sábado, 31 de dezembro de 2011

ANO NOVO

 

Dia 1 de janeiro é o dia que dá início a um novo ano.

É o dia primeiro. Todos queremos iniciar mais um ano com esperanças renovadas. É um momento de alegria e confraternização.

As rogativas, em geral, são para que se tenha muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.

Mas será que se tivermos tudo isso teremos a garantia de um ano novo cheio de felicidade?

Se Deus nos dá saúde, o que normalmente ocorre é que tratamos de acabar com ela em nome das festas. Seja com os excessos na alimentação, bebidas alcoólicas, tabaco, ou outras drogas não menos prejudiciais à saúde.

Não nos damos conta de que a nossa saúde depende de nós.

Dessa forma, se quisermos um bom ano, teremos que fazer a nossa parte.

Se pararmos para analisar o que significa a passagem do ano, perceberemos que nada se modifica externamente.

Tudo continua sendo como na véspera. Os doentes continuam doentes, os que estão no cárcere permanecem encarcerados, os infelizes continuam os mesmos, os criminosos seguem arquitetando seus crimes, e assim por diante.

Nós, e somente nós podemos construir um ano melhor, já que um feliz ano novo não se deseja, se constrói.

Poderemos almejar por um ano bom se desde agora começarmos um investimento sólido, já que no ano que se encerra tivemos os resultados dos investimentos do ano imediatamente anterior e assim sucessivamente.

Poderemos construir um ano bom a partir da nossa reforma moral, repensando os nossos valores, corrigindo os nossos passos, dando uma nova direção à nossa estrada particular.

Se começarmos por modificar nossos comportamentos equivocados, certamente teremos um ano mais feliz.

Se pensarmos um pouco mais nas pessoas que convivem conosco, se abrirmos os olhos para ver quanta dor nos rodeia, se colocarmos nossas mãos no trabalho de construção de um mundo melhor, conquistaremos, um dia, a felicidade que tanto almejamos.

Só há um caminho para se chegar à felicidade. E esse caminho foi mostrado por quem realmente tem autoridade, por já tê-lo trilhado. Esse alguém nós conhecemos como Jesus de Nazaré, o Cristo.

No ensinamento "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" está a chave da felicidade verdadeira.

Jesus nos coloca como ponto de referência. Por isso recomenda que amemos o próximo como a nós mesmos nos amamos.

Quem se ama preserva a saúde. Quem se ama não bombardeia o seu corpo com elementos nocivos, nem o espírito com a ira, a inveja, o ciúme etc.

Quem ama a Deus acima de todas as coisas, respeita sua criação e suas leis. Respeita seus semelhantes porque sabe que todos fomos criados por ele e que ele a todos nos ama.

Enfim, quem quer um ano novo repleto de felicidades, não tem outra saída senão construí-lo.

Importa que saibamos que o novo período de tempo que se inicia, como tantos outros que já passaram, será repleto de oportunidades. Aproveitá-las bem ou mal, depende exclusivamente de cada um de nós.

* * *

O rio das oportunidades passa com suas águas sem que retornem nas mesmas circunstâncias ou situação.

Assim, o dia hoje logo passará e o chamaremos ontem, como o amanhã será em breve hoje, que se tornará ontem igualmente.

E, sem que nos demos conta, estaremos logo chamando este ano que se inicia de ano passado e assim sucessivamente.

Que todos possamos aproveitar muito bem o tesouro dos minutos na construção do amanhã feliz que desejamos, pois a eternidade é feita de segundos.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Repositório de sabedoria, verbetes: oportunidade e tempo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A força dos nossos pés

 

Desde o dia em que tu nasceste, eu criei a ilusão dentro de mim, que poderia caminhar por ti.

Imaginei que colocaria teus pés sobre os meus e te levaria pelos caminhos que eu julgasse mais tranquilos e seguros.

Dessa maneira, tu nunca feririas teus pés pisando em espinhos ou em cacos de vidro e jamais te cansarias da caminhada. Nem mesmo precisarias decidir qual estrada tomar. Isso seria eternamente minha responsabilidade.

E foi assim durante um bom tempo. Caminhei por ti e para ti.

Então, o tempo veio me avisar bruscamente que essa deliciosa tarefa não faria mais parte dos meus dias.

Teus pés cresceram e eu já não conseguia mais equilibrá-los em cima dos meus e, quando eu menos esperava, eles escorregaram e alcançaram o solo.

Hoje sou obrigado a vê-los trilhar caminhos nos quais os meus jamais os levariam e ainda tento detê-los insistentemente, mas só consigo raríssimas vezes.

Agora só me é permitido correr com os meus junto aos teus e, em certos momentos, teus passos são tão largos que quase não posso acompanhá-los.

Atualmente assisto aos teus tropeços sempre pronto a levantar-te das tuas quedas.

Por vezes, tu me estendes as mãos em busca de socorro.

Outras, mesmo estando estirado ao chão e ferido, insistes em levantares sozinho para me provar que já és capaz de te erguer, após teus tombos e curares as próprias feridas.

Assim vamos vivendo e sinto uma saudade imensurável daquele tempo que precisavas de mim para te conduzir, pois era bem mais fácil suportar teu peso sobre meus pés do que sobre o meu coração.

No entanto, já consigo compreender como a vida é sábia.

Percebo, finalmente, que em algum momento tu precisarias mesmo desbravar teus caminhos independente de mim.

Como eu, é provável que tenhas que fazê-lo com mais alguns pés sobre os teus, os dos teus filhos.

Claro que não é uma tarefa fácil. Mas se eu consegui, tu também conseguirás porque plantei em teu coração o melhor e mais poderoso aditivo para que suportes tanto peso: o amor.

* * *

Os filhos são, sem dúvida, um empréstimo Divino.

Com eles aprendemos a lição maior do amor incondicional. Tornamos-nos habilidosos em corrigir nossos piores defeitos e multiplicar os melhores sentimentos.

Se hoje eles estão ao nosso lado, façamos por eles o melhor que pudermos pois, com certeza, logo chegará o tempo em que eles não mais estarão tão próximos.

Quando pequenos, toda a felicidade deles depende dos pais e é realmente doloroso o momento em que constatamos que haverá o tempo em que não mais precisaremos carregá-los e nem guiar os seus passos.

Então preparemos o seu caminho.

Através do amor, ofereçamos a eles toda a bagagem necessária para que possam seguir em frente com força e segurança.

Que eles carreguem a certeza de que, mesmo estando fisicamente distantes, estaremos sempre ao seu lado.

Redação do Momento Espírita,com base em mensagem,

de autoria desconhecida.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CHURRASCO DO RALLYE CLUBE DE MG

 

Convite

“Início de ano! É hora de olharmos para trás e verificar onde acertamos para continuar seguindo o rumo. É também de aprender com os erros, para não repeti-los no futuro. Futuro para o qual olhamos com esperança e otimismo. Mas este é o momento também de agradecer. Á Deus, pelo milagre da vida, pela força para lutar em busca de nossos objetivos. E aos Amigos e Colaboradores pelo apoio que nos deram ao longo de mais uma jornada de trabalho. Conquistas e realizações.”

Por este motivo o Presidente do Rally Clube de Minas Gerais, Ângelo Simão tem o prazer de lhe convidar para o churrasco de confraternização no dia 14/01/2012, sábado, das 14h ás 20h. Contamos com sua presença!

Local: Alameda Serra do Cabral nº 118 – Condomínio Vila Del’ Rey – (próximo ao BH shopping)

Entrada: Adesão ao preço de R$40,00 por pessoa, já incluídos churrasco e bebidas (refrigerante água e cerveja).

Favor confirmar presença (adesão) até o dia 03/01/2012 - e-mail: patriciacardosom@hotmail.com e mozarms@hotmail.com ou pelos tel.: 34270122 - 92084808

sábado, 24 de dezembro de 2011

UM ABRAÇO

 

O que você faz quando está com dor de cabeça, ou quando está chateado?

Será que existe algum remédio para aliviar a maioria dos problemas físicos e emocionais?

Pois é, durante muito tempo estivemos à procura de alguma coisa que nos rejuvenescesse, que prolongasse nosso bom humor, que nos protegesse contra doenças, que curasse nossa depressão e que nos aliviasse do estresse.

Sim, alguma coisa que fortalecesse nossos laços afetivos e que, inclusive, nos ajudasse a adormecer tranquilos.

Encontramos! O remédio já havia sido descoberto e já estava à nossa disposição. O mais impressionante de tudo é que ainda por cima não custa nada.

Aliás, custa sim, custa abrir mão de um pouco de orgulho, um pouco de pretensão de ser autossuficiente, um pouco de vontade de viver do jeito que queremos, sem depender dos outros.

É o abraço. O abraço é milagroso. É medicina realmente muito forte. O abraço, como sinal de afetividade e de carinho, pode nos ajudar a viver mais tempo, proteger-nos contra doenças, curar a depressão, fortificar os laços afetivos.

O abraço é um excelente tônico. Hoje sabemos que a pessoa deprimida é bem mais suscetível a doenças. O abraço diminui a depressão e revigora o sistema imunológico.

O abraço injeta nova vida nos corpos cansados e fatigados, e a pessoa abraçada sente-se mais jovem e vibrante. O uso regular do abraço prolonga a vida e estimula a vontade de viver.

Recentemente ouvimos a teoria muito interessante de uma psicóloga americana, dizendo que se precisa de quatro abraços por dia para sobreviver, oito abraços para manter-se vivo e doze abraços por dia para prosperar.

E o mais bonito é que esse remédio não tem contraindicação e não há maneira de dá-lo sem ganhá-lo de volta.

* * *

Já há algum tempo temos visto, colado nos vidros de alguns veículos, um adesivo muito simpático, dizendo: Abrace mais!

Eis uma proposta nobre: abraçar mais.

O contato físico do abraço se faz necessário para que as trocas de energias se deem, e para que a afetividade entre duas pessoas seja constantemente revitalizada.

O abraçar mais é um excelente começo para aqueles de nós que nos percebemos um tanto afastados das pessoas, um tanto frios no trato com os outros.

Só quem já deu ou recebeu um sincero abraço sabe o quanto este gesto, aparentemente simples, consegue dizer.

Muitos pedidos de perdão foram traduzidos em abraços...

Muitos dizeres eu te amo foram convertidos em abraços.

Muitos sentimentos de saudade foram calados por abraços.

Muitas despedidas emocionadas selaram um amor sem fim no aconchego de um abraço.

Assim, convidamos você a abraçar mais.

