Sabemos que há dias que
parecem noites, e que sem nenhuma luz que nos guie o caminho, sentimo-nos como
que perdidos para sempre no vale das sombras e das dores.
Mas é justo quando a
solidão nos abraça e paralisa, quando mais sentimos o afogar de nossos sonhos,
no momento em que as esperanças se dissipam e a vontade de não existir se
agiganta, é no vazio maior que nos invade, exatamente onde podemos nos
fortalecer e nos encher de Deus.
Quando estamos cheios de
nossas vaidades, alegrias, conquistas, quando estamos superlotados de nós
mesmos, via de regra, nem nos lembramos de nossa origem e caminhar tão longo.
Quando estamos muito
satisfeitos de tudo que há nesse mundo, estamos quase sempre tão cheios de nós
mesmos que não sobra mesmo espaço para qualquer outra coisa que não seja afeita
ao nosso próprio ego.
Estar só de uma solidão
gigante, estar vazio de um nada que grita, estar ausente do mundo por um rápido
instante pode, quem sabe, salvar-nos de nós mesmos.
Vazios, podemos
redescobrir quem verdadeiramente somos.
Sozinhos, podemos nos
reencontrar com o Deus que habita em nós.
Misericordiosos os
amigos que, sabidamente, nos convidam por vezes a esses forçados retiros para
que, depois, soerguidos, possamos trilhar em segurança a estrada que marcará a
nossa verdadeira evolução!
Um novo amigo
(psicografado por
Valéria Lima)