segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A CONQUISTA DA SERENIDADE

 

Um dia amanhece, glorioso, com a luz do sol atravessando as folhas. Silêncio que é quebrado pelo som dos passarinhos que acordam.

Murmúrio de regatos que cantam, perfume de relva molhada pelo orvalho da noite. Será isso serenidade?

A natureza oferece ao homem a oportunidade do silêncio externo, o exemplo da calma. Mas sozinha, ela, a natureza, será capaz de trazer a paz interna?

Muita gente diz assim: Vou sair da cidade, a fim de descansar. Quero esquecer barulho, poluição, trânsito.

Essa é uma paz artificial. Em geral, depois de alguns dias descansando, a pessoa volta para a cidade e aos ruídos da chamada civilização. E ainda exclama ao chegar:  Que bom é voltar para o conforto da cidade.

E, nas semanas seguintes, enfrenta novamente os engarrafamentos de trânsito, o som constante das buzinas, a fuligem. A comida engolida às pressas e o estresse do cotidiano estão de volta.

Então vem a pergunta: Será que realmente a serenidade existe em nossa alma? Se ela estivesse mesmo em nós, não teríamos de deixar o local em que vivemos para encontrar a paz, não é mesmo?

A conquista da serenidade é gradativa. A natureza não dá saltos e as mudanças de hábitos arraigados ocorrem muito lentamente. Não se engane com isso.

Muita gente acredita que a simples decisão de modificar um padrão de comportamento é suficiente para que isso aconteça. Mas não é assim.

Um antigo provérbio chinês traduz muito bem essa dificuldade. Ele diz assim: “Um hábito inicia como uma teia de aranha e depois se torna um cabo de aço”. O mesmo acontece em nossa vida.

E a conquista da serenidade não escapa a essa lógica de criar novos hábitos, de reeducar-se. Sim, pois tornar-se pacificado é um exercício de auto-educação.

A pessoa educa-se constantemente. Treina a paciência, o silêncio da mente. É uma conquista diária, um processo que vai se instalando e se fortalecendo.

E por onde começar? O melhor é iniciar pelo dia a dia. Treinando com parentes, amigos, colegas de trabalho. Não se deixando perturbar pelas pequenas coisas do cotidiano.

Das pequenas coisas que irritam, a pessoa passa a adquirir mais força para superar problemas mais graves, situações mais complexas.

Aos poucos, suaviza-se o impacto que os outros exercem sobre nós. Acalma-se o coração, domina-se as emoções, tranqüiliza-se a mente.

O resultado é o melhor possível. Com o passar do tempo, a verdadeira paz se instala. E mesmo em meio aos ruídos de todo dia, o homem pacificado não se deixa perturbar.

É como um oásis em meio ao caos da vida moderna. Um espelho de água em meio a tempestades. Esse homem, em qualquer lugar que esteja, traz a serenidade dentro de si.

Experimente começar essa jornada hoje mesmo. Vai torná-lo muito mais feliz.

                                   * * *

A serenidade resulta de uma vida metódica, postulada nas ações dinâmicas do bem e na austera disciplina da vontade.

Mantenhamos a serenidade e a nossa paz se espalhará entre todos.


Redação do Momento Espírita, e pensamentos do verbete Serenidade, do livro Repositório de sabedoria, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

domingo, 8 de novembro de 2009

A GRANDEZA INIGUALÁVEL DE DEUS

 

Não há quem visite as Cataratas do Iguaçu e não se mostre extasiado ante a imponência do espetáculo das águas e das quedas.

São 275 quedas de água, com uma altura superior a 70 metros, ao longo de mais de dois quilômetros do Rio Iguaçu.

O termo Iguaçu, na língua guarani, deriva de “y” – “água, rio” e “guasu ou guaçu” – “grande”.

Isto quer dizer, água grande ou rio de grandes águas.

Ao lado da exuberância da paisagem, quer seja nos dias de cheia ou de escassez, a dança incessante das águas cantantes, não cansa os olhos.

Há sempre mais um detalhe a ser observado.

As aves, que fazem seus ninhos, no interior da rocha, entrando e saindo pela cortina de água;

as águas que descem barrentas, na cheia, e despejando-se com força, levantam uma nuvem de impecável brancura;

as gotas que se debatem, ao final da queda, correndo lépidas, desejando vencer o leito do rio, brilhando aos beijos do sol, como cristal líquido.

Há os que olham e ficam quietos. Há os que tiram fotos para mostrar para os amigos.