Doe seu abraço apertado para alguém, e receba imediatamente a volta deste ato carinhoso.

Pense nisso! Abrace mais você também.

Redação do Momento Espírita, com base em palestras de Alberto Almeida, na cidade de Matinhos, nos dias 29, 30 e 31 de março de 2002 e no texto intitulado Um abraço, de autoria ignorada.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mensagem para o Natal

 

Véspera de Natal. Noite gélida. A neve cai em flocos minúsculos, como garoa condensada.

A menina anda pelas ruas. Sente frio, mas sabe que não poderá voltar para casa. Não sem ter vendido as caixas de fósforos.

O dia morrera e ela não conseguira vender nenhuma.

Encolhe-se na saliência de uma casa. Acocora-se ali, com os pés encolhidos, para abrigá-los ao calor do corpo. Mas cada vez sente mais frio.

Toma de um fósforo. Que mal haverá se ela acender um? Somente um.

Risca-o contra a parede e a chama se faz. Parecia uma vela e ela se viu sentada diante de uma grande estufa, de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor.

Ela foi estendendo os pés congelados, para os aquecer e... apagou-se o clarão.

Então risca outro fósforo e onde bate a luz, a parede fica transparente, como um véu. Ela vê tudo dentro da sala. A mesa posta, a porcelana fina, um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas.

Mas o fósforo apaga e tudo some. Ela fica ali a ver somente a parede nua e fria na noite escura.

Acende outro fósforo e à sua luz vê uma enorme árvore de Natal. Entre os galhos, milhares de velinhas.

Ela estende os braços desejando apanhar um dos enfeites e então, então... apaga-se o fósforo.

As luzinhas da árvore de Natal foram subindo, subindo, até alcançar o céu e se transformarem em estrelas.

Uma delas cai, lá de cima, deixando uma poeira luminosa pelo caminho.

Alguém morreu! – Fala a criança, lembrando o que dizia sua avó: Quando uma estrela desce, uma alma sobe aos céus.

Ela acende mais um fósforo. Desta vez, é a avó que lhe aparece, sorridente, no esplendor da luz.

A emoção envolve a pequena. Desde que possa lembrar, ela somente recebera carinhos da avó. Ela, sim, a amara.

Vovó, eu queria que a senhora fosse de verdade. Sei que quando a chama apagar, a senhora vai desaparecer, como as luzes, a estufa quente, o pato assado, a árvore de Natal.

E se põe a riscar na parede, todos os fósforos das caixas, para que sua avó não vá embora.

Eles ardem com tanto brilho, que parece dia. Ela vê a avó cheia de luz, tão bonita!

A bondosa senhora a toma nos braços. Voam ambas, em um halo de luz e de alegria, mais alto, mais alto e mais longe...

Vão para um lugar onde não há mais frio, nem fome, nem sede, nem dor, nem medo. Elas penetram o mundo espiritual.

No dia seguinte, os transeuntes encontram a menina morta, com a mãozinha cheia de fósforos queimados.

Coitadinha! Comentam. Deve ter querido se aquecer.

E todos se admiram do sorriso estampado no rostinho infantil.

Mas ninguém soube que visões maravilhosas lhe povoaram os últimos momentos. Nem com que alegria entrou, com sua avó, nas glórias da Espiritualidade, em pleno Natal.

*   *   *

Neste Natal, pensemos: até quando permitiremos que a infância continue a morrer, em pleno desabrochar?

Até quando continuaremos a permitir que a escuridão povoe o universo infantil?

É Natal. Natal de Jesus. Façamos algo por nossas crianças.

Redação do Momento Espírita, com base no conto A acendedora de fósforos, de Hans Christian Andersen.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ONDE ESTÁ VOCÊ?

 

Onde está você com seus pensamentos nesse momento?

Será que está presente na conversa com os amigos, ou está longe, viajando por lugares distantes?

Onde está sua felicidade agora?

Será que está junto de você, ou está longe, em objetos distantes, em pessoas que se foram, em bens materiais que você ainda não tem?

Onde está seu sorriso agora?

Está em seu rosto, estampando a sua alegria e confiança na vida?

Ou será que foi levado por alguém que não está mais aqui?

Será que seu sorriso ainda depende dos outros?

Onde está a sua vontade de viver, agora?

Está aí mesmo dentro de você chamando-o, a cada minuto, para as oportunidades, para viver os dias, ou está nas mãos de outras pessoas, e você está perdido sem saber para onde ir?

Quem é o dono da sua vida, da sua vontade e da sua motivação?

O que você precisa para ser feliz agora?

Um emprego? Será que você não consegue procurar um pouco mais? Quem sabe mudar os rumos? Ou procurar em lugares onde você nunca havia procurado antes?

Não coloque para si mesmo obstáculos demais!

Será que a felicidade está apenas na conquista de um emprego?

Talvez você precise de um amor.

Então cultive novas amizades! Lembre-se de que a amizade é a fonte do amor verdadeiro!

Procure se aproximar mais das pessoas, quem sabe!

Antes de querer ser amado, ame!

Onde está seu Deus agora?

Será que você já o descobriu dentro de você?

Será que você já o descobriu nas leis maravilhosas que regem o universo? Na proteção que recebemos, nas chances, nos encontros, nas bênçãos da vida?

Será que você já o descobriu nas estrelas, nos mares, nos ventos, no perfume das flores?

Onde está você agora?

No curso mais seguro da vida, tendo sua embarcação sob controle? Ou está à deriva? Distraído pelas ilusões que encrespam o oceano todos os dias?

Onde está você agora?

Buscando um sentido maior para tudo, buscando o crescimento espiritual, ou está preocupado com coisas tão pequenas, incomodado com problemas tão simples?

É tempo de saber onde realmente estamos.

É tempo de repensar muitas coisas, de dar um novo sentido a tudo, de redescobrir as coisas mais simples e possíveis, e recriar a vida, colocando-a em seu curso seguro.

Como nos ensinou o Mestre de Nazaré, onde estiver seu coração, aí estará também o seu tesouro.

Pense nisso!

Por vezes nossos olhares se perdem no espaço à procura de algo que se encontra bem perto de nós.

Outras vezes permitimos que nosso sorriso siga atrelado ao passo de alguém que se afasta de nós...

Nossa alegria, tantas vezes, perde a força por causa de algo insignificante.

Às vezes permitirmos que a nossa vontade de viver se enfraqueça, vencida pelas ilusões e fantasias...

No entanto, para que não deixemos de viver o momento, intensamente, é preciso prestar atenção nas horas, no agora, no hoje, para que não deixemos escapar as mais excelentes oportunidades de construir nossa felicidade duradoura.

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir de texto de autoria desconhecida.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ACOMODAÇÃO

 

O progresso da civilização trouxe consigo muitas facilidades, isso é incontestável.

As comunicações são instantâneas. Ficamos sabendo de tudo o que acontece no mundo, no momento em que está ocorrendo.

Com as conexões via Internet, qualquer pessoa pode navegar pelo mundo apenas acionando algumas teclas.

Jornais, revistas e outras tantas mercadorias chegam em nossas casas, sem que precisemos sair para comprá-los.

Através da TV por assinatura vários canais de televisão do mundo inteiro estão ao nosso alcance. Temos acesso a filmes, documentários e outras diversões apenas acionando alguns botões.

O serviço de entregas por telefone é bem aceito pela população. Proliferam as ofertas, ampliando-se cada vez mais a gama de produtos. São flores, CDs, remédios, alimentos e outras tantas mercadorias que chegam às nossas portas depois de ligeiro telefonema.

São as facilidades modernas que, sem dúvida alguma, o progresso trouxe para o conforto geral.

Todavia, enquanto nos beneficiamos com tais facilidades, nos permitimos a acomodação perniciosa.

A acomodação provoca o estacionamento do Espírito, enquanto ser imortal, criado para o progresso constante.

É ótimo que aproveitemos as facilidades que nos são oferecidas no campo material, mas é imprescindível que busquemos alcançar novos degraus no campo espiritual.

É importante que saibamos empregar bem o tempo que a tecnologia nos poupa.

Mais será cobrado de quem mais tiver. Essa é a afirmativa de Jesus.

Tudo o que nos chega como benefício, são recursos permitidos pela Divindade. Não são fins, mas meios de progresso.

Lutemos, pois, para que não sejamos dominados pela acomodação. Busquemos desenvolver a nossa Espiritualidade. Somos seres imortais e uma outra realidade nos aguarda logo mais, no além-túmulo.

Atentemos também para nossos filhos. Incentivando-os à leitura edificante,  não os deixemos cair nas teias da acomodação, da preguiça, do marasmo.

Com todo nosso afeto mostremos a eles que fazemos parte de uma sociedade e que todos somos interdependentes.

Digamos a eles que, para a construção de uma sociedade melhor, é necessário que todos contribuam ativamente com seu tijolo de amor, ainda que pequeno, mas de suma importância.

Utilizar bem o tesouro das horas, em nosso e em benefício dos que nos rodeiam, eis a grande decisão que nos cabe.

Exercitar a alma, disciplinando as emoções, treinando a paciência, o perdão, a humildade, para que nosso perfil seja condizente com nossos anseios superiores.

Enfim, fazer luz em nossa intimidade e afastar as trevas da acomodação atrevida que teima em se fazer presente em nossas vidas.

* * *

Nosso pensamento não para nunca.

É por esse motivo que muitas pessoas, mesmo em idade avançada, ficam lúcidas. É porque nunca se deixaram levar pela acomodação paralisante.

Ao contrário, as que acham que nada mais podem fazer e dão por cumprida sua etapa, têm o cérebro atrofiado e a esclerose se manifesta mais cedo.

Assim, importa que mantenhamos o cérebro e as mãos sempre ocupados com coisas positivas para que a lucidez não nos abandone jamais.

Redação do Momento Espírita.

DESEJO A TODOS UM NATAL POR DIA

 

Sandra Lúcia Ceccon Perazzo

Desejo que o Natal possa trazer em cada coração o sentido verdadeiro dessa festa.

Por isso, desejo um Natal por dia na vida de cada um de nós!

Desejo que a cada dia, possamos nascer, renascer para o amor, renovando sentimentos, pensamentos, comportamentos.

Desejo que recebamos e doemos a paz que tanto almejamos, compreendendo que o caminho para isso é de dentro para fora.

Desejo que entendamos a necessidade da paciência, que é a ciência da paz.

Só com paciência, com o auto-perdão e com a misericórdia, teremos  paz.

Vamos aceitar o humano que há em nós, aprendendo com os nossos erros, ensinando os nossos acertos para todos da nossa convivência, através do exemplo vivo, sem discursos, sem falatório, como fez o Aniversariante, que veio para nos ensinar, Jesus!

Desejo, igualmente, que os horizontes se abram em nossas voltas e compreendamos a necessidade de sair

do individual para o coletivo.

Desejo que a nossa  percepção esteja sempre aguçada para percebermos o outro,

não só na aparência, mas no seu interior, e, em percebendo, possamos dar a ele o que for necessário,

pois na maioria das vezes o que o outro necessita está ao nosso alcance,

que é o apoio, o sorriso amigo, o toque de um carinho, o olhar de meiguice, o cuidado, o aperto de mão, a compreensão, o não julgamento, que é tudo aquilo que sabemos muito bem o que é, pois é tudo que queremos receber deles.

Desejo ainda a todos, tudo que cada um deseja e quer para si mesmo, e, se o que cada um deseja para si mesmo não for o suficente, desejo a cada um, todo amor do mundo!

Feliz Natal!

domingo, 18 de dezembro de 2011

DE DENTRO PARA FORA

 

É grande o número de pessoas que vive à procura de milagres para os mais variados males que as aflige.

Dizemos que procuram milagres porque a maioria busca algo que possa ser ingerido, injetado, cheirado ou passado na pele, e que faça prodígios.

E as receitas não faltam: “Nabo faz bem para isto”, “Cenoura para aquilo”, “Café cura tal coisa”, “Tal vitamina previne o envelhecimento”, “Tal legume faz nascer cabelo, tal erva evita a queda”, e assim por diante.

Estamos sempre procurando algo que resolva nossa vida. E bom seria que uma única cápsula fosse suficiente para todos os males que nos tiram o sossego.

No entanto, nossas buscas são sempre do exterior para o interior, quando o ideal seria de dentro para fora.

Tentamos retardar o envelhecimento da pele com vitaminas, e esquecemos que o melhor remédio para esse caso, é a nossa disposição de ânimo.

O otimismo, a esperança, a alegria, o trabalho voluntário e desinteressado são excelentes contra os radicais livres.

O preconceito, o interesse pessoal, o egoísmo, o ódio, a mágoa provocam rugas no corpo e doenças na alma, problemas difíceis de tratar.

A ira, a revolta, o desejo de vingança são verdadeiros venenos para o coração. Podem provocar graves problemas cardíacos e até levar ao óbito.

A inveja, o ciúme, a maledicência, a calúnia são bombas que destroem sem deixar vestígios.

Eis aí alguns pontos que merecem, sim, atenção e cuidado, pois dizem respeito ao nosso bem-estar.

Pouco ou nenhum resultado teremos ingerindo produtos, alimentos, ou remédios, se não fizermos um tratamento de intimidade, purificando a fonte das emoções.

Uma emoção desequilibrada pode causar muito mal ao nosso organismo.

Por isso é importante, se desejamos manter a saúde e o bem-estar, estabelecer alguns cuidados básicos que previnem uma série de males.

Uma boa leitura, um bom filme, um passeio, caminhadas freqüentes, uma boa noite de sono, brincar com crianças, rir, saltar de alegria, meditar...

A conversa sadia com amigos, a visita a um enfermo, a uma criança internada, alguns minutos de atenção a uma criança órfã são excelente profilaxia para diversos males.

Isso é fácil de comprovar. Você deve conhecer pessoas que fazem trabalhos voluntários por prazer. Elas são sorridentes, não aparentam a idade que têm, e geralmente não adoecem.

Não têm tempo para falar mal da vida alheia, não guardam mágoa, não carregam ódio, não sentem inveja nem ciúme, e estão sempre de bem com a vida.

Essas pessoas também são diferentes no ambiente onde trabalham profissionalmente, pois são leves, otimistas, e sua beleza brota de dentro para fora.

Já as pessoas que só pensam em si mesmas são mal-humoradas, prevenidas, vivem armadas contra todos, não confiam em ninguém, e geralmente aparentam mais idade do que têm.

Por todas essas razões, vale a pena investir no seu bem-estar de forma eficiente e duradoura.

Só então os produtos, alimentos e remédios poderão causar os resultados esperados, pois terão como contributo uma força que vem de dentro, potencializando seus efeitos salutares.

Os avanços científicos e tecnológicos são alavancas que podem fazer verdadeiros milagres em todas as áreas que produzem bem-estar, mas para nos ajudar com eficiência, dependem da nossa disposição íntima.

Pense nisso e comece a se cuidar, de forma correta e eficaz.

Você pode. E só você pode, pois quando se trata de zelar pela fonte da vida que existe em sua intimidade, é um trabalho que ninguém poderá fazer por você.

Cuide-se e cuide de sua saúde, começando sempre de dentro para fora...

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Fidelidade a Jesus

 

Houve, em tempos passados, uma localidade denominada Sebastes. Situava-se entre a Judeia e a Síria. Foi ali que quarenta legionários da Décima Segunda legião romana deram sua vida por amor à verdade.

Presos por professarem o Cristianismo, os quarenta jovens marcharam saindo da cidade, escoltados por outros tantos soldados.

À frente se desenhava o lago de águas tristes e frias. O sol se afundava na direção do poente e o vento soprava gelado.

Os tambores soavam, ditando o ritmo da marcha. E os prisioneiros foram entrando no lago. Um passo, dois, três, dez, vinte. Os pés foram agitando a água e eles entrando mais e mais. Só ficaram as cabeças descobertas fora d’água.

Os superiores haviam lhes decretado uma terrível forma de morrer. Ali parados, impassíveis e silenciosos, iriam morrer enregelados.

As luzes do crepúsculo se envolveram num manto dourado e se retiraram, deixando que a noite se apresentasse com seu cortejo de estrelas.

Ao redor do lago, nas margens, familiares e amigos oravam silenciosos. E silenciosos permaneciam os jovens dentro d’água.

Então, em nome de César, falou um oficial. Eles eram jovens e, levando em conta a sua inexperiência, seriam perdoados se jurassem fidelidade aos deuses protetores do Império.

Era tudo muito simples. Bastaria queimar algumas ervas, perante o improvisado altar a Júpiter Olímpico, na outra margem.

Dentro do lago, nem um mínimo movimento. O ar foi se fazendo mais frio e uma névoa começou a se erguer das águas.

Os guardas acendiam fogueiras nas margens, batiam as mãos, andavam para se aquecer. Mas os quarenta legionários permaneciam imóveis.

Então, eles começaram a cantar e mais forte do que o vento, o hino se ergueu como um grito vitorioso.

Era como uma cascata de esperanças feita de fé, ternura e renúncia.

Um a um, no transcorrer das horas, aquelas chamas foram se apagando na Terra, para tremeluzirem na Espiritualidade.

Quando nasceu o dia, somente um vivia. Um guarda se aproximou de uma mulher e lhe disse que seu filho vivia. Como ele vivera até então, teria sua vida poupada. Que ela o retirasse das águas e, em nome dele, oferecesse sacrifício aos deuses romanos.

Nunca. Foi a resposta dela. Se ele consciente não o fez, como poderia me aproveitar da sua agonia para traí-lo?

Firmemente, avançou para as águas e ali esteve com o filho até que o coração dele parasse de bater. Depois, apertando-o firmemente nos braços, tomou o seu corpo e o veio depositar aos pés do oficial da guarda.

*   *   *

Há mais de dois mil anos, na Judeia, um homem amou e morreu por muito amar. A maravilhosa fé que soube despertar teve o poder de modificar vidas.

A Sua voz convidava para viver a verdadeira vida, a vida que se desdobra para além da morte.

Dentre os Seus ensinos, lembramos: Quem perseverar até o fim, este será salvo.

Quem crer em mim, mesmo morto viverá.

A Sua mensagem atravessou os séculos e permanece viva até hoje, estabelecendo diretrizes seguras aos Seus seguidores.

A Sua é a mensagem do amor, da fé, da fidelidade até o fim.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. XXVIII, do livro A esquina de pedra, de Wallace Leal Rodrigues, ed. O clarim.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

FELICIDADE - AGORA OU DEPOIS?

 

Você costuma afirmar que a felicidade foge de você? Que sempre que você está para conquistá-la, ela se vai, como fumaça ao vento?

Você não será porventura daqueles, como muitos de nós, que coloca a sua felicidade no futuro? Algo que é projetado e que um dia, quem sabe, poderá ser alcançado?

Talvez justamente aí resida a grande dificuldade de ser feliz. Não sabemos apreciar o momento que passa, o que temos, o que somos, onde estamos.

Vejamos. Quando andamos a pé, nossa felicidade está em comprar um carrinho. Não importa o tamanho, a cor, o ano. Importante que rode, que nos leve de um lado a outro, sem longas esperas em terminais de ônibus.

Quando, afinal, conseguimos adquirir o carro e começamos a utilizar, passamos a desejar ter um maior, mais confortável, mais econômico, melhor, enfim. E nisso passa a residir a nossa felicidade.

Sequer nos damos tempo de ficar felizes por termos o primeiro carro. Termos alcançado uma meta.

Quando não temos casa própria, sonhamos com ela. Ficar livres do fantasma do aluguel, podermos, em nossa propriedade, fazer o que desejamos, sem precisar pedir autorização ao proprietário.

Um dia, então, alcançamos o nosso desejo. Eis-nos na casa própria. Em vez de ficarmos felizes, plantarmos um jardim, e ir colocando os pequenos mimos cá e lá, enfeitando nosso cantinho particular, começamos a sonhar com uma casa maior.

Ou, então, em um bairro melhor, com mais comodidades. Afinal, seria interessante que cada membro da família tivesse seu próprio quarto e seu banheiro.

E sonhamos, e sonhamos.

Ora, desejar progredir é próprio do ser humano. Desejar melhorar as condições de vida é natural. Contudo, o que não nos permite sermos felizes, em momento algum, é não valorizarmos a conquista realizada.

E aprendermos que a felicidade não está especialmente em ter coisas, mas em saber dar a elas o seu devido valor.

Mais precioso que o carro, é a possibilidade de andar com as próprias pernas. É ter braços para estreitar, apertar contra o peito quem se ama.

Melhor que a casa onde se reside é gozar da felicidade de um lar, que quer dizer família, lugar de morar, de se expandir, de crescer, de amar e ser feliz.

Eis o segredo da felicidade. Eis porque encontramos seres que nada ou quase nada possuem e sabem sorrir.

