sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Palavras aos companheiros



Meu amigo.

       Aprende a semear a luz no solo dos corações, conduzindo o arado milagroso do amor, para que as sombras da ignorância abandonem a Terra para sempre.
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       Quando o pântano e o espinheiro te ameaçarem a marcha, quando a pedrada infeliz da discórdia ou o golpe imprevisto da incompreensão te ferirem o devotamento, usa a bondade que Jesus te concedeu e avança, trabalhando.
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       Alguém projetou o fel da calúnia sobre o teu nome?
       Esquece e caminha.
       Muitas vezes, o coração do amigo é ainda frágil e cede ao primeiro impulso da arrasadora ventania do mal.
       Alguém escarnece o teu esforço?
       Despreocupa-te e age fraternalmente.
       Não é possível improvisar em alguns minutos o entendimento justo com respeito às realizações respeitáveis que nos felicitam o espírito.
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       Alguém começou a cooperar contigo e desertou da sementeira?
       Silencia e adianta-te.
       Nem todos sabem perseverar no sacrifício pessoal pela vitória do bem, dia a dia, na esteira dos anos incessantes.
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       Alguém te menoscaba a tarefa, subestimando-te o desinteresse pelas posses humanas e o carinho pela divina revelação?
       Olvida e segue.
       É preciso aprender a sofrer com a luta terrestre para reconhecer o conteúdo de ilusão que transborda das fantasias da carne que passa breve.
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       Alguém te acusa gratuitamente?
       Perdoa e movimenta-te na direção do porvir.
       Há muito ódio, muita discórdia, envenenando as almas, e a maldade lança trevas, sobre a fronte dos melhores colaboradores do progresso.
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       Em todas as aflições da romagem, se souberes ver, enxergarás a ignorância oprimindo, vergastando, destruindo.
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       É necessário acender a lâmpada sublime da piedade, avançando sempre.
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       Observa o chão lodacento e inculto, provocando a inquietação e o pavor, quando observado precipício a dentro...
       Mas se arremessares a semente pequenina no leito tenebroso, em breve, a terra endurecida  nua se cobrirá de verdura e perfume, flores e frutos.
       Assim é o campo humano.
       Em toda parte há erosão da penúria espiritual e charcos de dor.
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       Não te detenhas, porém.
       Lança a tua semente de fraternidade e sabedoria, auxílio e compreensão e a ignorância cederá terreno ao teu ideal de ajudar e servir, multiplicando-se as bênçãos de tua lavoura de amor, em benefício da Humanidade inteira.


De “INSTRUMENTOS DO TEMPO”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel