Quando em épocas
remotas que se perdem na eternidade, um novo centro evolutivo se formava por
meio da atração de elementos dispersos nos espaços, um novo sol ou um novo
berço de almas, a consciência cósmica que, mais tarde, viria ser conhecida como
Jesus Cristo reuniu, em torno de si, os fluidos espalhados na amplidão.
Empregando forças sobre-humanas, liberou energias mentais que provocavam a
união de partículas e moléculas, dando origem a extensa nebulosa. Era a
nebulosa solar. O senhor do sistema, o Cordeiro divino, irradiou então seu
poder metal de nível superior e agregou partículas de poeira cósmica dispersas
nos espaços intermúndios. Seu magnetismo divino arrastou as moléculas e demais
vestígios de antigas estrelas, que se extinguiram e formaram uma composição de
elementos que posteriormente constituitia a nebulosa e os mundos nascentes.
Outras consciências
ali se reuniram com ele, no intuito de cada uma dar o sopro de vida que
definiria, pelos milênios a seguir, o tipo de vida e as dimensões energéticas
do sistema que forjavam.
Segundo consta nas
tradições do mundo espiritual, na borda externa da formidável corona que se
formara, havia pequenos núcleos que se desprenderam por efeito da enorme
pressão interna, do derrame de energia consciencial efetuado pelos arquitetos
cósmicos. Eles sabiam que a matéria interestelar não suportaria a incomparável
força de suas mentes sábias e explodiria, de tal sorte que os pequenos núcleos
seriam lançados na amplidão e originaria a família cósmica, berço de futuras
civilizações.
Uma dessas
consciências iluminadas, pairando num tipo de existência inconcebível ainda
hoje, incumbiu-se de semear as mónadas divinas ainda quando a nebulosa se
encontrava em formação. Eram embriões cósmicos, que deveriam forjar seus
potenciais já no nascimento do sistema e, ali, em algum globo oriundo da
explosão, seriam congregados, integrando a comunidade de almas em germe ou o
germe de vida que, mais tarde, receberia a luz da razão e a conquista da
espiritualidade.
Reza a tradição do
mundo oculto que tais inteligências se reuniam exatamente no centro da
nebulosa, local onde as forças titânicas da natureza, em plena expansão,
circulavam e irradiavam em torno e sob o comando consciente das inteligências
cósmicas que, bilhões de anos depois, seriam chamadas de arcanjos, cristos ou
orientadores evolutivos de humanidades.
Novos surtos de
progressos foram suscitados e estimulados, sempre sob o comando dessas
consciências siderais, seres cósmicos cuja dimensão em que viviam e vivem,
escapa à compreensão dos humanos da atualidade.
Os historiadores do
invisível contam que algumas expressões da civilização foram aparecendo, em
diversos recantos do mundo Terra. Povos nasceram e morreram; experiências se
sucederam e diversos ramos do tronco humano. Em inúmeras ocasiões, foram
enxertados na experiência terrestre novos seres de outros orbes, mas
experientes, que as descrições frequentemente confundem com deuses e os aclamam
heróis. Tudo isso se passou sob os cuidados do Cristo cósmico, aquele que mais
tarde seria reconhecido nos recantos humildes da Galileia como Jesus de Nazaré.
Desde essas épocas,
cujos registros não se encontram nos compêndios da história terrestre, o Cristo
tem aconchegado os milhões de espíritos que vêm para a Terra em processo educativo.
Uma vez que ele é a luz do principio e aquele que albergou as almas falidas
nesse mundo em gestação, somente ele e mais nenhum outro – nem santos nem
heróis. Nem mestres nem médiuns – detém a força moral capaz de enfrentar e
conduzir as mesmas almas rebeldes que conhecemos como dragões e diversos outros
nomes, as quais um dia ele próprio recebeu em seus braços, no mundo chamado
Terra.