“Ninguém vai acreditar numa coisa tão incrível, como esta queda d’agua!” – dizem alguns, contemplando a garganta em forma de “u” invertido, com 150 metros de largura e 80 metros de altura.

A famosa Garganta do Diabo.

Há os que se deliciam, se encharcando com as nuvens de água formadas pelas quedas. E capturam o momento, deixando-se fotografar.

Outros ainda se deixam levar pela emoção da lenda da criação das cataratas.

Uma lenda tupi-guarani que fala que, há muito tempo, o Rio Iguaçu corria livre, sem corredeiras e sem cataratas.

Em suas margens, viviam os índios Caigangues, que reverenciavam o deus-serpente, filho de Tupã.

O cacique da tribo tinha uma filha, formosa, chamada Naipi. Ela deveria ser consagrada ao culto da divindade, da grande serpente.

Um jovem guerreiro, de nome Tarobá, se enamorou de Naipi. No dia da consagração da jovem, o casal fugiu para o rio.

Ambos desceram o rio numa canoa.

Furiosa com os fugitivos, a grande serpente penetrou na terra e retorceu-se.

Provocou desmoronamentos, que foram caindo sobre o rio, formando os abismos das cataratas.

Envolvido pelas águas, o casal caiu de uma grande altura.

Então, Tarobá se transformou numa palmeira à beira do abismo.

Naipi se transformou numa pedra junto da grande cachoeira, constantemente açoitada pela força das águas.

Vigiados pelo deus-serpente, eles permanecem ali. Tarobá condenado a contemplar eternamente sua amada, sem a poder tocar.

A lenda é apaixonante e envolvente. Os namorados a apreciam e se encantam, descobrindo a palmeira e a pedra.

Em verdade, quem se detenha a observar a majestade do conjunto das cataratas, quedas, corredeiras, luxuriante vegetação, não pode deixar de pensar na grandiosidade de Deus.

Deus, o escultor incansável que talhou as rochas, no decurso do tempo, com Sua vontade.

Deus, que criou a abundância das águas e lhes conferiu sonoridade, de forma que quem ouve a seqüência das quedas, constante, pode perceber um mantra.

Ou um cantochão. E embalar a própria alma.

Enquanto ainda nem havíamos acordado como homens, senhores de nossa razão, Deus espalhava as sementes do Seu amor, criando a mata diversificada, de mil nuances diferentes.

De verdes que se sucedem e se misturam.

De folhas, flores, diversidades, onde as borboletas ensaiam bailados de intraduzível colorido.

E, pintor inigualável, continua até hoje, alternando as cores nos arco-íris.

Um aqui, outro acolá, indo de um lado a outro da enorme cratera por onde se esvaem, constantemente, as águas no leito do rio.

Pai Excelso, ainda idealizou uma lição de fraternidade para os povos.

A maioria das quedas de água fica em território argentino. Mas, efetivamente, é do lado brasileiro que se apreciam os mais belos panoramas.

Então, os povos se abraçam. Brasileiros vão à Argentina para ter a vista de lá. Argentinos vêm ao Brasil para assistir ao espetáculo das suas próprias quedas d´agua.

Ah! A grandeza inigualável de Deus!


Texto da Redação do Momento Espírita.

sábado, 7 de novembro de 2009

ADVINHA QUANTO EU TE AMO

 

Era hora de ir para a cama, e o coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do coelho pai.

Depois de ter certeza de que o papai coelho estava ouvindo, o coelhinho disse: “adivinha o quanto eu te amo!”.

“Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar” – respondeu o coelho pai.

“Tudo isto” – disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia.

Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos, e disse: “e eu te amo tudo isto!”

“Hum,isso é um bocado” pensou o coelhinho.

“Eu te amo toda a minha a altura” – disse o coelhinho.

“E eu te amo toda a minha altura” – disse o coelho pai.

“Puxa,isso é bem alto, pensou o coelhinho. Eu queria ter braços compridos assim”.

Então o coelhinho teve uma boa idéia. Ele se virou de ponta-cabeça apoiando as patinhas na árvore, e gritou: “eu te amo até as pontas dos dedos dos meus pés, papai!”

“E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés” – disse o coelho pai balançando o filho no ar.

“Eu te amo toda a altura do meu pulo!”, riu o coelhinho saltando de um lado para outro.

“E eu te amo toda a altura do meu pulo” – riu também o coelho pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos da árvore.

