terça-feira, 31 de maio de 2011

DISCIPLINA DO PENSAMENTO

 

Você consegue imaginar quantos pensamentos temos por dia?

Estudiosos informam que temos entre sessenta a noventa e cinco mil pensamentos em vinte e quatro horas.

É uma quantidade realmente muito grande...

Isso significa, por exemplo, que durante esta mensagem poderemos chegar a ter entre duzentos a trezentos e trinta pensamentos!

Trazemos então uma primeira reflexão: Quantos desses tantos pensamentos diários são bons, úteis? Quantos são maus, inúteis?

Infelizmente a maioria deles ainda não pode ser classificada como pensamentos saudáveis e construtivos, porém, existem formas de se disciplinar o pensar, pois bem pensar é a elevada forma de se viver.

Aqui vão alguns ensinamentos importantes a respeito da disciplina do pensamento.

Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento.

É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude.

É preciso aprender a fiscalizar os pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim nobre e digno.

Cada tipo de pensamento tem que ter a sua hora, o seu lugar. Não devemos estar em casa, com a família, e com os pensamentos em outro lugar, como, por exemplo, no ambiente de trabalho.

Cada vez que surja um mau pensamento, essa fiscalização fará com que um alerta se acenda em nós, e tomemos alguma atitude para expulsá-lo o mais rápido possível.

É bom também viver em contato, pelo pensamento, com escritores de gênio, com os autores verdadeiramente grandes de todos os tempos e países, lendo, meditando sobre suas obras, impregnando o nosso ser da substância de suas almas.

É necessário escolhermos com cuidado nossas leituras, depois amadurecê-las e assimilar-lhes a quintessência. Em geral lê-se demais, lê-se depressa e não se medita.

O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desenvolvimento do pensamento. É no silêncio que se elaboram as obras fortes.

Há também a prática de meditar. Na meditação o Espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das coisas. A luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas.

Evitemos as discussões ruidosas, as palavras vãs, as leituras frívolas.

Sejamos sóbrios de jornais, TV e Internet. O contato com essas mídias, fazendo-nos passar continuamente de um assunto para outro, torna o Espírito ainda mais instável.

A alma oculta profundezas onde o pensamento raras vezes desce, porque mil objetos externos ocupam-no incessantemente.

Disciplinar os pensamentos significa disciplinar a vida, e escolher caminhos mais seguros.

Na nascente de todos os atos, palavras e ideias estão os pensamentos. Mudemos a matriz e teremos uma vida renovada e mais feliz.

Lembremo-nos: bem pensar é a elevada forma de viver!

Redação do Momento Espírita com base no cap. XXIV,

do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O PODER DA EDUCAÇÃO

 

Conta-se que o legislador Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar.

O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema e, por isso mesmo, o haviam convidado.

Transcorridos os seis meses, compareceu ele perante a assembléia em expectativa.

Postou-se à tribuna e logo em seguida, entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães.

A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada.

Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada carreira ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza trucidando-a rapidamente.

A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia e os corações pareciam saltar do peito.

Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão.

Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão.

O povo mal continha a respiração. Alguns mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco.

No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la deu-lhe com a pata e ela caiu.

Logo ergueu-se e se pôs a brincar.

Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco.

Então, e somente então, Licurgo falou;

“Senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim igualmente os cães.”

“A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação.”

E prosseguiu vivamente o seu discurso dizendo das excelências do processo educativo.

"A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo."

"Eduquemos nosso filho, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas  imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores."

Você sabia?

Que Licurgo foi um legislador grego que deve ter vivido no século quarto antes de Cristo?

E que o verbo educar é originário do latim educare ou educcere e quer dizer extrair de dentro?

Percebe-se, portanto, que:

A educação não se constitui em mero estabelecimento de informações, mas sim de se trabalhar as potencialidades interiores do ser, a fim de que floresçam, à semelhança de bela e perfumada flor.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Depois da morte, cap. LIV.

domingo, 29 de maio de 2011

O ZELADOR DA FONTE

 

Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.

O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca.

Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos.

Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina.

Rodas d`água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite.

As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.

Os anos foram passando. Certo dia, o conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente.

Um dos membros do conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte.

De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.

E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma.

Seu discurso a todos convenceu. O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador.

Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas.

Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.

Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte.

Dois dias depois, a água estava escura.

Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens.

O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d'água começaram a girar lentamente, depois pararam.

Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado.

O conselho municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido.

Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte.

Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d`água voltaram a funcionar.

Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.

* * *

Assim como o conselho municipal da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores.

Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas.

Que os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos.

Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa.

Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los.

Mas, sem seu trabalho o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.

O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável.

Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.

Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para sermos felizes!

Pensemos nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap.  O zelador da fonte, de Charles R.  Swindoll, do livro histórias para o coração, de Alice Gray, ed.  United Press.

SE CHEGAR AO FUNDO DO POÇO

 

Costuma-se dizer que se chegou ao "fundo do poço", quando se chega ao fim de toda esperança...

Na verdade, o fundo do poço apenas existe, para quem a meio de caminho, fraqueja e desiste...

Como tudo neste mundo, o poço tem um fundo, e que tem que ser tomado a pulso, e deve ser usado para apoiar e tomar impulso, se sentir que lá está chegando, e quase se afogando.

É muito bela esta vida, para perder-se em uma descida, pois se não nos entregarmos, depois vem a subida, que é a alegria revivida ...

Não se entregue à tristeza, pense no que a vida tem de beleza...

Pense no amor que te inunda o coração, e que deve ser de tua vida a razão...

Pense em quanta gente te ama, e que isso sempre proclama...

Sinta que não está a sós, e ouça essa tímida voz, que ao ouvido diz que te tem amor, tem amizade, tem carinho, e que à tua vida pode dar calor...

Imagina em teu pensamento, amor e paz, e esqueça o lamento...

Certamente, dores, mágoas, existem sim, e da vida fazem parte, mas não se deixe por elas dominar, e pense em quem ao teu lado, apenas pensa em te amar...

Portanto, pense no amor que vai encontrar, e a alegria de viver, que irá reencontrar quando ao alto de novo chegar...

Fundo do poço, deve ser o impulso para a subida...

Venha sentir a felicidade que deve ser vivida...

Simplesmente, volte para a vida que está te esperando...

Marcial Salaverry

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Deus é quem cura

 

Alguns homens, quando realizam grandes feitos, costumam encher-se de orgulho.

Chegam a pensar que são infalíveis em sua atuação e creem que tudo podem.

E isso nos recorda do grande mestre e criador da homeopatia, Samuel Cristian Hahnemann. Uma postura de verdadeiro sábio.

Em 1835, chegou a Paris e começou a clinicar, embora o descrédito e o ataque de muitos dos seus colegas alopatas.

Foi então que a filha de Ernest Legouvé, membro da Academia Francesa, famoso escritor da época, adoeceu gravemente.

Um artista de nome Duval foi chamado para fazer um retrato da jovem agonizante. Era a derradeira lembrança que o pai amoroso desejava ter da filha que se despedia da vida.

Concluída a tarefa, executada com as emoções que se pode imaginar, Duval fez ao pai uma pergunta nevrálgica:

Se toda a esperança está perdida, por que o senhor não tenta uma experiência com a nova medicina que tanto alvoroço tem feito?

Por que não consulta o doutor Hahnemann?

Nada havia a perder e o pai chamou o homeopata. Quando o viu, pareceu-lhe estar defronte a um personagem fantástico de contos infantis.

Hahnemann era de baixa estatura, robusto e firme no andar, envolvido em uma capa e apoiado sobre uma bengala com castão de ouro.

Uma cabeça admirável, cabelos brancos e sedosos, lançados para trás e cuidadosamente encaracolados em torno do pescoço.

Com seus olhos de um azul profundo, sua boca imperiosa inquiriu minuciosamente sobre o estado da menina.

Na sequência, pediu que transferissem a enferma para um quarto arejado, abrindo portas e janelas para que ar e luz entrassem abundantes.

No dia seguinte, iniciou o tratamento. Foram dez dias de expectativa e de tensão. Finalmente, a esperança se confirmou. A menina estava salva.

O impacto dessa cura, quase milagrosa, foi enorme, em toda Paris.

Em reconhecimento pela salvação de sua filha, apesar de muitos ainda afirmarem que Hahnemann não passava de um charlatão, Legouvé presenteou o médico com o próprio quadro pintado por Duval.

Era uma obra prima. O criador da Homeopatia a contemplou  demoradamente, tomou da pena e escreveu:

Deus a abençoou e salvou.Hahnemann.

Considerava pois a cura uma bênção de Deus, da qual ele não fora mais do que um instrumento.

*   *   *

Assim são os verdadeiros sábios, os grandes gênios da Humanidade.

Eles sabem que dominam grandes porções do conhecimento. Mas não esquecem de que a inteligência lhes foi dada por Deus, de onde todos emanamos.

Somos os filhos da Suprema Inteligência, que nos permite crescer ao infinito.

Contudo, a Ele cabem todas as bênçãos, permitindo-nos, na qualidade de irmãos uns dos outros, atuar, agir, no grande concerto da criação.

Pensemos nisso e façamos o bem, sempre nos recordando que sem Deus nada podemos.

Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Samuel Hahnemann.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

DECISÃO PELO PERDÃO

 

12 de março de 2003. Daniel e sua esposa, Ana Carolina, fechavam mais um negócio para expandir a rede de lojas de R$ 1,99 do casal, numa grande capital do país.

Costumavam voltar para casa sempre depois das 19 horas mas, naquele dia, Daniel quis retornar mais cedo. Às 19h10 estavam na rua onde moravam.

A poucas quadras da residência, Ana Carolina comentou, ao ver viaturas de polícia:

Que será que houve no vizinho?

Assim que estacionaram, a filha mais velha, Letícia, trouxe a notícia: Sequestraram o Lucas.

Dez minutos antes, um homem numa moto, disfarçado de entregador de flores, havia invadido a casa e levado consigo o caçula de 8 anos.

Nos onze dias seguintes Daniel, o pai, quase não dormiu. Ficava ao lado do telefone, com um bule de café, esperando uma ligação.

Os criminosos fizeram três contatos, exigindo milhões de reais, mas pareciam sempre confusos.

Em 26 de março o telefone tocou novamente. Era a polícia, dizendo que havia encontrado o menino Lucas. A família começou a comemorar, mas veio o restante da notícia: Lucas fora achado, porém sem vida.

Os sequestradores, ao serem reconhecidos pelo garoto, o haviam assassinado, no mesmo dia do sequestro, há cerca de dez dias.

Soube-se mais tarde que dois, dos três sequestradores, eram seguranças de uma das lojas do grupo.

Daniel, o pai, confessou que, na época, apenas pensava em uma coisa: vingar-se. O ódio era o único sentimento que o mantinha vivo.

Chegou a arquitetar diversos planos e acabou escolhendo o dia da audiência na Corte.

Na véspera desse dia, ele pegou a arma que tinha em casa, limpou-a com cuidado e a encheu de balas. Ia entrar no Tribunal atirando.

Sem conseguir dormir, buscou amparo no altar que tinha na sala de casa. Rezou até a exaustão, pedindo ajuda, num misto de revolta e tristeza. Enfim, pegou no sono.

No dia seguinte, ao invés da arma, levou a Bíblia.

A fim de preservar Daniel, o juiz pediu que ele reconhecesse os indiciados através do olho mágico da sala onde estavam.

Porém, o empresário preferiu abrir a porta e ficar cara a cara com eles:

Olhem para mim! Olhem para o pai do garoto que vocês mataram, se são homens!

Os três, algemados, permaneceram de cabeça abaixada.

Num ímpeto, então, Daniel disse algo, cujo significado completo só entenderia algum tempo depois:

Eu não vim aqui para matá-los. Vim aqui para perdoar cada um de vocês.

O pai decidiu, ali, na frente de todos, e perante seu coração, pelo perdão.

* * *

Decidir pelo perdão não significa perdoar definitivamente, pois em casos como esse, o perdão completo demora tempo. Decidir por ele significa, num primeiro momento, evitar a vingança.

Decidir pelo perdão é não mais permitir que o ódio comande nossas ações, e nos mate lentamente, dia após dia.

Daniel decidiu pela vida, pela sua vida e de sua família, pois sabia que a morte dos criminosos não traria o seu filho de volta, nem lhe proporcionaria paz.

O caminho da paz começou ali, no momento em que decidiu não mais odiar.

Decidir pelo perdão é começar um processo longo, mas contínuo, num caminho seguro, onde sempre estaremos amparados, recebendo ajuda dos amores da Terra, dos amados do mundo espiritual e do Criador.

Redação do Momento Espírita com base em artigo da revista Sorria, de dezembro de 2010, ed. Mol.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Atenção ao idoso

 

Dona Marlene era uma senhora alegre, ativa, independente e muito lúcida. Aos oitenta anos, apresentava algumas limitações físicas compatíveis com a idade.

As dores articulares, provocadas pelo desgaste natural e consequente artrose, a incomodavam diariamente, mas nada que lhe diminuísse o entusiasmo.

Vibrava com cada conquista pessoal e profissional dos filhos e netos. Novos empreendimentos, cursos, especializações, casamentos, uma nova gravidez na família. Tudo era motivo para seus olhos brilharem de alegria.

Morava com uma das filhas e sua casa era muito bem cuidada. Sempre limpa, arrumada, arejada e repleta de porta-retratos, onde cada fotografia contava uma história.

Certo dia, durante uma caminhada de rotina, a senhora sofreu uma queda que resultou em uma fratura articular, necessitando ser submetida a cirurgia

Após a alta hospitalar, por recomendação médica, ela precisaria ficar um período em repouso, pois levaria algum tempo para voltar a caminhar com independência.

Os filhos acharam que a melhor solução seria encaminhá-la a uma Casa de Apoio para Idosos. A justificativa era de que ela necessitava de cuidados especiais, para os quais a família não estava devidamente preparada.

Já instalada na Casa de Apoio, dona Marlene recebeu a visita de uma jovem amiga, que a encontrou acamada, totalmente dependente.

Durante a conversa, ela dizia que sentia falta da sua casa, dos objetos pessoais, da presença da família, enfim, do seu alegre cantinho.

Com o tempo, ela voltou a caminhar. Aos poucos, apesar da fragilidade física, foi se tornando novamente independente. Uma das filhas a visitava semanalmente, mas não falava em levá-la de volta ao seu lar.

Nas visitas periódicas, a amiga foi percebendo que a senhora deixara de falar em voltar para casa. Percebeu também a tristeza que lhe ia na alma.

Tinha certeza que dona Marlene não falava no assunto porque no fundo se envergonhava da situação de abandono.

Nas poucas vezes em que se referia à amada família, justificava de várias formas a dificuldade que seria se ela voltasse para casa. Dizia que a família não poderia assisti-la, pois todos tinham seus compromissos pessoais.

Em verdade, seus lábios diziam palavras que seu coração não compreendia. No lugar daquele olhar alegre e doce, antes cheio de brilho, surgiu um olhar triste, sem vida, que refletia solidão e abandono.

Não era necessário ter muita sensibilidade para perceber que, por dentro, ela morria a cada dia. Que a esperança de voltar para o seio da família ia embora e junto ia também a vontade de viver.

Passado algum tempo, devido a uma determinada complicação de saúde, tornou a ser hospitalizada. Seu organismo cansado, enfraquecido pela dor maior da solidão, não resistiu. Ela havia desistido de viver.

* * *

Algumas famílias necessitam contar com o apoio das instituições especializadas para cuidar dos seus idosos.

É uma difícil decisão e se justifica, em muitos casos.

É compreensível então, contar com tal recurso, enquanto se necessita cumprir nossos deveres profissionais e familiares.

Essa atitude não significa abandoná-los. O importante é se fazer presente, levando amor e carinho, pois nada justifica a desatenção e o desamparo.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

SEMPRE RESTA ALGUMA COISA PARA AMAR

 

 

A peça de teatro intitulada “Raisin in the sun”, de Lorraine Hansberry, traz um trecho realmente admirável, que convida o público a refletir sobre os valores que guardam suas almas.

Na peça, uma família afro-americana recebe dez mil dólares provenientes do seguro de vida do pai.

A dona da casa vê no dinheiro a oportunidade de deixar o gueto onde vivia no Harlem, e mudar-se para uma casa no campo, enfeitada com jardineiras.

A filha, uma moça muito inteligente, vê no dinheiro a oportunidade de realizar seu sonho de estudar medicina.

O filho mais velho, contudo, apresenta um argumento difícil de ser ignorado. Quer o dinheiro para que ele e um amigo iniciem um negócio, juntos.

Diz à família que, com o dinheiro, ele poderá trabalhar por conta própria e facilitar a vida de todos. Promete que, se puder lançar mão do dinheiro, proporcionará à família todos os confortos que a vida lhes negou.

Mesmo contra a vontade, a mãe cede aos apelos do filho. Ela tem de admitir que as oportunidades nunca foram tão boas para ele, e que ele merece a vida boa que esse dinheiro pode lhe oferecer.

No entanto o tal “amigo” foge da cidade com o dinheiro. Desolado, o filho é forçado a voltar para casa e dizer à família que suas esperanças para o futuro lhe foram roubadas e que seus sonhos de uma vida melhor foram desfeitos.

A irmã atira-lhe no rosto toda sorte de insultos. Qualifica-o com as palavras mais grosseiras que se possa imaginar. Seu desprezo em relação ao irmão não tem limites.

Quando ela pára um pouco para respirar, a mãe a interrompe e diz:

- Pensei que tivesse ensinado você a amar seu irmão.

A filha então responde:

- Amar meu irmão? Não restou nada nele para eu amar.

E a mãe diz:

"- Sempre sobra alguma coisa para amar. E, se você não aprendeu isso, não aprendeu nada. Você chorou por ele hoje?

Não estou perguntando se você chorou por causa de si mesma e de nossa família, por termos perdido todo aquele dinheiro. Estou perguntando se chorou por ele: por aquilo que ele sofreu e pelas conseqüências que terá de enfrentar.

Filha, quando você acha que é tempo de amar alguém com mais intensidade? No momento em que faz coisas boas e facilita a vida de todos?

Bem, então você ainda não aprendeu nada, porque esse não é o verdadeiro momento para amar. Devemos amar quando a pessoa está se sentindo humilhada e não consegue acreditar em si mesma, porque o mundo a castigou demais.

Se julgar alguém, faça-o da forma certa, filha, da forma certa. Tenha a certeza de que você levou em conta os revezes que ele sofreu antes de chegar ao ponto em que está agora.

Essa é a graça misericordiosa! É o amor ofertado quando não se fez nada para merecê-lo. É o perdão concedido quando não se fez nada para conquista-lo.

É a dádiva que flui como as águas refrescantes de um riacho para extinguir as labaredas provocadas por palavras de condenação carregadas de ira.

O amor que o pai nos oferece é muito mais abundante e generoso. A misericórdia de Deus é muito mais grandiosa e sábia. "

Pense nisso

Pense com o coração no que esta lição nos traz, e reflita sobre o seu amar, sobre as condições que você impõe ao outro para que o ame, e descubra a oportunidade de amar de verdade.

