segunda-feira, 31 de maio de 2010

PESOS E MEDIDAS

 

 

Bem-aventurados os que têm sede de justiça, porque serão saciados. Essa afirmativa de Jesus nos faz pensar se podemos nos incluir no número dos que têm sede de justiça.

Segundo os dicionários, justiça quer dizer conformidade com o direito. Virtude de dar a cada um o que é seu.

Jesus, no entanto, se referiu à justiça recomendando que fizéssemos ao próximo o que gostaríamos que o próximo nos fizesse.

Todavia, nós que, tantas vezes, temos cobrado da Divindade que sacie a nossa sede de justiça, se analisarmos profundamente, não estamos verdadeiramente com sede de justiça, no real sentido do termo.

No convívio diário, muitas vezes nos surpreendemos agindo de forma injusta.

O trato com as pessoas que nos rodeiam é diferenciado conforme a posição social ou financeira, de subalternidade ou de autoridade, de que cada uma esteja investida.

Se nos dirigimos à serviçal que faz a faxina, por exemplo, falamos de determinada forma, num tom de voz e atenção distinto do que empregamos para falar com pessoas que ocupam cargos que, a nosso ver, são mais importantes.

Se a pessoa que nos procura está vestida com trajes elegantes, mesmo que não saibamos de quem se trate, a nossa deferência é imediata.

Mas, se está envolta em andrajos, bem diferente é a nossa atenção.

Outro exemplo, é quando nosso veículo começa a demonstrar sinais de que em breve terá o motor fundido. Qual a primeira idéia que nos vem à mente?

Se fôssemos pessoas justas, certamente faríamos uma boa revisão reparando os danos e, ao ofertá-lo a alguém, no caso de venda, falaríamos a verdade ao comprador.

Mas o que normalmente ocorre é a idéia de passá-lo adiante o mais rápido possível. E quem comprá-lo que fique com o prejuízo. Afinal, o mundo é dos espertos, pensamos.

Mas nos dizemos pessoas justas.

Se o inverso acontece conosco, imediatamente nos indignamos diante do que chamamos uma grande desonestidade. Como pôde alguém nos vender um veículo prestes a fundir o motor? Que injustiça!

Se observamos os governantes corruptos a tirar vantagens pessoais com os recursos públicos, imediatamente levantamos a voz para criticar e exigir justiça.

Mas, quantos de nós compramos atestados falsos para ludibriar o patrão e receber o salário integral?

Usamos, nos vários momentos, dois pesos e duas medidas. E como nos conhecemos, sabemos porque agimos dessa maneira. Sabemos quais são as nossas verdadeiras intenções.

Assim, podemos nos perguntar: Será que temos mesmo sede de justiça? Ou será que nos pesos e medidas só temos pensado em nós mesmos?

A promessa do Cristo é real e se cumprirá quando efetivamente tivermos sede de justiça, usando, como a Justiça Divina, um único peso e uma única medida, com imparcialidade.

* * *

Os Espíritos superiores recomendam que, caso tenhamos dúvidas quanto ao procedimento que devamos adotar com alguém, que nos coloquemos no lugar desse alguém e façamos exatamente o que desejaríamos que nos fosse feito.

Dessa forma, jamais nos equivocaremos, uma vez que todos queremos o melhor para nós mesmos.

Pensemos nisso!

 

Redação do Momento Espírita.

sábado, 29 de maio de 2010

Onde houver ódio

 

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Incrível é o poder que tem o antiamor, essa hidra a que chamamos ódio.

Começando por desnutrir e desmantelar o cerne do seu portador, segue, mundo afora, espargindo seus miasmas e se multiplicando no seio de muitas vidas, tornando amarga a vivência.

O indivíduo odiento, relativamente aos que o rodeiam, é alguém que se acha encharcado pelo mesmo ódio que destila.

É alguém que odeia a si mesmo, e que, por isso adoece.

Assim, se desejamos erradicar o ódio do mundo, o primeiro lugar onde devemos tratá-lo, atendê-lo, é dentro de nós mesmos.

Todas as ações odientas que vemos gritando pelo mundo, fazendo vítimas, causando dor e revolta, têm seu início no íntimo enfermo do ser humano.

É o auto-ódio que precisa ser tratado.

O ódio contra si mesmo é a maior tragédia da mente humana.

O perfeccionismo exagerado, que penaliza seu portador, quando não alcança os resultados almejados, é manifestação de auto-ódio.

Os insucessos devem ser estímulo para acertar numa próxima vez e nunca razão de autoflagelo ou decepção profunda consigo mesmo.

Quem se odeia avança para o fim sem cerimônia, seja o fim da saúde, da alegria, do sossego ou o fim da família, dos amigos, da vida, ao cabo de tudo.

Adere aos vícios de difícil erradicação, justificando não poder abandoná-los, escusando-se de fazer mínimos esforços para isso.

O ser que se detesta, imprime em tudo o que faz o selo da negatividade, complicando o que poderia ser simples.

Assim, é preciso parar tudo e cultivar o seu oposto: o autoamor.

Quando Francisco de Assis apresenta a proposta do Onde houver ódio, que eu leve o amor, ele não se refere apenas ao ódio de fora, exterior.

Sabia muito bem, quando se colocou como instrumento da paz que os maiores inimigos do homem estão em sua intimidade.

Desta forma, amar a si mesmo é salvar o mundo.

O amor a si mesmo faz com que desejemos aprender para sermos úteis; faz com que trabalhemos para progredir.

O amor a si mesmo está no perdão concedido, que evita que carreguemos os dejetos prejudiciais da mágoa, do rancor, no coração.

O amor a si mesmo está em preservarmo-nos dos vícios, dos excessos.

Está em cuidar do corpo, sem exageros, e cuidar também da alma, dos pensamentos; do que lemos, assistimos, conversamos.

O amor a si mesmo está longe de ser esta paixão doentia, representada muito bem pela figura mítica de Narciso, que o impediu de pensar em qualquer outra coisa além de sua própria imagem.

É um amor maduro, que faz com que saibamos quem somos, que conheçamos nosso potencial, nosso valor; que saibamos de nossas imperfeições, mas que não nos deixemos assustar ou paralisar por elas; que nos demos novas chances, com alegria, tendo sempre em mente que nosso destino, como Espíritos imortais, será sempre a felicidade.

 

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

RESPEITO PELA VIDA

 

O respeito pela vida abrange o sentimento de alta consideração por tudo quanto existe.

Não apenas se detém na pessoa, mas sim em todas as expressões da natureza.

Quando não existe essa manifestação, os valores éticos se enfraquecem e todos os anelos superiores perdem a significação.

A criatura humana, impulsionada por ilusões da conquista do sucesso aparente, tem-se esquecido disso, sem se dar conta da gravidade de tal atitude.

O egoísmo avassalador tem controlado os sentimentos, impondo o seu interesse em detrimento de todos os valores mais dignos.

Os membros da sociedade têm sido separados lamentavelmente, dividindo-se em classes medidas pelos recursos sociais, econômicos, porém nunca morais.

Surge, então, um inevitável abismo entre os seres.

Reações de animosidade convertem-se em ódios insanos, abrindo campo para as batalhas da violência doméstica e urbana.

Mais adiante, apresentam-se como atos de terrorismo e como guerras nefandas.

Alguns acreditam que possuindo dinheiro e desfrutando de projeção política ou social, serão capazes de conseguir afeição e companheirismo.

Amargo engano.

Afeto e amizade não se compram, nem tampouco se impõem.

Alguns deixam-se seduzir por esses recursos transitórios.

Iludem-se pensando que a criatura pode ser confundida pelo que possui e não pelo que realmente é.

Essas fantasias, porém, são passageiras, porque as riquezas trocam de mãos rapidamente.

A beleza e o poder não adornam por longos anos as mesmas frontes.

Tocadas pela brisa do tempo, elas desaparecem a olhos vistos, e cedem lugar à verdadeira essência dos seres.

* * *

Ninguém consegue ser feliz individualmente no deserto por onde perambula.

Tentando ignorar essa verdade, muitos valem-se de subterfúgios infelizes.

Buscam no álcool, nas drogas químicas, na baixeza emocional e sexual, a fuga da solidão e do desconforto em que vivem.

Eis aí outro equívoco que leva as pessoas a tragédias ainda mais dolorosas.

A vida só se faz digna e próspera, quando se estrutura na pedra fundamental do respeito.

O respeito pela vida eleva o padrão de conduta, dignificando aqueles a quem é direcionado e elevando moralmente quem o observa.

A honestidade, por sua vez, indispensável no sucesso dos relacionamentos humanos, proporciona confiança e bem-estar aos seres.

Elabore uma lista de desafios íntimos que o levam a situações embaraçosas.

Trabalhe item a item, cada dia, experimentando as indescritíveis alegrias que decorrem do respeito pela vida.

Você redescobrirá o amor e a satisfação de repartir e de compartilhar os júbilos com o próximo.

Constatará o resultado decorrente da renovação íntima a que você se dispôs a realizar.

Respeitando a vida, você passará a ser respeitado e estimado por todas as expressões dela própria.

Notará em você mesmo a indescritível satisfação de estar em paz com a própria consciência.

Lembre-se: a vida é sublime concessão de Deus e jamais poderá ser desconsiderada, por quem quer que seja.

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo 19 do livro Libertação pelo amor, de Divaldo Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O MUNDO NÃO É MAIS O MESMO

 

Quando uma catástrofe de grandes proporções assume as manchetes dos meios de comunicação de massa, o povo declara, indignado:

“O mundo não é mais o mesmo!”

No entanto, a cada momento que um cidadão melhora, com sua ação, uma situação qualquer, pode-se dizer que o mundo não é mais o mesmo:

Está melhor.

Quando uma pessoa adota uma criança sem pais; quando alguém de boa vontade dedica seu tempo a um idoso desvalido; quando pessoas de bem visitam presídios e levam afeto a delinqüentes infelizes, podemos dizer que o mundo está um pouco melhor.

Quando voluntários se dedicam a crianças que não têm acesso à arte, à cultura, à escola, o mundo não é mais o mesmo, está melhor.

E quando um homem doa seu tempo e seus conhecimentos em prol da construção da liberdade de povos que sequer falam a sua língua, podemos afirmar com certeza:

O mundo está bem melhor.

Pouco se ouvia falar do cidadão Sérgio Vieira de Mello até o dia em que um carro-bomba explodiu sob a janela de seu escritório, no Iraque.

No entanto, aquele homem singular tinha um ideal bem definido, ao qual dedicou trinta e cinco anos de sua curta jornada terrestre.

Era um homem que se compadecia com a desgraça do próximo.

Por sua diplomacia, firmeza e doçura, foi enviado pela organização das nações unidas para ajudar na solução dos conflitos deixados no Iraque após a invasão norte-americana.

Ele atuou em Kosovo, Timor Leste, Moçambique, Sudão, Chipre, Peru, sempre com o intuito de promover a paz e a concórdia entre povos em conflito.

A cada uma das suas ações de paz, certamente o mundo ficava um pouco melhor. 

...Um homem..., uma vida..., um ideal.

...O mundo não é mais o mesmo... 

As luzes do palco físico se apagavam lentamente para aquele trabalhador incansável...

Seu corpo físico estava ferido e preso entre os escombros, mas a dor não impedia aquele construtor de um mundo melhor de pensar em seus amigos e companheiros de jornada...

O bombeiro que tentou salvá-lo, “disse que em momento algum, mesmo em suas últimas horas, o brasileiro mencionou que era Sérgio Vieira de Mello, funcionário veterano da ONU e o homem escolhido pelo secretário-geral da organização, Kofi Annan, para liderar a missão no Iraque.”

Disse, ainda, que enquanto conversava com Sérgio para mantê-lo consciente, ele perguntava:

Como estão todos? Há quantas pessoas feridas? Você pode me dizer o que aconteceu?

Mesmo ferido e sentindo dores acerbas, Sérgio pensava nos outros.

Poucas horas mais tarde, o missionário saía de cena...

Deixava os palcos terrenos onde desempenhou com maestria o papel que lhe competia...