“Isso é que é saltar; pensou o coelhinho. Bem que eu gostaria de pular assim.”

“Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio” – gritou o coelhinho.

“Eu te amo até depois do rio, até as colinas.” – disse o coelho pai.

“É uma bela distância pensou o coelhinho.” Mas, àquela altura já estava sonolento demais para continuar pensando.

Então, ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: nada podia ser maior que o céu.

“Eu te amo até a Lua!” – disse ele, e fechou os olhos.

“Puxa, isso é longe” – falou o papai coelho – “longe mesmo!”

O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou-se e lhe deu um beijo de boa-noite.

Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo: “eu te amo até a Lua... ida e volta!”

                               * * *

E você, já disputou alguma vez com seu filho quem gosta mais um do outro?

Geralmente as disputas são em torno de questões como quem joga futebol melhor, quem corre mais, quem vence mais etapas no vídeo game, quem coleciona mais troféus, etc.

A vida atarefada, o corre-corre, os inúmeros compromissos, por vezes nos afastam das coisas simples como sentar na cama ao lado do filho e lhe contar uma história, enquanto o sono não vem.

Acariciar-lhe os cabelos, segurar suas mãozinhas pequenas, fazer-lhe companhia para que se sinta seguro.

Deitar-se, sem pressa, ao seu lado quando ele vai para a cama, falar-lhe das coisas boas, ouvir com ele uma melodia suave para espantar os medos que tantas vezes ele não confessa.

Falar-lhe do afeto que sentimos por ele, do quanto ele é importante em nossa vida. Dizer-lhe que um anjo bom vela seu sono e que Deus cuida de todos nós.

E se você pensa que isso não é importante, talvez tenha esquecido das muitas vezes que arranjou uma boa desculpa para se aconchegar ao lado do pai ou da mãe, nas noites de temporal... 

                              * * *

Se, às vezes, é difícil se aproximar de um filho rebelde, considere que a sua rebeldia pode ser, simplesmente, um apelo desajeitado de alguém que precisa apenas de um colo seguro e um abraço de ternura. 


Redação do Momento Espírita, baseado no livro “Adivinha quanto eu te amo" de Sam Mcbratney, ed. Martins Fontes.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A IMPIEDADE

 

A falta de piedade e de indulgência na apreciação do comportamento dos outros, tem causado infelicidade e desgosto na vida de muitas pessoas.

Um dia desses uma senhora narrava o seu desconforto, quando percebia os comentários ácidos a seu respeito, quando ela e o marido buscavam os primeiros lugares para se sentar, nos eventos de que participavam.

Ela, uma senhora muito jovial, sempre sorridente, simpática e cordial, é portadora de uma deficiência auditiva grave.

Mesmo com a ajuda dos aparelhos precisa da leitura labial para entender o que as pessoas falam.

É esse o motivo pelo qual sempre busca os primeiros lugares, e o esposo lhe faz companhia.

Na tentativa de evitar os comentários maldosos, ela costumava se justificar, sempre que havia alguém por perto, quando ia se sentar na primeira fila.

Com o passar do tempo, notou que não bastava dar satisfação a uns, pois sempre restava alguém para comentar maldosamente a sua atitude.

Como o casal se tornou conhecido em muitos dos lugares que freqüenta, é comum encontrar duas poltronas reservadas, bem à frente, para se sentar. E isso incomoda os impiedosos de plantão.

Mais uma vez temos que dar razão a Jesus, quando recomendou o não julgueis.

Quem desconhece todos os porquês das atitudes de cada pessoa, e estabelece julgamentos precipitados e maldosos, acaba agindo com impiedade e injustiça.

Foi o que ocorreu com uma jovem cantora, portadora de deficiência visual, que se apresentava num restaurante.

Um cliente, que simpatizou com a moça, passou a fazer gestos de aprovação e a lhe mostrar, vez ou outra, um copo com bebida, oferecendo-lhe um drinque.

Como a moça não demonstrava nenhum sinal de interesse ou agradecimento, ao final da apresentação ele foi até o palco e despejou um copo de bebida com pedras de gelo sobre os pés da cantora, e falou:

“Isto é para você deixar de ser mal-educada e indiferente aos meus galanteios!”

A moça, que não sabia o que estava acontecendo, saiu tateando, assustada, em busca de alguém que a ajudasse a entender a situação.

E o rapaz, só depois do vexame, se deu conta de que a cantora não era mal-educada, nem indiferente, apenas não podia vê-lo.

