Elas existem. Não são
exceção. Ao contrário, mais e mais proliferam nesta Terra bendita de
todos nós.
São famílias de
pessoas felizes que fazem a outros felizes. As pessoas que as
compõem se reencontram na Terra, pelos laços do afeto e do bem
querer.
Amam-se: pais, irmãos.
E os que vêm de fora, para alargar esse universo familiar, genros,
noras, são da mesma nobre estirpe.
Não são pessoas
incólumes ao sofrimento. Não. Pelo contrário, nelas registramos
pesadas cargas expiatórias.
Em algumas dessas
famílias, é um filho que nasce como esperança de muitas alegrias
para logo mais demonstrar a enfermidade de que é portador,
envolvendo todo o conjunto familiar em redobradas
preocupações.
Em outras, é o filho
que nasce portador de alguma deficiência, necessitando de especiais
cuidados. E todos se reúnem para isso lhe proporcionar.
Famílias assim superam
tragédias que as atingem, em forma de morte súbita de um ente
querido, ou reveses de qualquer outra ordem.
Sustentam-se
mutuamente pela força do amor e transmitem energias uns aos outros
pela proposta de afetividade que registram.
Nessas famílias
cultua-se a ciência ou a religiosidade ou a arte ou tudo como um
conjunto.
São famílias nas quais
os membros tendem para as carreiras de um mesmo ramo ou ramos
diferentes, mas em que todos estudam e alcançam títulos
universitários, de graduação, demonstrando seu grande potencial
intelectivo.
Elas se envolvem com a
arte e cada membro apresenta uma qualidade específica na execução de
instrumentos musicais, no canto, na composição, na arte
dramática.
Por vezes, parecem
compor uma fenomenal orquestra, pois que cada um tem uma especial
habilidade.
E, quando à ciência,
ou à arte, reúnem a religiosidade, transformam as comunidades onde
se demoram. Atuam em benefício da dor que se espalha, erguendo
instituições de amparo aos sofredores.
Esmeram-se na
ilustração das mentes alheias, erigindo escolas, oferecendo-se em
voluntariado.
O dinheiro que circula
em suas mãos, simplesmente circula, direcionado para o bem geral. E
parece que quanto mais oferecem, tanto mais lhes chega às
mãos.
Famílias felizes.
Vivem a alegria do reencontro dos amores de muitas
vidas.
Vivem a união de
ideais e de beleza. Chegam a causar, por vezes, uma certa inveja por
neles se descobrir tantas bênçãos, tantas alegrias.
Contudo, quem preste
atenção, verificará que, em meio às marcas abençoadas dos sorrisos,
as faces também registram a chibata da dor, em vincos
dolorosos.
São felizes por terem
aprendido que na Terra tudo é transitório e que cada minuto deve ser
vivido em plenitude.
São felizes, acima de
tudo, por terem descoberto que a divindade que lhes permitiu o
renascer, abençoados pelos amores próximos e pelas venturas da
beleza, de talentos variados e de bens da terra, lhes exige apenas
que façam felizes a outros que cruzam seus caminhos.
Famílias felizes.
Famílias que amam e estendem seu amor para além das fronteiras do
próprio lar, da própria cidade.
Desde cedo, aprenderam
que todos, afinal, somos cidadãos do mundo e herdeiros do
universo.
Por isso, não retêm
riquezas em seus cofres. Somente multiplicam pérolas de luz em seus
corações.
Redação do Momento
Espírita.