segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ADVINHA QUANTO EU TE AMO

 

Era hora de ir para a cama, e o coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do coelho pai.

Depois de ter certeza de que o papai coelho estava ouvindo, o coelhinho disse: “adivinha o quanto eu te amo!”.

“Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar” – respondeu o coelho pai.

“Tudo isto” – disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia.

Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos, e disse: “e eu te amo tudo isto!”

“Hum,isso é um bocado” pensou o coelhinho.

“Eu te amo toda a minha a altura” – disse o coelhinho.

“E eu te amo toda a minha altura” – disse o coelho pai.

“Puxa,isso é bem alto, pensou o coelhinho. Eu queria ter braços compridos assim”.

Então o coelhinho teve uma boa idéia. Ele se virou de ponta-cabeça apoiando as patinhas na árvore, e gritou: “eu te amo até as pontas dos dedos dos meus pés, papai!”

“E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés” – disse o coelho pai balançando o filho no ar.

“Eu te amo toda a altura do meu pulo!”, riu o coelhinho saltando de um lado para outro.

“E eu te amo toda a altura do meu pulo” – riu também o coelho pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos da árvore.

“Isso é que é saltar; pensou o coelhinho. Bem que eu gostaria de pular assim.”

“Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio” – gritou o coelhinho.

“Eu te amo até depois do rio, até as colinas.” – disse o coelho pai.

“É uma bela distância pensou o coelhinho.” Mas, àquela altura já estava sonolento demais para continuar pensando.

Então, ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: nada podia ser maior que o céu.

“Eu te amo até a Lua!” – disse ele, e fechou os olhos.

“Puxa, isso é longe” – falou o papai coelho – “longe mesmo!”

O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou-se e lhe deu um beijo de boa-noite.

Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo: “eu te amo até a Lua... ida e volta!”

* * *

E você, já disputou alguma vez com seu filho quem gosta mais um do outro?

Geralmente as disputas são em torno de questões como quem joga futebol melhor, quem corre mais, quem vence mais etapas no vídeo game, quem coleciona mais troféus, etc.

A vida atarefada, o corre-corre, os inúmeros compromissos, por vezes nos afastam das coisas simples como sentar na cama ao lado do filho e lhe contar uma história, enquanto o sono não vem.

Acariciar-lhe os cabelos, segurar suas mãozinhas pequenas, fazer-lhe companhia para que se sinta seguro.

Deitar-se, sem pressa, ao seu lado quando ele vai para a cama, falar-lhe das coisas boas, ouvir com ele uma melodia suave para espantar os medos que tantas vezes ele não confessa.

Falar-lhe do afeto que sentimos por ele, do quanto ele é importante em nossa vida. Dizer-lhe que um anjo bom vela seu sono e que Deus cuida de todos nós.

E se você pensa que isso não é importante, talvez tenha esquecido das muitas vezes que arranjou uma boa desculpa para se aconchegar ao lado do pai ou da mãe, nas noites de temporal... 

* * *

Se, às vezes, é difícil se aproximar de um filho rebelde, considere que a sua rebeldia pode ser, simplesmente, um apelo desajeitado de alguém que precisa apenas de um colo seguro e um abraço de ternura. 

 

Redação do Momento Espírita, baseado no livro “Adivinha quanto eu te amo"

de Sam Mcbratney, ed. Martins Fontes.

O benefício da verdade

 

Ele era um ídolo do cinema americano. Onde sua presença fosse anunciada, em avant-première ou qualquer outro evento, compareciam as multidões.

No lançamento de um de seus mais famosos filmes, foi recepcionado, no aeroporto, pelo dobro de pessoas que habitavam a cidade. Um fenômeno.

Representava na tela o ideal de muitos corações femininos: o homem que sabia amar, que enfrentava perigos, que defendia pessoas, mesmo que alguns dos seus papéis demonstrassem uma certa agressividade ou até desonestidade.

Foi laureado pela Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, com a estatueta de melhor ator, por duas vezes, na década de 1930.

Iniciando sua carreira no teatro, foi no cinema que verdadeiramente conquistou fama e sucesso.

Pois esse ator, como todas as pessoas que vivem sobre a Terra, passou por dores profundas.

Em 1939, depois de mais um divórcio, parecia que ele encontrara o grande amor de sua vida.

O casal passou a viver no rancho de sua propriedade e desfrutavam do prazer da convivência um do outro, entre os tumultos das próprias carreiras.

Chamavam-se carinhosamente um ao outro de mãe e pai.

Durante a Segunda Guerra Mundial, ele chegou a se alistar e participou de quatro missões na Força Aérea Americana.

E Carole Lombard, sua esposa, participou da campanha pelos bônus de guerra.

Desejando retornar para junto do marido com maior rapidez, em vez de seguir pela via férrea, ela tomou um avião.

Nunca chegaria aos braços do marido. No dia 16 de janeiro de 1942, o avião bateu no Monte Potosi, em Nevada, nos Estados Unidos e morreram todos os 22 passageiros e tripulantes a bordo.

A causa do acidente não foi revelada mas sabe-se que o avião voava fora do curso. E, para economizar energia, dado o período de guerra, as balizas de sinalização da área estavam apagadas.

Clark Gable, o grande ator, entrou em um período de dor, talvez revolta, não conseguindo administrar emocionalmente a perda da esposa.

Entregou-se ao vício do álcool e, andando pela casa, era ouvido a indagar: Por que, mãe? Por quê?

A partir daí, a bebida se lhe tornou companheira por largo tempo, e talvez tenha contribuído para ele partir desse mundo, em plena madureza, aos 59 anos.

O que ressalta disso tudo é como se faz difícil, para quem não tem conhecimento da vida espiritual, da vida além desta vida, conseguir assimilar a partida de um ser amado.

Lembramos que Jesus afirmou que conheceríamos a verdade e a verdade nos libertaria.

Sim, para quem conhece a verdade, a Imortalidade do Espírito, a morte não assume o aspecto de surpresa.

Quem já aprendeu a verdade de que somente nos encontramos na Terra por um breve tempo, que a vida material é passageira, mas que todos sobrevivemos a ela, tem a dor da separação amenizada.

Sofre pela ausência física do seu amado. Mas guarda a certeza de que ele vive, que o amor não morre nunca e que, em breve, o reencontro se dará porque chegará a nossa vez de retornarmos à Casa do Pai.

Pensemos nisso e nos ilustremos nessas verdades anunciadas, desde épocas imemoriais, por muitos arautos da Imortalidade.

Mas, especialmente, da forma mais lúcida e exemplar, pelo Excelso Rabi da Galileia.

Lembremos: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

Libertará da dor maior, do sofrimento insano, da incerteza, da desesperação, acendendo luzes de esperança no céu da saudade.

 

Redação do Momento Espírita, com dados biográficos do ator americano Clark Gable.