Casos como esses nos levam a refletir sobre como somos impiedosos ao julgar indivíduos que desconhecemos.

Não seria mais justo e coerente não julgar?

E o que é mais lamentável é que mesmo percebendo que fomos injustos e impiedosos, dificilmente pedimos desculpas.

A consciência nos acusa, mas o orgulho nos impede o gesto de humildade.

E o orgulhoso sofre mais, não há dúvida. Ele prefere a autopunição, com enfermidades variadas, a um pedido sincero de perdão.

É mais fácil para o orgulhoso amargar uma doença, causada pela consciência de culpa, do que reconhecer que falhou na apreciação de pessoas ou situações.

E como a consciência nos acompanha dia e noite, e não podemos fazê-la calar-se, é preciso ouvi-la com mais atenção.

                               * * *

Procure observar o mundo com olhos de fraternidade, de piedade, de compaixão.

Considere que as aparências podem nos enganar, muitas e muitas vezes.

Para construir um mundo onde a felicidade esteja mais presente, é preciso corrigir o nosso olhar e a nossa forma de apreciação de pessoas e situações.

Pensemos nisso, sempre que a tentação de julgar os outros se apresentar.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em situações reais.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Vivendo um tanto mais...

 

Você deseja viver longamente sobre a Terra?

Quem não o deseja?

Apesar de dizermos, quase constantemente, que este é um planeta de dores e desilusões, de nos afirmarmos cansados das tantas lutas, não há quem não deseje retardar um tanto mais sua partida para o além.

Pobres, ricos, afortunados ou não, todos pensam em ficar por aqui um pouco mais. E mais um pouco.

A prova disso é que sempre que a morte chega afirmamos que ela se apresentou antes do tempo.

Ele era tão jovem! Logo agora, na flor da idade! Que pena, justo no momento em que ele iria começar a desfrutar a aposentadoria!

E assim por diante.

Talvez seja por isso que as Universidades de Harvard e Cambridge publicaram um estudo com 20 conselhos saudáveis para melhorar a qualidade de vida, de forma prática e habitual.

Vários deles se referem à alimentação, como tomar diariamente um copo de suco de laranja, para aumentar o teor de ferro no organismo e repor a vitamina C.

Ou salpicar canela no café, o que auxilia a manter baixo o colesterol e estáveis os níveis de açúcar no sangue.

Ou ainda desfrutar de uma xícara de chá ao dia. Uma xícara diária desta infusão, afirmam, diminui o risco de doenças coronárias.

Outros itens aconselham realizar atividades que estimulem a mente e fortaleçam a memória, como quebra-cabeças, palavras cruzadas.

Ou ainda aprender uma habilidade nova, aprender um idioma, ler um livro e memorizar parágrafos.

Rir é recomendado. Cem a duzentas gargalhadas equivalem a 10 minutos de corrida, baixando o estresse e acordando células naturais de defesa do organismo e os anticorpos.

As relações afetivas também estão na lista das Universidades.

Um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard concluiu que 91% das pessoas que não mantêm um laço afetivo com seus entes queridos, particularmente com a mãe, desenvolvem pressão alta, alcoolismo ou doenças cardíacas em idade temporã.

Com certeza, não foi em vão que Deus criou o ser humano para viver em sociedade.

Pessoas com fortes laços sociais ou redes de amigos têm vida mais saudável do que as pessoas solitárias, ou que somente têm contato com a família.

Ter um animal de estimação é saudável. As pessoas que não têm animais domésticos sofrem mais de estresse e visitam o médico regularmente, dizem os cientistas da Cambridge University.

Os mascotes têm o dom de fazer as pessoas se sentirem ótimas, relaxadas e isso atua, diminuindo a probabilidade de desenvolver pressão arterial elevada.

Os cães são os melhores mascotes, mas até um peixinho dourado pode causar um bom resultado.

Finalmente, a regra extraordinária diz que a pessoa deve se conhecer.

Os que se conhecem e priorizam o ser sobre o ter têm 35% de possibilidades de viver mais tempo.

*   *   *

O estudo das Universidades é recente e os conselhos estão sendo abraçados por muitos.

A nós cabe, seguindo a orientação de Sêneca, escolher a melhor forma de viver, habituarmo-nos a ela e torná-la agradável.

Pensemos nisso e vivamos bem, para vivermos mais e mais felizes neste bendito lar chamado Terra.


