Após a sessão matinal
de orações, o noviço perguntou ao abade:
Todas essas
orações que o senhor nos ensina, fazem com que Deus se aproxime de
nós?
Vou
responder a você com outra pergunta. – Disse o
abade.
Todas essas
orações que você reza irão fazer o sol nascer
amanhã?
Claro que não! O
sol nasce porque obedece a uma Lei Universal!
Então esta é a
resposta à sua pergunta. Deus está perto de nós, independente das
preces que fazemos.
O noviço
revoltou-se:
O senhor quer
dizer que nossas orações são inúteis?!
Absolutamente. – Respondeu, com serenidade, o
abade. – Se você não acordar cedo, nunca conseguirá ver o sol
nascendo. Se você não orar, embora Deus esteja sempre por perto,
você nunca conseguirá notar Sua presença.
* * *
Que bela lição
encontramos aqui.
Não oramos para que
Deus esteja próximo e nos ouça. Oramos para criar uma ponte entre
nós e o Criador de tudo e de todos.
Em verdade somos nós
que precisamos nos aproximar Dele, assim como das coisas do
Espírito, dos verdadeiros tesouros do Universo.
Somos nós que
esquecemos da Providência Divina, de nossos protetores. Eles jamais
se afastam de nós. Somos nós que, ao fecharmos os olhos e ouvidos da
alma, nos afastamos de seus conselhos, de suas inspirações, de seu
amparo.
A oração é a higiene
do Espírito. Uma comunicação saudável da criatura com seu
Criador.
Precisamos adquirir
esse hábito, mantendo-nos constantemente em contato com o Alto,
tornando-nos assim mais fortes e mais preparados para enfrentar os
reveses da vida, e as vicissitudes que se apresentarem.
A oração é um diálogo
de coração com coração, em que abrimos os salões de nossa alma para
receber a visita de nossos amigos, daqueles que, de outras esferas,
velam por nossas vidas.
Não nos preocupemos
com a beleza dos dizeres, e sim com a sinceridade e a pureza de seu
conteúdo.
Quando houver mais
sentimento, mais honestidade em nossas palavras, mais fortes serão
os raios invisíveis que nossa oração emitirá em direção ao
firmamento Divino.
Vale lembrar a
lição do abade ao noviço: Se você não acordar cedo, nunca
conseguirá ver o sol nascendo. Se você não orar, embora Deus esteja
sempre por perto, você nunca conseguirá notar Sua
presença.
* * *
A seara exuberante de
grãos e de frutos se distende ante as suas necessidades; contudo,
para que dela se aproveite, você terá que cozer os grãos e preparar
as polpas, a fim de utilizá-los devidamente.
A chuva benfazeja se
derrama sobre larga faixa terrestre, trazendo o amparo dos céus à
fertilidade do chão e à manutenção das fontes.
Mas, se você pretende
dela valer-se, é preciso construir a calha conveniente ou
providenciar o pote que a possa recolher.
Pensando desse modo,
vemos que as bênçãos do Criador, sob forma de energias balsâmicas e
equilibradas, se espalham sobre todas as Suas criaturas. Porém, para
que você possa ser dulcificado por essa benesse, torna-se necessário
unir-se, em sintonia feliz, a essas faixas de luz.
E a prece propicia
esse diálogo, essa união.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. O discípulo impaciente, do livro
Histórias para pais, filhos e netos, de
Paulo Coelho, ed. Globo e no cap. 3, do livro
Rosângela pelo Espírito Rosângela Costa
Lima, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.