No instante derradeiro, quando suas forças estavam no fim, Sérgio usou o sopro de voz que lhe restava para expressar o desejo de que a ONU continuasse no Iraque.

“Não deixe que eles retirem a missão”, disse ao bombeiro que lhe prestava socorro.

Por tudo isso hoje, hoje podemos dizer que o mundo não é mais o mesmo... está melhor. Porque um homem, que não era, nem pretendia ser santo, fez a sua parte.

Um homem que colocou seu tijolo de amor na construção de um mundo onde a paz possa ser, um dia, realidade.

...Um homem, um ideal, uma vida. 

Sérgio Vieira de Mello escreveu, com as tintas inapagáveis do amor ao próximo, sua história... e deu a vida pelo ideal de um mundo livre e soberano, onde os direitos humanos sejam efetivamente respeitados.

E, como tantos outros, ao fechar a mala e retornar para casa, Sérgio pôde dizer:

Meu dia de trabalho acabou.

Mas não posso dizer:

minha vida acabou.

Meu dia de trabalho se iniciará

de novo na manhã seguinte.

O túmulo não é um beco sem saída,

é uma passagem.

Fecha-se ao crepúsculo e

a aurora vem abri-lo novamente.

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em matéria publicada no jornal Gazeta do Povo, em 27/08/2003 e em palavras de Vitor Hugo, do livro A Reencarnação Através dos Séculos.

domingo, 23 de maio de 2010

O PODER DO AFETO

 

 

A falta de tato para resolver conflitos e tratar de assuntos com pessoas que têm idéias opostas, tem sido responsável por muitos desentendimentos e dissabores nos relacionamentos.

Por vezes, um problema que poderia ser facilmente resolvido, cria sérios rompimentos por causa da falta de jeito dos antagonistas.

O afeto, usado com sabedoria é uma ferramenta poderosa, mas pouco usada pela maioria dos indivíduos.

O mais comum tem sido a violência, a agressividade, a intolerância.

Existem pessoas que não gostam de mostrar sua intimidade e se escondem sob um véu de sisudez, com ares de poucos amigos, na tentativa de evitar aproximações que deixem expostas suas fragilidades.

São como os caramujos, os tatus, as tartarugas e outros semelhantes.

Ao se sentirem ameaçados, escondem-se em suas carapaças naturais, e não deixam à mostra nenhuma de suas partes vulneráveis.

A propósito, você já tentou alguma vez retirar, à força, de seu esconderijo, um desses animaizinhos?

Seria uma tentativa fracassada, a menos que você não se importe em dilacerar o corpo do seu oponente.

No caso da tartaruga, por exemplo, quanto mais você tentar, com violência, retirála do casco, mais ela irá se encolher para sobreviver.

Mas, se você a colocar num lugar aconchegante, caloroso, que inspire confiança, ela sairá naturalmente.

Assim também acontece com os seres humanos. Se em vez da força se usar o afeto, o aconchego, a ternura, a pessoa naturalmente se desarma e se deixa envolver.

Às vezes a pessoa chega prevenida contra tudo e contra todos e se desarma ao simples contato com um sorriso franco ou um abraço afetuoso.

Mas, se ao invés disso encontra pessoas também predispostas à agressão, ao conflito, as coisas ficam ainda piores.

Como a convivência com outros indivíduos é uma realidade da qual não podemos fugir, precisamos aprender a lidar uns com os outros com sabedoria e sem desgastes.

A força nunca foi e nunca será a melhor alternativa, além de causar sérios prejuízos à vida de relação.

Portanto, criar relacionamentos harmônicos é uma arte que precisa ser cultivada e levada a sério.

Mas para isso é preciso que pelo menos uma das partes o queira e o faça.

E se uma das partes quiser, por mais que a outra esteja revestida de uma proteção semelhante à de um porco-espinho, ninguém sairá ferido e o relacionamento terá êxito.

Basta lembrar dessa regra bem simples, mas eficaz: em vez da força, o afeto.

E tudo se resolve sem desgastes.

* * *

De tudo o que fazemos na vida ficam apenas algumas lições:

A certeza de que estamos todos em processo de aprendizagem...

A convicção de que precisamos uns dos outros...

A certeza de que não podemos deter o passo...

A confiança no poder de renovação do ser humano.

Portanto, devemos aproveitar as adversidades para cultivar virtudes.

Fazer dos tropeços um passo de dança.

Do medo um desafio.

Dos opositores, amigos.

E retirar, de todas as circunstâncias, lições para ser feliz.

 

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Necessidade da meditação

 

A meditação é recurso valioso para uma existência sadia e tranquila.

Você medita?

Caso sua resposta tenha sido não, é sempre tempo de começar.

Através dela o homem adquire o conhecimento de si mesmo, penetrando na sua realidade íntima e descobrindo recursos que nele dormem inexplorados.

Meditar significa reunir os fragmentos da emoção num todo harmonioso que elimina as fobias e ansiedades, liberando os sentimentos que aprisionam o indivíduo, impossibilitando-lhe o avanço para o progresso.

As pressões e excitações do mundo agitado e competitivo, bem como as insatisfações e rebeldias íntimas, geram um campo de conflito na personalidade.

Esse campo de conflito termina por enfermar o indivíduo que se sente desajustado.

A meditação propõe a terapia de refazimento, conduzindo-o aos valores realmente legítimos pelos quais deve lutar.

Não se faz necessária uma alienação da sociedade. Tampouco a busca de fórmulas ou de práticas místicas ou a imposição de novos hábitos em substituição dos anteriores.

Algumas instruções singelas são úteis para quem deseje renovar as energias, reoxigenar as células da alma e revigorar as disposições otimistas.

A respiração calma e profunda, em ritmo tranquilo, é fator essencial para o exercício da meditação.

Logo após, o relaxamento dos músculos, eliminando os pontos de tensão nos espaços físicos e mentais, mediante a expulsão da ansiedade e da falta de confiança.

Em seguida, manter-se sereno, imóvel quanto possível, fixando a mente em algo belo, superior e dinâmico. Algo como o ideal de felicidade, além dos limites e das impressões objetivas.

Esse esforço torna-se uma valiosa tentativa de compreender a vida, descobrir o significado da existência, da natureza humana e da própria mente.