Por mais que as pessoas, com suas imperfeições, tragam-nos mágoa, desapontamento ou desilusão, lembremos de que:

Sempre resta alguma coisa para amar.

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir do capítulo “Sempre resta alguma coisa para amar”, da obra “Histórias para o coração” – organizado por Alice Gray.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

GENEROSIDADE

 

Não raro, encontramos pessoas gentis no trato social. São aquelas que se preocupam em respeitar os direitos do próximo, em desenvolver seu espírito de cidadania, em buscar palavras e gestos amáveis para com os demais.

Também, com felicidade, encontramos pessoas educadas nas nossas relações sociais. São os companheiros que se fazem atenciosos, que se preocupam com pequenos gestos, como o saudar aos mais velhos, ceder o espaço para a senhora grávida ou apenas dar um telefonema para o conhecido para ter notícias.

Porém, quantas pessoas conseguem ser generosas? Se a gentileza e a educação nascem do respeito ao próximo, se desenvolvem no espírito de cidadania e convivência, a generosidade nasce no coração de quem está pronto para amar fraternalmente.

Vamos encontrar a generosidade no amigo que consegue compreender nossa falta quando esquecemos seu aniversário, e, ao encontrá-lo mais tarde, ao invés de nos cobrar o esquecimento, simplesmente nos oferece o coração aberto e espontâneo de sempre.

Será fruto da generosidade da alma quando não necessitamos, nem esperamos por um agradecimento, após ter feito um favor a alguém, pois o simples fato de poder ajudar a quem nos pediu nos é suficiente para preencher o coração com satisfação, sem aguardarmos nenhum tipo de reconhecimento.

E estaremos prontos para que a generosidade seja nossa companhia quando, tendo razão frente a uma contenda de grande importância ou a uma disputa por nonadas, sejamos capazes de abrir mão de reivindicar nossos direitos, em nome da paz e da boa convivência.

Jesus nos aconselha a cultivar a generosidade no coração quando afirma que se alguém nos convidar a dar mil passos, caminhemos dois mil se necessário. E, se outro nos pedir a capa, que também ofereçamos a túnica.

Muitas vezes, pensamos que generoso é aquele capaz de abrir os cofres e distribuir o muito que tem, quando, não raro, esse muito nem falta lhe fará.

A verdadeira generosidade nasce no coração que é capaz de olhar o próximo e o mundo com complacência e compreensão, sabendo que todos estamos sujeitos a erros, tropeços e enganos.

Seremos generosos quando estivermos despreocupados em conjugar o verbo ter... Ter algo, ter razão, ter alguém, pois nossas preocupações serão as de oferecer... a gentileza, a amizade, a companhia, a compreensão.

Claro que poderemos ensaiar os primeiros passos de generosidade tocando o bolso, para oferecer aquilo que nos sobra aos que têm tão pouco.

Porém, poderemos sempre investir mais e permitir que a generosidade ganhe espaço em nosso mundo íntimo, quando formos capazes de esquecer um tanto de nossas vontades, nossas razões, nossos anseios, para simplesmente semearmos, nos caminhos alheios, as flores perfumadas com a brisa da fraternidade.

* * *

Todos os que estendem mãos invisíveis para sustentar vidas, instituições nobres, são semeadores dos tempos novos.

Graças a eles muitos vivem, outros sobrevivem. Alguns despertam da tristeza, inúmeros os imitam, seguindo-lhes as pegadas.

Semeadores generosos, anônimos, perseverantes. Servidores de Jesus.

Que tal aderirmos à generosidade nós também?

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A MISSÃO DA MATERNIDADE

 

O Bispo de La Serena, Chile, Dom Ramon Angel Jara, teve oportunidade de escrever um texto muito poético que diz:

Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus.

Pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo. Que, sendo moça, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças todas da juventude.

Quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida.

Quando sábia, assume a simplicidade das crianças. Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama. Rica, sabe empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos.

Forte, estremece ao choro de uma criancinha. Fraca, se revela com a bravura dos leões.

Viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam.

Morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios.

Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas esse álbum. Porque eu a vi passar no meu caminho.

Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página. Eles lhes cobrirão de beijos a fronte. Digam-lhes que um pobre viandante, em troca da suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria mãe.

Na atualidade, a mulher assumiu muitos papéis. Lançou-se no mundo e se transformou na operária, juíza, cientista, professora, militar, policial, secretária, empresária, presidente, general e tudo o mais que, no passado, era privilégio do homem.

A mulher se tornou em verdade uma super-mulher que, além dos afazeres domésticos, conquistou o seu espaço no mercado de trabalho.

Naturalmente, não para competir com o homem, mas para somar com ele, pois dos esforços de ambos resulta o sustento e o bem-estar da família.

A rainha do lar se transformou na mulher que atua e decide na sociedade.

Das quatro paredes do lar para o palco do mundo. Contudo, essa mulher senadora, escriturária, deputada, médica, administradora de empresa não perdeu a ternura.

Ela prossegue a acolher em seu ninho afetivo o esposo e os filhos.

Equilibrada e consciente, ela brilha no mundo e norteia o lar. Embora interprete muitos papéis, ela não esqueceu do seu mais importante papel: o de ser mãe.

* * *

Dentre todas as mulheres que se projetaram no mundo, realizando grandes feitos, a nossa lembrança recua no tempo buscando uma mulher especial.

A história não lhe registra grandes discursos, mas o Evangelho lhe aponta gestos e palavras que valem muito mais.

Mãe de um filho que revolucionou a História, manteve-se firme na adversidade, na dor, exemplificando o que ele ensinara.

Não deixou testamento, riquezas ou haveres mas legou à Humanidade a excelente lição da mulher que gera o filho, alimenta-o e o entrega ao mundo para servir ao mundo.

Seu nome era Maria... Maria de Nazaré.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um poético e autêntico retrato de uma genitora – nossa homenagem à toda mulher-mãe, do jornal Correio fraterno do ABC, de maio de 2000 e no texto Retrato de mãe, de Dom Ramon Angel Jara, Bispo de La Serena, Chile, tradução de Guilherme de Almeida.

Por que se atrasa?

 

Era uma tarde de domingo e o parque estava repleto de pessoas que aproveitavam o dia ensolarado para passear e levar seus filhos para brincar.

O vendedor de balões havia chegado cedo, aproveitando a clientela infantil para oferecer seu produto e defender o pão de cada dia.

Como bom comerciante, chamava atenção da garotada soltando balões para que se elevassem no ar, anunciando que o produto estava à venda.

Não muito longe do carrinho, um garoto negro observava com atenção. Acompanhou um balão vermelho soltar-se das mãos do vendedor e elevar-se lentamente pelos ares.

Alguns minutos depois, um azul, logo mais um amarelo, e finalmente um balão de cor branca.

Intrigado, o menino notou que havia um balão de cor preta que o vendedor não soltava.

Aproximou-se meio sem jeito e perguntou:

Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros?

O vendedor sorriu, como quem compreendia a preocupação do garoto, arrebentou a linha que prendia o balão preto e, enquanto ele se elevava no ar, disse-lhe:

Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.

O menino deu um sorriso de satisfação, agradeceu ao vendedor e saiu saltitando, para confundir-se com a garotada que coloria o parque naquela tarde ensolarada.

*   *   *

O preconceito é uma praga que se alastra nas sociedades e vai deixando um rastro de prejuízos, tanto físicos como morais.

O preconceito de raça tem feito suas vítimas, ao longo da História da Humanidade.

Mas não é somente o preconceito racial que tem sido causa de infelicidade. Esse malfeitor também aparece disfarçado sob outras formas para ferir e infelicitar.

Por vezes, surge como defensor da religião, espalhando a discórdia e a maldade, o sectarismo e os ódios sem precedentes.

Outras vezes apresenta-se em nome da preservação da raça, gerando abismos intransponíveis entre os filhos de Deus.

Também costuma travestir-se de muro entre as classes sociais, fortalecendo o egoísmo, o orgulho, a inveja e o despeito.

Podemos percebê-lo, ainda, agindo como barreira entre a inteligência e a ignorância, disfarçado de sabedoria, impedindo que o mais esclarecido estenda a mão ao menos instruído.

O preconceito também costuma aparecer travestido de patriotismo, criando a falsa expectativa de supremacia nas mentes contaminadas pela soberba.

Ele também pode ser percebido com aparência de idealismo político, explorando mentes juvenis inexperientes e sonhadoras, que são usadas como massa de manobra.

Como se pode perceber, o preconceito é um inimigo público que deveria ser combatido como se combate uma epidemia.

Essa chaga social tem emperrado as rodas do progresso e da paz.

Por essa razão, vale empreender esforços para detectar sua ação, sob disfarces variados, e impedir sua investida infeliz.

Começando por nós mesmos, vamos fazer uma autoanálise para verificar se o preconceito não está instalado em nosso modo de ver, de sentir, comandando nossas atitudes diárias.

Depois, extirpar de vez por todas esse mal que teima em nos impedir de viver a solidariedade e a fraternidade sem limites, como propôs o Mestre de Nazaré.

*   *   *

A fraternidade é a chave que rompe as amarras que nos retém nas baixadas, quais balões cativos, e nos permite ganhar as alturas, elevando-nos acima das misérias humanas.

Para isso, lembremo-nos do vendedor de balões e ouçamos a sábia advertência da nossa própria consciência:

Não é a cor, nem a raça, nem a posição social, nem a religião, nem as aparências externas, filho, é o que está dentro de você que o faz subir.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita com base no conto, O vendedor de balões, do livro As 100 mais belas parábolas de todo os tempos, de Alexandre Rangel, ed. Leitura.

