terça-feira, 26 de abril de 2011

DE FRENTE PARA O ESPELHO

Vera Meira Bestene
Fonte: O Mensageiro
http://www.omensageiro.com.br/artigos/artigo-161.htm

“Se conseguíssemos nos separar de nós mesmos, deixando de lado o ego, a vaidade e a fantasia, seríamos capazes de ver a vida como ela realmente é.”

Diante do Espelho - Rick Medeiros


Tantas e tantas vezes temos vontade de gritar, de fugir para fora da própria vida que vivemos sem, entretanto conseguir ver o que realmente está acontecendo, sem conseguir sequer perceber a vida como ela é.

Esta frase de Rick Medeiros em epígrafe nos fala muito, pois tudo o que se precisa para conseguirmos ser felizes e promovermos um real encontro com nós mesmo, é conseguir apartar, deixar de lado completamente, o eu mais profundo de toda a vaidade que estamos revestidos e que proporciona uma vida fantasiosa que esconde a vida que poderíamos e quereríamos viver. Muitas vezes estamos vivendo uma vida superficial, de sorrisos falsos, de brincadeiras mais falsas ainda, com inúmeras coisas que gostarias de fazer e sentir, mas não conseguimos encontrar a brecha, a trinca de onde atravanca nossa evolução e nosso eventual ponto de partida para a verdade e, conseqüentemente, para uma vida melhor. Aí desesperamos com freqüência e surge esta tristeza imensa e inexplicável para os de pouca visão.

Normalmente esquecemos que nossas vidas são continuação do passado, quando, se encarássemos este fato, poderíamos entender o por que da vida que vivemos hoje. Assim, da mesma forma e com a mesma intensidade, precisaríamos nos olhar de frente para o espelho e conseguir ver que a vida de hoje é o alicerce para o futuro, aí sim, nosso comportamento mudaria mesmo.

A vida, tão simples quanto complexa, nos permite situações que nos favorecem o descobrimento de nós mesmo, de nossas virtudes, de nossos defeitos, de nossos anseios e de nossas decepções sendo, portanto capazes de nos ver através do espelho da alma, descobrindo a nós mesmos.

Acredito eu que, como espíritos criados por Deus, simples e ignorantes e que somos colocados aqui neste planeta para aprender e vivenciar cada aprendizado e que depende de nós a evolução, o crescimento, tendo tudo a sua conexão perfeita pois que nada acontece por acaso. Assim, ainda dentro do que acredito e do que pelo estudo e vivência já me sinto capaz de relatar, não estamos aqui somente para viver e aprender, mas, muitas vezes, para ajudar os outros e, sem cobranças, poder colher toda a simplicidade da vida.

Nem todo mundo acredita em vida após a morte ou reencarnação. Sei que todos tem seu próprio tempo e talvez seja meio louco tentar suas vidas por meio de meus valores. Afinal, uma das razões pelas quais estamos aqui é para nos desenvolvermos por nossa própria razão e intelecto, e não pela de outra pessoa, pelo preconceito que já criaram e tentam incutir em nós.

Sei que muitos ainda e algumas religiões ensinam que há apenas uma única vida, mas como explicar os privilégios, as desigualdades?

Por que alguns nascem ricos, enquanto outros lutam para simplesmente sobreviver? Por que alguns vêm ao mundo com corpos e mentes belos e saudáveis, mas outros nascem deformados ou com doenças mentais? Por que alguns vivem com vantagens, enquanto outros cumprem sua jornada em desespero?

Nossas vidas são escolhas, lições e aprendizados, em que o presente é moldado pelo passado, e o futuro pelo presente, mas poucos enxergamos isto.