Por esse processo, há uma identificação entre a criatura e o Criador, compreendendo-se, então, quem somos, por que e para que se vive.

Esse momento não deve ser interrogação do intelecto. É de silêncio.

Não se trata de fugir da realidade objetiva mas de superá-la.

Não se persegue um alvo à frente. Antes, se harmoniza o todo.

O indivíduo, na sua totalidade, medita, realiza-se, libera-se da matéria, penetrando na faixa do mundo extrafísico.

*   *   *

Crie o hábito da meditação, após as fadigas.

Reserve alguns minutos ao dia para a meditação, para a paz que renova para outras lutas.

Terminado o seu refazimento, ore e agradeça a Deus a bênção da vida, permanecendo disposto para a conquista dos degraus de ascensão que deve galgar com otimismo e vigor.

 

 

Redação do Momento Espírita com base no cap. 16 do livro

Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

QUEM EU SOU?

 

Penso em Deus, penso na vida, penso em tudo que me cerca e me interrogo a respeito da função de tudo quanto vibra, de tudo quanto existe sob os céus e guardo grande ansiedade de saber sobre mim mesmo.

Quem sou eu no contexto do universo?

Serei, tão-somente, um corpo que desfila inteligentes quão misteriosas habilidades?

Serei um caminhante solitário, em meio à gigantesca massa humana, destinado a encarar complicados problemas, a enfrentar desafios?

Serei um átomo excitado diante dos esplendores das incontáveis galáxias?

Serei, porventura, produto da casualidade sem projeto, sem programa, sem razão de ser?

Como explicar-me a mim próprio como um itinerante aprendiz das pautas do infindo cosmo?

Serei alguém fadado ao sofrimento, a chorar de pesar em todos os momentos?

Serei um ser destinado à intensa dor, duradoura, sem esperança de tempos melhores, de felicidade?

Serei um indivíduo levado pelas mãos do desencanto à estalagem das ansiedades e das frustrações?

Somente há dor e fel por onde eu possa trilhar, como se toda a existência não passasse de um fumo entediante, asfixiante, a sugar-nos a vontade de avançar, de sorrir, de louvar?

Retorno à fonte do meu senso interno e vejo que há lucidez em cada coisa que existe, em cada ser que erra.

Sinto que não nascemos p’ra ser tristes e viver entre dor, gemido e pranto, mas, aqui estamos para alcançar o bem mais santo, e avançar para o progresso e conquistar o encanto de agir com Deus nas lutas do mundo, de vibrar na alegria, no júbilo fecundo, até o tempo longínquo da áurea plenitude.

Sinto que sou caminhante do infinito, e, não obstante o horror, a amargura, o choro, o grito, embora estando na terra entre teimosias, aflito, o meu destino é sem dúvida estelar.

Agora sei que nasci para servir, p’ra ser feliz, crescer e amar.

Cheguei ao mundo nos planos do Criador, que espera que me faça um lavrador a semear nos corações, em redor dos meus passos, as sementes de esperança, de alegria e de paz, que onde eu vá me transforme num servidor da verdade, do trabalho e da harmonia.

Sei que sou cidadão universal, irmão da humanidade, indubitavelmente, filho do Deus altíssimo, bom, justo e clemente, dotado do melhor recurso para fazer brilhar a divina luz em mim.

E, ante os desafios terrenos, dizer não ou dizer sim, com responsabilidade, com razão e com ternura.

Sou caminhante da eternidade.

Sou dedicado aprendiz buscando disciplina, revestido de um manto de matéria fina, quintessência, formosura que impulsiona para Deus.

E agora que me vejo repleto de certezas que me asseguram a estabilidade na consciência do que sou, sei que imerso no hálito paterno do Criador da vida me completo, a cada dia vivendo virtudes, transformando em ternuras gestos rudes, suavizando o que sou para o futuro, obra-prima de Deus, luz coagulada, a galgar a evolução em toda estrada, o que é do senhor sagrado fim, verme, astro a brilhar, nas rotas do infinito. 

* * *

Nesta bela página ditada pelo Espírito Ivan de Albuquerque, encontramos a resposta transcendente para a pergunta que cala fundo em nós:

“Quem sou eu?” 

 

Equipe de Redação do Momento Espírita. Adaptação de mensagem do Espírito Ivan de Albuquerque, psicografada em 03.7.2002, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ, pelo médium Raul Teixeira

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

APENAS UM LEMBRETE...

 

Lembre-se que você é um espírito imortal vivendo breve experiência num corpo físico.

Lembre-se que o seu corpo é feito de matéria e, como tal, sofre o desgaste natural como tudo o que é matéria, mas esse desgaste não atinge o espírito imortal.

Assim, quando você perceber que a sua pele está enrugando, lembre-se que esse é um fenômeno que não alcança o espírito.

Enquanto a sua pele enruga, seu espírito pode ficar ainda mais radiante e mais iluminado.

Você não pode deter os segundos nem evitar que se transformem em anos.

Não pode impedir que o seu cabelo caia ou se torne branco, mas isso não é motivo para levar a vitalidade da sua alma imortal.

Sua esperança jamais poderá estar atrelada a sua forma física, pois o ser pensante que você é, é o mais importante e sobreviverá por toda a eternidade.

Sua força e sua vitalidade independem da sua idade.

Seu espírito é o agente capaz de espanar a poeira do tempo.

Lembre-se que você não é um corpo que tem um espírito, é um espírito temporariamente vivendo num corpo físico.

Chegará um dia em que você se deparará com uma linha de chegada, e perceberá que logo à frente há outra linha de partida...

A vida é feita de idas e vindas... 

Partidas e chegadas.

Um dia você terá que abandonar esse corpo, mas lembre-se que jamais abandonará a vida...

Lembre-se que cada dia é uma oportunidade de viver, e viver bem.

Se acontecer de cometer um engano, não detenha o passo, siga em frente que logo adiante encontrará outro desafio...

A vida é feita de desafios... 

Vencemos uns, somos vencidos por outros, mas não podemos deter o passo.