APRENDE-SE COM O EXEMPLO

 

Quantas vezes você reclamou da sujeira das ruas? Quantas vezes adjetivou como relaxada a pessoa que joga papel, lata, pacotes vazios pela janela do carro, emporcalhando a rodovia?

Normalmente, a reação é de desagrado e se costuma afirmar que quem assim procede é porque lhe falta educação.

Contudo, uma questão existe que parece escapar à observação superficial. É que, de um modo geral, algumas pessoas, porque veem sujeira em locais públicos, resolvem por também serem descuidadas.

O papel da bala, do bombom, que poderia ser guardado no bolso ou na bolsa até chegar a uma lixeira, é descartado em qualquer lugar. Isto é, no chão.

Por acreditar que se aprende pelo exemplo, um taxista inovou com seu carro. Quando ainda era empregado de limpeza numa empresa de táxis, observara que, no fim do dia, os táxis pareciam uma lata de lixo.

Eram papéis jogados ao chão, assentos e puxadores das portas pegajosos. Tão logo conseguiu sua carteira de motorista profissional pôs em prática a sua ideia.

Lustrou bem o táxi que lhe deram para dirigir. Arranjou um tapete bonito.

Cada vez que um passageiro saía, ele verificava se tudo estava em ordem para o cliente seguinte.

Voltava sempre com o táxi impecável para a empresa. Logo mais, resolveu colocar umas reproduções pequenas de quadros célebres, no interior do carro.

Vinte e cinco anos depois, esse taxista afirmou: Ninguém me decepcionou. Cada passageiro que entrava, comentava como o táxi era bonito, diferente. E ninguém deixava nenhuma sujeira nele: nem papéis, nem restos de casquinhas de sorvete, nem chicletes.

Nem um pouquinho de lixo. E filosofando, concluiu: As pessoas gostam de coisas bonitas. Se plantarmos mais árvores e flores pela cidade, se tornarmos os edifícios mais atraentes, aposto que mais pessoas iriam utilizar as latas de lixo.

Aquele motorista tem uma boa dose de razão. Todos nós, com o dom da vida, recebemos também um senso estético.

A maior parte das pessoas não precisa aprender sobre a raridade da beleza, do bom tom. Age e reage quando a encontra.

E, se tiver o sentimento de que faz parte dessa beleza, contribuirá para que ela se estenda por todos os lugares.

E são essas pessoas que continuam fazendo a grande diferença no mundo. São essas que dão exemplos para os que ainda não têm olhos de ver.

Essas veem uma lata abandonada na calçada e a recolhem, para jogá-la, logo adiante, na lixeira. Alguns mais corajosos, quando observam alguém descartando papéis pela rua, se aproximam e alertam ao descuidado: Amigo, o senhor deixou cair alguma coisa ali atrás.

São essas criaturas que primam pela seleção do lixo, que o acondicionam bem e disponibilizam, nos dias certos, para a coleta pública.

São essas criaturas que se preocupam com a reciclagem, com o descarte correto dos produtos. Criaturas que plantam flores, regam jardins, mantêm o quintal e a frente de sua casa sempre limpos.

Que tal engrossarmos as fileiras desse tipo de pessoa? Afinal, quem não deseja viver entre a beleza, a limpeza, os perfumes e a saúde?

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um táxi meio diferente, de Norman Cousins, de Seleções Reader’s Digest, de dezembro de 1982.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ENCANTE-SE

 

Você já se encantou alguma vez com coisas simples?

Com a água que cai, límpida e transparente, tocando sua pele com carinho, deixando-a aveludada e perfumada...

Com a planta de mil folhas, onde se escondem os vasos condutores da seiva, nos traços mais perfeitos...

Com o mar, na sua imensidão, suas tonalidades esverdeadas e a luz beijando a superfície no vai e vem...

Com o inseto minúsculo, camuflando o seu mini-sistema de vida, com asas desenhadas pelo Pintor perfeito...

Com o sol longínquo, a abraçar seu corpo ofertando poderosa energia em toda a extensão...

Com a inocência da criança, que acredita que o mundo já é perfeito, distribuindo o sorriso sincero e a confiança permanente...

Com a fidelidade dos animais domésticos...

Com a diversidade de raças, rostos e cores que dão vida ao planeta...

Com as cores do arco-íris que se confundem e ao mesmo tempo são distintas...

Com a risada sincera e desembaraçada que limpa a alma e o coração...

Com os alimentos, na sua multiplicidade de cores e sabores que saciam a fome e mantêm as energias das células, sustentando a vida...

Com as montanhas, em múltiplas e sucessivas camadas, sumindo no horizonte...

Com a alegria que brota dos corações, entre amigos sinceros...

Com a inteligência dos homens, que a cada segundo é superada por novas e úteis descobertas...

Com o poder do pensamento, que transforma tudo em realidade...

Com as lições de amor que o meigo Rabi da Galiléia nos deixou...

Enfim, você já se encantou alguma vez com coisas simples como um gesto sincero, sem disfarce?

Com o olhar seguro, sem desvio?

Com o toque suave, com energia?

Com o pensamento puro, sem hipocrisia?

Pense nisso!

As imagens impressas em calendários, cartões postais, folhetos, existem porque alguém se encantou com essas paisagens, flores, animais ou algum detalhe da natureza...

E não precisa muito esforço para perceber essas belezas singelas com que a natureza enfeita nossos caminhos diários.

Vale a pena se deixar encantar com as coisas simples que estão ao nosso redor...

Pense nisso e aproveite as oportunidades!

Encante-se com as coisas simples da vida!

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O poder da doçura

 

O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras.

Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos ele foi tomando volume e se tornando um rio maior.

O viajante continuou a segui-lo. Bem mais adiante o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.

A música das águas atraiu mais o viajante que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras.

Descobriu, finalmente, uma gruta. A natureza criara com paciência caprichosas formas na gruta. Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.

De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, Prêmio Nobel de Literatura de 1913:

Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.

*   *   *

Assim também acontece na vida. Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas.

E existem as pessoas suaves, que sabem dosar a energia e tudo conseguem. São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante.

Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo.

E conseguem modificar muitas coisas. Um sábio exemplo foi de Madre Teresa de Calcutá.

Antes dela e depois dela tem se falado em altos brados sobre miséria, fome e enfermidades que tomam comunidades inteiras.

Ela observou a miséria, a morte e a fome rondando os seus irmãos, na Índia. Tomou uma decisão. Agiu. Começou sozinha, amparando nos braços um desconhecido que estava à beira da morte nas ruas de Calcutá.

Fundou uma obra que se espalhou, com suas Casas de Caridade, por todas as nações.

Teve a coragem de se dirigir a governantes e homens públicos para falar de reverência à vida, de amor, de ação.

Não gritou, não esbravejou. Cantou a música do amor, pedindo pão e afeto aos pobres mais pobres.

Deixou o mundo físico mas conseguiu insculpir as linhas mestras do seu ideal em centenas de corações. Como a água mansa, ela cantou nos corações e os conquistou, amoldando-os para a dedicação ao seu semelhante.

*   *   *

Há muito amor em sua estrada que, por enquanto, você não consegue valorizar...

Busque se aplicar no dom de ver e, vendo a ação da presença do Criador, que é amor, na expressão mais alta, como conceituou o Apóstolo João, faça de sua passagem pelo mundo um dia feliz.

Se você espera ser útil e desaprova a paralisia do coração, procure amar, porque todos os mistérios da vida e da morte se encontram no amor... pois o amor é Deus!

Redação do Momento Espírita, com pensamento finais do cap. 22 do livro Rosângela, pelo Espírito homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

domingo, 15 de maio de 2011

O QUE VOCÊ É FALA MAIS ALTO

 

Era uma tarde de domingo ensolarada na cidade de Oklahoma. Bobby Lewis aproveitou para levar seus dois filhos para jogar mini-golf. Acompanhado pelos meninos dirigiu-se à bilheteria e perguntou:

- Quanto custa a entrada?

O bilheteiro respondeu prontamente:

- São três dólares para o senhor e para qualquer criança maior de seis anos.

- A entrada é grátis se eles tiverem seis anos ou menos. Quantos anos eles têm?

Bobby informou que o menor tinha três anos e o maior, sete.

O rapaz da bilheteria falou com ares de esperteza:

- O senhor acabou de ganhar na loteria, ou algo assim?

- Se tivesse me dito que o mais velho tinha seis anos eu não saberia reconhecer a diferença. Poderia ter economizado três dólares.

O pai, sem se perturbar, disse:

- Sim, você talvez não notasse a diferença, mas as crianças saberiam que não é essa a verdade.´

Sem a consciência que Bobby tinha da importância de sermos verdadeiros em todas as situações do cotidiano, muitos de nós apresentamos uma realidade distorcida aos nossos filhos.

Tantas vezes, para economizar pequena soma em moedas, desperdiçamos o tesouro do ensinamento nobre e justo.

Desconsiderando a grandeza da integridade e da dignidade humanas, permitimos que esses valores morais sejam arremessados fora, por muito pouco.

Nesses dias de tanta corrupção e desconsideração para com o ser humano, vale a pena refletir sobre os exemplos que temos dado aos nossos filhos.

Às vezes, não só mentimos ou falamos meias verdades, como também pedimos a eles que confirmem diante de terceiros as nossas inverdades.

Agindo assim, estaremos contribuindo para a construção de uma sociedade moralmente enferma desde hoje.

Ademais, o fato de mentirmos nos tira a autoridade moral para exigir que os filhos nos digam a verdade, e isso nos incomoda.

