segunda-feira, 22 de julho de 2013

MEL E FEL




Qual a conquista mais fácil de obter na vida?
Seja qual for o projeto desejado é necessário perseverar para lograr êxito. Ao observarmos um maratonista, surpreendemo-nos com sua capacidade física em percorrer 42 quilômetros em uma prova. Maravilhados, exultamos de alegria com as conquista da ciência. Emocionados, embevecemo-nos com as palavras dos expositores que têm na oratória, verdadeiras sinfonias de esclarecimento e consolo.
O que um maratonista, um cientista e um expositor de sucesso têm em comum?
O maratonista que percorre quilômetros precisou vencer os primeiros 100 metros; o cientista para lograr as descobertas que tanto auxiliam a humanidade principiou pelo estudo das amebas; o orador que arrebata multidões expôs pela primeira vez para reduzido grupo nas escolas básicas.
Para vivenciarmos estados de serenidade e alegria necessitamos exercitar a cada dia  o amor em suas mais singelas expressões. O bom dia acompanhado de um sorriso. A gentileza no transporte coletivo. A paciência na fila do banco. O respeito no transito complicado; etc...
Para saborearmos o mel do equilíbrio e da paz é necessário que suportemos as picadas de nossas irmãs abelhas. Perdemos muito tempo preocupados em picar nosso semelhante, com isso, um tempo precioso se esvai e fica em nossa boca e no nosso coração um gosto amargo de fel.
Deixemos de lado as picadas da maledicência, da inveja, do rancor, da mágoa exacerbada. Adocemos nossa vida produzindo a cada dia o mel do amor. Através da valorização do afeto em nossas relações podemos saborear sentimentos de paz e felicidade. Os estados mórbidos em nosso psiquismo que via de regra experimentamos, são produzidos invariavelmente, pelo nosso desejo incontido de querer revidar as picadelas e manipular as outras abelhas.
Abandonemos o cárcere mental em nos colocamos voluntariamente, quando queremos que os outros nos amem como desejamos. Vamos exercitar o amor, mudando nossas atitudes com o próximo. Retirar Jesus dos lábios e coloca-lo em nossos corações, certamente nos levará a saborear o mel do amor.
Dia virá em que o amor transbordará de nossos corações de tal forma que nos bastará. Nunca mais cobraremos atenção e amor de ninguém. O amor estará entre nós, e, quando isso acontecer, a compreensão tornar-se-á um hábito em nossa conduta.
As picadelas acontecem para que possamos amadurecer e aprender com nossas irmãs abelhas. Lembremo-nos de Jesus, o apicultor por excelência. O Mestre exemplificou o mel do amor rogando que nos amassemos, não obstante, sofreu as picadas da nossa ignorância e testemunhou seu amor por nós pregado numa cruz.
Envidemos todos os esforções para convivermos em harmonia nessa grande colmeia chamada Terra. Somos todos iguais e a reencarnação, leis das leis, permite que após a morte física retornemos à colmeia do mundo para pouco a pouco aprendermos a nos amar.
O mel mais puro é produzido pela abelha que mais respeita as outras abelhas. Nenhuma abelha tem o direito de julgar outra semelhante, pois todas têm ferrão. Somos os responsáveis pela produção de mel ou fel em nossa vida. Quem estiver sem ferrão, que atire a primeira pedra!


Algemas Invisíveis – Adeilson Salles – Editora CEAC