Redação do Momento Espírita, a partir do artigo 20
conselhos de Harvard, colhido na Internet.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A FAMÍLIA

 

Você já parou algum dia para pensar como funciona uma colméia? Já se deu conta de que nela tudo é ordem, disciplina, preocupação pelo todo?

A colméia é formada por células de cera, que se contam aos milhares. Em algumas dessas células existem ovos ou larvas de abelha. Outras servem como depósitos de pólen e de mel. Essas são os favos de mel.

Numa colméia podem existir até 70 mil abelhas, que exercem diferentes funções.

As operárias são as que alimentam as larvas, cuidam da colméia, trazem comida para todos os habitantes da comunidade. Elas começam como faxineiras, limpando as células onde estão os ovos. Depois produzem a geléia real que serve para alimentar as abelhas mais jovens e a rainha. Também trabalham como babás alimentando as abelhinhas mais crescidas com pólen e mel.

Com dez dias de vida elas se tornam construtoras. Começam a produzir cera, que lhes permite construir e remendar as células da colméia.

A rainha tem como tarefa botar ovos, dos quais sairão as operárias, os zangões e as novas rainhas. No verão chega a botar em um só dia 1.500 ovos.

O zangão, desde que nasce, tem por tarefa a procriação com a rainha. Depois morre.

Tudo na colméia reflete ordem, equilíbrio.

As operárias são também as que saem da colméia para buscar a matéria prima de que necessitam. Estranhamente, elas nunca se enganam no caminho de volta para casa, para onde retornam com sua preciosa carga.

Embora sua vida seja curta, de cinco semanas apenas, elas não se cansam de trabalhar, sem cansaço, pelo bem-estar de toda a equipe.

Podemos pensar na família como uma colméia racional. Cada um tem sua tarefa a cumprir, visando o crescimento da pequena coletividade, como exige o lar.

E todos são importantes no desempenho do grupo doméstico.

É no seio da família, na intimidade do lar, que se vão descobrir operárias incansáveis, trabalhando sem cessar, não se importando consigo mesmas. Em constante processo de doação.

É na família que se aprende a transformar o fel das dificuldades, as amarguras das incompreensões no mel das atenções e do entendimento.

É ali que se exercita a cooperação. Afinal, como a família é uma comunidade, há necessidade de ajuda mútua.

Quando a família enfrenta as dificuldades com união, cresce e supera problemas considerados insolúveis.

Para que a família progrida no todo, cada um deve se conscientizar de sua tarefa e realizá-la com alegria.

É por este motivo que as crianças devem ser incentivadas, desde cedo, a pequenas tarefas no lar.

Retirar os pratos da mesa, lavar a louça, aquecer a mamadeira do menorzinho.

Renúncia a um pequeno lazer para satisfazer o outro. Nem que seja somente a satisfação da companhia ou de um diálogo amistoso.

Se na colméia familiar reinar o amor, conseguiremos com certeza ter elementos para uma atuação segura, verdadeiramente cristã, junto à família maior, na imensa colméia do mundo.

                                 * * *

A família é abençoada escola de educação moral e espiritual. É oficina santificante onde se burilam caracteres. É laboratório superior em que se refinam ideais.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na revista Mini-monstros, editora Globo, Nº 19964 e no livro Rosângela, cap. A colméia, Editora Fráter livros Espíritas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um ajuste de vontade

 

Certa feita, Jesus afirmou que não fazia a Sua vontade, mas a do Pai do céu.

Em uma leitura apressada, talvez se conclua que Ele abdicou de Sua liberdade enquanto esteve na Terra.

Nessa linha, teria renunciado até à faculdade de querer, para atender os desígnios Divinos.

Ocorre que a liberdade é um dos grandes atributos espirituais, que confere mérito a qualquer conduta.

Nenhum ser humano minimamente equilibrado e refletido se disporia a agir como marionete.

Quem aceitaria se tornar um escravo, mesmo a preço de ouro?

Jesus também disse que a verdade nos libertaria.

Bem se vê o quanto a liberdade é preciosa, pois representa a culminância de um processo de aprendizado.

Quando o Espírito compreende a essência dos mecanismos que regem a vida, torna-se amplamente livre.

Liberta-se da ardência dos sentidos, de dores e de vícios.

A liberdade é uma Lei da vida.

Tem como suas naturais contrapartes a responsabilidade e o mérito.

Porque pode optar entre várias condutas possíveis, a criatura tem mérito ou demérito conforme o que decida realizar.