Pensamos que pequenas mentiras não farão diferença na formação do caráter dos pequenos, mas isso é mera ilusão, pois cada gesto, cada palavra, cada atitude que tomamos, estão sendo cuidadosamente observadas e imitadas pelas crianças que nos rodeiam.

Daí a importância da autoridade moral, tão esquecida e ao mesmo tempo tão necessária na construção de uma sociedade mais justa e digna.

E autoridade moral não quer dizer autoritarismo. Enquanto o autoritarismo dita ordens e exige que se cumpra, a autoridade moral arrasta pelo próprio exemplo, sem perturbação.

A verdadeira autoridade pertence a quem já conquistou-se a si mesmo, domando as más inclinações e vivendo segundo as regras de bem proceder.

Dessa forma, o exemplo ainda continua sendo o melhor e mais eficaz método de educação.

Sejamos, assim, cartas vivas de lições nobres para serem lidas e copiadas pelos que convivem conosco.

* * *

Diz o poeta americano Ralph Waldo Emerson:

Quem você é fala tão alto que não consigo ouvir o que você está dizendo.

Em tempos de desafios e lutas, quando a ética e a moral são mais importantes que nunca, assegure-se de ter deixado um bom exemplo para aqueles com quem você trabalha ou convive.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Histórias para aquecer o Coração.

sábado, 14 de maio de 2011

NÃO PRECISA MUDAR O MUNDO

 

 

Era uma vez um rei que governava um próspero país. Um dia ele resolveu conhecer algumas áreas distantes de seu país. Por vários dias ele percorreu grande extensão de estradas. Mas quando retornou ao seu palácio, chamou seus súditos e reclamou que seus pés estavam feridos e doíam muito. Afinal, era a primeira vez que ele fazia uma viagem tão longa por estradas tão ásperas e cheias de pedregulhos.

Pensou numa maneira de resolver o problema e logo teve uma idéia. Ordenou que seus servos recobrissem todas as estradas do seu país com couro. Seria uma obra muito cara, pois custaria a vida de milhares de vacas e bois.

Então, um dos mais sábios entre os servos ousou fazer uma sugestão ao rei dizendo-lhe:

Por que o rei tem que gastar essa enorme quantia de dinheiro? Não seria mais prático e mais barato mandar cortar um pequeno pedaço de couro para cobrir seus pés?

O rei ficou surpreso, mas aceitou a sugestão. Mandou cortar um pedaço de couro e fazer uma proteção para seus pés, a fim de evitar os ferimentos nas próximas viagens. 

Às vezes nós também costumamos ter idéias semelhantes à do rei, tentando resolver os problemas da maneira mais difícil.

Insatisfeitos com o mundo, desejamos mudá-lo, em vez de efetuar as mudanças necessárias em nós mesmos.

Movidos pelo desejo de pavimentar estradas sem espinhos nem obstáculos, esquecemos das proteções que devemos construir na intimidade da própria alma, e queremos mudar a situação ao redor a todo custo.

Se não desejamos sofrer os ferimentos da vaidade, é preciso recobrir a alma com a proteção da MODÉSTIA.

Se queremos evitar os pedregulhos do orgulho, é necessário proteger a alma com o algodão da HUMILDADE.

Se não desejamos sofrer a dor provocada pelos espinhos do egoísmo, busquemos desenvolver a couraça da FRATERNIDADE.

Se a situação ao redor nos desagrada e nos fere com freqüência, o melhor a fazer é buscar a reformulação dos próprios atos, na certeza de que NÃO PRECISAMOS MUDAR O MUNDO, MAS EFETUAR AS REFORMAS NECESSÁRIAS EM NOSSO COMPORTAMENTO, EM NOSSA FORMA DE SER.

A melhor maneira de nos proteger dos pedregulhos da caminhada, evitando os ferimentos, é revestir a alma com o couro da verdadeira CARIDADE, entendendo que o mais infeliz é sempre aquele que fere, aquele que ofende.

Jesus, o sublime Galileu, experimentou todo tipo de agressão e, no entanto, nunca perdeu a SERENIDADE e foi sempre o vitorioso. Que importava se o mundo exterior era cheio de pedregulhos e espinhos se sua alma estava revestida de paz e confiança em Deus?

Jesus, mesmo sendo o Espírito mais sábio de que se teve notícias, jamais desejou mudar o mundo, mas deixou sempre o convite para todos aqueles que querem seguir a sua trilha. A trilha que conduz à FELICIDADE plena, acima das imperfeições deste mundo.

Assim, se você está indignado com a situação a sua volta e deseja mudar o mundo, lembre-se que isso SÓ SERÁ POSSÍVEL COMEÇANDO POR MUDAR-SE A SI MESMO.

* * * 

Toda mudança exige ESFORÇOS e uma grande dose de CORAGEM.

A maioria de nós prefere criticar os outros e responsabilizá-los pelo que não está certo.

No entanto, às vezes é preciso um AUTO-ENFRENTAMENTO com toda sinceridade a fim de repensar atitudes e tomar decisões importantes para o próprio crescimento.

O que não devemos esquecer jamais, é que somos espíritos milenares e que trazemos uma grande soma de experiências e hábitos adquiridos ao longo da caminhada evolutiva.

E precisamos admitir a hipótese de que somos os construtores da própria infelicidade de hoje, graças aos hábitos dos quais não queremos abrir mão.

E se assim é, se desejamos alcançar a felicidade almejada, é preciso despojar-nos do manto escuro das imperfeições que nos pesa nos ombros, a fim de alçar o vôo definitivo em direção à luz.

(Redação do Momento Espírita, baseado em texto retirado de

"The Prayer of the Frog", tradução de Sérgio Barros.)

Camelos também choram

 

Primavera no deserto de Gobi, sul da Mongólia. Uma família de pastores nômades assiste ao nascimento de filhotes de camelo.

A rotina é quebrada com o parto difícil de um dos camelinhos albinos. A mãe, então, o rejeita. O filho ali, branquinho, mal se sustentando sobre as pernas, querendo mamar e ela fugindo, dando patadas e indo acariciar outro filhote, enquanto o rejeitado geme e segue inutilmente a mãe na seca paisagem. A família mongol e vizinhos tentam forçar a mãe camela a alimentar o filho. Em vão.

Só há uma solução, diz alguém da família. Mandar chamar o músico. E o milagre começou musicalmente a acontecer. Dois meninos montam agilmente seus camelos, numa aventura até uma vila próxima, tentando encontrar o músico.

É uma vila pobre, mas já com coisas da modernidade, motos, televisão, e, na escola de música, dentro daquele deserto, jovens tocam instrumentos e dançam, como se a arte brotasse lindamente das pedras.

O professor de música, qual um médico de aldeia chamado para uma emergência, viaja com seu instrumento de arco e cordas para tentar resolver a questão da rejeição materna.

Chega. E ali no descampado, primeiro coloca o instrumento com uma bela fita azul sobre o dorso da mãe camela. A família mongol assiste à cena.

Um vento suave começa a tanger as cordas do instrumento. A natureza por si mesma harpeja sua harmônica sabedoria. A camela percebe. Todos os camelos percebem uma música reordenando suavemente os sentidos.

Erguem a cabeça, aguçam os ouvidos e esperam. A seguir, o músico retoma seu instrumento e começa a tocá-lo. A dona da camela afaga o animal e canta.

E, enquanto cordas e voz soam, a mãe camela começa a acolher o filhote, empurrando-o docemente para suas tetas. E o filhote, antes rejeitado e infeliz, vem e mama, mama, desesperadamente feliz.Enquanto se alimenta e a música continua, acontece então um fato impressionante.

Lágrimas desbordam umas após outras dos olhos da mãe camela, dando sinais de que a natureza se reencontrou a si mesma, a rejeição foi superada, o afeto reuniu num todo amoroso os apartados elementos.

*   *   *

Nós, humanos, na plateia, olhamos estarrecidos. Maravilhados. Os mongóis em cena constatam apenas mais um exercício de sua milenar sabedoria.

E nós, que perdemos o contato com o micro e o macrocosmos, ficamos pasmos com nossa ignorância de coisas tão simples e essenciais.

Os antigos falavam da terapêutica musical. Casos de instrumentos que abrandavam a fúria, curavam a surdez, a hipocondria e saravam até a mania de perseguição.

O pensamento místico hindu dizia que a vida se consubstancia no Universo com o primeiro som audível - um ré bemol - e que a palavra só surgiria mais tarde.

E nós, da era da tecnologia, da comunicação instantânea, dos avanços científicos jamais sonhados... E nós? O que sabemos dessas coisas?

Coisas que os camelos já sabem, que os mongóis já vivem. Coisas dos sentimentos, coisas do coração. O que sabemos nós?

Será que sabíamos que os camelos também choram?

Redação do Momento Espírita com base em crônica de

Affonso Romano de Sant´anna, encontrada no

http://acaodopensamento.blogspot.com.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

UM NOVO OLHAR

 

Em algum momento da vida, enquanto crianças, jovens ou adultos, muitos de nós, talvez, já nos tenhamos perguntado se a família que temos é a que realmente merecemos.

Pode ser que tenhamos desejado, mesmo que por um breve instante, ter pais diferentes, mais dedicados e afetuosos.

Pais que, enquanto éramos crianças, tivessem nos carregado mais no colo, que tivessem trabalhado menos e brincado mais.

E que, quando éramos jovens ou mesmo na fase adulta, tivessem valorizado mais nossas conquistas, vibrado mais por cada obstáculo superado ou que tivessem, simplesmente, nos feito mais companhia.

Por vezes, desejamos irmãos que fossem mais companheiros. Quantos de nós não gostaríamos de ter um irmão que enfrentasse o mundo para nos defender?

Com a maturidade e o desenvolvimento moral, é de se esperar que mudemos um pouco esses questionamentos.

Ao invés de cobranças, perguntemos a nós mesmos quanto de afeto nossos pais receberam na infância. Será que tiveram uma infância feliz? Será que foram cercados da devida atenção, de compreensão e carinho?

Será que, quando jovens, eles tiveram pais que se fizeram presentes? Quais dificuldades afetivas ou materiais tiveram que superar?

Levemos em consideração que, talvez, eles tenham feito o melhor que puderam. Por mais que possa parecer pouco o que fizeram por nós, filhos, talvez esse pouco que nos ofertaram, seja muito mais do que um dia receberam.

Talvez eles tenham superado a si mesmos, tenham vencido obstáculos invisíveis para tentarem ser melhores pais.

Como filhos, temos deveres intransferíveis para com nossos genitores. Toda gratidão, carinho, afeição e respeito são pouco para retribuir o que fizeram por nós.

Eles nos deram a oportunidade do renascimento na carne, a assistência desde antes do berço e a grandeza de gestos de sacrifício e abnegação.

A nossa ingratidão para com os pais é um dos mais graves enganos que o Espírito pode cometer no caminho evolutivo. Devemos amar e respeitar os nossos genitores.

Em relação aos pais que fugiram à responsabilidade, nós, filhos, não devemos julgá-los com severidade. Sejamos tolerantes e compreensivos. Se fracassaram, um dia reconhecerão o erro e terão oportunidade de repará-lo.

* * *

Renascemos na família de que se tem necessidade e nem sempre naquela que se gostaria. Os afetos e desafetos são instrumentos para nossa própria evolução.

Enquanto nossos pais estiverem fortes, sejamos a companhia e a jovialidade. Quando fracos, sejamos a proteção e o socorro. Quando sadios, ofertemos-lhes a alegria. Quando enfermos, ofereçamos-lhes o sustento e a assistência.

* * *

Busca crescer com a tua família e dá-lhe a mão enquanto possas. Envolve teus pais no carinho, gratidão e paciência. Oferta aos teus irmãos tolerância e respeito.

Seja qual for o lar em que te encontres, se não fores compreendido ou amado, esforça-te para amar e compreender.

Nos momentos de dificuldade, ora e, com certeza, contarás com o auxílio Divino e a proteção dos Guias espirituais.

Aproveita a família consanguínea pois ela é a oportunidade de luta e progresso ofertada pelo Criador.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. O adolescente diante da família, do livro Adolescência e vida, e no cap. 17 do livro Leis morais da vida, ambos pelo Espírito Joanna de Ãngelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

FALANDO AOS PÁSSAROS

 

 

Em tempos em que se fala a respeito de meio ambiente, ecologia, mundo sustentável, pensamos em quantas criaturas no mundo já nos exemplificaram a importância de viver em harmonia com o meio ambiente.

Mesmo porque nós, criaturas humanas, fazemos parte desse meio. Lembramos de Francisco de Assis que, no Século XIII tinha cuidados extremos com os animais.

Animais selvagens, maltratados por outras pessoas, costumavam fugir para junto dele. Em sua presença, encontravam refúgio.

Frequentemente libertava cordeiros da ameaça da morte porque sentia compaixão. Chegava a retirar minhocas da estrada para que não fossem esmagadas pelos passantes.

Ele chamava a todos os animais de irmãos e irmãs.

Narram seus biógrafos, com leves alterações de forma e conteúdo, que certa feita, regressando a Assis, parou na estrada a uns dez quilômetros da cidade.

Estava aborrecido com a indiferença de muita gente. Anunciou que provavelmente seria ouvido com mais respeito pelos pássaros.

Ele viu uma multidão de pássaros reunidos: pombos, corvos e gralhas.

Foi em sua direção, deixando seus companheiros na estrada. Quando estava bem perto das aves, saudou-as:

Que o Senhor vos dê a paz.

Surpreendeu-se porque os pássaros não voaram. Mexeram e viraram seus pescoços e ficaram ali, esperando.

Cheio de alegria, Francisco lhes pediu que ouvissem as suas palavras. E discursou:

Meus irmãos pássaros, vocês devem louvar seu Criador. E amá-Lo sempre.

Ele lhes dá penas para vestir, asas para voar e tudo de que necessitam.

Deus lhes dá um lar na pureza do ar. E, embora vocês não plantem, nem realizem colheitas, Ele mesmo os protege e cuida.

Os pássaros abriram as asas e os bicos e continuaram olhando para ele.

Francisco passou por entre eles, indo e vindo, tocando suas cabeças e corpos com sua túnica.

Ao finalizar sua fala, os abençoou e lhes deu permissão para que voassem a outro lugar.

Alguns dirão que isso é lenda. Mas é de conhecimento geral que certos homens e mulheres possuem um vínculo singular com animais.

Pessoas sem qualquer treinamento especial, muito frequentemente, parecem saber os gestos ou tons de voz que são tranquilizadores.

E os animais sentem a simpatia, a delicadeza, a boa vontade e reagem a isso de maneiras consideradas, por vezes, maravilhosas.

O que ressalta do fato é que com sua atitude, Francisco ensinava que todas as criaturas na Terra merecem respeito.

Lecionava o amor pela natureza e que podemos estabelecer laços com todos os seres viventes.

Pensemos nisso pois já aprendemos que tudo em a natureza se encadeia por elos que ainda não podemos apreender.

E apoiemos, quanto possível, os movimentos e as organizações de proteção aos animais, através de atos de generosidade cristã e humana compreensão.

Lembremos: a luz do bem deve fulgir em todos os planos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Oito (1209-1210) do livro Francisco de Assis, o santo relutante, de Donald Spoto, ed. Objetiva; no item 604 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb e no cap. 33 do livro Conduta espírita, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Waldo Vieira, ed. Feb.

DECADÊNCIA

Recebi de um amigo.

Cada vez que vejo o Cruzeiro sofrer uma derrota e os atleticanos comemorarem como se fosse um título, eu fico um pouco nervoso, mas ao mesmo tempo me conformo, porque vejo que a única coisa que sempre salva esses torcedores do ostracismo, está acabando..., sem que eles mesmos percebam: a paixão pelo Atlético.   

Uma torcida que sempre foi reconhecida por ser vibrante e apaixonada, mesmo nos diversos momentos difíceis.   

A falta de títulos adoentou boa parcela desses torcedores e até mesmo sua diretoria. Chegaram ao cúmulo de levar uma bandeira do Atlético para ser exibida por um queniano, campeão da São Silvestre e recepcionar e comemorar com jogadores do Estudiantes. Aí sim podemos compreender claramente o sentido de "vergonha alheia".   

Mas os torcedores atleticanos se cansaram de sofrer e esperar por alegrias vindas do próprio time. Cansaram de ser chacota nacional, sendo motivo de piada em programas como Pânico, CQC, Zorra Total, Jornal da Globo e até mesmo na novela das 9.    

Simplesmente deram um basta nisso tudo e assumiram explicitamente que sua única alegria seria comemorar as derrotas do rival Cruzeiro. A partir de então, começaram a torcer contra, vestir várias camisas e, como dizem, "gozar com o pau dos outros".

O atleticano hoje, é um torcedor sem identidade, sem perspectivas e sem vergonha.   

Lamentávelmente, tornaram-se torcedores prostituídos, que um dia torcem pro Borússia, outro pro Estudiantes, pro São Paulo, pro Palmeiras e até pro Once Caldas.

Não sem razão, essa torcida passou a ser conhecida como "ARCO-ÍRIS", pois está sempre vestida como uma cor diferente por não ter time pra torcer. . A DECADÊNCIA:

- Nos anos 80, eram maioria e estavam sempre zoando, pois o Atlético teve uma década muito boa.

- Nos anos 90, o Cruzeiro cresceu e ganhou vários títulos, mas os torcedores atleticanos estavam sempre com o mesmo argumento na ponta da língua: somos campeões brasileiros e vocês não.

- Após 2003, Cruzeiro campeao brasileiro, Tríplice Coroa e dominando tudo, os atleticanos perderam seu único e fajuto argumento, que era o fato de terem sido campeões brasileiros e o Cruzeiro não, mesmo que a maioria nem tivesse visto esse título.   

Sem argumentos, intensificaram zoações preconceituosas, chamando torcedores cruzeirenses de Maria e outras coisas. Mas isso é coisa que toda torcida faz, zoa a outra. O triste é que só restou isso para os atleticanos. Mas lançaram uniforme rosa, contrataram Richarlyson, etc. E lá se vai a única coisa fútil que restava para tentar incomodar os cruzeirenses.. 

Vamos refletir sobre: O clube Atlético Mineiro: - Um time de mais de 100 anos que tem apenas 1 título empoeirado importante. - Time mais zoado do Brasil, chacota nacional até em novela. - Deve até as calças e já pediu esmola na tv várias vezes. - Já foi rebaixado pra 2a divisão e comemorou o acesso à 1a divisão como se fosse título. .

A Torcida: - Numericamente é metade da torcida do Cruzeiro - Abdicou do time pra torcer contra o Cruzeiro e ter alguma alegria. - Se contenta com 2a divisão e eventualmente ganhar um ou outro clássico sem importância. .

A vida é assim, às vezes a gente ganha, às vezes a gente perde. Perder um título é ruim, perder uma Libertadores é doloroso. Mas pra sentir o gosto amargo das derrotas, é preciso conhecer o sabor das conquistas!

E essa é a grande diferença entre o Cruzeiro e o Atlético: O CRUZEIRO VIVE e nós Cruzeirenses vivemos o Cruzeiro.