E o maior de todos os desafios é vencer-se a si mesmo, usando a razão para não se deixar dominar por vícios e prazeres excessivos e prejudiciais.

Importante é não perder tempo vivendo de lembranças amargas e fotografias pela metade, amarelas e empoeiradas...

O dia mais importante é o dia de hoje...

E hoje você tem a oportunidade de reescrever a sua história...

Conhecer novas paisagens... 

Colecionar imagens de cores vivas.

Lembre-se sempre que você é um espírito feito de luz, e a luz sempre pode suplantar as trevas... Por mais densas que sejam.

O importante é que jamais detenha o passo...

Se as forças físicas não lhe permitem mais correr, como antes, ande depressa.

Se algo lhe impedir de andar depressa, caminhe lentamente, mas siga em frente.

E, se, por algum motivo não puder mais caminhar sem apoio, use bengalas, muletas, cadeira de rodas, mas vá em frente...

E se um dia você não puder mais movimentar seu corpo para continuar andando, voe com o pensamento.

Seu pensamento nada e nem ninguém poderá deter.

Você é livre para pensar, para aprender, para alcançar os céus em busca de esperança e paz.

O essencial é que você não pare nunca...

Deus não criou você para a derrota.  Deus criou você para a vitória, para a felicidade plena.  E essa conquista é parte que lhe cabe.

 

Este é apenas um lembrete, pois um dia um sublime alguém já nos disse tudo isso e nós esquecemos.

Esquecemos que ele saiu do corpo mas jamais saiu da vida...

O seu suave convite ainda paira no ar:

“Quem quiser vir após mim, tome a sua cruz, negue-se a si mesmo, e siga-me.”

Esquecemos que ele afirmou com convicção e firmeza:

“Nenhuma das ovelhas que o pai me confiou se perderá”.

Eu sou uma de suas ovelhas e você também é. Não importa a que religião você pertença. Não importa a que religião eu pertença.

Somos as ovelhas que o Criador confiou ao sublime pastor da Galiléia, para que ele nos ensine o caminho que nos levará ao Pai.

Este é apenas um lembrete... Que você pode até desconsiderar...

Mas, uma coisa é certa: você não deixará de existir, como espírito imortal que é, e não evitará os percalços e as lições da caminhada, porque você, você é filho de Deus...

Pense nisso!

 

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

A ALEGRIA DO TRABALHO

 

Um grande pesquisador da alma humana, interessado em estudar os sentimentos alimentados no íntimo de cada ser, resolveu iniciar sua busca junto àqueles que estavam em pleno exercício de suas profissões.

Dirigiu-se, então, a um edifício em construção e ali permaneceu por algum tempo a observar cada um daqueles que, de uma forma ou de outra, faziam com que um amontoado de materiais fossem tomando forma de um arranha-céu.

Depois de observar cuidadosamente, aproximou-se de um dos pedreiros que empurrava um carrinho de mão, cheio de pedras e lhe perguntou:

Poderia me dizer o que está fazendo?

O pedreiro, com acentuada irritação, devolveu-lhe outra pergunta:

O senhor não está vendo que estou carregando pedras?

O pesquisador andou mais alguns metros e inquiriu a outro trabalhador que, como o anterior, também empurrava um carrinho repleto de pedras:

Posso saber o que você está fazendo?

O interpelado respondeu com presteza:

Estou trabalhando, afinal, preciso prover meu próprio sustento e da minha família.

Mais alguns passos e o estudioso acercou-se de outro trabalhador e lhe fez a mesma pergunta.

O funcionário soltou cuidadosamente o carrinho de pedras no chão, levantou os olhos para contemplar o edifício que já contava com vários pisos e, com brilho no olhar, que refletia seu entusiasmo, falou:

Ah, meu amigo! eu estou ajudando a construir este majestoso edifício!

*  *  *

Neste relato singelo, encontramos motivos de profundas reflexões acerca do trabalho.

Em primeiro lugar, devemos entender que o trabalho não é castigo: é bênção. Deve, por isso mesmo, ser executado com prazer.

E o meio de conseguirmos isso consiste em reduzir o quanto possível o cunho egoístico de que o mesmo se reveste em nosso meio.

O trabalho é lei da natureza, mediante a qual o homem forja o próprio progresso, desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os recursos de preservação da vida.

Desde as imperiosas necessidades de comer e beber, defender-se das intempéries até os processos de garantia e preservação da espécie, o homem se vê compelido à obediência à Lei do trabalho.

O trabalho, no entanto, não se restringe apenas ao esforço de ordem material, física mas, também, intelectual, pelo labor desenvolvido, objetivando as manifestações da cultura, do conhecimento, da arte, da ciência.

Dessa forma, meditemos no valor do trabalho, ainda que tenhamos que enfrentar tantas vezes um superior mal humorado, um subalterno relapso, porque as Leis Divinas nos situam exatamente onde necessitamos. No lugar certo, com as pessoas certas, no momento exato.

Convém que observemos a natureza e busquemos imitá-la, florescendo e produzindo frutos onde Deus nos plantou.

E, se alguém nos perguntar o que estamos fazendo, pensemos bem antes de responder, pois da nossa resposta depende a avaliação que as leis maiores farão de nós.

Será que estamos trabalhando com o objetivo de enriquecer somente os bolsos, ou pensamos em enriquecer também o cérebro e o coração?

 

Redação do Momento Espírita.

domingo, 16 de maio de 2010

Coincidências

 

Acontecem muitas vezes e, de um modo geral, simplesmente nos admiramos que aconteçam, sem atentar para detalhes.

No entanto, muitas dessas tais coincidências têm por trás a sábia mão Divina.

Lembramos de um empresário aposentado que recebeu um telefonema certo dia. Era da secretária de um famoso cardiologista que ele consultara há seis meses.

Ela desejava confirmar a sua consulta para o dia seguinte, às nove horas da manhã.

Richard Fleming não se recordava de ter marcado consulta. Lembrava que estivera na clínica, submetera-se a uma extensa bateria de testes e tudo estava bem.

Reticente, disse à secretária que não se lembrava de nenhuma consulta marcada com o cardiologista.

Ela pareceu um pouco hostil, nesse momento.