Eis porque as crianças, que ainda não entraram no esquema do consumismo, ficam felizes por poder brincar, correr com os amigos.

Elas esquecem se está frio ou calor, se é hora de comer ou de dormir. O importante é gozar até o último momento da brincadeira com os amigos. Por isso, todos os dias, elas nos dizem com seus sorrisos: É possível ser feliz na Terra.

* * *

Saúde o seu dia com a oração da gratidão a Deus.

Você está vivo.

Enquanto a vida se expressa, se multiplicam as oportunidades de crescer e ser feliz.

Cada dia é uma bênção nova que Deus lhe concede, dando-lhe prova de amor.

Acompanhe a sucessão das horas, cultivando otimismo e bem-estar.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 1, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

LÁGRIMAS: PALAVRAS DA ALMA

 

Muitas vezes, na vida, vivenciamos situações em que a emoção é tamanha que nos faltam palavras para expressar nossos sentimentos.

Podemos considerar as lágrimas como as palavras de nossa alma.

Através delas, somos capazes de demonstrar incontáveis sentimentos.

As lágrimas, na maioria das situações, escorrem de nossos olhos sem que tenhamos controle sobre elas.

Em alguns momentos, elas contam histórias de dores, mas também têm na sua essência, algo de belo.

Quando elevamos o pensamento, sintonizando com a Espiritualidade maior, seja com nosso anjo protetor, com o amado amigo Jesus ou com Deus, sentimos os olhos marejados.

Observando a natureza, temos a oportunidade de presenciar alguns espetáculos que ela nos oferece. Emocionamo-nos percebendo a grandeza e a perfeição Divina na presença de um pôr-do-sol, de uma queda d'água ou de um arco-íris.

Diante do nascimento de uma criança, somente as lágrimas são capazes de traduzir e qualificar a magnitude desse instante Divino.

Quando estamos sensíveis, por vezes carentes de alguma manifestação de afeto, um simples aperto de mão ou um afago carregado de amor é suficiente para provocar nossas lágrimas.

Quando deixamos que o som de uma música elevada alcance nosso coração, somos capazes de chorar de emoção, pois sentimos a alma tocada e acariciada por aquela doce e vibrante melodia.

Tanto a dor emocional quanto a dor física nos chegam sem pedir licença, ocupando espaço considerável em nossa alma e em nosso corpo.

Lágrimas são derramadas pela dor da partida de um ente querido, pela dor da ausência e da saudade, pela dor do erro cometido e do arrependimento.

Ao constatarmos a dor do próximo, lágrimas jorram de nossos olhos. Deparamo-nos com tantas carências, tantas necessidades não atendidas, enfermidades, privações e abandono.

* * *

Cada lágrima derramada tem seu significado. Seja ela vertida pela dor ou pela alegria, nos diz que somos seres movidos pela emoção, capazes de exteriorizar os nossos sentimentos.

Demonstra que nos sensibilizamos em momentos simples e efêmeros, indicando que estamos sintonizados com o que há de belo na vida.

E, quando as lágrimas derramadas forem de dor, façamos com que o motivo que nos comove seja também o mesmo motivo que nos move.

Que o movimento seja no sentido da modificação íntima. Que seja impulso para olhar a vida sobre um novo ângulo, para trabalhar em nós mesmos a resignação, a paciência, a esperança, a fé e a confiança em Deus.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A VIDA É CURTA

 

Um simples adesivo, fixado num vidro de carro, revela uma filosofia de vida muito perigosa.

Diz assim: A vida é curta. Quebre algumas regras.

Precisamos analisar esta cultura do Aproveite a vida, pois ela é curta, com bastante cuidado.

Percebemos que esse tipo de entendimento circula pelo mundo fazendo muitos adeptos que, por vezes, caem em armadilhas terríveis, sem perceber.

Parece haver em muitas pessoas uma aversão a regras, a leis, mesmo quando essas servem apenas para regular a vida em sociedade. Por isso, tão necessárias.

É a repulsa à responsabilidade que ainda encontra forças em tantas mentes que teimam em não crescer.

Quebrar regras simplesmente por diversão ou por achar que a vida está muito certinha - como se fala - é atitude infantil, imatura e perigosa.

Basta, por exemplo, uma única vez, extrapolar na velocidade na condução de um automóvel para se comprometer uma vida toda.

Uma brincadeira, um simples pega, pelas vias de uma cidade, para se colocar em risco um grande número de vidas, inclusive a própria.

Assim, não é um tipo de regra que pode ser quebrada de quando em vez.

Por que quebrar regras para se aproveitar a vida? Quem disse que para se curtir cada momento da existência com alegria, precisamos infringir leis?

Aproveitar a vida não significa fazer o que se quer, quando e onde se queira. Esta é a visão materialista, pobre e imediatista do existir.

Aproveitar a vida consiste em fazer o que se deve fazer, determinado pela consciência do ser espiritual, que sabe que está no mundo por uma razão muito especial.

O ser maduro, consciente, encontra no caminho do bem, da família, do amor, sua curtição, sem precisar sair por aí quebrando regras e infringindo leis.

*   *   *

A vida é curta ou longa. A escolha está em quem vive.

Ela é curta para os que desperdiçam tempo na ociosidade. Longa para os que se dedicam a uma causa nobre.

A vida é curta para os que acompanham os filhos crescerem de longe. Longa para os que aproveitam cada instante, cada beijo de bom dia, cada beijo de boa noite.

A vida é curta para os que acham que os vícios não fazem mal. Longa para os que desenvolvem hábitos sadios para seus dias.

A vida é curta para os que acham que a vida é uma só. Longa para os que já descobriram que o Espírito é imortal, já existia antes desta vida e continuará existindo depois.

A vida é curta para quem não perdoa. A mágoa mata mais cedo. É longa para os que buscam a reconciliação, evitando a vingança destruidora.

A vida é curta para quem não sorri. A depressão mata mais cedo. É longa para quem cultiva o bom humor perante as situações difíceis da existência.

A vida é curta para os vilões. Longa para os heróis.

A vida pode ser curta ou longa. Cabe a você escolher.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O AMOR QUE SE IMAGINA

 

A busca de uma relação amorosa ideal costuma consumir muita energia.

Tem-se a ideia de que é impossível ser feliz sem fazer parte de um casal afetivamente ligado.

Com base nessa premissa, encontrar uma pessoa considerada especial converte-se em uma necessidade premente.

O amor deveria ser fonte de felicidade e plenitude.

Contudo, em se tratando do denominado amor romântico, isso nem sempre se dá.

Uma parcela considerável dos casais manifesta tristeza ou enfado com a relação em que se encontra.

De outro lado, quem está sozinho se exaspera com semelhante estado de coisas.

Ocorre que os vínculos que se estabelecem entre os seres podem ser de duas ordens.

A primeira e mais banal, origina-se da atração física.

Quem se deixa levar por ela não raro se arrepende.

Estabelecer vínculo com base em aparência equivale a comprar um produto apenas porque está bem embalado.

Sem maiores indagações quanto ao seu conteúdo e utilidade, a decepção é quase certa.

A atração física, como móvel exclusivo do desejo de união, sempre é um tanto temerária.

Ela engendra contínuas decepções, seja ou não correspondida.

Muitas vezes, alguém afirma amar perdidamente.

Imagina que nunca será feliz sem o ser amado e se tortura pela indiferença com que seu afeto é recebido.

Entretanto, esse amor imaginado provavelmente não resistiria ao convívio.

Porque não se efetiva o conúbio, o outro parece possuir todas as qualidades.

Assume uma imagem ideal, na medida de sua inacessibilidade.

Contudo, se o desejo encontra receptividade, começa o teste das dificuldades do dia a dia.

Na convivência íntima, muitas vezes o sonho converte-se em pesadelo.

À míngua de real afinidade, as diferenças transformam-se em abismos.

Ocorre algo semelhante a quando se vê em uma loja um lindo móvel ou uma bela peça de decoração.

Malgrado a aparência sedutora, aquele bem não se harmoniza com a decoração da residência de quem o cobiça.

Caso a aquisição se efetive, em vez de algo útil e confortável, tem-se um problema.

Não porque haja alguma coisa errada com o bem em si.

Ele simplesmente não combina com o local onde é colocado.

Já as relações oriundas da afinidade entre almas trazem em si a promessa de felicidade.

Transcendem os problemas comuns da vida e mesmo se fortalecem com eles.

Não se fundam em aparências, mas em valores partilhados e projetos de vida em comum.

Talvez não ensejem violentos desejos e nem torturantes indagações.

Mas se embasam em afeto, ternura e respeito e amadurecem ao sol da experiência.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no item 939 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Convites da vida

 

Sem percebermos, a vida nos oferece convites sem cessar, em todos os aspectos, nas mais variadas situações.

São os planos Divinos, que arquitetam lições para nosso aprendizado.

Seja nas pequenas coisas do cotidiano, seja nas grandes decisões da vida, estaremos, não raro, sob os convites da vida, que estará a aguardar nossas decisões.

O bem avaliar de cada um desses convites será decisório em nosso caminhar, em nosso aprendizado.

Dessa forma, faz-se necessário avaliarmos com cuidado e maturidade cada uma das oportunidades que nos surge, cada situação que nos ocorre porque elas serão, sempre, os convites que teremos a analisar.

Não raro, alguns de nós, nas lides profissionais, somos convidados à desonestidade, à ilegalidade.

São convites à corrupção, ao suborno, às práticas ilícitas, quando lesamos a empresa que nos honra o salário ou a instituição governamental que representamos.

Assim, o policial rodoviário, quando convidado pelo motorista desonesto ao suborno, poderá aceitar ou não o dinheiro ilícito. É convite que a vida lhe oferece.

Haverá também o fiscal desse ou daquele órgão instituído, que poderá trocar suas obrigações funcionais pelo dinheiro fácil. São outros convites que a vida oportuniza.

Algumas vezes, na vida em sociedade, somos convidados à mentira e à falta de honradez nas relações pessoais.

Então, aquele que nos tem por amigo, na confiança da relação, deixa de contar conosco porque, por conveniência pessoal, traímos o sentimento.

Na vida familiar os convites nos surgem, no sentido de priorizar as coisas do mundo às coisas do coração.

Será quando, por questões financeiras, abrimos mão de relações afetuosas e de relacionamentos familiares felizes, por um desentendimento na partilha de uma herança ou na consumação de uma dívida.

Por isso, será sempre oportuno que fiquemos atentos a respeito dos convites da vida que estamos aceitando.

Quando o convite chega para que sejamos desonestos, é momento importante que a vida oportuniza para demonstrarmos a honestidade como valor da alma.

Se o convite se concretiza na oportunidade de priorizar o dinheiro às amizades e relações familiares, é a chance que a vida oferece, para que optemos pelos valores do coração, preterindo os monetários.

*   *   *

Há convites perturbadores em toda parte, conclamando-nos ao desequilíbrio. Porém, se já conseguimos percebê-los, na intimidade da alma, poderemos bem conduzir o nosso proceder.

O bem ou o mau caminhar de nossas vidas será sempre o reflexo de nossas opções, dos caminhos que decidimos percorrer.

Assim, avaliemos como temos respondido aos convites da vida para que, mais tarde, não tenhamos o remorso e o arrependimento como companheiros das nossas desditas, fruto das opções que fizemos ao longo do nosso caminhar.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 9, do livro Momentos de felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

REAÇÃO DIFERENTE

 

Como você costuma reagir quando as coisas dão errado? Se você programa um final de semana na praia e a chuva estraga o passeio; se você esperava receber o salário para realizar um sonho, comprando algo especial e uma despesa extra arruinou essa possibilidade, como você reage?

Você costuma ficar chateado por horas e até dias, por que teve um pequeno acidente no trânsito, o carro não ficou pronto, o salário atrasou?

Se você reage assim, com certeza fica infeliz muitos dias durante o mês.

Entretanto, existem pessoas que sabem extrair dos fatos mais difíceis de suas vidas, coisas muito positivas.

Uma dessas pessoas é Liana Müller Borges. Uma arquiteta paisagista que, aos sessenta anos de idade, teve sua casa assaltada por bandidos que a fizeram refém.

Ela foi obrigada, sob a mira de uma arma, a dirigir seu veículo até um esconderijo, em uma favela.

Durante três horas, ela foi mantida prisioneira em um barraco. Pela janela, enquanto aguardava por sua liberdade, ela pôde olhar algumas crianças que brincavam em um rio sujo, nas proximidades.

Ela sempre se incomodara com a pobreza do país. E naquelas horas, ali prisioneira, se pôs a pensar: Por que todas as crianças não podem crescer com saúde e educação, como meus filhos?

Horas mais tarde ela foi resgatada. Voltou para casa. Mas, alguns dias depois, retornou à favela. Foi batendo de porta em porta, perguntando aos moradores o que eles mais necessitavam. Ela queria ajudar. Queria mudar aquele estado de coisas.

A primeira providência, atendendo ao pedido das mulheres que trabalhavam fora do lar, foi construir uma creche. Um ano depois, com os recursos conseguidos e a mão de obra da favela, foi inaugurada a creche.

Liana foi trabalhar como voluntária. Ela não desejava somente resolver o problema, delegando o trabalho a outros.

Ela queria fazer parte daquele projeto. Passou a trabalhar com as mães, dando-lhes aulas sobre higiene e saúde.

Anos depois, em parceria com empresas e a Prefeitura, a associação que ela criou ampara a criança e oferece programas profissionalizantes, beneficiando os habitantes da favela.

Um sequestro, um grande susto, algo ruim. Mas, aquela mulher soube captar a mensagem de necessidades do local e transformou um pesadelo em um belíssimo sonho concretizado, que atende e salva muitas outras vidas.

* * *

Quando você passa pela rua e se depara com quadros de dor, miséria e abandono, já se perguntou o que você pode fazer a respeito?

Já pensou que cada um de nós é responsável pelo estado de felicidade ou infelicidade do semelhante?

Pode ser que você não consiga realizar uma grande obra, mas pode começar atendendo o próximo que está mais próximo.

Você já tentou ajudar seu colega de trabalho? Você sabe das dificuldades que ele atravessa?

E na sua vizinhança? Não existe alguém para ajudar, amparar, servir?

Não deixe que a sua infelicidade o impeça de ver as coisas como realmente são. Melhor do que isso: compare e descobrirá como você tem muitas coisas para ser feliz e fazer os outros felizes.

Pense nisso! Mas pense agora.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Heróis de hoje - de volta à favela, de Seleções Reader's Digest, de junho de 2000.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE

 

Não há no mundo quem não deseje uma vida de felicidades. Sonhamos e desejamos que nossos dias sejam de alegrias intensas e plenas.

Anelamos que o sorriso nos venha fácil, que os dias nos sejam leves e que seja de venturas o nosso caminhar.

É natural que assim seja. Somos seres fadados à felicidade e esse é o sentimento que encontra na alma os mais profundos significados.

Porém, na ânsia da felicidade, imaginamos que temos que buscá-la em algum ponto, que a encontraremos em algum momento, que a atingiremos em um dia determinado.

Lembramos o soneto do poeta Vicente de Carvalho que afirma que a felicidade é uma árvore de dourados pomos, porém que não a alcançamos, porque sempre está onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos.

Ao imaginar a felicidade como uma meta a alcançar nos esquecemos que, na verdade, a felicidade é caminho a se traçar, é trilha a se percorrer, é história a se construir.

Quando imaginamos que a felicidade chegará um dia, perdemo-nos nos dias e não enxergamos a felicidade que nos chega.

Ou não será felicidade poder deparar-se com um pôr-de-sol tingindo de vermelho um céu que há pouco era de um azul profundo? Há tantos que desejariam ver um pôr-de-sol...

Quanta felicidade pode haver em escutar as primeiras palavras de um filho, uma declaração de amor de quem queremos bem, ou ainda, o assovio do vento chacoalhando suave as folhas da árvore? Há tantos que nada escutam, nem ouvem ou percebem...

Como somos felizes por poder pensar, criar, sonhar e, num piscar de olhos, viajar no mundo e no espaço, conduzidos pela imaginação, guiados pela mente! São tantos que permanecem carcereiros de si mesmos em suas distonias mentais, nos desequilíbrios emocionais...

Preocupamo-nos tanto em buscar a felicidade, que nos esquecemos que já temos motivos de sobra para sermos felizes.

E, efetivamente, não nos damos conta que a felicidade não está em chegar, mas que ela mora no próprio caminhar.

Ser feliz é ter o olhar de gratidão perante a vida, de entendimento do seu propósito, da percepção de que ela se mostra sempre generosa a cada um de nós.

Ser feliz não é negar que na vida também haverá embates, lutas e desafios cotidianos. Afinal, esses são componentes de nosso viver e, naturalmente, podem trazer dificuldades e dissabores.

Porém, ser feliz é também perceber que os embates produzem amadurecimento, que as lutas nos fazem mais fortes e nos oferecem aprendizado.

Assim, de forma alguma vale a pena ficarmos esperando o dia em que nossa felicidade se completará.

Ser feliz é compromisso para hoje, que se inicia pelo olhar para as coisas do mundo, passa pelo coração em forma de reconhecimento pelos presentes que nos chegam, completa-se em gratidão, oferecendo à vida o que ela nos dá em abundância.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E SE A VIDA FOSSE UMA ESTRADA?

 

Cada um de nós caminha pela vida como se fosse um viajante que percorre uma estrada.

Há os que passam pouco tempo caminhando e os que ficam por longos anos.

Há os que veem margens floridas e os que somente enxergam paisagens desertas.

Há os que pisam em macia grama e os que ferem os pés em pedras pontudas e espinhos.

Há os que viajam em companhias amigas, assinaladas por risos e alegria. E há os que caminham com gente indiferente, egoísta e má.

Há os que caminham sozinhos - inclusive crianças - e os que vão em grandes grupos.

Há os que viajam com pai e mãe. E os que estão apenas com os irmãos. Há quem tenha por companhia marido ou esposa.

Muitos levam filhos. Outros carregam sobrinhos, primos, tios. Alguns andam apenas com os amigos.

Há quem caminhe com os olhos cheios de lágrimas e há os que se vão sorridentes.

Mas, mesmo os que riem, mais adiante poderão chorar. Nessa estrada, nunca se conheceu alguém que a percorresse inteira sem derramar uma lágrima.

Pela estrada dessa nossa vida, muitos caminham com seus próprios pés. Outros são carregados por empregados ou parentes.

Alguns vão em carros de luxo, outros em veículos bem simples. E há os que viajam de bicicleta ou a pé.

Há gente branca, negra, amarela. Mas se olharmos a estrada bem do alto, veremos que não dá para distinguir ninguém: todos são iguais.

Há gente magra e gente gorda. Os magros podem ser assim por elegância e dieta ou porque não têm o que comer.

Alguns trazem bolsas cheias de comida. Outros levam pedacinhos de pão amanhecido.

Muitos gostam de repartir o que têm. Outros dão apenas o que lhes sobra. Mas muita gente da estrada nem olha para os viajantes famintos.

Há pessoas que percorrem a estrada sempre vestidas de seda e cobertas de joias. Outros vestem farrapos e seguem descalços.

Há crianças, velhos, jovens e casais, mas quase todos olham para lugares diferentes.

Uns olham para o próprio umbigo, outros contemplam as estrelas, alguns gostam de espiar os vizinhos para fofocar depois.

Uma boa parte conta o dinheiro que leva e há os que sonham que um dia todos da estrada serão como irmãos.

Entre os sonhadores há os que se dedicam a dar água e pão, abrigo e remédio aos viajantes que precisam.

Há pessoas cultas na estrada e há gente muito tola. Alguns sabem dizer coisas difíceis e outros nem sabem falar direito.

Em geral, os sabichões não gostam muito da companhia dos analfabetos.

O que é certo mesmo é que quase ninguém na estrada está satisfeito. A maioria dos viajantes acha que o vizinho é mais bonito ou viaja de forma bem mais confortável.

É que na longa estrada da vida, esquecemos que a estrada terá fim.

E, quando ela acabar, o que teremos?

Carregaremos, sim, a experiência aprendida durante o tempo de estrada e estaremos muito mais sábios, porque todas as outras pessoas que vimos no caminho nos ensinaram algo.

A estrada de nossa existência pode ser bela, simples, rica, tortuosa. Seja como for, ela é o melhor caminho para o nosso aprendizado.

Deus nos ofereceu essa estrada porque nela se encontram as pessoas e situações mais adequadas para nós.

Assim, siga pela estrada ensolarada. Procure ver mais flores. Valorize os companheiros de jornada, reparta as provisões com quem tem fome.

E, sobretudo, não deixe de caminhar feliz, com o coração em festa, agradecido a Deus por ter lhe dado a chance de percorrer esse caminho de sabedoria.

Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Nossas mães africanas

 

Eis aqui a escrava do Senhor, cumpra-se em mim segundo a sua palavra.

Esta é a forma com a qual Maria, a mãe de Jesus, responde ao mensageiro celeste que lhe vem anunciar a concepção da criança.

Estranho se posicionar como escrava quem foi escolhida para ser a excelsa mãe de Jesus. Basta uma pequena reflexão, no entanto, para verificarmos como a expressão está adequada.

Recordamos de tantas escravas, ao longo da História, que se transformaram em auxiliares indispensáveis dos seus senhores.

Escravas cujos nomes acabaram associados aos seus próprios senhores.

No Brasil, lembramos das escravas africanas que serviram ao homem branco. Muitas delas não somente carregaram o sinhozinho nos braços mas o alimentaram com o próprio seio.

Tornaram-se suas segundas mães, acompanhando-os mesmo depois de crescidos, na formação do novo lar, a atender-lhes os filhos, como uma avó.

Avó de cor. Avó de amor.

Amas de leite que, por vezes, tinham seu próprio rebento afastado dos braços, a fim de que sobrasse mais alimento dos seus seios para o filho branco.

E, por não terem o seu bebê nos braços, por terem a saudade a lhes magoar a alma, por sentirem falta do seu filhinho, drasticamente afastado de seu carinho, dedicavam-se ao filho da alheia carne.

O filho do sinhô, o filho da sinhá.

Quem poderá esquecer como essas mães alimentaram, não somente o corpo, mas a imaginação e a mente das crianças sob sua guarda?

Quantas histórias das suas longínquas terras, das tradições de sua gente povoaram as noites daqueles meninos e meninas atentos, ao redor do fogo, no terreiro...

Ou no aconchego da casa grande, ao pé do fogão.

Quantos mingaus, cozidos, temperos foram acrescentados ao cardápio diário.

Aprendendo a língua de quem as tinha sob seus serviços, introduziram palavras diferentes no vocabulário dos pequenos.

E para os acalmar, nas noites de medo, elas cantavam as melodias com que foram elas próprias acalentadas em sua infância.

E, enquanto a saudade as consumia intimamente, também lembravam em versos das riquezas de sua terra natal, de melodias, de danças, de cantorias.

Recordavam dos dias de alegria, quando a liberdade lhes sorria e o futuro era sonhado, nas tardes quentes e nas noites mornas.

Escravas mães. Mães escravas.

Benditas sejam por todos os cuidados dispensados ao homem branco, por sua capacidade de amar o filho alheio.

Benditas sejam por sua grandeza, por sua dedicação, pela contribuição à cultura do povo que as escravizou.

Que nunca esqueçamos o quanto devemos a essas criaturas pois se a escravidão as mantinha presas a tarefas determinadas, foi de forma voluntária que entregaram em holocausto ao amor o próprio coração.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Autoperdão e ação responsável

 

Suponhamos que a cada reencarnação recebemos do Criador um canteiro com uma terra muito fértil, para plantar flores, durante toda nossa vida.

Nascemos com as sementes das flores mas, ao invés de plantá-las, arranjamos sementes de espinhos e as semeamos, enchendo nosso canteiro de espinheiros.

vamos plantando os nossos espinhos, até o dia em que olhamos para trás e percebemos um grande espinheiro.

Então, podemos ter três atitudes diferentes:

Se cultivamos o culpismo, devido ao remorso de não ter plantado as flores que deveríamos, simplesmente nos condenamos a deitar e rolar no espinheiro para nos punirmos, tentando aliviar a consciência de culpa.

Se somos pessoas que cultivamos o desculpismo, começamos a dizer que foi o vento que trouxe as sementes de espinhos,que não temos nada a ver com isso, etc.

Finalmente, se buscamosa ação responsável, ao perceber o espinheiro, assumimos tê-lo plantado e arrependemo-nos do fato.

Depois, percebemos que as sementes das flores continuam em nossas mãos e que podemos começar a plantá-las, agora que estamos mais conscientes.

Ao mesmo tempo sabemos que devemos retirar, um a um, todos os espinhos plantados e plantar uma flor no seu lugar.

*   *   *

Reflitamos sobre as três atitudes:

De que adianta cravar os espinhos plantados na própria carne? Por que aumentar o sofrimento?

Por acaso os espinhos diminuem quando agimos assim? A verdade é que não. De nada adianta. Este é o mecanismo dos que nos afundamos na culpa e deixamos que ela comande nossas vidas.

Substituir os atos de desamor praticados à vida com mais desamor ainda para conosco mesmos não resolve e não cura.

Por outro lado, pensando naqueles que ainda conseguimos achar desculpa para todo e qualquer desatino, por mais absurdo que ele pareça, veremos:

Os que fingimos que o espinheiro não tem nada a ver conosco, apenas estamos postergando o despertar da consciência.

Agindo assim, muitas vezes continuamos plantando mais e mais espinhos, fazendo com que o estrago fique cada vez maior.

O hábito de sempre encontrar desculpas e justificativas para todas nossas ações tem caráter doentio e precisa de atenção imediata de nossa parte.

O ego, em fuga desastrosa, procura justificar os erros mediante aparentes motivos justos. Tal costume degenera todo senso moral e pode nos levar a desequilíbrios psicológicos seríssimos.

Apenas a última opção, a da ação responsável, é caminho seguro.

É uma atitude proativa, pois ao assumir a responsabilidade pelos espinhos plantados, arrependemo-nos e buscamos substituí-los pelas flores.

Nesse ato cobrimos a multidão de pecados, conforme o ensino da Epístola de Pedro, referindo-se ao poder de cura do amor.

Assim crescemos, aprendemos e ressarcimos à Lei maior.

*   *   *

Sempre que cometermos erros, procuremos nos autoperdoar, atendendo à proposta da ação responsável, que troca o peso da culpa pela carga educativa da responsabilidade.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 3 da obra Psicoterapia à luz do Evangelho de Jesus, de Alírio de Cerqueira Filho, ed. Ebm.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

PÉS MOLHADOS

 

É comum ouvir-se alguém falar que não resistiu a uma tentação.

Como a Terra não é habitada por anjos, a fragilidade humana não deve causar espanto.

Ela se revela de modo diverso em cada um e depende essencialmente da sua história espiritual.

Conforme se comportou ao longo de suas existências, o homem tem seus pontos fortes e fracos.

Quem se permitiu leviandades na área sexual, é frágil em relação a ela.

Já o que viveu de forma desonesta tem dificuldades quanto ao dinheiro.

Isso se repete nos mais variados setores.

À medida que vence suas imperfeições, o homem se liberta.

Já não precisa lutar contra si mesmo.

Ele vive com dignidade de forma natural.

Contudo, enquanto está em processo de libertação, necessita orar e vigiar.

Orar implica conectar-se com as forças superiores que regem a vida, a fim de receber orientação e apoio.

Trata-se de um gesto de humildade e que viabiliza o autoconhecimento.

Humildade, pois a oração não é um ato entre iguais.

Justamente por isso não pressupõe trocas infantis.

Deus não necessita de nada, em Sua perfeição.

Já os homens muito ganham em buscá-lO e em seguir os caminhos que Ele sinaliza.

Ao relatar ao Pai Celestial suas dificuldades, suas dores e anseios, o homem atento passa a se conhecer melhor.

Consegue identificar o que lhe causa dor, o que o tenta a agir de modo indigno.

Com base nesse conhecimento de si mesmo, pode vigiar melhor.

Quanto à vigilância, constitui uma atenção toda especial para se manter longe de encrencas.

Cada um sabe em quê residem suas tentações.

Se está realmente decidido a viver com retidão, deve manter-se longe delas.

Constitui tolice achar que pode testar seus limites, de modo indefinido, sem consequências nefastas.

Ainda que atos negativos não sejam efetivados, sempre se perde um pouco de paz ao se manter próximo do que deve ser evitado.

Basicamente, aquele que não deseja molhar os pés faz bem em se manter longe da torrente de água.

A tentação de se aproximar cada vez mais pode ser perigosa.

De repente, em um falso movimento, eis que os pés jazem molhados.

Assim, quem tem dificuldade para ser fiel no matrimônio, não deve lançar olhares e sorrisos à sua volta.

Um flerte que se imagina inocente pode se transformar numa tragédia.

Também o apaixonado por dinheiro e bens materiais não deve nem refletir sobre vantagens indevidas.

Após dar o primeiro passo em direção ao objeto proibido, pode ser difícil retroceder.

Ao longo do tempo, a resistência disciplinada converte-se em espontaneidade.

É quando as tentações perdem a força e os desejos doentios desaparecem.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 26 de novembro de 2011

Construção da felicidade

 

Não há no mundo quem não deseje uma vida de felicidades. Sonhamos e desejamos que nossos dias sejam de alegrias intensas e plenas.

Anelamos que o sorriso nos venha fácil, que os dias nos sejam leves e que seja de venturas o nosso caminhar.

É natural que assim seja. Somos seres fadados à felicidade e esse é o sentimento que encontra na alma os mais profundos significados.

Porém, na ânsia da felicidade, imaginamos que temos que buscá-la em algum ponto, que a encontraremos em algum momento, que a atingiremos em um dia determinado.

Lembramos o soneto do poeta Vicente de Carvalho que afirma que a felicidade é uma árvore de dourados pomos, porém que não a alcançamos, porque sempre está onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos.

Ao imaginar a felicidade como uma meta a alcançar nos esquecemos que, na verdade, a felicidade é caminho a se traçar, é trilha a se percorrer, é história a se construir.

Quando imaginamos que a felicidade chegará um dia, perdemo-nos nos dias e não enxergamos a felicidade que nos chega.

Ou não será felicidade poder deparar-se com um pôr-de-sol tingindo de vermelho um céu que há pouco era de um azul profundo? Há tantos que desejariam ver um pôr-de-sol...

Quanta felicidade pode haver em escutar as primeiras palavras de um filho, uma declaração de amor de quem queremos bem, ou ainda, o assovio do vento chacoalhando suave as folhas da árvore? Há tantos que nada escutam, nem ouvem ou percebem...

Como somos felizes por poder pensar, criar, sonhar e, num piscar de olhos, viajar no mundo e no espaço, conduzidos pela imaginação, guiados pela mente! São tantos que permanecem carcereiros de si mesmos em suas distonias mentais, nos desequilíbrios emocionais...

Preocupamo-nos tanto em buscar a felicidade, que nos esquecemos que já temos motivos de sobra para sermos felizes.

E, efetivamente, não nos damos conta que a felicidade não está em chegar, mas que ela mora no próprio caminhar.