A ninguém é lícito suprimir a liberdade do próximo ou transferir a responsabilidade dos seus atos a terceiros, ao segui-los sem refletir.

Assim, ao eleger a vontade Divina como Sua, Jesus não abdicou da Sua própria liberdade.

Ele a utilizou da forma mais sublime possível.

Absolutamente livre em Sua excelsa pureza e sabedoria, decidiu querer o que Deus queria.

Por livre vontade, tornou-Se o instrumento da misericórdia Divina na Terra.

Fez-se professor, médico e amigo de Seus irmãos menores.

O Cristo não Se ressentia da missão que Lhe cabia.

Não reclamava e nem blasfemava.

Com Seu íntimo asserenado pela completa integração com o Divino, foi forte e sábio em todas as situações.

*   *   *

Convém refletir sobre esse significativo exemplo.

O melhor que pode ocorrer a qualquer criatura é ajustar sua vontade aos desígnios Divinos.

Deus é pleno de um amor incomensurável e deseja o melhor para Seus filhos.

Por isso, faculta-lhes tantas reencarnações de aprendizado e resgate quantas sejam necessárias.

A finalidade dessas incontáveis experiências é que o Espírito vença a si mesmo e se torne radiosamente sublime.

Ciente disso, não reclame de dificuldades, não se sinta uma vítima e nem se rebele.

Cumpra com dignidade todos os seus deveres, por difíceis que se apresentem.

Mas o faça satisfeito, e não desgostoso, como quem cumpre uma pena.

Realizar fantasias e satisfazer apetites dificilmente lhe trará plenitude.

Mas se integrar na ordem cósmica, pelo amoroso cumprimento do papel que lhe cabe no mundo, garantirá seu acesso a vivências de gloriosa alegria.

Pense nisso.


Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A PALAVRA SINCERA

 

Você sabia que a palavra “sincera” foi inventada pelos romanos?

Eles fabricavam certos vasos com uma cera especial tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes.

Em alguns casos era possível distinguir os objetos guardados no interior do vaso.

Para um vaso assim, fino e límpido, diziam os romanos:

Como é lindo! Parece até que não tem cera!

“Sine cera” queria dizer “sem cera”, uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes.

Com o tempo, o vocábulo “sine cera” se transformou em sincero e passou a ter um significado relativo ao caráter humano.

Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações.

A pessoa sincera, à semelhança do vaso, deixa ver através de suas palavras os nobres sentimentos de seu coração.

Assim, procuremos a virtude da sinceridade em nossos corações. Sim, pois na forma de potencialidade ela está lá, aguardando o momento em que iremos despertá-la, e cultivá-la em nossos dias.

Se buscamos a riqueza do espírito, esculpindo seus valores ao longo do tempo, devemos lembrar da sinceridade, deste revestimento que nos torna mais límpidos, mais delicados.

Por que razão ocultar a verdade, se é a verdade que nos liberta da ignorância?

Por que razão usar disfarces, se cedo ou tarde eles caem e seremos obrigados a enfrentar as conseqüências funestas da mentira?

Por que razão dissimular, se não desejamos jamais ouvir a dissimulação na voz das pessoas que nos cercam?

Quem luta para ser sincero conquista a confiança de todos, e por conseqüência seu respeito, seu amor.

Quem é sincero jamais enfrentará a vergonha de ser descoberto em falsidades.

Quem luta pela sinceridade é defensor da verdade do Cristo, a verdade que liberta. 

                           * * * 

Sejamos sinceros, lembrando sempre que esta virtude é delicada, é respeitosa, jamais nos permitindo atirar a verdade nos rostos alheios como uma rocha cortante.

Sejamos sinceros como educadores de nossos filhos. Primemos pela honestidade ensinando-lhes valores morais, desde cedo, principalmente através de nossos exemplos.

Sejamos sinceros e conquistemos as almas que nos cercam.

Sejamos o vaso finíssimo que permite, a quem o observa, perceber seu rico conteúdo.

Sejamos sinceros, defensores da verdade acima de tudo, e carreguemos conosco não o fardo dos segredos, das malícias, das dissimulações, mas as asas da verdade que nos levarão a vôos cada vez mais altos.

Por fim, lembremo-nos do vaso transparente de Roma, e procuremos tornar assim o nosso coração. 


Equipe de Redação do Momento Espírita,

a partir do texto “A palavra sincera”, atribuído a Malba Tahan.