O senhor é Richard Fleming? Então, aqui está, amanhã, nove horas da manhã.

Por favor, o Dr. Brown é um médico muito conceituado, sua agenda está sempre lotada. Se o senhor não quiser vir à consulta, é só dizer. Desmarco e ligo para um paciente que esteja em lista de espera.

Richard achou que seria muito deselegante desmarcar a consulta, por isso a confirmou.

Mas, ficou preocupado. Será que o mal de Alzheimer o estava abraçando?

Pensou que, no dia seguinte, depois dos exames e dos testes, perguntaria ao médico o que fazer quanto a essa possibilidade. Afinal, de todos os processos de envelhecimento, o que ele mais temia era perder a sua capacidade mental.

Contudo, nem deu tempo para fazer indagações. Ao avaliar os primeiros resultados dos exames, o médico lhe disse que detectara um problema grave em seu coração.

Algo que necessitava urgente intervenção. Fora muito bom que ele tivesse vindo àquela consulta. Um ou dois meses mais e poderia ter sérios problemas.

Enquanto isso, na recepção da clínica, uma discussão tinha lugar.

Um homem estava quase a gritar com a secretária:

Como o senhor Richard Fleming já está sendo atendido? Eu sou Richard Fleming e minha consulta estava marcada para as nove horas, hoje!

Ante a sua insistência e impaciência, a secretária foi verificar no arquivo e descobriu duas fichas separadas para dois Richard Fleming.

Um era o que estava à sua frente e marcara a consulta. O outro era o que estava recebendo um diagnóstico grave e a prescrição da cura.

O Richard Fleming errado havia recebido o seu telefonema. Um equívoco que foi providencial para a vida do empresário aposentado.

Em verdade, ele precisava que isso acontecesse para que sua vida pudesse ser salva!

*   *   *

Deus tem sempre inusitadas formas de agir. Uma coincidência de duas pessoas com o mesmo nome poderia criar muita confusão.

Nesse caso, foi utilizada pela Providência Divina, para que uma pessoa pudesse ter sua vida salva!

Por isso, quando algumas coincidências acontecerem em sua vida, beneficiando-o, provocando-lhe felicidade, analise com cuidado e verifique se não podem ter sido provocadas pelo Pai amoroso e bom.

Isso porque o que chamamos simples coincidências são a expressão do amor de Deus aos Seus filhos.

Pensemos nisso!

 

 

Redação do Momento Espírita, com base em texto do

livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam

& Judith Leventhal, ed. Sextante.

sábado, 15 de maio de 2010

LAZER E ENTRETENIMENTO

 

 

Você já observou quantas alternativas de entretenimento são oferecidas nos dias de hoje?

São tantas as possibilidades que às vezes fica difícil a escolha.

Todavia, se é verdade que a oferta é grande, não é menos verdade que nem sempre o entretenimento atinge os objetivos a que se propõe.

O entretenimento tem por objetivo divertir, trazer bem-estar, alegria, descontração.

No entanto, há que se perguntar porque as pessoas vão a esses locais de diversão e se drogam, se embebedam, se tornam violentas, perdem o juízo, o bom senso.

É de se perguntar porque as cidades litorâneas onde muitos passam as férias geralmente se tornam, na “temporada”, estressantes, irritantes, cansativas, sujas, barulhentas.

Será que para se divertir é preciso perder o juízo?

Será válido buscar, em nome do lazer, mecanismos de alienação da realidade, de fugas variadas, de entorpecimento dos sentidos?

O entretenimento deve trazer satisfação, paz íntima, contentamento. E tudo isso só é possível com lucidez, com domínio da razão, com discernimento.

Quando se opta pelo entorpecimento dos sentidos é sinal grave de que algo não está bem e, por mais que se tente fingir diversão, não se consegue essa satisfação.

E, nesse caso, as conseqüências podem ser ainda mais desastrosas.

O indivíduo sai para se divertir e volta deprimido, insatisfeito, ansioso, quando não cai nas malhas da violência, sempre à espreita dos descuidados...

É importante refletir sobre essas questões que dizem respeito a todos nós.

É preciso refletir sobre os propósitos que nos movem a buscar lazer, divertimento, férias...

É muito comum, em cidades litorâneas, no verão, o trânsito intenso e as buzinas nervosas fazendo parecer que as pessoas estão ali contrariadas, cumprindo uma penalidade.

As crianças, no interior dos veículos, parecem assustadas, e não devem entender como podem suas férias ser tão tumultuadas.

Talvez algumas pessoas não se dêem conta de que estão de férias. Que estão lá para obter satisfação, tranqüilidade, paz, e não para competir no trânsito, irritando-se e irritando os outros.

Outras desejam levar para esses locais de lazer o seu “barulho particular”, com o qual estão acostumadas.

Falam alto, ouvem música mais alto ainda, como se o mundo fosse feito só para elas, e todas as demais pessoas devam se submeter aos seus gostos e desgostos.

Quando isso acontece, o lazer se converte em perturbação generalizada e causa um efeito totalmente oposto ao esperado.

Por todas essas razões, vale a pena pensar nos propósitos que nos movem a buscar o entretenimento.

E, mais importante, vale lembrar que vivemos num mundo em que precisamos respeitar aqueles que dividem o espaço conosco.

Se não for assim, para que serve o entretenimento?

* * *

Lembre-se que as pessoas que buscam o lazer têm os mesmos direitos que você, e todos têm o dever de contribuir para o bem geral.

Lembre-se, ainda, que o seu direito termina onde começa o direito do outro.

Respeitar esse direito é o mínimo que se espera de uma sociedade civilizada.

Pense nisso, e tenha uma boa diversão!

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, sob inspiração de conferência de J.  Raul Teixeira, no dia 12/12/2004, no Clube Morgenau, Curitiba-PR.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O potencial de cada um

 

Conta-se que, certa vez, os animais de uma floresta que estava sendo devastada pelos homens se reuniram para discutir os seus problemas.

Decidiram, após amplos debates, que a coisa mais importante a fazer seria criar uma escola.

Organizaram um currículo que objetivava desenvolver as habilidades de voar, saltar, nadar, correr e escalar. Todas consideradas necessárias e importantes para quem vive em uma floresta.