E o Atlético apenas existe, insignificantemente, perambulando por aí. .

Ele pegou pesado.

FALANDO AOS PÁSSAROS

 

Em tempos em que se fala a respeito de meio ambiente, ecologia, mundo sustentável, pensamos em quantas criaturas no mundo já nos exemplificaram a importância de viver em harmonia com o meio ambiente.

Mesmo porque nós, criaturas humanas, fazemos parte desse meio. Lembramos de Francisco de Assis que, no Século XIII tinha cuidados extremos com os animais.

Animais selvagens, maltratados por outras pessoas, costumavam fugir para junto dele. Em sua presença, encontravam refúgio.

Frequentemente libertava cordeiros da ameaça da morte porque sentia compaixão. Chegava a retirar minhocas da estrada para que não fossem esmagadas pelos passantes.

Ele chamava a todos os animais de irmãos e irmãs.

Narram seus biógrafos, com leves alterações de forma e conteúdo, que certa feita, regressando a Assis, parou na estrada a uns dez quilômetros da cidade.

Estava aborrecido com a indiferença de muita gente. Anunciou que provavelmente seria ouvido com mais respeito pelos pássaros.

Ele viu uma multidão de pássaros reunidos: pombos, corvos e gralhas.

Foi em sua direção, deixando seus companheiros na estrada. Quando estava bem perto das aves, saudou-as:

Que o Senhor vos dê a paz.

Surpreendeu-se porque os pássaros não voaram. Mexeram e viraram seus pescoços e ficaram ali, esperando.

Cheio de alegria, Francisco lhes pediu que ouvissem as suas palavras. E discursou:

Meus irmãos pássaros, vocês devem louvar seu Criador. E amá-Lo sempre.

Ele lhes dá penas para vestir, asas para voar e tudo de que necessitam.

Deus lhes dá um lar na pureza do ar. E, embora vocês não plantem, nem realizem colheitas, Ele mesmo os protege e cuida.

Os pássaros abriram as asas e os bicos e continuaram olhando para ele.

Francisco passou por entre eles, indo e vindo, tocando suas cabeças e corpos com sua túnica.

Ao finalizar sua fala, os abençoou e lhes deu permissão para que voassem a outro lugar.

Alguns dirão que isso é lenda. Mas é de conhecimento geral que certos homens e mulheres possuem um vínculo singular com animais.

Pessoas sem qualquer treinamento especial, muito frequentemente, parecem saber os gestos ou tons de voz que são tranquilizadores.

E os animais sentem a simpatia, a delicadeza, a boa vontade e reagem a isso de maneiras consideradas, por vezes, maravilhosas.

O que ressalta do fato é que com sua atitude, Francisco ensinava que todas as criaturas na Terra merecem respeito.

Lecionava o amor pela natureza e que podemos estabelecer laços com todos os seres viventes.

Pensemos nisso pois já aprendemos que tudo em a natureza se encadeia por elos que ainda não podemos apreender.

E apoiemos, quanto possível, os movimentos e as organizações de proteção aos animais, através de atos de generosidade cristã e humana compreensão.

Lembremos: a luz do bem deve fulgir em todos os planos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Oito (1209-1210) do livro Francisco de Assis, o santo relutante, de Donald Spoto, ed. Objetiva; no item 604 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb e no cap. 33 do livro Conduta espírita, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Waldo Vieira, ed. Feb.

domingo, 8 de maio de 2011

A MULHER MÃE

 

O mês de maio é dedicado às mães. Tudo começou nos Estados Unidos, com Anna Jarvis.

No segundo domingo de maio de 1907, ela resolveu transferir para todas as mães do mundo a homenagem que seus amigos prestavam para sua própria mãe, Anna Reeves Jarvis.

A idéia foi abraçada em nosso país em 1919, mas somente em 1932, por Decreto Presidencial, passou a se dedicar o segundo domingo de maio para se homenagear as mães.

O interessante, no episódio, é que alguns de nós nos recordamos que temos mãe somente no dia em que o calendário assinala.

E, contudo, mãe é uma personagem fundamental em nossas vidas.

O cineasta espanhol Pedro Almodóvar narra suas experiências com sua mãe.

Diz se lembrar dela em todos os momentos de sua vida. Recorda como ela era extremamente criativa. Uma pessoa de iniciativa.

Em uma época que viveram num pequeno povoado espanhol onde a vida era difícil, porém barata, sua mãe começou a trabalhar como leitora e escrevedora de cartas.

Com o que ganhava complementava o salário do marido. O menino Pedro, à época com 8 anos, começou a observar que o texto que a mãe lia não correspondia ao que estava no papel.

Parte ela inventava. As vizinhas nem tomavam conhecimento disso, porque o inventado era algo que preenchia aquelas vidas.

Ela acrescentava uma observação de carinho, de afeto que a carta não trazia.

Era como se ela preenchesse as lacunas das cartas para tornar aquelas vidas sofridas mais alegres.

Os improvisos passaram a falar mais alto para o menino Pedro. Continham uma grande lição.

Estabeleciam a diferença entre a ficção e a realidade e o quanto a realidade necessitava da ficção para ser completa, mais agradável, mais fácil de se viver.

Possivelmente por passar a olhar a vida por este ângulo, escolheu a carreira de cineasta.

Todos nós percebemos, às vezes somente depois que elas se vão, que as mães são extremamente importantes.

Não necessitam, verdadeiramente, fazer nada de especial para serem essenciais, importantes, inesquecíveis, didáticas. Elas simplesmente o são.

Quem não se recordará das primeiras lições aprendidas com aquela personagem única?

Quem não haverá de se lembrar com emoção das noites de mal estar em que ela ficou sustentando-nos o corpo contra o seu, num aconchego de carinho?

A primeira ida ao colégio, a mão protetora. O afago no dia da desilusão da perda de um jogo na escola.

O enxugar das nossas lágrimas no dia do insucesso na peça teatral, em que esquecemos o texto e vimos a turma toda a nos olhar, em expectativa.

* * *

Há sempre renúncia na mulher que opta por ser mãe. No anonimato da sua abnegação, ela permanece vigilante aos deveres assumidos com alegria junto ao filho.

Frutos do seu devotamento, conseguimos vencer a noite do tempo e brilhar no Mundo.

Enquanto as mães se multiplicarem no Mundo podemos guardar a certeza do descortinar de um futuro melhor para a Humanidade.

 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo O último suspiro, de Pedro Almodóvar, publicada em Seleções Reader´s Digest, maio.2000 e no cap.  2 do livro Terapêutica de Emergência, de Espíritos diversos, psicografado por Divaldo Pereira Franco, ed.  Leal.

sábado, 7 de maio de 2011

DIVINA PRESENÇA

 

Quando você nasceu na Terra, parecia um pássaro semimorto que a tempestade arremessara numa praia esquecida.

Então, apareceu uma imensa ternura num coração de mulher.

Pelas mãos maternas você foi lavado e alimentado milhares de vezes.

Simplesmente por amor.

Você cresceu forte.

Quando o véu da ingenuidade infantil envolvia sua cabecinha, os professores se deram conta da sua inteligência. E a alimentaram com as primeiras letras e com toda a riqueza que a escola proporciona.

Você se tornou jovem.

E no vigor da sua juventude, a despreocupação era a tônica dos seus dias.

Foi então que amigos notaram o seu caráter de nobreza nos gestos e direcionaram a sua jornada para as bênçãos do trabalho.

Você se enriqueceu de experiência.

Na madureza, a enfermidade veio lhe fazer uma demorada visita.

Quando todos já imaginavam que você partiria para a grande viagem, médicos diligentes estenderam o remédio eficaz e a força sublime que havia dentro de você venceu a doença.

Recuperado, você retornou às lides.

Então houve horas de incompreensão, pressões profissionais, situações de desconforto, criadas pela inveja e pela calúnia.

Nessas horas, em meio às lágrimas doridas, você pôde ouvir canções de conforto, conclamando-o à esperança e à alegria.

Passou o tempo. Dobraram-se os anos.

Por onde quer que você siga, percebe a luz invisível que clareia os seus pensamentos.

Se você sofre, é o apoio que chega.

Se você erra, é a voz que corrige. Se você teme ou vacila ante inusitada situação, é o braço que sustenta.

Se você se encontra mergulhado em solidão, é a companhia que consola.

Em todos os momentos da sua vida, dos primeiros vagidos aos da atualidade, em qualquer circunstância, você depende desse alguém.

Falamos de Deus, nosso Pai, a quem devemos aprender a amar e respeitar, pois nos encontramos Nele como o fruto na árvore.

Ele nos sustenta e Sua seiva nos dessedenta.

E mesmo que tudo pareça contra nós, abandonados ou incompreendidos pelos afetos, sofrendo os golpes da adversidade mais rude, nunca estaremos distantes da presença de Deus.

* * *

Deus nos proporciona momentos diversos para enriquecermos nosso Espírito.

Assim, a presença da enfermidade é momento para meditação sobre a fragilidade orgânica.

A manifestação da saúde é momento de agir no bem, valorizando-a.

O ensejo da oração é momento de iluminação interior.

A hora da provação é momento de resgate libertador.

Pensemos nisso e aproveitemos todos os momentos como dádivas de Deus.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap.  44 do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.  Feb e no prefácio do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.  Leal.

Ante os testemunhos

 

Segundo o Evangelho, na iminência de Seu martírio, Jesus dirigiu-Se ao Getsêmani com os discípulos.

Acompanhado de três deles, afastou-Se um pouco para orar.

Declarou-Se triste, pediu que vigiassem com Ele e orou.