Olhar no espelho e ver como pode ser bom viver a própria vida aqui e agora, embora seja coerente pedir orientação, conforto e conselhos, para os que estão no mundo espiritual, mas não para viver nossa vida através deles, qualquer que seja a nossa crença. Estamos aqui para aprender e evoluir, e ninguém pode fazer isso por nós. Temos que fazer por nossa própria conta, lembrando sempre que quando conseguimos nos olhar de frente para o espelho, conseguimos ver nossos defeitos e virtudes e, assim, podemos melhorar nossas virtudes e procurar vencer os defeitos, eliminando-os tanto quanto possível de nossas vidas. O caminho pode ser árduo, mas todos sempre temos ajuda, mesmo que não tenhamos ainda a capacidade de percebê-la.

ARTE DA CONVIVÊNCIA CONJUGAL

 

 

É comum se pensar que os casamentos mais sólidos são aqueles que sobrevivem a grandes traumas. Digamos, uma infidelidade conjugal ou uma falência.

Contudo, a verdade é que a duração do matrimônio está na razão direta da arte da convivência conjugal.

Conviver todos os dias, aguentando as pequenas coisas um do outro, por exemplo. Suportar que ele aperte o tubo de pasta de dentes bem no meio, enquanto ela insiste que deva ser bem no finzinho, por uma questão de estética e de economia.

Ou ainda, ele não auxiliar nas tarefas domésticas. Ela ser sensível demais.

Ele ser muito mole com as crianças, permitir tudo. Ela desejar manter a linha dura, investindo na disciplina e na educação dos filhos.

Conviver com as diferenças exige boa vontade diária. Um casal, que convive há catorze anos, confessou que tem diferenças enormes quanto a esporte.

Ela adora ver futebol em casa. Ele adora aventuras. Com uma filha de dez anos, aprenderam a conviver, apoiando um o prazer do outro.

Assim, quando o marido decidiu dar a volta ao mundo velejando, ela o acompanhou pela imaginação, sem sair de casa. Mas não criou obstáculos para ele, nem fez papel de vítima.

Saber aceitar comentários feitos em momentos de pequenas rusgas também contribui para a manutenção da estabilidade conjugal.

Certo marido presenteou a esposa com dez roseiras, que ela teve de plantar sozinha. Durante uma discussão, ela acabou por dizer a ele que odiava aquelas rosas que ele havia comprado. Afinal, elas só serviam para dar trabalho.

Ele não se perturbou. No Natal daquele mesmo ano ele lhe deu mais uma roseira. Ela achou graça, comentando com as amigas:

Quando a gente pensa que eles entenderam o que se falou, descobre-se que nem ouviram.

E continuam a viver juntos, colhendo rosas no seu jardim.

Mas, possivelmente, o mais importante seja recordar os bons momentos. Olhar para o passado, reavivar as chamas dos sentimentos positivos tem a capacidade de reacender o amor.

Um americano conta que ele e a esposa adoram recordar a forma como se conheceram. Ela foi a um restaurante onde ele estava cantando. Ela gostou muito da canção e aplaudiu entusiasmada.

Ele a notou e perguntou: Você é casada?

Não, respondeu. Você cantaria no meu casamento?

A resposta dele foi rápida e sorridente: Eu vou cantar no nosso casamento.

Sete meses depois estavam casados. Estão casados até hoje, passados anos. Continuam felizes.

* * *

Entre muitos casais, na Terra, o tédio aparece depois que arrefece a paixão e o cotidiano toma conta dos atos.

O tédio azeda a vida em comum. A rotina a destrói.

Tão logo surja na relação conjugal a indiferença, a secura ou o relaxamento, é hora de reagir, antes que o casamento acabe por tolices.

Casamento, ou seja, a união permanente de dois seres, pode ser entendida como uma ligação afetiva que lembra o cérebro e o coração. Para que a vida prossiga, é necessário que haja sintonia entre ambos.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Novas regras para um casamento feliz, de Seleções Reader's Digest, de janeiro de 2000 e no cap. 13, do livro Vida e sexo, pelo Espírito Emmanuel, ed. Feb.