domingo, 27 de fevereiro de 2011

JUNTOS

 

Bob era um veterano da guerra do Vietnã. E na guerra deixou suas duas pernas, à conta da explosão de uma mina.

Foi recebido em seu país, como herói. Mas verdadeiramente herói ele demonstrou ser, vinte anos depois de seu retorno.

Isso porque o verdadeiro heroísmo brota do coração.

Era o ano de 1985 e ele trabalhava em sua garagem, num dia quente de verão. De repente, a tranqüilidade das horas foi rompida pelos gritos de uma mulher.

Bob verificou que os gritos vinham da casa vizinha e, com rapidez, moveu sua cadeira de rodas naquela direção.

Entretanto, a vegetação densa que ali existia, não permitia o acesso da cadeira.

Os gritos continuavam, desesperadores e ele não teve dúvidas. Jogou-se ao chão e foi se arrastando, entre os arbustos.

Quando chegou à casa ao lado, percebeu que os gritos vinham da piscina. Era a mãe de uma criança de apenas 3 anos que assim se expressava, quase em histeria.

A criança caíra na piscina. Era uma garotinha com deficiência física: nascera sem os braços. Não tinha como nadar.

Bob mergulhou até o fundo e trouxe a pequena Stephanie de volta.

Ela não tinha pulso, o rosto estava azulado. Não respirava.

Ele praticamente ordenou à mãe que chamasse os bombeiros, enquanto iniciou manobras de ressuscitação na criança.

Quando a mãe retornou, ainda aflita, informou que os para-médicos iriam demorar um pouco, pois se encontravam em outro atendimento.

Ela chorava, sem saber o que fazer. Mas Bob foi quem a sossegou.

Não se preocupe. Eu fui os braços dela para sair da piscina.

Agora sou os seus pulmões.

Não se preocupe. Juntos, vamos conseguir.

Alguns segundos mais e a menininha tossiu, recobrou a consciência e começou a chorar.

Mãe e filha se abraçaram.

Como você sabia que tudo ia dar certo? – perguntou depois ao veterano de guerra a vizinha agradecida.

Minha senhora, quando a mina explodiu, arrancando-me as pernas, eu estava sozinho num campo.

Não havia ninguém para ajudar. Apenas uma menininha vietnamita.

Enquanto eu lutava, me arrastando, para chegar ao seu vilarejo, ela ficava repetindo, num inglês atravessado: ‘Está tudo bem. Você vai viver. Eu ser suas pernas. Juntos nós conseguir.’

Bem, eu consegui com a ajuda da garotinha. Agora, foi a minha oportunidade de retribuir o favor.

E fico feliz por isso. É uma forma de dizer a Deus que agradeço por estar vivo.

Pense nisso!

Quase sempre colocamos limites para nossas atuações no bem. Pensamos muito antes de agir. O que faz que, por vezes, o socorro chegue atrasado.

Dizemos que não temos dinheiro para ajudar a quem precisa, que não temos tempo, que não sabemos o que fazer.

Pensemos um pouco:

Quem realmente se importa com o outro e quer, age. Com o que tem, como pode, onde possa.

Mesmo porque, por vezes, somos a única opção de auxílio a alguém.

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Juntos nós vamos conseguir, de Dan Clark, do livro Histórias para aquecer o coração das mulheres, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante.

O QUE É MAIS DIFÍCIL

 

Thalès, chamado Tales de Mileto, era de ascendência fenícia. Nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia menor, atual Turquia, por volta de 625 a.C.

Sua morte é apontada como tendo ocorrido, aproximadamente, em 547 a.C., aos 78 anos de idade.

É o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. Ele é o marco inicial da filosofia do Ocidente.

Tales é apontado como um dos sete sábios da Grécia antiga. Além disso, foi o fundador da Escola Jônica. Considerado, também, o primeiro filósofo da natureza porque outros, depois dele, seguiram seu caminho buscando o princípio natural das coisas.

Pois a esse filósofo, um sábio da época propôs interessantes questões. A primeira foi:

O que é mais antigo?

Deus, disse Tales, porque sempre existiu.

E o que é mais belo?

O Universo, porque é a obra de Deus.

Continuando, indagou:

Qual é a maior de todas as coisas?

O espaço porque contém tudo do Criador.

Grande era o respeito desse filósofo pela Divindade. Em sua sabedoria, sabia honrar quem é o maior de todos nós e de tudo que existe.

Mas, prosseguindo nas suas perguntas, questionou o sábio a Tales:

O que é mais constante?

A resposta do filósofo soa como um acalanto para as almas sofridas:

A esperança, porque permanece no homem mesmo depois de ele ter perdido tudo.

E qual é a melhor de todas as coisas?

A virtude, porque sem ela não existiria nada de bom.

Qual é a coisa mais rápida de todas?

O pensamento, respondeu depressa, porque em menos de um minuto nos permite voar até o final do Universo.

Que riqueza na resposta! Pelo pensamento vencemos distâncias inimagináveis, vamos a todos os lugares que desejamos, estamos com nossos amores, onde quer que eles estejam.

Mas o interrogatório não terminara e a pergunta seguinte foi:

Qual é a mais forte de todas as coisas?

A necessidade, porque é com ela que o homem enfrenta todos os perigos da vida.

O que é a mais fácil de todas as coisas?

Dar conselhos.

E, finalmente, veio a última pergunta:

O que é mais difícil?

Ao que replicou o sábio de Mileto:

Conhecer-se a si mesmo.

* * *

O conhecimento de si mesmo é a chave para a felicidade. É a forma de conseguirmos superar nossos entraves morais e crescer para a luz.

É o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal.

É a chave do progresso individual.

Assim, examinemos nossas ações diárias,  vejamos o que tenhamos feito contra Deus, contra nosso próximo ou contra nós mesmos.

As respostas nos indicarão o que necessitamos ajustar.

Façamos esse investimento em nós mesmos!

Redação do Momento Espírita, com base em biografia de Tales de Mileto e no item 919 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.