Absolutamente tudo o que Jesus fez durante Sua jornada terrena é pleno de significados.

Ele é o Modelo e Guia dado por Deus à Humanidade.

Forte como nenhum homem jamais o foi, por Suas virtudes, mas ainda assim sujeito às intempéries da vida terrena.

Em face do grande testemunho que se avizinhava, esse Homem Superior lançou mão de duas providências.

Primeiro, cercou-Se de Seus amigos queridos e partilhou com eles Suas angústias.

Segundo, entrou em contato com a Divindade por meio da oração.

No mundo, o homem está sempre às voltas com testemunhos.

Em sua fragilidade, a cada instante é colocado à prova.

Diferente de Jesus, pleno de pureza, bondade e sabedoria, o homem comum está sujeito às tentações e às dúvidas.

Frequentemente se indaga a respeito de qual o melhor caminho a seguir.

Hesita, sente-se fraco e teme não conseguir vencer as provações.

Mesmo quando decidido, às vezes fraqueja ao colocar em prática suas boas resoluções.

Essencialmente frágil, o ser humano não se debate apenas com dificuldades pontuais.

Diariamente, ele corre o risco de cometer pequenos e desnecessários equívocos.

Não se trata de pintar um quadro desanimador, mas de ser realista.

O bem é sempre possível e ele invariavelmente ilumina e pacifica.

Apenas, por vezes, as tentações do mundo se apresentam bastante sedutoras.

Nesse contexto, convém recordar o sábio exemplo de Jesus.

Em Sua grandeza, Ele não abdicou de dois sublimes recursos: a oração e a amizade.

A oração coloca o homem em ligação com o Divino.

Faculta que ele receba salutares inspirações e se fortifique.

O hábito de orar constitui um eficiente antídoto contra as loucuras do mundo.

Mas, nessa busca do Alto, importa não esquecer os companheiros de jornada.

As amizades sinceras aquecem o coração e reduzem as carências e fragilidades.

É importante aprender a partilhar as próprias dificuldades e sonhos com algumas pessoas de confiança.

Esse processo de narrar os conflitos íntimos a Deus e ao próximo faculta o autoconhecimento.

Se algo parecer muito vergonhoso para ser partilhado com um amigo querido, é porque jamais deve ser colocado em prática.

Assim, ante seus testemunhos diários, ligue-se a Deus e a seus amigos.

Trata-se de uma valiosa estratégia para que vença a si mesmo e caminhe firme em direção ao alto.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O BEM SEMPRE

 

A liberdade é uma lei da vida e assegura a cada um o direito de escolher os caminhos que deseja trilhar.

Tem como contraparte indispensável a responsabilidade pelo que se decide fazer.

Em algum momento, se é chamado a dar conta dos próprios atos.

Por vezes, a colheita parece tardar, mas ela invariavelmente ocorre.

Nesse contexto, compensa ser um agente do bem, fomentar o progresso e a concórdia.

Uma das formas pelas quais você pode optar pelo bem refere-se ao que fala do semelhante.

Quando convidado a falar sobre alguém, refira-se ao seu lado positivo.

Sempre há algo de bom a ressaltar no próximo.

Essa atitude dá ao outro a oportunidade de renovar as paisagens íntimas infelizes, sem o constrangimento de terceiros saberem de suas dificuldades.

Se alguém age mal em referência a você, inutilmente passará o acontecimento adiante.

Muito ajuda quem não divulga as mazelas do semelhante.

A pessoa que se diz amante da paz e desejosa do bem necessita aprender a policiar a palavra.

A invigilância em relação ao verbo tem sido responsável por muitos dissabores e conflitos desnecessários.

A civilização e a cultura engendram os valores éticos da educação.

Esses valores são eficientes recursos para que o homem se liberte das paixões inferiores que tanto o infelicitam.

Ocorre que desentendimentos, com frequência, o fazem retornar a expressões primitivas, que já deveria ter superado.

Cada palavra feroz ou irônica constitui ingrediente para a combustão do ódio.

Assim, a invigilância com a palavra contribui enormemente para a sementeira da amargura.

É útil e urgente esforçar-se em preservar a paz íntima, mesmo quando estimulado pelos outros a falar e agir de modo diverso.

Os hábitos mentais criam condicionamentos positivos ou negativos.

Quem se permite pensamentos doentios em torno de ódio, suspeita, ciúme e inveja condiciona-se de modo deletério.

Quando colocado em situação difícil, tende a agir conforme os valores nocivos que acalenta no íntimo.

Já quem se habitua a refletir sobre valores como humildade, pacificação e concórdia dispõe de superiores meios para viver dignamente.

Quando confrontado com a antipatia espontânea de alguém, em si mesmo infeliz, consegue manter uma atitude pacífica.

Você sempre reagirá na conformidade do pensamento que cultivar.

Falará e agirá de acordo com seus depósitos mentais, criados no cotidiano.

Assim, atente, quanto possível, para os valores dignificantes do seu próximo.

Procure identificar-lhe as virtudes e possibilidades, em vez dos equívocos que ainda comete.

Ao se acostumar a valorizar o bem, passará a falar e a agir de modo positivo.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 50, do livro Leis morais da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

FELICIDADE, ONDE ESTÁ?

 

Sá de Freitas

Como encontrar você, felicidade,

Se já andei inúmeras distâncias,

Se já corri sertões, sítios, estâncias,

Estados, vilas, capitais, cidades...

Se já adentrei mansões, ranchos, casebres;

Se já falei com com humildes, poderosos,

Analfabetos, doutos, sábios, tolos

E não achei você?

Será você apenas fantasia,

Lenda, folclore, sátira, utopia,

Que não consigo sentir, tão pouco ver?

Por que só enxergo marcas mal traçadas

Que você deixa, num passar de enganos,

Quando assume as mais variadas formas

No pensamento humano?

Por que chega, qual sombra, para aqueles

Que vêem você só no dinheiro ou fama,

No seguro de um emprego bem rentável, na farta mesa e na boa cama;

No poder, prestígio, autoridade, gozo,

Carros, jóias, iate, palacete,

Sexo, beleza, viagens festas

E outras tantas coisas transitórias

Que fazem parte da vida,

Mas não nos levam à vida?

Acontece que quando penso tê-la encontrado,

Você some quando vejo pedintes e desempregados;

Cegos, mudos e tantos sofredores

Ao relento, com frio, esfomeados;

Quando contemplo doentes, órfãos tristes,

Viciados, prostitutas, traficantes;

Quando sei de vítimas de assassinos, ladrões, degenerados;

De corruptos, de injustiça e podridões;

Quando vejo pais que se  expõem desesperados,

Por um litro de leite ou por um pão

E são presos, condenados, sem defesa.

Onde é que está então fugaz espectro?

Aqui, ali ou além do alcance meu?

Ou será que você, que tanto busco,

Está na dor que sinto em meu silêncio,

Ao sofrer com os que sofrem mais que eu?

Ah! Escutei você rindo agora no meu coração,

Porque estendi as mãos para aquele coitado,

Caído no chão.

Agora sei onde encontrar você...

* * *

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Felicidade é, que quando mesmo diante de todas as desgraças da vida, ainda assim, nos sentimos fortes e felizes em ajudar ao próximo.

E. M.

MEU COMPANHEIRO SOLIDÁRIO

 

Silvia Giovatto (faffi)

 

Meu diário, meu companheiro solidário, nas suas páginas eu me encontro em pedaços, e te lendo, me construo por inteira.

Das páginas folheadas, destaco a saudades, que foi por vezes minha fiel companheira.

Aqui edifiquei minhas andanças, e descobri agora entre as páginas lidas, que o amor nunca morre.

Tudo que escrevi no passado sobre o amor assumo hoje, do mesmo jeito, com o mesmo pensamento e diria com mais ênfase, que amor nunca morre...

As pessoas queridas se despedem de nós, deixando saudades, uma imensa saudades que com o tempo, novamente se transforma em amor.

Eu ainda amo minha vovozinha, meus pais, meu irmão e posso me comunicar com eles, através do meu pensamento, da minha imaginação.

Para mim, eles só mudaram de endereço.

O céu não é tão longe quanto parece, a prova disso é  que falo com Deus todos os dias.

Ah, meu companheiro solidário!

hoje escrevi mais uma página da minha história.

Eu escolhi falar sobre o amor, é com ele que estou conquistando o meu mundo, e com ele quero também, escrever o fim da minha história.

VOCÊ É O QUE DESEJA SER

 

 

João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade.

Ao sair pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações.

Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas.

Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes.

Por isso, a primeira coisa que falou para sua secretária, foi:

“Calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress.”

Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte.

Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo.

Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar.

Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação.

Enquanto isso, Mário em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber.

Estava desempregado e naquele dia recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho.

Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil.

Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada.

Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim:

“Sou um desgraçado”, falou. “Meu pai era assim. Bebia, batia em minha mãe. Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu.  Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.”

Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos:

“Por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?”

Emocionado, João respondeu:

“Devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego algum. Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.”

* * *

O que aconteceu com você até agora, não é o que vai definir o seu futuro, e sim a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu.

Nunca lamente o seu passado. Ele já passou, acabou.

Construa você mesmo o seu presente e mude o seu futuro.

Aprenda com seus erros e com os erros dos outros.

O que aconteceu é o que menos importa. Já passou.

O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer.

E esta é uma decisão somente sua, não é de amigos, parentes ou vizinhos.

Você decide o seu dia de amanhã. De tristeza ou de felicidade.

De coisas positivas ou de amargura, sem esperança. Não se preocupe com o que os outros pensam, preocupe-se com você.

Pense nisso! Mas pense agora!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada.