Você gosta do meu vestido? - Perguntou a
menina para a estranha que passava.
Minha mãe fez para mim! Comentou, com uma
lágrima nos olhos.
Bem, eu acho que é muito bonito. Mas me conte por
que você está chorando? - Disse a senhora.
Com um
ligeiro tremor na voz, a menina falou:
Depois
que mamãe me fez este vestido, ela teve que ir embora.
Bem, disse a senhora, agora você deve
ficar esperando por ela. Estou certa que ela voltará em breve.
Não, a
senhora não entendeu. Meu pai disse que a mamãe está com meu avô, no
céu.
Finalmente,
a mulher percebeu o que a criança estava dizendo e porque estava
choramingando.
Comovida,
ajoelhou-se e, carinhosamente, embalou a criança nos braços.
Acariciando-a, chorou baixinho com ela. Então, de repente, a menina
fez algo que a mulher achou muito estranho: começou a
cantar.
Cantava tão
suavemente que era quase um sussurro. Era o mais doce som que a
mulher já tinha ouvido. Parecia a canção de um pássaro. Quando a
criança parou de cantar, explicou para a senhora:
Minha
mãe cantou esta canção para mim antes de ir embora. Ela me fez
prometer sempre cantar quando começasse a chorar, porque isso me
faria parar.
Veja, exclamou a criança, cantei e agora
os meus olhos estão secos.
Quando a
mulher se virou para ir embora, a pequena menina se agarrou na sua
roupa.
Senhora, pode ficar apenas mais um minuto? Quero lhe
mostrar uma coisa.
Claro que sim, falou a senhora. O que
você quer que eu veja?
Apontando
para uma mancha no seu vestidinho, a menina falou:
Aqui está a marca onde minha mãe beijou meu
vestido. E aqui, disse, apontando outra mancha, é outro
beijo, e aqui, e aqui. A mamãe disse que colocou todos esses beijos
em meu vestido para que eu sempre tenha seus beijos se algo me
fizesse chorar.
Naquele
momento, a senhora percebeu que não estava apenas olhando para uma
criança, cuja mãe sabia que iria partir e que não estaria presente,
fisicamente, para beijar as lesões que a filha viesse a
ter.
Aquela mãe
havia gravado todo seu amor no vestido da sua pequena e encantadora
criança. Vestido que agora a menina usava tão
orgulhosamente.
A mulher já
não via apenas uma pequena menina dentro de um simples vestido. Via
uma criança embrulhada no amor de sua mãe.
* *
*
A morte a
todos alcança. Preparar-se para recebê-la com dignidade, preparando
igualmente os que permanecerão na Terra por mais tempo, demonstra
altruísmo e grandeza d’alma.
Como Jesus
nos afirmou que nenhum de nós sabe exatamente a hora em que terá que
partir, importante que distribuamos o nosso amor e vivamos as nossas
vidas em totalidade.
Assim,
quando tivermos que partir, as lembranças do que fomos e do que
fizemos, aquecerão as almas dos nossos amores, amenizando o vazio da
nossa ausência física.
Pensemos nisso!
Redação do
Momento Espírita, com base no texto Amor
eterno, de autoria ignorada.