provocado.

Ser gentil e obsequioso em face de ofensas e grosserias demanda uma boa dose de disciplina.

Mas você colherá os melhores frutos desse novo naipe de comportamento.

Quem o maltratar fatalmente ficará constrangido, ao perceber o esmero de sua educação.

E gradualmente um novo padrão de conduta se estabelecerá em torno de você.

Pense nisso.

ELEGÂNCIA

 

A vida moderna caracteriza-se pela informalidade, pela pressa e pelas mudanças constantes.

Hábitos até pouco tempo bastante difundidos, hoje são raros.

A carta escrita a mão foi substituída por mensagem via e-mail.

Poucos homens permanecem puxando a cadeira para suas companheiras ou abrindo a porta do carro para elas.

Malgrado todo o interesse por almas gêmeas e temas da espécie, o romantismo parece quase extinto.

Há muita afoiteza em começar, consumar e terminar os relacionamentos.

Prestar atenção no companheiro, identificar seus sonhos e os tesouros de seu mundo íntimo, tudo isso se afigura terrivelmente fora de moda.

Tal descuido com a essência do ser humano está presente em quase todas as espécies de relações.

Tem-se pressa para tudo.

Essa urgência desmedida faz com que regras básicas de educação sejam constantemente ignoradas.

Os cumprimentos, quando existem, são lacônicos e despidos de calor.

Uma palavra mal posta é de pronto devolvida.

Não se pára para pensar se o interlocutor enfrenta algum problema e por isso se manifesta com rudeza.

Afinal, tem-se pressa, embora raramente se tenha um objetivo nobre a embasar os atos que ela inspira.

Nesse contexto, desentendimentos surgem à toa e rápido degeneram em antipatias e inimizades.

É mais fácil julgar, responder e reagir de plano.

Refletir, compreender, preservar e aprofundar vínculos demanda tempo.

É difícil ignorar as pressões do mundo moderno.

Globalismo, competitividade, empregabilidade, há inúmeros conceitos que inspiram a pressa.

Às vezes até a explicam, mas não a justificam, no trato com o semelhante.

Afinal, a afoiteza não pode justificar converter-se o homem em um bruto insensível.

Para permanecer civilizado, é preciso preservar um pouco da tradicional e boa elegância.

Ao contrário do que talvez sugira, o termo elegância não implica forçosamente a adoção de vestuários requintados e gestos afetados.

Segundo o dicionário, um dos significados de elegância é distinção de maneiras.

Ser elegante é ser distinto, atencioso e polido.

É prestar atenção nas necessidades dos que o rodeiam e tratá-los como pessoas importantes.

Elegância implica abster-se de expressões rudes e não se envolver em discussões ácidas e ferinas.

Elegante é não falar dos ausentes, é não ser uma presença desagradável aos demais.

Para quem responde tudo ao pé da letra e não costuma “levar desaforo para casa”, ser elegante constitui um grande desafio.

Contudo, quem fala e age sem pensar, cedo ou tarde se arrepende e percebe que fez bobagem.

Atos impulsivos e grosseiros destroem oportunidades pessoais e profissionais.

Ninguém gosta de estar perto de um grosseirão.

Mas você jamais se arrependerá de ser elegante.

Talvez no princípio estranhe não responder quando provocado.

Ser gentil e obsequioso em face de ofensas e grosserias demanda uma boa dose de disciplina.

Mas você colherá os melhores frutos desse novo naipe de comportamento.

Quem o maltratar fatalmente ficará constrangido, ao perceber o esmero de sua educação.

E gradualmente um novo padrão de conduta se estabelecerá em torno de você.

Pense nisso.