Ser feliz é ter o olhar de gratidão perante a vida, de entendimento do seu propósito, da percepção de que ela se mostra sempre generosa a cada um de nós.

Ser feliz não é negar que na vida também haverá embates, lutas e desafios cotidianos. Afinal, esses são componentes de nosso viver e, naturalmente, podem trazer dificuldades e dissabores.

Porém, ser feliz é também perceber que os embates produzem amadurecimento, que as lutas nos fazem mais fortes e nos oferecem aprendizado.

Assim, de forma alguma vale a pena ficarmos esperando o dia em que nossa felicidade se completará.

Ser feliz é compromisso para hoje, que se inicia pelo olhar para as coisas do mundo, passa pelo coração em forma de reconhecimento pelos presentes que nos chegam, completa-se em gratidão, oferecendo à vida o que ela nos dá em abundância.

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CORTESIA E RESPEITO

 

Nunca será demais falar sobre cortesia e respeito. Em verdade, ambos bastante esquecidos na atualidade.

Ambos vão perdendo cidadania a passos largos.

É comum as pessoas falarem muito alto no ônibus, nos restaurantes, em lugares públicos em geral, desrespeitando os demais.

E o mais delicado é que nem sempre a conversa é agradável. Às vezes se trata de críticas amargas ao governo, a parentes, a amigos.

Tudo vai sendo extravasado em altos brados, como se não houvesse outras pessoas próximas, compartilhando do mesmo ambiente.

Não se sabe bem se a pessoa não tem condições de se ouvir e descobrir que está falando muito alto ou se ela deseja que os outros tomem conhecimento das suas ideias.

Adolescentes e jovens esquecem, quase sempre, quando se encontram em grupos, que os lugares públicos não lhes pertencem com exclusividade.

Por isso, gritam, dizem palavrões, falam de situações grotescas. Gesticulam, andam aos empurrões, até esbarrando em idosos e crianças.

Assim se tem tornado difícil para as famílias, em especial as que têm crianças, o passeio a parques e outros locais públicos.

Como impedir que as crianças presenciem cenas tão indelicadas e ouçam um palavreado que não é habitual no seu lar?

E que dizer das discussões? Casais, amigos e colegas discutem seus problemas na rua, no estacionamento, em restaurantes, sem cerimônia alguma.

Uma escritora relatou que presenciou, em um restaurante, várias famílias deixarem pelo meio os pratos na mesa e se retirarem.

Tudo porque um casal resolveu brigar na mesa vizinha e não economizou o volume da voz. Muito menos o vocabulário grosseiro.

De maneira estranha, todos se sentem incomodados mas ninguém diz nada.

Alguns alegam que essas pessoas não estão infringindo a lei. E de fato não há lei que regulamente essas situações, que são uma questão de educação.

Mas o que está nos faltando é uma tomada de posição. A primeira, educando os nossos filhos no respeito às pessoas.

A segunda é nos manifestarmos, com energia e de forma educada, pedindo a essas pessoas que nos respeitem.

Bastaria um Por favor, falem mais baixo. Ou: Eu não gostaria que meus filhos ouvissem o que estão dizendo.

Se todos passarmos a agir, essas pessoas terão que adotar uma nova postura, modificando-se e modificando o mundo.

* * *

Não acredite quando lhe falarem que a cortesia saiu da moda.

Quem não gosta de receber um gesto delicado? Quem não nota quando um rapaz se ergue do assento e o oferece ao idoso cansado?

Quem não nota, com prazer, a pessoa que junta do chão um objeto e o devolve a quem deixou cair, sem haver se dado conta?

Quem não se sensibiliza com um Muito obrigado; Por favor; Desculpe?

Tenha certeza: a cortesia e o respeito nunca sairão de moda.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Em nome da cortesia, de Seleções Reader’s Digest, de janeiro de 2000.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

TRISTEZA SEM RAZÃO

 

Por vezes, erguemo-nos pela manhã envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa, com certeza não saberemos responder.

Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há quem não as tenha. É o filho que não vai bem na escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno de saúde.

Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.

Nesse dia tudo parece difícil. Saímos de casa e a entrevista marcada não se concretiza. A pessoa que marcou hora conosco cancelou por compromisso de última hora. E lá se vão as nossas esperanças de emprego, outra vez.

O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou nas prateleiras, antes de nossa chegada. A fila no banco está enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.

É... Nada dá certo mesmo! Dizemos que nem deveríamos ter saído de casa, nesse dia. Agora, à tristeza se soma o desalento, o desencanto.

Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes, abandonados, sozinhos.

Ninguém que nos ajude.

E, no entanto, Deus vela. Ao nosso lado, seguem os seres invisíveis que nos amam, que se interessam por nós e tudo fazem para o nosso bem-estar.

O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão do que nos acontece.

Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos encontros espirituais, durante o sono físico, que para isso colaboraram.

Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou porque não nos preparamos para dormir, com a oração. Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para retornar à nossa batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.

Ao nos sentirmos assim, busquemos de imediato a luz da prece, que fortalece e ilumina, espancando as sombras do desalento.

Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva e frio. Verifiquemos como as árvores, quando castigadas pelos ventos e pela água, balançam ao seu compasso.

Passada a tempestade, se recompõem e continuam enriquecendo a paisagem com seus galhos, folhas, flores e frutos.

Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas, deixam suas marcas coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo caminho.

Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza de que, depois da tempestade, retornará o tempo bom, o sol, o calor.

Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos mal, nos sentiremos mal e, naturalmente, tudo se nos tornará mais difícil.

Nunca estaremos sós. Jesus está no leme das nossas vidas, atento, vigilante, e não nos faltará em nossas necessidades.

* * *

Se estamos tristes, abramos os ouvidos para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas regiões do amor Celeste.

Busquemos ajuda, peçamos socorro, não dando campo a essas energias de modo que possamos, na condição de filhos de Deus, alegrar-nos com tudo quanto o Pai construiu e colocou à nossa disposição a fim de que pudéssemos crescer, amar e servir.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 12 do livro Revelações da luz, pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PRECE NO ALVORECER

Acordei quando a manhã se vestia de luz para receber o dia. O sol, espreguiçando-se por detrás das nuvens, derramava seus raios mornos pela terra.

Abrindo a janela, senti uma grande alegria e desejei orar ao Criador de todas as coisas, ao Pai de todos nós. Queria dizer tantas coisas!

Mas como se pode, sendo tão pequeno, dizer coisas grandiosas a quem é tão onipotente?

Desejei abraçar o dia e servir, fazer algo útil, bom, especial.

Como se pode agradecer ao pai generoso por tantas dádivas senão buscando se tornar um servidor para as suas criaturas?

Entre a timidez e a emoção, com o coração a cantar em descompasso no peito, comecei:

Meu Deus e meu Senhor. Eu gostaria tanto de poder colaborar contigo. Eu gostaria de ser um jardim de flores, de todas as cores, para embelezar a terra.

Mas, na pobreza que minha alma encerra, se não puder ser um jardim, deixa-me ser uma rosa solitária, em uma fenda da rocha, colocando beleza no painel nobre da natureza.

Eu gostaria de ser um canteiro perfumado, aonde as abelhas viessem colher o néctar, para produzir o mel que alimentaria bocas infantis.

Eu gostaria de ser um trigal maduro, para colocar pão na mesa da humanidade. Mas, é demais para mim.

Como não poderei ser uma seara, ajuda-me a ser o grão, que caindo no chão, se multiplique num milhão. E me transforme em pão para os meus irmãos.

Eu gostaria de ser um pomar de frutos maduros para acabar com a fome. Mas na pobreza que me consome, te venho pedir para ser uma árvore desgalhada, projetando sombra na estrada. Talvez alguém, em passando de mansinho, por esse caminho possa me dizer “olá”. E respondendo, eu estenda a mão e me ofereça: ”sou teu irmão, sou teu amigo.”

Eu gostaria de ser como uma chuva generosa, que caísse na  terra porosa e reverdecesse o chão. Mas, como não conseguirei, então, te pedirei para ser um copo de água fria que mate a sede de quem anda na desesperação.

Eu gostaria de ser um riacho que descesse a encosta da montanha cantando, por entre as pedras, ofertando linfa refrescante às árvores que protegem o solo.

Meu Deus! Eu gostaria de ser como a via-láctea de estrelas para que as noites da Terra fossem mais belas e a dor debandasse, na busca de um novo dia.

Mas, na minha pequenez, sem conseguir, te quero pedir para ser um pirilampo na noite escura, iluminando a amargura de quem anda na solidão.

Eu gostaria de ser um poeta, um artista, um trovador. Quem sabe um cantor, um esteta, orador para falar da magia e da beleza da tua glória.

Mas, como eu quase nada sou, como me falta o verbo, a mestria, então, eu te peço, Senhor, para ser o companheiro da criatura deserdada.

Deixa-me caminhar pela estrada e estender a mão a quem anda solitário e triste. Deixa-me ser-lhe a mão de sustento e lhe dizer: “sou teu irmão, estou contigo. Vem comigo.” 

* * *

Agradece a Deus a tua existência.

Exalta-Lhe o amor por meio dos deveres retamente cumpridos.

Louva-O, sendo-Lhe um servidor devotado e fiel.

Apresenta-O para a humanidade, tornando-te exemplo de amigo e irmão em todas as circunstâncias. 

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. 12 do livro Divaldo franco e o jovem, compilação de Délcio Carlos Carvalho, ed. Leal e cap. 200 do livro Vida feliz, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

domingo, 20 de novembro de 2011

O PORQUÊ DA VIDA

 

Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhe o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo?

Onde está aquele que jamais procurou conhecer seu destino, levantar o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade?

Não seria um ser humano, por mais descuidado que fosse, se não tivesse considerado, algumas vezes, esses tremendos problemas.

A dificuldade de os resolver, a incoerência e a multiplicidade das teorias que têm sido feitas, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse conjunto confuso, fatigando o Espírito humano, os têm relegado à indiferença e ao ceticismo.

Portanto, o homem tem necessidade do saber, da luz que esclareça, da esperança que console, da certeza que o guie e sustente.

Mas tem também os meios para conhecer, a possibilidade de ver a verdade se destacar das trevas e o inundar de sua benfazeja luz.

Para isso, deve se desligar dos sistemas preconcebidos, descer ao fundo de si mesmo, ouvir a voz interior que nos fala a todos, e que os sofismas não podem enganar: a voz da razão, a voz da consciência.