No entanto, apesar de terem utilizado métodos muito avançados, o desempenho dos alunos não foi dos melhores e a maioria conseguiu apresentar rendimento satisfatório em apenas uma ou duas habilidades.

O pato foi excelente em natação mas apenas razoável em voos e péssimo em corridas.

Para melhorar em corrida treinou tanto que gastou suas patas e não conseguiu nadar como antes, baixando seu aproveitamento em natação.

O coelho, que vinha se destacando em corrida, desde o início do curso, acabou sofrendo um colapso de tanto se esforçar para melhorar em natação.

A capivara, que nadava e corria muito bem, acabou se esborrachando ao tentar voar. O susto foi tão grande que ela ficou traumatizada e não conseguiu mais nem correr, nem nadar.

Os pássaros, por sua vez, protestaram, desde a criação da escola, porque a habilidade de cantar não estava incluída no currículo.

Para eles, o canto era de importância fundamental para a qualidade de vida na floresta.

Quando o currículo todo foi dado, o único animal que concluiu o curso e fez o discurso de formatura foi a enguia.

Não que ela tivesse maiores habilidades. Em verdade, ela não se esmerara em nada e conseguira fazer um pouco de todas as matérias mais ou menos pela metade.

*   *   *

Com certeza, ao imaginarmos uma capivara tentando voar ou um coelho se dedicando à natação, rimos da história.

Mas, se olharmos ao nosso redor, vamos nos dar conta de que, por vezes, agimos exatamente como os animais da escola da floresta.

É quando tentamos considerar todas as pessoas iguais, destruindo o potencial da criatura de ser ela mesma.

Assim é quando, na posição de pais, insistimos com nosso filho para que siga determinada profissão.

Ele adora dançar mas nós lhe dizemos que isso não lhe conferirá uma carreira de sucesso e insistimos para que  abrace a profissão que toda a família segue.

Até mesmo porque ele deve dar continuidade à tradição ou assumir o negócio da família, logo mais.

Por isso é que algumas empresas de tradição, em determinado momento, passando a ser administradas por quem não tem potencial nem vontade para o tipo de negócio, acabam por desaparecer.

Ou então, a pessoa desenvolve as habilidades que lhe são exigidas, mas nunca será um profissional de qualidade. Isso porque não ama o que faz.

E se transformará em uma criatura frustrada, infeliz, sempre reclamando de tudo e de todos.

Pensemos nisso e passemos a valorizar mais a habilidade e o potencial de cada um.

Lembremos que a natureza é tão exuberante exatamente pelas diferenças que apresenta nos reinos mineral, vegetal, animal onde cada um é especial e desempenha, na Terra, a missão que o Divino Criador lhe confiou.

Redação do Momento Espírita, com base na fábula Para gente de escola, de George  H. Reavis, traduzida por Terezinha Gomes Lankenau, disponível no site www.metaforas.com.br e no artigo A escola animal,disponível no site www.palavrasdeosho.com.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quando Deus criou as mães

 

Diz uma lenda que o dia em que o bom Deus criou as mães, um mensageiro se acercou Dele e Lhe perguntou o porquê de tanto zelo com aquela criação.

Em quê, afinal de contas, ela era tão especial?

O bondoso e paciente Pai de todos nós lhe explicou que aquela mulher teria o papel de mãe, pelo que merecia especial cuidado.

Ela deveria ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados até namoro terminado.

Deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressa preparando o lanche do filho, enquanto mexesse nas panelas para que o almoço não queimasse.

Que tivesse noções básicas de enfermagem e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e colocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada.

Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitir segurança ao filho de passos vacilantes. Mãos que soubessem transformar um pedaço de tecido, quase insignificante, numa roupa especial para a festinha da escola.

Por ser mãe deveria ser dotada de muitos pares de olhos. Um par para ver através de portas fechadas, para aqueles momentos em que se perguntasse o que é que as crianças estão tramando no quarto fechado.

Outro para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente, olhos normais para fitar com doçura uma criança em apuros e lhe dizer: Eu te compreendo. Não tenhas medo. Eu te amo, mesmo sem dizer nenhuma palavra.

O modelo de mãe deveria ser dotado ainda da capacidade de convencer uma criança de nove anos a tomar banho, uma de cinco a escovar os dentes e dormir, quando está na hora.

Um modelo delicado, com certeza, mas resistente, capaz de resistir ao vendaval da adversidade e proteger os filhos.

De superar a própria enfermidade em benefício dos seus amados e de alimentar uma família com o pão do amor.

Uma mulher com capacidade de pensar e fazer acordos com as mais diversas faixas de idade.

Uma mulher com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dor mas, ainda assim, insistir para que o filho parta em busca do que lhe constitua a felicidade ou signifique seu progresso maior.

Uma mulher com lágrimas especiais para os dias da alegria e os da tristeza, para as horas de desapontamento e de solidão.

Uma mulher de lábios ternos, que soubesse cantar canções de ninar para os bebês e tivesse sempre as palavras certas para o filho arrependido pelas tolices feitas.

Lábios que soubessem falar de Deus, do Universo e do amor. Que cantassem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantos da vida.

Uma mulher. Uma mãe.

*   *   *

Ser mãe é missão de graves responsabilidades e de subida honra. É gozar do privilégio de receber nos braços Espíritos do Senhor e conduzi-los ao bem.

Enquanto haja mães na Terra, Deus estará abençoando o homem com a oportunidade de alcançar a meta da perfeição que lhe cabe, porque a mãe é a mão que conduz, o anjo que vela, a mulher que ora, na esperança de que os seus filhos alcancem felicidade e paz.

 

 

Redação do Momento Espírita.

Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.

terça-feira, 4 de maio de 2010

APRENDA A CALAR

 

Há muita necessidade de silêncio nos dias atuais...

As pessoas ansiosas por se fazer ouvir, falam cada vez mais alto, como se isso bastasse para que os outros as escutassem.

Em restaurantes, shoppings, filas, salas de espera, salões de beleza, aeroportos, se ouvem os falatórios. E para aumentar o ruído, em alguns lugares tem um som ambiente mais alto ainda...

E quando não se tem alguém para falar, o celular serve. A pessoa faz uma ligação e se esquece de que está dividindo o ambiente com outros indivíduos que não estão interessados no seu assunto.

É impressionante como as pessoas falam muito, e falam alto...

Além de ser um grande desrespeito aos ouvidos alheios, essa gritaria torna impossível um diálogo entre pessoas de voz moderada, nesses ambientes comuns.

Mas não é só a falta de silêncio exterior que assola muitas pessoas hoje em dia. É também a falta de silêncio interior.

Poucos indivíduos ouvem a própria voz e analisam seus pensamentos antes de exteriorizá-los.

O hábito de meditar antes de expor uma opinião ou um julgamento, é muito pouco cultivado em nossa sociedade.

E isso tem sido motivo de desarmonia e intrigas, de mal-entendidos e hostilidades.

Saber calar, saber ouvir, ser senhor de suas palavras e de seus sentimentos é um desafio que merece ser pensado.

Talvez foi por ter percebido essa necessidade em nosso meio, que um

 

Espírito amigo nos trouxe a seguinte mensagem:

Aprenda a silenciar a palavra que sai gritada de seus lábios, ferindo a sensibilidade alheia e lhe deixando à mercê das companhias inferiores.

Aprenda a calar...

Aprenda a silenciar a palavra suave, mas cheia de ironia que sai de sua boca ridicularizando, humilhando a quem se dirige e que lhe intoxica, provocando a dor de estômago, as náuseas ou a enxaqueca.

Aprenda a calar...

Aprenda a silenciar o murmúrio que sai entre dentes, destilando raiva e rancor e atingindo o alvo, que fere como punhal ao tempo em que lhe fragiliza a ponto de não se reconhecer, de se assustar consigo mesmo.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar o pensamento cruel que lhe passa na mente e que, por invigilância, se detém nele mais do que deveria. Você se assustaria se pudesse ver sua máscara espiritual distorcida.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar o julgamento que extrapola o que vê e o que sabe, levando-o a conjeturar sobre o outro, o que não sabe e não viu, plasmando idéias infelizes que são aproveitadas pelos opositores daquele que é julgado.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar todo e qualquer sentimento indigno, zelando pelas nascentes do seu coração, para que não macule e não seja maculado.

Aprenda a vigiar os sentimentos para que cada dia, mais atento e vigilante, saia da esfera mesquinha a que se aprisiona voluntariamente, e possa alçar vôos mais altos e sublimes.

Aprenda a calar...

E, enquanto não consegue deixar de gritar, falar, murmurar, pensar cruelmente e julgar, insista em orar nesses momentos.  Nem que as frases lhe pareçam desconexas e vazias de sentimento.

Insista na oração até que, um dia, orará não com palavras

nem pensamentos, mas todo você será sentimento, amor,

amor puro e verdadeiro em ação, dinâmico, envolvendo os outros e a si mesmo, verdadeiro discípulo

que conseguirá ser.

Aprenda, definitivamente, a calar!

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Stephano psicografada por Marie-Chantal Dufour Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação, em 14/03/2005

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DIAS DE SOMBRAS

 

Coincidentemente, há dias que se caracterizam pela sucessão de ocorrências desagradáveis. Nada parece dar certo.

Todas as atividades se confundem, e os fatos se apresentam deprimentes, perturbadores.

A cada nova tentativa de ação, outros insucessos ocorrem, como se os fenômenos naturais transcorressem de forma contrária.

Nessas ocasiões as contrariedades aumentam, e o pessimismo se instala nas mentes e na emoção, levando-as a lembranças negativas com presságios deprimentes.

Quem lhe padece a injunção tende ao desânimo, e refugia-se em padrões psicológicos de auto-aflição, de infelicidade, de desprezo por si mesmo.

Sente-se envolto por forças descomunais, contra as quais não pode lutar, deixando-se arrastar pelas correntes contrárias, envenenando-se com o mau humor.

São esses, dias de provas, e não para desencanto; de desafio, e não para cessar o esforço.

Quando aumentam as dificuldades, maior deve ser o investimento de energias, e mais cuidadosa a aplicação do valor moral na batalha.

Desistindo-se sem lutar, mais rápido se dá o fracasso, e quando se vai ao enfrentamento com idéias de perda, parte do labor já está perdido.

Nesses dias sombrios, que acontecem periodicamente, e às vezes se tornam contínuos, vigia mais e reflexiona com cuidado.

Um insucesso é normal, ou mesmo mais de um, num campo de variadas atividades.

Todavia, a intérmina sucessão deles pode ter origem em fatores espirituais perniciosos, cujas personagens se interessam em prejudicar-te, abrindo espaços mentais e emocionais para intercâmbio nefasto contigo, de caráter obsessivo.

Quanto mais te irritares e te entregares à depressão, mais forte se fará o cerco e mais ocorrências infelizes tomarão forma.

Há mentes espirituais maldosas, que te acompanham, interessadas no teu fracasso.

Reage contra essas emboscadas mediante a oração, o pensamento otimista, a irrestrita confiança em Deus.

Rompe o continuar dos desacertos, mudando de paisagem mental, de forma que não vitalizes o agente perturbador.

Ouve uma música enriquecedora, que leve a lembranças agradáveis ou a planos animadores.

Lê uma página edificante do evangelho ou de outra obra de conteúdo nobre, a fim de te renovares emocionalmente, rompendo a sintonia com essas mentes infelizes.

Contempla uma região que te arranque do estado desanimador e lembra:

Há sempre sol brilhando além das nuvens sombrias, e, quando esse sol é colocado no mundo íntimo, nenhuma ameaça de trevas consegue apagar-lhe, ou sequer diminuir-lhe a intensidade da luz.

Segue-lhe a claridade e vence o teu dia de insucessos, confiante e tranqüilo. 

Você sabia? 

Que os benfeitores espirituais tentam nos ajudar nos momentos difíceis?

Eles erguem barreiras, estabelecendo muralhas vibratórias em nosso favor. Mas muitas vezes nós as arrebentamos a golpes de rebeldia e imprevidência.

 

Equipe de Redação do Momento Espírita.