* * *

Quando encontra a Inteligência Suprema, Causa primeira de todas as coisas, e reconhece nela uma gerência grandiosa de todas as Leis do Universo, o coração do homem se acalma.

Não estamos abandonados neste planeta. Não estamos sendo geridos por leis frias, mecânicas apenas, mas por algo que é soberanamente justo e bom.

Ao chamar essa Inteligência de Pai, o Mestre dos mestres, Jesus, revelou um aspecto até então pouco conhecido do Criador: o aspecto amoroso de um progenitor que cuida de Seus filhos com todo carinho possível.

Quando encontra a si mesmo, como um ser imortal, incorpóreo, que teve início e nunca terá fim, o homem passa a enxergar tudo de forma diversa.

O ser que se vê e se sente imortal, não pode viver da mesma forma que antes.

O que valoriza, o que anela, o que escolhe para seus dias é diferente. Tem menos a ver com prazeres passageiros e mais a ver com as semeaduras duradouras.

Quem se vê imortal cuida melhor dos seus amores, sem tanto apego, sem desespero e ansiedade, pois sabe que nunca os irá perder.

Vislumbra na pluralidade das existências novas chances de se reinventar, de reescrever sua história, aprimorando continuadamente a si mesmo, sem culpa e sem medo.

A verdade, os porquês da vida, nunca estiveram distantes de nós. Foi nossa ignorância e sonolência moral que nos apartaram das respostas.

Chegou o tempo de entender a vida como nunca antes fizemos.

Chegou o tempo de despertar, de compreender e compreender-se.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 1,

do livro O porquê da vida, de Léon Denis, ed. Feb.

sábado, 19 de novembro de 2011

AS QUATRO ESTAÇÕES DA VIDA

 

Você já notou a perfeição que existe na natureza? Uma prova incontestável da harmonia que rege a Criação. Como num poema cósmico, Deus rima a vida humana com o ritmo dos Mundos.

Ao nascermos, é a primavera que eclode em seus perfumes e cores. Tudo é festa. A pele é viçosa. Cabelos e olhos brilham, o sorriso é fácil. Tudo traduz esperança e alegria.

Delicada primavera, como as crianças que encantam os nossos olhos com sua graça. Nessa época, tudo parece sorrir. Nenhuma preocupação perturba a alma.

A juventude corresponde ao auge do verão. Estação de calor e beleza, abençoada pelas chuvas ocasionais. O sol aquece as almas, renovam-se as promessas.

Os jovens acreditam que podem todas as coisas, que farão revoluções no Mundo, que corrigirão todos os erros.

Trazem a alma aquecida pelo entusiasmo. São impetuosos, vibrantes. Seus impulsos fortes também podem ser passageiros... Como as tempestades de verão.

Mas a vida corre célere. E um dia – que surpresa – a força do verão já se foi.

Uma olhada ao espelho nos mostra rugas, os cabelos que começam a embranquecer, mas também aponta a mente trabalhada pela maturidade, a conquista de uma visão mais completa sobre a existência. É a chegada do outono.

Nessa estação, a palavra é plenitude. Outono remete a uma época de reflexão e de profunda beleza. Suas paisagens inspiradoras - de folhas douradas e céus de cores incríveis – traduzem bem esse momento de nossa vida.

No outono da existência já não há a ingenuidade infantil ou o ímpeto incontido da juventude, mas há sabedoria acumulada, experiência e muita disposição para viver cada momento, aproveitando cada segundo.

Enfim, um dia chega o inverno. A mais inquietante das estações. Muitos temem o inverno, como temem a velhice. É que esquecem a beleza misteriosa das paisagens cobertas de neve.

Época de recolhimento? Em parte. O inverno é também a época do compartilhamento de experiências.

Quem disse que a velhice é triste? Ela pode ser calorosa e feliz, como uma noite de inverno diante da lareira, na companhia dos seres amados.

Velhice também pode ser chocolate quente, sorrisos gentis, leitura sossegada, generosidade com filhos e netos. Basta que não se deixe que o frio enregele a alma.

Felizes seremos nós se aproveitarmos a beleza de cada estação. Da primavera levarmos pela vida inteira a espontaneidade e a alegria.

Do verão, a leveza e a força de vontade. Do outono, a reflexão. Do inverno, a experiência que se compartilha com os seres amados.

A mensagem das estações em nossa vida vai além. Quando pensar com tristeza na velhice, afaste de imediato essa idéia.

Lembre-se que após o inverno surge novamente a primavera. E tudo recomeça.

Nós também recomeçaremos. Nossa trajetória não se resume ao fim do inverno. Há outras vidas, com novas estações. E todas iniciam pela primavera da idade.

Após a morte, ressurgiremos em outros planos da vida. E seremos plenos, seremos belos. Basta para isso amar. Amar muito.

Amar as pessoas, as flores, os bichos, os Mundos que giram serenos. Amar, enfim, a Criação Divina. Amar tanto que a vida se transforme numa eterna primavera.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

PROCURA

 

Numa época em que as carências afetivas parecem estar em alta, um anúncio anônimo em um mural chama a atenção dos que passam. Todos, sem exceção, param e leem:

Procura-se um homem. Um homem que não tema a ternura. Que se atreva a ser frágil quando necessite se deter para recuperar as forças para a luta diária.

Um homem que saiba proteger o ser a quem devotar o seu amor. Um homem que queira e saiba reconhecer os valores espirituais e que sobre eles saiba construir todo um mundo.

Um homem que, em cada amanhecer, saiba ofertar amor com toda a delicadeza para que uma flor entregue com um beijo tenha mais valor que uma joia.

Procura-se um homem com o qual se possa falar, que jamais corte a ponte de comunicação. Um homem a quem se possa dizer o que se pensa, sem temor de que se ofenda e que seja capaz de dizer a sua esposa, namorada ou mãe que a ama.

Procura-se um homem que tenha braços abertos para que sua amada neles possa se refugiar quando se sentir insegura. Que conheça sua fortaleza, mas que nunca se aproveite disso.

Um homem que tenha os olhos abertos para a beleza. Que domine o entusiasmo e que ame intensamente a vida. Um homem para quem cada dia seja um presente de valor incalculável que deve ser vivido plenamente, aceitando a dor e a alegria com igual serenidade.

Um homem que saiba ser sempre mais forte que os obstáculos. Que jamais se apavore ante a derrota e para quem os contratempos sejam mais estímulos que adversidade, mas que esteja tão seguro de seu poder que não sinta necessidade de demonstrá-lo a cada minuto em empreendimentos absurdos somente para prová-lo.

Um homem que não seja egoísta. Que não peça o que não ganhou, mas que sempre faça esforços para ter o melhor.

Um homem que saiba receber carinho, tanto quanto demonstrá-lo.

Um homem que respeite a si mesmo, porque assim saberá respeitar os demais. Que não recorra jamais à ofensa, que sempre rebaixa quem a faz.

Um homem que não tenha medo de amar, nem que se envaideça porque é amado. Que goze o minuto como se fosse o último. Que não viva esperando o amanhã porque talvez ele nunca chegue.

Finalmente, quando este homem for encontrado, qualquer mulher o desejará amar com intensidade e com ele compartilhar a sua vida.

* * *

Todos temos fome. Fome de pão, fome de amor, fome de conhecimentos, de paz e de amizade.

A fome de pão que tanto aparece é a que mais comove e, contudo, existem outros tipos de fome.

A fome de amor, dentre todas, é a mais difícil de ser saciada. Muitos passam a vida inteira sem que ninguém lhes estenda uma migalha de carinho.

Aprendamos a reconhecer a fome de quem nos fala, de quem conosco convive, entendendo que quanto maior a fome, mais escondida se encontra e a busquemos saciar.

Recordemos os versos da oração franciscana: Senhor, que eu ame mais do que pretenda ser amado...

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Todos temos fome, de Amado Nervo e no cap. Minha procura não é simples, de autoria ignorada, do livro Um presente especial, de Roger Patrón Luján, ed. Aquariana.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

LÁGRIMAS: PALAVRAS DA ALMA

 

Muitas vezes, na vida, vivenciamos situações em que a emoção é tamanha que nos faltam palavras para expressar nossos sentimentos.

Podemos considerar as lágrimas como as palavras de nossa alma.

Através delas, somos capazes de demonstrar incontáveis sentimentos.

As lágrimas, na maioria das situações, escorrem de nossos olhos sem que tenhamos controle sobre elas.

Em alguns momentos, elas contam histórias de dores, mas também têm na sua essência, algo de belo.

Quando elevamos o pensamento, sintonizando com a Espiritualidade maior, seja com nosso anjo protetor, com o amado amigo Jesus ou com Deus, sentimos os olhos marejados.

Observando a natureza, temos a oportunidade de presenciar alguns espetáculos que ela nos oferece. Emocionamo-nos percebendo a grandeza e a perfeição Divina na presença de um pôr-do-sol, de uma queda d'água ou de um arco-íris.

Diante do nascimento de uma criança, somente as lágrimas são capazes de traduzir e qualificar a magnitude desse instante Divino.

Quando estamos sensíveis, por vezes carentes de alguma manifestação de afeto, um simples aperto de mão ou um afago carregado de amor é suficiente para provocar nossas lágrimas.

Quando deixamos que o som de uma música elevada alcance nosso coração, somos capazes de chorar de emoção, pois sentimos a alma tocada e acariciada por aquela doce e vibrante melodia.

Tanto a dor emocional quanto a dor física nos chegam sem pedir licença, ocupando espaço considerável em nossa alma e em nosso corpo.

Lágrimas são derramadas pela dor da partida de um ente querido, pela dor da ausência e da saudade, pela dor do erro cometido e do arrependimento.

Ao constatarmos a dor do próximo, lágrimas jorram de nossos olhos. Deparamo-nos com tantas carências, tantas necessidades não atendidas, enfermidades, privações e abandono.

* * *

Cada lágrima derramada tem seu significado. Seja ela vertida pela dor ou pela alegria, nos diz que somos seres movidos pela emoção, capazes de exteriorizar os nossos sentimentos.

Demonstra que nos sensibilizamos em momentos simples e efêmeros, indicando que estamos sintonizados com o que há de belo na vida.

E, quando as lágrimas derramadas forem de dor, façamos com que o motivo que nos comove seja também o mesmo motivo que nos move.

Que o movimento seja no sentido da modificação íntima. Que seja impulso para olhar a vida sobre um novo ângulo, para trabalhar em nós mesmos a resignação, a paciência, a esperança, a fé e a confiança em Deus.

Redação do Momento Espírita.